Presidenciais: a opinião de uma profissional do sexo

Exclusivo Aventar: declarações explosivas da prostituta que prestou serviços aos seis candidatos presidenciais

Em mais um rigoroso exclusivo, e após uma investigação cuidada, o Aventar descobriu Maria (nome fictício), a prostituta cujos serviços, por coincidência, foram solicitados pelos seis candidatos presidenciais, durante a presente campanha. Porque a perspectiva desta profissional do sexo pode permitir aos nossos leitores uma visão diferente dos seis homens que poderão vir a ocupar a cadeira presidencial, aqui deixamos as declarações de uma mulher que partilhou a intimidade de todos eles, ainda que por breves momentos.

No geral

“Olha, amor, os políticos são na cama como na rua: falam muito e não fazem nada. Tirando o Manuel João Vieira, que é um homem como deve ser, que sabe portar-se como um porco, nunca mais aceito clientes vindos da política, até porque isto pode vir a saber-se e fico malvista e eu posso ter muitos defeitos, mas sou muito limpinha, ficas a saber.”

Sobre Cavaco

“Olha, lindo, só te digo uma coisa: ainda bem que há esta regra de não darmos beijos, que o homem tinha-me aquela boca toda cheia de restos de bolo-rei. Ele disse-me que é um trauma já de pequenino: quando os pais lhe ralhavam, metia um pedação de bolo na boca. Mesmo quando eu lhe comecei a dizer que ele tinha de se comportar de outra maneira e responder àquilo que lhe perguntam, sacou de uma fatia de bolo que tinha no bolso no casaco e pôs-se-me a mastigar ali mesmo à minha frente, com a boca toda aberta. Agora, o pior foi ter estado mais de meia hora a explicar-lhe que não se dizia “pustituta”. Antes de se ir embora, disse que não queria dar uma segunda volta, porque ficava muito caro.”

Sobre Alegre

“Credo, que voz linda que o homem tem e a vaidade que tem na voz! Eu bem me pus assim toda sexy, com uma lingerie linda, mas o homem só sabia andar pelo quarto a dizer poesia. Fiquei tanto tempo naquelas posições de capa de revista que até tive cãimbras, poça lá para a poesia! Aquilo foi “Pergunto ao vento que passa” e coisas assim. E depois, pôs-se a inventar frases assim todas coisas, tipo “Vou alimentar-te com a minha voz até a tua carne ficar saciada” e uma quadra que me dedicou que era assim “Não sentes na tua pele/A grossura da minha voz?/Hei-de desfazer-te em mel/E misturar-te com noz.” Depois, começou a perguntar-me se eu estava a gostar e eu lá tive de fazer de conta que estava toda maluca. Despediu-se todo contente e disse: “Se, dia 23, aquilo correr mal, venho cá declamar-te aquele que diz “E alegre se fez triste””

Sobre Fernando Nobre

“Ai que querido que é o doutor! Olha, foi o primeiro mesmo a tocar-me. Mal o cumprimentei, como estava um bocadinho rouca, sacou de uma espátula e enfiou-ma quase até ao umbigo, ia-me vomitando toda, mas isto já se sabe, uma pessoa nesta profissão tem de estar preparada para tudo e olha que já tive de fazer bem pior do que meter a espátula na garganta. Depois lá se acalmou e lá fomos falando mais um bocadinho. O problema foi quando tirei o soutien! Bem, o homem parecia que tinha uma mola, salta-me da cama aos gritos a dizer que não tem medo de nada, que já esteve no meio de balas, terramotos, campos de refugiados e até claques de futebol. E eu disse-lhe: “Pronto, amor, eu ponho o soutien outra vez.” e lá acalmou. Olha que isto é tudo natural, silicone do melhor! Ora bota aqui a mão. Ui, filho, também estás com medo? Não te ia cobrar nada. Bom, o senhor lá foi embora e prometeu-me que só não volta cá se lhe derem um tiro nos tintins.”

Sobre Francisco Lopes

“Ai esse vê-se que é boa pessoa, mas tem assim um ar tão sério e começa logo a falar sem lhe perguntarem nada. Quanto entrou, era camarada para cima e camarada para baixo e eu pensei logo que era um daqueles que gosta de chamar nomes. Depois, começou a passear com as mãos atrás das costas e pediu-me que lhe mostrasse as instalações. Ora, eu não tenho muito para mostrar, mas lá lhe mostrei o bidé e a cama. E ele ia dizendo: “Isto não são condições de trabalho, camarada, é o grande capital que explora continuamente os trabalhadores e as trabalhadoras e que asfixia as pequenas empresas como tu.” Bem, até estive quase a fazer-lhe um desconto, que nunca ninguém me tinha chamado “pequena empresa”. Foi-se embora e deu-me assim um abraço muito forte e disse-me que havia de voltar aqui, na clandestinidade.”

Sobre Defensor Moura

“Ao princípio, não gostei, confesso. Obrigou-me a vestir de noiva de Viana e nem cumprimentou nem nada e já estava a perguntar se o Cavaco pagou e a apostar que não tinha pago e que nem ia pagar. Depois, só dizia coisas que eu não percebia e ria-se muito. Dizia que o Cavaco tinha de nascer duas vezes para ser tão bom na cama como ele. Quando comecei a tentar assim seduzi-lo, disse que não, porque era contra o centralismo e eu ainda lhe disse que podia descentralizar se quisesse. E comecei a fazer-lhe festinhas e até já lhe tinha conseguido descalçar um sapatinho. Depois, perguntei-lhe se não queria tourada e o homem ficou possesso. Pôs-se aos gritos a dizer que não me admitia aquilo e saiu com o sapato na mão e tudo. Olha, amor, não percebi nada, aquilo deve ser das águas do Lima ou qualquer coisa assim.”

Sobre José Manuel Coelho

“Ai é tão querido o raio do homem! Mas é um bocadinho chato. Para já, estava sempre a bater à porta quando os outros estavam cá dentro. Foi o único que chegou a fazer alguma coisa, mas nem dei por nada, deve ser por isso que se chama Coelho, que até parecia que já tinha acabado antes de começar. Mas é tão cómico. Olhe, também me chamou uma coisa que eu ainda hoje nem sei o que é: piuta ou assim. Entrou-me aqui e só trazia vestido um relógio muito grande à frente e uns boxers com aquele símbolo do Hitler. Depois, não percebi bem, estava sempre a falar do jardim e achei muito estranho, porque tinha até feito a depilação há pouco tempo. Foi-se embora a correr, porque disse que lhe tinha cheirado a câmaras de televisão.”

Comments

  1. adao cruz says:

    Maravilha caro Nabais

  2. Fernando Nabais says:

    É preciso dar mais voz às prostitutas, que os filhos já são demasiado ouvidos. Obrigado, Adão.

  3. Bulimundo says:

    Por favor vamos todos colaborar com esta petição..
    http://zebedeudor.blogspot.com/2011/01/sugestao-carraca-para-uma-proxima.html

    • Fernando Nabais says:

      Não sei se me parece bem aviltar dessa maneira os órgãos sexuais dos portugueses e das portuguesas, zonas demasiado importantes para terem semelhanças ou contactos com a cara dos políticos que temos, que, aliás, não precisaram de ser transformados em dildos para nos… prejudicarem. Irra, consegui ser quase educado do princípio do fim!

  4. Meu caro,
    só agora tive oportunidade de ler. Muito bom.
    Abraço

    • Fernando Nabais says:

      É a voz da experiência, a voz da mais antiga profissão do mundo. Obrigado.

  5. Puta demasiado fina, já se vê… para desdenhar assim de tão ilustres candidatos!
    E logo os seis mais cultos, mais impolutos e mais competentes portugueses! Também… se não fossem mesmo os “melhores” nem poderiam concorrer a este “concurso”, não é?!

    Ó Nabais, será que me pode dar o telefone da “menina”?

    • Fernando Nabais says:

      Ó meu amigo, isto é uma puta tão fina que nem tem telefone.

  6. Estas tentativas de incursão no domínio literário são um desastre… «sapateiro, não vás além da sandália»… Politicamente, também é uma idiotice. E, como stand up, é patético.

    • António Fernando Nabais says:

      Literatura? Não me parece. Desastre, muito provavelmente.
      Afinal, o seu nome é Apeles? Tenha paciência, mesmo os sapateiros têm direito a divertir-se e a blogosfesra é o paraíso dos patetas como eu.
      Idiotice política, concordo, embora não menos idiota que a política.
      “Stand-up” por escrito só podia ser patético.
      Enfim, estamos de acordo. Obrigado.

      • A mim também não me parece, mas sendo uma (ainda que anedótica) incursão no domínio ficcional só pode ser classificada como (péssima) literatura. De futuro, poupe-se.

        • António Fernando Nabais says:

          Em termos genológicos, parece-me poder ver-se aqui uma ambiguidade: será isto ficção ou drama?
          Registo o seu conselho para me poupar, mas gosto de escrever, tal como gosto de jogar futebol; ora, o facto de nunca vir a ser Eça ou Maradona nunca me impedirá de insistir, mesmo que jogue à bola como o primeiro e escreva como o segundo. De futuro, poupe-se.

          • Se você não aceita uma crítica e não entende que escreveu um texto lamentável… Mas eu percebi logo o seu pendor para a loquacidade – e só nisso a sua insistência em dizer nada faz sentido.

  7. Fernando Nabais says:

    Caro senhor
    Agradeço o tempo que perde comigo, mas fico com a impressão de que o asco que lhe causou o meu texto o impede de perceber os meus comentários. Repare: a sua crítica é perfeitamente legítima e o texto poderá ser lamentável ou pior, na sua opinião e na de muitos outros. A única coisa que exerço é o meu direito a exprimir-me, escrevendo onde me apetecer e onde me aceitarem, enquanto me apetecer e enquanto me aceitarem. É, no fundo, uma forma pública de onanismo, de dar vazão à minha verborreia. Se for atentado ao pudor, paciência.
    Em resumo, a ver se nos entendemos: aceito (com seriedade) a sua crítica, discordo (com seriedade) de alguns elementos da expressão dessa crítica, rejeito (divertido) o seu conselho. Fique bem.

    • O Klatuu é um castiço. Escreve mal que se desunha, critica os conteúdos que depois tenta imitar, é contra temas que desenvolve, é uma espécie de dialéctica dentro de si próprio.
      Eu gosto de trolls, ai se gosto.

    • Guarde as suas impressões para si, seja objectivo, se conseguir. Quanto ao mais, e se alguém aqui está a perder tempo, ou não… quem escreve, espera leitores, e este blogue tem caixa de comentários… O seu texto não me provocou qualquer asco (não tente «transformar-me» em freira púdica) – provocou-me tudo o que já lhe expliquei e não vou repetir-me. É um texto que ficaria muito bem noutro tipo de blogue (quiçá entre duas anedotas de traques); neste blogue ficou mal.

      P. S. Quanto a este João esperto: ninguém falou para ti, e vai insultar quem te fez as orelhas.

      • António Fernando Nabais says:

        Não se repita, então. Os chefes aqui do Aventar tomarão nota da sua reclamação. Entretanto, vê-se o verniz a estalar: “traques” e “quem te fez as orelhas”.

        • Meu caro, aqui não há verniz… anedotas de traques são parte do mesmo anedotário das anedotas de putas.

          Quanto ao mais… fui até muito educado, poderia, facilmente ter mandado esse fulano fazer um minete à mãe. Eu não falei para esse cavalheiro, o mesmo ofendeu-me chamando-me «troll», etc. A partir da altura que somos insultados, cabe ao insultado decidir como reage a um insulto, ou não?? Na vida costumo reagir muitas fazes partindo o focinho a quem me insulta, e com todo o direito! Questões de feitio, meu caro, questões de feitio, e ainda está por nascer o cabrão que me dê lições de educação, garbo e masculinidade. Alguma dúvida mais, estou inteiramente ao dispor de vossas excelências.

          • Errata: leia-se «vezes» e não «fazes».

          • De masculinidade não dou lições a ninguém. Já sobre minetes podia dizer umas coisas, mas tenho a sensação que desse lado receberia em troca uma aula sobre felação prática, onde tudo teria a aprender, mas não estou interessado.
            E a conversa acaba aqui, trocados os galhardetes, que isto não é um salão de chá mas embora metendo putas também não vai descer a bordel.
            Entendido?

          • António Fernando Nabais says:

            Ó caríssimo Klatuu, quando vejo alguém afirmar que parte frequentemente o focinho de quem o insulta e que não há cabrão que lhe dê lições de, por exemplo, educação, não tenho mais dúvidas.

          • Não tenha.

      • Objectivo? você chega aqui e acusa-nos de “exploração abjecta de um caso de assassinato”. Umas horas depois debita a sua opinião sobre… o caso de assassinato.
        Agora volta às lições de moral. No Aventar não há coisas que fiquem mal, só porque efectivamente o Klatuu acha que ficam mal. É que o blogue é antes de mais dos seus autores, que escrevem sobre o que lhes apetece, e com o estilo que lhes dá na gana. A malta escreve porque gosta. Quem não aprecia, siga viagem. E quanto a este texto está à vista que muitos gostaram.
        E vai tratar por tu a miudagem do teu recreio, ó moço, que um mínimo de civilidade fica sempre bem.

        • Nos? Há um plural a mais, ou são uma pessoa colectiva… é que eu sei bem que posts comento e de quem. Quanto ao mais fiquemos por aqui: você não passa de um palerma com a argúcia de uma cebola… Eu não sou mais jovem que a maioria de vocês: sou da fornada do início de 6o. Meio século é mais do que preciso para cheirar idiotas a quilómetros. E de futuro, não retire a língua do cu, seja educado, viverá com mais saúde.

          • Retirem então caixa de comentários, ou apaguem os posts que vos desagradem – bem mais honesto, e mais fácil que a triste figura de cretino que você fez, ainda por cima metendo-se em conversa alheia, sem nada mais para dizer que não ofender-me, seu monte de merda. Aí o professor tem um sentido de humor ao nível dos meninos do Ensino Básico, mas ao menos é educado e até tem um certo fair play.

          • Ó atrasado mental, e que me desculpem os atrasados mentais, o post está assinado Aventar, sim, é colectivo.
            Quanto ao resto conversa acabada. Em posts meus não voltas a comentar.

          • Vai fazer um minete à tua mãe. Já disse à meia dúzia de comentários atrás que estou inteiramente ao dispor! Gostava de ver um borra-botas como tu a chamar-me atrasado mental na cara… 🙂

          • Não percebi o que é que era colectivo… Algum gang bang de génios como tu, ó filho da puta? 🙂 Já sabes, estou ao dispor!

          • Ora, ora, atrás de um monitor é tudo tão fácil… Pois ficas a saber, não tenhas o azar de te cruzar comigo, há mais marés que marinheiros e Portugal é pequenino! E ficas informado: aqui o «troll atrasado mental» tem uma formação universitária acima de licenciatura, e outros valências… Se faço um blogue com pseudónimo de puto só a mim isso diz respeito. Há cada borra-botas a fazer blogues para tentar ser alguém, e há quem veja num blogue um bom escapismo a ser quem é. Quanto ao mais, não vales um peido… 🙂

  8. realpeopledon´tlikeintelectualhookers says:

    Eu concordo com o Klatuu- quem não sabe escrever deve limitar-se a ler. Também poderá tentar evoluir na escrita, sei lá, frequentando cursos de escrita criativa ou lendo mais, muito mais.
    Mesmo assim e porque sou uma democrata, ainda que julgue que Diderot tinha alguma razão quando defendia que a literacia é fundamental para que a capacidade reflexiva individual se , li o seu texto, Fernando Nabais, e fiquei com algumas dúvidas:
    (1) na sua prosa nota-se um certo conhecimento da perspectiva da protagonista. Alguma razão em particular? Vou ser mais clara: parece conhecer bem as dinâmicas desses sub-mundos desde a cave, ao escritório ou à penthouse (a meu ver, a actividade é a mesma).Porque se fosse um bom escritor até poderia ter a capacidade para conceber um mundo só por detectá-lo à distância…
    (2) Será que se pode inferir que o FN está a querer afirmar que Portugal se transformou num autêntico bordel e que a crise monetária e de valores só veio acirrar essa tendência? E que o universo da política lhe segue o exemplo? E que outros universos mais sorrateiros (esta palavra aqui aplicada tem a sua graça!), mas nem por isso menos actuantes, também se inscrevem no paradigma? Em caso afirmativo da disseminação colectiva desse síndroma colectivo do Intendente, do Escritório Fechado ou do Elefante Azul,desculpe, Branco, poder-se-á dizer que tão prostituto(a) é (o)a que vende o corpo, numa gradativa escala variante ascendente de preços- “rasca”, “remediada” e “fina”-, sobre a qual o FN talvez nos possa elucidar, como aquele que vende a consciência ou entra em esquemas de “tráfico de influências”? E que tão prostituto(a) é aquele(a) que presta serviços sexuais a clientes desconhecidos ou mais ou menos conhecidos como aquele(a) que o faz para agradar ao(s) boss(es) em díspares contextos profissionais, nem que seja para, horizontalmente, subir- aquilo que antigamente se dizia uma letra na Função Pública?
    Claro que, para mim, por mais roupas de marca ou objectos com glamour com que se adornem, a actividade é a mesma, aliás, acho que respeito mais as do Intendente- sabe-se lá o que passaram para estar ali e, ao menos, assumem-se…

    • Eu concordo com o Klatuu- quem não sabe escrever deve limitar-se a ler.

      Se concorda, então pratique. E boas leituras.

    • Fernando Nabais says:

      Cara senhora
      Nunca frequentei cursos de escrita criativa. Leio muito e espero ler muito mais, mas quando não há dom, não há milagres: aproveitando, mais uma vez, a metáfora futebolística, não é por ter visto muitos craques jogar que fiquei igual a eles. É por isso que me fico por blogues, sendo escusado gastar papel com prosas ruins. De resto, entre a escrita em ambiente virtual e a impressa há uma semelhança: só se lê o que se quer.
      Registo, agradado, o facto de ser uma democrata e secundo a sua defesa da literacia como fundamento da cidadania.
      No que respeita ao ponto 1, terá de ficar sem saber se domino as dinâmicas desses submundos (não tem hífen) ou de outros quaisquer. De qualquer modo, respondo-lhe com outra provocação que se pretende apenas pedagógica: pareceu-lhe verosímil o discurso da personagem? Quer isso dizer que corresponderá a uma perspectiva sua conhecida?
      Quanto ao ponto 2, ressalvando a provocação que me faz acerca do meu mais que provável conhecimento acerca dos preços praticados no mundo da prostituição, concordo com tudo.
      Para terminar, independentemente da qualidade dos textos, há um cuidado a ter na interpretação e na análise de textos ficcionais: evitar a tentação do biografismo básico. A vida é uma coisa e a escrita é outra: ler um texto não é conhecer o autor. E, agora, desculpe, mas tenho de ir abrir a porta, que está a chegar o cliente das 4 e meia.

    • O sexismo e machismo de taberna são evidentes, mas nada no texto é bom.

      • António Fernando Nabais says:

        Conhece-me tão bem, caríssimo. Foi um prazer.

        • Não se faça de tonto. Eu referia-me ao texto, e não tenho a pretensão de ser psicanalista à distância. No meu entender o seu texto é de mau gosto e má graça, simples, sexista e machista, também, e isso é universalmente óbvio, mas também comum no anedotário do género. É a minha opinião. O facto de você estrebuchar tanto por causa de uma crítica – até ligeira, basta ler o meu 1º comentário – é que ganha cada vez mais foros de insólito…

          • António Fernando Nabais says:

            Caríssimo, você tem dificuldades de compreensão, mas vou fazer uma última tentativa:
            1 – está no seu direito de não gostar do que escrevi. Se ler com atenção, não defendi a qualidade do que escrevi, porque não me cabe a mim ser juiz em causa própria. Há quem tenha gostado, há quem não tenha.
            2 – limitei-me a rejeitar o seu conselho para não escrever mais. Só isso.
            De resto, já sabe que, aqui, no Aventar, a caixa de comentários está aberta: use-a. Os autores dos textos estão identificados: leia-os ou não. Poupe-se, se lhe apetecer.

          • Meu caro, você padece de pensamento circular com emoção de desgaste.
            Achei o seu texto uma caca. Ponto final. Mas você não se conforma com isso. Deixe lá, há-de haver quem goste…

          • Santa Paciência says:

            O sr. Embuçado é um Xatuu… Pode ter os graus académicos que quiser e entender, isso não lhe dá carta branca para ser uma criatura aborrecida e impertinente. Não aborrece os autores, aborrece os leitores! E quanto a graus académicos… Pena é que existam tantas nulidades pelas nossas universidades!

          • Vai pró caralho, filho da puta! (É a única resposta que mereces. E volto a lembrar-vos: estou inteitamente ao dispor para me encontrar pessoalmente com quem neste blogue esteja a precisar de um correctivo de realidade…)

  9. A. Pedro says:

    Depois disto, e sem pretender ser literário no comentário, ocorre-me que perante tão sagazes e loquazes leitores -esta tendência para a rima é consequência de tanta eloquência – podemos mudar de tática (acordo ortográfico):

    A partir de agora, em nome da qualidade, deixamos de publicar textos e passamos a publicar só os comentários.

  10. realpeopledon´tlikeintelectualhookers says:

    Ao JJC: obrigada, ainda bem que mo diz, sinto-me lisonjeada, acredite, pois não creio que caracteres vivenciais opostos se possam alguma vez conciliar e, nisto da escrita, o carácter vem ao de cima, ainda que a prosa possa não ser biográfica. Mas noto, com certa perplexidade, a necessidade premente do autor de um texto ser defendido por uma sua sombra.O que comprova, em parte, uma teoria minha que não vou aqui referir, dado que não quero ser deselegante.

    Ao FN: tem toda a razão quanto à ausência do hífen (que lapso!), mas pensando bem, o hífen até reforça aquilo a que me referia quanto a uma miríade de mundos subterrâneos, distintos na forma, iguais no conteúdo e a clara distinção entre dois prefixos antagónicos- sub e super.
    Até porque, continuando a discorrer sobre o paradigma da intendentização ou elefante branquização (neologismos, claro está) social, muito presentes na teoria subjacente à sua crónica de cos(r)tumes, será que poderiam emergir duas novas personagens de BD – o Sub—- homem e a Sub—-mulher que, contrariamente ao S no peito, teriam um V na testa, mais ou menos explícito? E que esse V poder-se-ia adequar a várias vendas, mais ou menos explícitas de corpo (VC) e (ou) de consciência (VCC e VC)?
    Reforço o que disse: continuo a deter mais respeito pelos que se assumem e que caíram em vidas marginais por vidas marcadas pela tragédia e o assumem do que os que o fazem e se armam em grandes senhores/ senhoras quando, de facto, se dobraram e dobram. Logo, a resposta à sua pergunta está dada.
    E reparo que o FN não entendeu as minhas questões (fui, talvez eu que não fui explícita): a sua personagem não poderá ser tida como uma personagem-tipo dessa venalização social? E o que é que distingue os dois tipos de venda? A meu ver, nada. Aliás, como humanista que sou e a importância que dou à Vida, na minha opinião, qualquer venda é mais do que imoral- é completamente não ética.

    Reparei, igualmente, que me esqueci de acabar uma frase- escrevi o comentário de rompante e nem o reli (que falta a minha!): “Mesmo assim e porque sou uma democrata, ainda que julgue que Diderot tinha alguma razão quando defendia que a literacia é um requisito fundamental a uma capacidade reflexiva individual crítica (…)”

    Ficai bem…

    • Ó senhora, por quem sois, o meu amigo Nabais não precisa de mim como defensor, sobretudo em cousas da língua pátria, de que sou mero amador enquanto ele com ela e por ela ganha o pão.
      Mera diversão, os meus comentários, mera diversão.

    • Fernando Nabais says:

      Cara senhora
      Não creio que o João José me quisesse defender, o que não o impede de exprimir as suas opiniões, sejam elas coincidentes com as minhas ou não. Quaisquer teorias que queira desenvolver acerca da nossa coincidência nesta ou noutra caixa de comentários ficarão, evidentemente, ao seu critério, tal como a elegância que povoe a sua mente ou deserte dos seus pensamentos.
      Como saberá, o debate sobre os limites da interpretação já tem uns anos, mas se há coisa que não desejo é ser eu, mísero autor de disparates ao nível da anedota ordinária, a impor esses limites. Mesmo que fosse um escritor genial ou, até, mediano, o silêncio acerca de tal tópico deveria ser o mesmo.
      Independentemente, repito, de concordar consigo no que respeita à essência meretrícia da sociedade em que vivemos, quis apenas brincar com os estereótipos, quis ser engraçado e acutilante, passeando pelas características dos candidatos presidenciais, descidos ficcionalmente àquilo que é considerado um submundo. Pelos vistos, na sua opinião, não alcancei nenhum dos objectivos. Paciência! Seja como for, não a posso privar do direito a interpretar o texto como quiser.
      Também não a posso privar, como é evidente, de pensar que pode definir o carácter ou os limites éticos de um autor, de um cidadão, com base nas ficções que este escreve, indendentemente da qualidade da escrita.
      Sendo assim, e para confirmar o meu desrespeito pelas mulheres que se dedicam à prostituição, vou sair de casa daqui a bocadinho para me dedicar ao meu passatempo favorito nas noites do Porto, embora pudesse fazê-lo no Intendente: andar pela rua a insultá-las. É certo que preferia desrespeitá-las de outra maneira, mas sou funcionário público e já não ganho que chegue.
      Fiquemos todos bem, pois.

  11. Fernando Nabais says:

    “indendentemente” tem a sua graça, mas preferia ter escrito “independentemente”

Trackbacks

  1. […] Voltámos a contactar Maria e conseguimos obter, novamente, depoimentos desta profissional do sexo acerca dos momentos de intimidade que viveu com os dirigentes dos partidos com assento parlamentar. Já soubemos, entretanto, que Garcia Pereira irá interpor uma providência cautelar para que Maria seja obrigada, também, a recebê-lo. […]

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