Têm alguns dos meus escritores favoritos a mania de serem reaccionários, alguns ultrapassando todos os limites. Mario Vargas Llosa só se chega perto, mas o suficiente para me deixar a tranquilidade de não confundir a vida dos escritores com a sua obra, regra aplicável de resto a todas as artes.
Apaixonei-me à primeira vista com uma cidade e seus cachorros, e não tenho sido traído ao longo de uma Guerra do Fim do Mundo, nunca esquecendo Pantaleão ou o Elogio de uma Madrasta de fazer inveja a qualquer adolescente.
Às vezes a academia sueca acerta com o meu mau gosto, poucas vezes, este ano lá calhou ser uma delas. Parabéns Mario Vargas Llosa, e parabéns América Latina e falantes do castelhano (uma bela língua embora por estes lados nunca se dê por isso).
Essa do fascista era escusada, ó jotajota. O homem (a obra) merece o dito cujo. Aliás outro “fascista”, o ZéLuís, também merecia e népias.
(mas a verdadeira notícia da semana e que ainda não te vi comentar foi aquela em que um certo e determinado treinador que veio dizer que lhe tinham roubado um penalti e que depois afinal não era bem assim, mas não senhor, sim senhor o árbitro tinha gamado na mesma, portanto ele continuava a ter razão. Já há muito que não me ria tanto. Só fiquei decepcionado com o teu silêncio).
Ó grande comentador: a do fascista é pura provocação, não resisti. O Celine não merecia um nobile porque está muito acima, muito acima, e devo ter falhado na insinuação e subtileza da coisa, onde nem tu chegaste.
Quanto ao meu silêncio sobre o aprendiz ter afinal aprendido tudo do feiticeiro, não me faltava mais nada que andar a explicar a quem não sabe como se faz. Houve uns cronistas que o fizeram, mas é segredo, se fosse muito repetido até o Jesus aprendia, o que ia dar a quem lhe paga uma confusão do caraças. Estive para lamentar a Académica ter sido apanhada pelos otomanos, mas como é por pouco tempo deixei ficar.
E qual a relação do novo livro do Llosa com o Benfica?
O Miguel Dias deve (querer) saber…
pois.
(é claro que eu não me referia ao zé luís, mas ao Jorge Luís)
JJC, estou plenamente de acordo. Uma coisa é a obra e outra o homem. Mas com tanta coisa boa para ler, e que eu não leio por falta de tempo, dispenso ler, ainda que digam que é bom, o produto de homens por quem o meu respeito é escasso, e que produzem no meu ser anticorpos que levam a uma leitura mais parecida com agressão imunológica do que com prazer de leitura.
Fazes mal, Adão. As qualidades da obra sobrepõem-se aos defeitos do homem.
Eu gosto do Llosa. No Verão, li, um livro dele: Memorias de la niña mala ( acho que é assim) em castelhano. Li tudo, com prazer, sem esforço. O que já não me acontecia há que tempos.
Cadengue Miguel, auá! O Llosa é chimbado pelo Benfica? Verdade ou estás com a biriroca? Vidas Boas no Kinaxixi, meu.
Mas este Vargas Llosa é mesmo um fascista que sempre apoiou as ditaduras de direita,inclusive o golpe de estado nas Honduras esse golpe não o incomodou.