Como numa novela de há uns anos

RTP: primeira mira técnica

Há uns anos, quando televisão e RTP1 eram sinónimos, mesmo se atendermos ao fugaz lampejo que eram as quatro ou cinco  horas de emissão nocturna da RTP2, a telenovela que estivesse no ar tinha sempre alguns pontos em comum. Lembro-me das actuações com ar forçado e, apesar delas, da continuada presença dos mesmos rostos. Como se uma má representação não fosse motivo suficiente para mudar de actores. Mas tudo se passava em circuito fechado, numa viagem por vias paralelas à realidade.

De cada vez que olho esse Prós&Contras parece que estou a ver uma dessas novelas. As mesmas caras e a mesma artificialidade, também funcionando em re-alimentação.

Como é que se mudam estes actores que nos governam quando o público acaba sempre por bater palmas no final da peça?

Comments

  1. João Paulo says:

    Naquele rebanho todo, podiam mudar a cabra.

  2. 🙂

  3. Naõ pense, a propósito do exemplo que apresenta, uma de duas coisas: primeira, que isso é feito com outras intenções que não sejam as de entreter a populaça; segunda, que a dita populaça podia viver sem esses momentos, não de alta costura, mas de alta ternura desde de que se levanta até que se deita. Ora, se quando falamos de sistema temos que ter a consciência plena do que se trata, e mesmo que estes sejam executados por gente pouco ardilosa, como me parece ser o caso da Fátima, que é mais um caso de afirmação pela vulgaridade do que uma intenção manipuladora, porém, são pensados por verdadeiros macacões da alienação, que, contudo, precisam de vaidosos disponiveis. Sistema, eis a questão, e requer uma estratégia, uma táctica, uns quantos actores e muitos espectadores, para que a causa sai vencedora e uns quantos possam dominar com toda a segurança. O que é que acontece no mundo que não seja objecto do interesse da televisão? Nada. E o que aconteça que não passe na televisão? Não aconteceu. É a perfeição do sistema a mostrar a sua força.

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