Almirante Rosa Coutinho – testemunho de Vasco Lourenço

Caros(o)s associada(o)s

Porque fui solicitado por vários órgãos de informação, a quem prestei declarações sobre a morte do almirante Rosa Coutinho, venho dar-vos conhecimento do teor dessas declarações:

Com a morte do almirante Rosa Coutinho, pessoalmente perdi um amigo, a Associação 25 de Abril perdeu um militante. Portugal perdeu um patriota.
Altamente prestigiado, como oficial de Marinha e engenheiro hidrográfico, é escolhido pelos seus camaradas mais jovens da Armada, para integrar a Junta de Salvação Nacional.
O seu profundo patriotismo leva-o a colocar sempre, acima de tudo, os interesses de Portugal.
Por isso se empenha fortemente nas missões que lhe são cometidas, como militar de Abril, nomeadamente na Junta de Salvação Nacional, no Conselho da Revolução e na presidência da Junta Governativa de Angola.
Rosa Coutinho é, por ventura, o militar de Abril mais caluniado, sobre quem inventaram uma série de falsidades, conseguindo criar-lhe uma imagem muito distorcida, principalmente na sua acção em Angola, onde Rosa Coutinho se portou sempre como Português e nunca como agente ao serviço de qualquer potência estrangeira.
Apesar de claramente desmontadas, esclarecidas e desmentidas, ainda hoje correm falsidades a seu respeito, sendo previsível que, com a sua morte, voltem a ser difundidas.
Quero, por isso, manifestar o meu total repúdio por essas calúnias e enaltecer a acção de Rosa Coutinho, como Militar de Abril e cidadão, e as suas qualidades humanas.

Cordiais saudações
Vasco Lourenço

Comments

  1. adao cruz says:

    A minha total concordância com estas declarações.

    • Luís Moreira says:

      Estás a ver Adão, como eu respeito, tal como tu, quem não pensa da mesma forma? E fui eu que pedi a declaração ao Coronel Vasco Lourenço!

  2. maria monteiro says:

    Então… Obrigada Luís.

    Também a minha total concordância com a declaração do Coronel VLourenço.

  3. Pedro says:

    Este texto podia ter sido escrito a propósito de qualquer outra pessoa, não passa de um vulgar elogio fúnebre em que se louva a personalidade do finado. Toda a gente tem algo de louvável. As maiores acusações de que Rosa Coutinho foi alvo (falsas ou verdadeiras) têm a ver com o seu papel no processo independentista angolano, com a forma como este decorreu e com o facto deste ter priveligiado alguns sectores em detrimento de outros. Sabe-se o que aconteceu depois, sabe-se que Angola ainda não se recompôs de décadas de guerra civil, sabe-se que a maior parte da população vive hoje concentrada numa única cidade, Luanda, sabe-se quem governa Angola e como é governada.
    Sobre isso o texto não diz uma única palavra, porque é propositadamente asséptico, propositadamente “correcto” e, desta maneira, podia ser escrito sobre qualquer outro e subscrito por quem quer que seja.

    • Luís Moreira says:

      Sem dúvida, mas é o testemunho de quem o conheceu de muito perto.

  4. Aconselho vivamente a leitura das entrevistas do dito almirante. Não as de há pouco tempo, mas sim as da época de 1974-76. São por si mesmas, um terrível libelo acusatório. Não vale a pena branquear-se a história, até porque os jornais, esses, não os puderam fazer queimar ou recortar. Vão até à BNL ou à Hemeroteca. Está lá tudo e mais alguma coisa. O homem era um vaidoso e mais não digo. Os outros pagaram pela cretinice e desfaçatez.

    • Luís Moreira says:

      Nuno, eu tambem achei que naquele tempo o Almirante tomava medidas muito de acordo com certa ideologia, mas não sei se ,naquelas condições, poderia ser diferente.

  5. Nuno Castelo-Branco says:

    Claro que podia, Luís. Uma vez que estava em jogo a vida de milhões de pessoas e a honorabilidade de um país inteiro, o homem podia ter-se esforçado um pouco e pensar para além da sua cabeça “à Yul Brynner”. Até porque houve gente do mesmíssimo sector político que jamais se envolveu em iniquidades de tal calibre. Honra lhes seja feita.

    • Luís Moreira says:

      Ele foi sempre muito “atreito” a uma certa linha. Os amigos dele dizem-me que não era por razões ideológicas. Não sei. tenho dificuldade em criticar “os capitães de Abril”

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