“O homem que, na tarde de domingo, conduzia o automóvel que abalroou e matou um rapaz de 13 anos, em Fafe, fugindo de seguida, entregou-se na GNR no dia seguinte. Tinha saído da cadeia há pouco tempo, não tem carta e o carro estava ilegal. Foi libertado.” – JN, 05 Agosto 2o1o.
Um indivíduo sem carta abalroou um outro ser humano, de carro. Assustado, desaparece do local, entrega-se às autoridades no dia seguinte. Ouvido em tribunal, é mandado para casa esperar. O falecido vai a sepultar, não reclama.
Faz calor, apetece-me um refresco. E assim seguimos, felizes e contentes, as mortes na estrada não são crimes, é como quem vai às putas e regressa a casa depois de uma sticada no meio do eucaliptal. Tudo normal, um dia normal.
E quem os ouve, é vê-los encherem a bocarra com o “estamos num estado de direito”… eu diria antes que estamos num “estado de diarreia”.
O estado é uma bruta indigestão, e a justiça é o vómito nojento que se lhe segue!
O que escreve é uma chocante verdade. Quando andamos na estrada a nossa vida não vale uma pevide. É como se as estradas fossem um território à parte, sem lei, onde vigora uma inacreditável licença para matar. Até quando?