O Escritor Fantasma é mais que um bom filme

Antes de mais: vale a pena ver O Escritor Fantasma (The Ghost Writer). Isto se gostarem de boas histórias e contadas com rigor. Porque é isso que acontece neste filme de Roman Polanski, que realiza e assina o argumento, numa adaptação de um livro de Robert Harris.

Polanski sabe como encenar um texto delicado, que exige cuidado. Estão lá os detalhes. A começar no clima sombrio que acompanha toda a história, as fórmulas dramáticas para a revelação dos segredos que a percorrem, o ambiente sinistro que nos deixa sempre na expectativa.

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Por aqui circulam boas interpretações. Desde um Pierce Brosnan em boa forma, passando por um Ewan McGregor suficientemente contido para vestir a pele de um escritor fantasma discreto, até uma excelente Olivia Williams.

O filme aconselha a que se goste de política. E dos bastidores que rodeiam as grandes decisões do mundo. Esta é uma história cheia de política. O ex-primeiro-ministro britânico, Adam Lang (interpretado por Pierce Brosnan), parece apontar para Tony Blair. Curiosamente ambos, um na ficção e outro na realidade, a braços com potenciais investigações do Tribunal dos Direitos do Homem por causa da guerra no médio oriente. Pelo meio até surge uma secretária de Estado norte-americana que é uma sósia de Condoleezza Rice, o que ajuda a acentuar as muitas coincidências entre a ficção e a realidade.

O Escritor Fantasma é um bom entretenimento. Com o condão de nos fazer pensar, o que, nos dias de hoje, não é fácil.

Comments

  1. Luis Moreira says:

    É um bom filme e mostra como se chega ao cume da política.

  2. maria monteiro says:

    e também mostra o que pode acontecer a quem junta as peças do puzzle

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