Condenar Israel – Apoiar a Palestina!

Chocante e inqualificável é o mínimo que se pode dizer da actuação de Israel contra os activistas pró-palestinianos que tentavam fazer chegar alguma ajuda humanitária a Gaza. A persistência do cerco e a agressividade sistémica contra os territórios ocupados da Palestina, faz lembrar métodos de extermínio dissimulados que não passarão incólumes na História, reconhecido que é o exercício abusivo do terrorismo de Estado de Israel. É urgente que o povo israelita e a comunidade judaica dê o rosto e a voz contra esta permanente violação dos Direitos Humanos, sob pena da comunidade internacional, pelo menos, em termos de sociedade civil, deixar de reconhecer a legitimidade do Estado de Direito de Israel… porque, em pleno século XXI, Israel não fará o mundo recuar nos seus princípios democráticos, na defesa dos Direitos Humanos e do Estado de Direito, pela persistência patológica do seu desempenho como Estado agressor. Enquanto Israel mantiver esta postura de tudo atacar (consequência de uma deformação cultural assente no medo e incentivada, política e socialmente, pela manipulação doentia de um trauma materializado na catarse de uma permanente lógica de guerra), as palavras de ordem continuarão a ser: Solidariedade com a Palestina, Já! Solidariedade com a Palestina, Sempre!

(Este texto foi também publicado AQUI)

Comments

  1. Nuno Castelo-Branco says:

    Já imagino a Ana Paula Fitas toda lampeira a descer o Chiado. De burca e com uma pajela do Erdogan na carteira.

  2. Ana Paula Fitas says:

    Caro Nuno Castelo-Branco,
    “A descer o Chiado”, sim!… “De burka”, não!… mas, seguramente, orgulhosa se o pudesse fazer de mãos dadas com todas/os as/os palestinianas/os e israelitas que partilham o mesmo sonho e a mesma convicção de que a paz é possível! Porque são muitos e apesar do medo e da consciência dos ódios alimentados por gerações de vítimas de ambos os lados, sabem da crueldade e das razões dos fundamentalismos que terão que afastar dos seus governos e das ideologias dominantes para que os territórios ocupados deixem de o ser e a terra seja finalmente, como o foi ao longo da História, um território de coexistência a que a prática efectiva da democracia e do respeito pelos Direitos Humanos trarão, finalmente, de novo, a paz. Até lá, cabe-nos a todos, ser solidários contra as ditaduras, os racismos, os fundamentalismos e as injustiças qualquer que seja a veste envergada, militar, moral, étnica, religiosa ou, resumindo (porque afinal de contas é disso que se trata), numa palavras: políticas. Os povos não podem ser escravizados ou trucidados pelos aparelhos militares dos Governos sejam eles os próprios, os vizinhos ou os seus aliados. Assim, pela paz, a democracia e a liberdade, contra a crueldade e a injustiça, descerei sempre, feliz!, todos os Chiados! Sempre!

  3. Nuno Castelo-Branco says:

    Ora Ana Paula, percebeste perfeitamente o que quis dizer. Com bastantes israelitas, decerto partilharás uma certa concepção de democracia. Quanto aos do outro lado da barricada, contam-se pelos dedos de uma mão,s em exagero. É certo que isso se deve também ao passado recente, mas há que não esquecer toda a carga histórica, religiosa, etc. Coexistências ridentes são sempre bem vindas. mas resta saber se são possíveis. Agora, ler o que por aqui vai em comentários, a apelar à “morte aos nazis!”… , vai um bocado. Ou não são as manifs de rua em tantas cidades árabes, ostentatórias de cartazes que dizem god bless Hitler, etc, etc? O Hamas é de confiança? Viveria sob o regime desses fulanos? Nem sequer da Fatah, quanto mais…!

    Burka, sim senhora, não duvide. O destino seria fatal!

  4. José says:

    A solidariedade com a Palestina – seja o que isso, na realidade, significar – necessariamente passa pelo apoio ao movimento soberano em Gaza, o Hamas?
    Em caso afirmativo, como resolve o paradoxo de apoiar:
    1 – um movimento que não reconhece um dos seus vizinhos e visa a sua destruição, bem como do seu povo;
    2- que impede qualquer oposição política interna;
    3 – que pretende impor a Sahria como lei básica, com tudo o que isso significa em termos de Direitos Humanos, Direitos Políticos, enfim, democracia?
    Considera o Hamas um promotor dos Direitos Humanos e da democracia?

  5. Um grande abraço Ana Paula pelos lúcidos textos. Textos de quem vê, de quem é vertical e entende a verdade, ainda que a verdade se apresente conspurcada por todos os fabricadores de mentiras e tendenciosas confusões. A verdade, muito fácil de reconhecer, mas dificilmente aceite por todos aqueles a quem a mentira, por razões de ideologia política ou outra se antepõe como antídoto. Aqui não há bons nem maus, aqui há uma profunda injustiça e uma guerra cruel que cava buracos bem fundos na alma dos desesperados que morrem às mãos de facínoras, às mãos, e volto a repetir para quem não sabe, de assassinos nazis, que outra coisa não são se compararmos os seus crimes com os dos algozes que mataram tantos judeus.
    Cubramo-nos de vergonha, se ainda temos alguma, ao tentar defender um Estado universalmente considerado terrorista incorrigível e desobediente a todas as normas de convívio entre nações. Morte a Israel, obviamente que é um grito simbólico de violenta indignação, que não preconiza a morte dos israelitas, tantos deles solidários e humanos, mas a morte da ideologia sionista e imperialista de Israel.

  6. Carlos Fonseca says:

    Ana Paula, sem burka e de lenço minhoto, desde o Chiado, a Avenida dos Aliados, e passeia-te pela Praça do Geraldo. O importante é lutar contra um Estado, Israel, potência nuclear, que não obedece ao estabelecido em resoluções da ONU. Uma acção violentíssima contra uma frota com ajuda humanitária apenas legítima as acções violentas do ‘Hamas’ – vencedor de eleições, lembre-se. A paz e a sã convivência entre povos não se atinjem com a perpetração de assassínios. E o povo judaico sabe-o melhor do que todos os outros. Pena é que se esqueça.

  7. José says:

    O Sr. Adão Cruz continua a enveredar pelos insultos velados em vez de discutir argumentos. Fala da verdade, que é apenas a sua e não admite visões diferentes.
    Fala de verdades universais, sendo o limite do universo aquele que entende a sua verdade.
    Fala de vergonha, mas não tem qualquer vergonha em proferir insultos velados, com se o resto do universo fosse estúpido.
    Continue assim e passará a falar sózinho, pois, num momento ou noutro, alguém irá discordar de si.

  8. Infelizmente não é num momento ou noutro. Infelizmente há sempre alguém a discordar de mim, o que, noutro tipo de matéria que não fosse o atroz sofrimento humano de um povo espezinhado, até seria bom. Descanse, que a falar sozinho não ficarei. Ha muito mais de meio século que falo e nunca dei conta de falar sozinho.

  9. José says:

    Pois, como diz, é para si uma infelicidade que haja quem tenha opiniões diversas das suas.
    Eu, democrata, não tenho qualquer problema em aceitar visões do mundo diversas da minha.
    Fico mais tranquilo sabendo que há mais de meio século que fala e que nunca deu conta de falar sózinho.
    Passe bem.

  10. Passe o Senhor melhor que bem.

  11. Luís Moreira says:

    Ana, quem está muito interessado na “ajuda humanitária” é a Turquia e quem organizou o comboio marítimo humanitário é um “braço” do hamas…

  12. adao cruz says:

    Ainda bem que existe o Hamas. Se nao existisse, o que seria? Uma coisa me mete confusao (aqui em Espanha nao há til): sendo tu tao devoto de eleiçoes, esqueces que o Hamas ganhou as eleiçoes por larga margem, eleiçoes que os “democratas ” de todo o mundo nao descansaram enquanto as nao perverteram.

  13. José says:

    Mas que a confusão não o perturbe ainda mais!
    Ganhou o Hamas as eleições e por larga maioria, sendo certo que a OLP tentou perverter as eleições. Tendo a óbvia legitimidade democrática para governar, tal não significa que ocupe todo o poder e transforme uma democracia numa ditadura, asfixiando a oposição.
    Por outro lado, continuo sem perceber porque deve um Estado ser simpático com o governo de um estado vizinho que o jura destruir.
    Continuo, igualmente, sem entender porque apenas culpam um dos estados que bloqueiam Gaza, como se o bloqueio egípcio não fosse tão ou mais efectivo.
    Ah, é verdade! Para quem anda ardendo em curiosidade: não, não sou judeu, nem tenho qualquer ascendente judaico, ou sequer me considero de direita. Bom, também não me considero carneiro, pelo que, com mais jeitos ou trejeitos, não alinho em sound-bytes ocos e ausentes de sustentação factual e histórica, ou insultos gratuitos, mais ou menos velados, apenas por que sim.

    PS:Ah, claro! En España si, hay “~”! Porque senão estaríamos a falar de Espana…

  14. Hay mismo? Esse também eu o conheço, julgo que acredita que o conheço. Mas não o encontrei no teclado nem tive forma de o meter em cima do “nao”. Não queria prolongar a conversa, nem sou especialista no assunto. Mas creio que o til que encima o “n” não tem a mesma natureza nem a mesma função nasalante do nosso. Significa que, além da letra “n” há outra letra diferente, um “n” com til, chamada “énhe”. Por isso, não afirmo, mas tentarei confirmar de novo, que o teclado espanhol não tem o sinal “~”.

  15. Itzak Rabin says:

    Ana Paula deixe-se de Fitas, qual apoio á palestina qual quê, se eles realmente quisessem ter alguma legitimidade, algum respeito deixem-se de reclamar independencias e autodeterminações. Israel é reconhecida pelas NU e isso ninguém muda, qto. ao resto, quem precisa dos palestinianos e para quê? Já se, ultimamente tornou-se moda, in, ser defensor dos oprimidos. Enquanto israelitas, judeus e outros se lembrarem das atrocidades cometidas por esses ratos de esgoto meio sujos e miseráveis q andam c lenços na cabeça e acara tapada, nunca haverá paz. Shalom!

  16. Pedro says:

    Itzak Rabin: As suas palavras explicam metade das razões do problema. Suponho que os seus actos – se for coerente com as palavras – explicam o resto. Como não são precisos Palestinianos, exterminam-se, até porque são “ratos de esgoto meio sujos e miseráveis q andam c lenços na cabeça e acara tapada”. Em nome da paz, pois claro. Depois admiram-se!

  17. O penúltimo comentário mostra bem de que lado está o ódio

  18. José says:

    Sabe, “Yitzak Rabin”, o seu comentário conspurca a memória do original.

  19. ahmed says:

    Muito respeito e muita estima para Sra. ANA PAULA e comprimentos belo texto.
    Hamas tem dois vizinhos um servidor vendido que é interessado nos negocio do telemóvel e outro e o segundo «vizinho» é Israel que hamas para reconhecer Israel Significa reconhecer a ocupação.
    Eu compreendo que há um monte de pessoas odeiam os árabes (por razões estúpidas como o ódio primário, racismo, religião e cultura ou porque alguns deles têm as dentes suja) mas não posso compreender que existem pessoas amam Israel

  20. Absurdo says:

    Reconhecer a ocupação de Gaza? Onde Israel não está?
    As mesmas razões estúpidas por detrás do ódio a uns estão por detrás da incapacidade de compreender a estima pelos outros.

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