Aljamía

A conversão das mouriscas

O baptismo das mouriscas. Baixo-relevo do altar-mor da Capela Real de Granada

Durante o período da conquista cristã do Al-Andalus surge um grupo social denominado Mudéjares, designação proveniente do Árabe Mudajjan ou Domesticados, constituído pelos muçulmanos que conservam a sua religião mas que, progressivamente, adoptam os hábitos e a língua dos cristãos. Nas cidades perdem o direito a viver nos núcleos muralhados, sendo transferidos para os arrabaldes, para bairros que tomam o nome de Mourarias. São tratados como cidadãos de segunda, apesar de lhes ser reconhecida a sua identidade cultural e religiosa.

No século XVI os Mudéjares são forçados à conversão ao Cristianismo, e à adopção obrigatória da língua e costumes dos cristãos, incluindo a forma de vestir, passando a ser denominados Mouriscos. Muitos aceitam a conversão forçada, não por fé no Cristianismo, mas apenas para poderem viver na sua terra e manter os seus bens, já que a não conversão obrigava à sua expulsão da Península Ibérica. Convertem-se, mas apenas na aparência, já que mantêm a sua fé no Islão, os seus hábitos e costumes.

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Mouriscos em Granada. Gravura de Joris Hoefnagel, 1564

Sobre os Mouriscos começam a recair acusações de professarem o Islão em segredo, iniciando-se um processo de perseguições sistemáticas que se generalizam com a instituição da Santa Inquisição, em que a igreja católica e o poder político instalam um clima de terror  sobre as comunidades Muçulmanas e Judias.

Apesar de o problema ser aparentemente religioso, as verdadeiras razões são de carácter sobretudo económico, relacionadas com a apropriação das terras e riquezas destas comunidades, e a comunidade Judia, detentora de um poder económico muito superior ao da Muçulmana, sofreu perseguições muito mais violentas.

Iniciam-se vários levantamentos de resistência, que os cristãos utilizam como justificação para decretar a sua expulsão, através de grandes migrações para Marrocos, Argélia e Tunísia. Aos expulsos é negado o julgamento e imposta a obrigação de abandonarem os seus bens e riquezas.

Com os Mudéjares surge a Escrita Aljamiada, na qual a Língua Românica Peninsular ou Romance é escrita utilizando caracteres Árabes. Aljamía deriva do Árabe Al-ajamiyya, designação que é dada às línguas estrangeiras.

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“Trajes de passeio das mulheres mouriscas em Granada”. Desenho de Christoph Weiditz, 1529

A Língua Romance, Românica Peninsular ou Latino descende dos dialectos falados na Península Ibérica entre os séculos V e VIII, trazidos pelos colonizadores Romanos, e perdurados durante o período Árabe pelos Moçárabes, ou Cristãos Arabizados. Este Latino ou Latinus no sentido de Língua Romance falada, difere do Latim Clássico que lhe está na origem, no facto de este último constituir a sua forma erudita e vernacular. Ou seja, o Romance era o latino “da rua”, falado pelos soldados romanos invasores.

O Romance está na origem das actuais Línguas Ibéricas, como o Português, o Castelhano o Catalão ou o Aragonês e foi também adoptado como língua falada pelos Judeus Sefarditas, dando origem ao Ladino.

À data da sua conversão forçada, os Mousicos já não falavam a Língua Árabe, mantendo apenas alguns termos e expressões, mas eram de facto cripto-muçulmanos, no sentido em que a sua conversão ao Cristianismo não era sincera, mantendo a sua fé nos Islão e guardando os seus ritos e costumes de forma encapotada, acto que tinha o nome de “taquiya”.

Todos os seus hábitos e costumes que pudessem indiciar a sua fé no Islão eram assim dissimulados, desde a forma de vestir, a alimentação, a forma de utilizar certas expressões e até o facto de tomarem banho regularmente, sob pena de denúncia à inquisição.

Aljamiado Mancebo Arévalo

Texto aljamiado do Mancebo de Arévalo

A última réstia da sua identidade reside então na utilização do alfabeto Árabe, a escrita sagrada do Islão, com o qual começam a escrever textos guardados clandestinamente e que tomam o nome de Literatura Aljamiada.

“A escrita Aljamiada foi assim desenvolvida partir da conquista cristã por Mudéjares e Mouriscos, pois a população de origem Muçulmana, sobretudo as camadas sociais mais baixas (principalmente camponeses), adoptara a Língua Romance após ficar em zonas Cristãs, mas conservava o alfabeto Árabe por motivos religiosos e pela valoração que o Islão dá à caligrafia.” (WIKIPEDIA, página electrónica citada)

Karima Bouras refere esta importância da escrita com o alfabeto árabe na “teimosa” preservação da identidade islâmica:

“O árabe é uma referência transcendental, uma fixação do símbolo sagrado, já que é o idioma no qual foi revelado o Corão, e os mouriscos que perderam o árabe estavam conscientes que sair da língua árabe significava sair do islâmico para o profano, e mais conscientes eram da simbologia da sua grafia; por isso, fixaram o seu sistema sagrado nessa mesma grafia sagrada”. (BOURAS, 2009, pág. 60, citando Ben Yemia)

Poucos textos aljamiados sobreviveram aos tempos, tendo sido encontrados no século XIX alguns deles, em língua Castelhana e principalmente Aragonesa, com a particularidade de constituírem formas híbridas dessas línguas, combinando a sua base com termos do próprio Árabe.

“A linguagem da aljamia (língua romance escrita em caracteres árabes) apresenta um carácter híbrido com vocábulos arábico-hispânicos e frequentes citações corânicas. É uma língua dialectal e vulgar com constantes erros de ortografia; as construções sintáticas são toscas e as palavras e idiomas são antiquados. O romance que utilizam os mouriscos é muito arcaizante, no entanto muito valioso para testemunhar as alterações linguísticas e filológicas que se operam no Castelhano na sua evolução da Idade Média para a Moderna”. (GÓMEZ RENAU, 2000, pág. 71)

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“Moriscos do reino de Granada, dando um passeio pelo campo com mulheres e crianças”. Desenho de Christoph Weiditz, 1529

Nesta citação de Mar Gómez Renau fica claro que para esta autora o conceito de “aljamia” não se resume à escrita do Romance, mas à sua identidade própria, enquanto “dialectização” do Romance.

Deste período não se conhecem textos em Português aljamiado, pelo facto de que a grande maioria dos Mouriscos das classes mais abastadas abandonou Portugal logo após a conquista cristã e os que ficaram eram sobretudo habitantes das áreas rurais, iletrados e vivendo de forma isolada, no não tendo um sentido identitário forte em relação ao Islão. A proibição da escrita com o alfabeto Árabe explicará também que pouquíssimos textos tenham chegado aos nossos dias, como refere Gómez Renau:

“A literatura aljamiada foi a dos últimos muçulmanos em Espanha. Os textos foram escritos à mão, nenhum foi impresso, mantendo-se em lugares ocultos, grutas, nichos, telhados…” (GÓMEZ RENAU, 2000, pág. 74)

David Lopes na sua obra “Textos em Aljamía Portuguesa” confirma essa reduzida importancia da escrita aljamiada em Portugal, referindo que “não teve o mudéjar a mesma importancia em Portugal e Hespanha. Nesta o seu alastramento fora mais intenso, sobretudo na Andaluzia, Valência e Aragão. Por isso em Portugal esse elemento não tardou tanto a fundir-se na massa geral; mas já não sucedeu assim em Hespanha, onde ele, não só por ser mais numeroso, mas porque políticamente teve uma existencia mais duradoura, não pôde tão fácilmente ser assimilado”. (LOPES, 1897, pág. VII-VIII)

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O Poema de Yussuf

A Literatura Aljamiada é assim sobretudo originária de Castela e Aragão e podemos dividi-la em dois períodos distintos _ durante os séculos XIV e XV, no chamado Período Mudéjar, em que se generaliza em Castela e Aragão, e no século XVI, no chamado Período Mourisco, após a conversão forçada, em que se transfere para o território de Aragão.

Os temas mais versados durante o Período Mudéjar referem-se a matérias religiosas e jurídicas. No entanto surgem também obras de criação, como literatura e ficção em prosa e verso.

O Poema de Yussuf é talvez o texto mais conhecido, encontrado no interior de uma parede de uma casa, escrito por um mourisco Aragonés, cujo conteúdo comenta a Sura XII do Al-Corão (Sûrat Yûsuf) é sem dúvida a obra mais importante da literatura Aljamiada de época Mudéjar.

Também do Período Mudéjar são a “Soma dos principais mandamentos e debadamentos da Lei e Sunna”, documento que regula os direitos da comunidade Mudéjar de Castela, e a obra do Mancebo de Arévalo, versando a religião Islâmica.

O Período Mourisco é marcado por uma forte perseguição à produção literária Aljamiada, tendo em conta que coexiste com a obrigatoriedade de conversão dos Muçulmanos ao Cristianismo. Esse facto reflecte-se nos temas tratados, surgindo obras épicas, como lendas bíblicas, textos sobre os primórdios do Islão ou evocação de batalhas célebres.

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O Estreito de Gibraltar

Com a generalização do terror da inquisição, e consequentes fugas maciças de populações, surge um outro tipo de literatura, sejam guias de viagens para apoiar o exílio das populações expulsas, sejam textos escritos pelos Mouriscos em línguas românicas a partir dos lugares para onde foram obrigados a emigrar.

“Quando parti caminhante

Da terra da bênção

Quebrando-se o meu coração

Sabe Alá que é verdadeiro;

Partindo do Mensageiro

Aumentou a minha sorte

Que morro e vivo a uma

Desta dor desgraçada”

Coplas del peregrino de Puey Monzón (ZUNIGA LOPEZ, 1959, obra citada)

A literatura Aljamiada é indubitavelmente o reflexo de uma comunidade que perdeu as suas raízes, identidade cultural e territorial. Denota uma necessidade de afirmação dessas raízes e identidade, através da evocação de um passado distante e glorioso.

“Esta literatura repõe como poucas a ansiedade de um universo terminal, não apenas de uma comunidade ameaçada de autêntico genocídio, mas sobretudo de toda uma civilização prestes a finar-se, ao fim de uma vida de mais de oito séculos em terras ibéricas.” (CARMELO, 1999, pág. 2)

O facto de a literatura Aljamiada, essa “estranha literatura híbrida” (CARMELO, 1999, pág. 2, citando O.Hegyi) combinar também vocábulos Árabes e formas gramaticais  da Língua Árabe com as Línguas Românicas, constitui um contributo para a formação das actuais Línguas Ibéricas, concretamente do Português, que conserva hoje mais de dezoito mil vocábulos de origem Árabe. (ALVES, 2013, pág. 23)

Castelo do Mar de Safim

Interior do Castelo do Mar de Safim

Existe também uma Aljamia Portuguesa, de características completamente distintas, surgida em Marrocos durante a ocupação portuguesa da costa desse país, e consequência da necessidade de entendimento entre os Mouros de Pazes ou Mouros de Sinal e os Portugueses. De facto, muitos dos Mouros de Pazes, mouros aliados da Coroa Portuguesa, sobretudo os que viveram durante o período do Protectorado da Duquela (1510-1516), ou seja, durante a capitania de Nuno Fernandes de Ataíde em Safim, sabiam falar o português, mas não sabiam escrever com o alfabeto latino. A “aljamiação” de textos portugueses era assim a forma de conseguir comunicar por escrito.

Sobre os Mouros de Pazes da Duquela escreveu David Lopes que “os mouros de pazes que aí demoravam tinham um alcaide ou capitão de campo posto da mão d’el-rei de Portugal”. E mais à frente concretiza:

“Quando Iahia (Bentafuft) veio a Lisboa, onde tão boas desculpas deu a D. Manuel que este o tornou a mandar para Safim com o título de alcaide, e capitão do campo da dita cidade: El Rei lhe assentou soldo para ele, e vinte criados seus, com o título de alcaide da província da Duquela, que depois pôs todos à obediência del Rei, e não tão somente fez vassalos com ajuda de Nuno Fernandes D’Ataíde os desta província, e doutras deste rio d’Azamor até Mogador de longo da costa, e através do mar além dos montes claros além de Marrocos, mas ainda os fez obrigar a pagarem cada ano certo tributo”. (LOPES, 1897, pág. XXXI-XXXII)

Sidi Chachkal

O Morabito de Sidi Chachkal, na costa da Duquela, junto ao Cabo Beddouza

David Lopes publicou oito cartas existentes nos Arquivos da Torre do Tombo, escritas pelos alcaides mouros Sidi Yahya Bentafuft, alcaide de Safim, pelo xeque Saíd do Cabo Guer e por Yahya ben Bolisba’, xeque da Enxovia, sete das quais dirigidas ao Rei D. Manuel e a outras autoridades portuguesas.

Segundo Suely Teixeira, citando o próprio David Lopes na edição revista da sua obra, os textos aljamiados não são originais, são cópias vertidas da tradução em português dos originais árabes. Os documentos não são datados e nem apresentam identificação do copista que os verteu em aljamia (…) Três dos oito textos possuem o original árabe com a respectiva tradução para o português. Há, também, na Torre do Tombo, cartas de Bentafuf escritas em português, no entanto, a assinatura é diferente da letra do texto, indicando que este não seria de seu punho. Lopes (1940) argumenta, ainda, que a presença entre eles de versão em árabe e português, a sua semelhança com a versão em português, e a análise do papel utilizado indicam que eles não são originais, e sim cópias, em aljamia, das versões portuguesas traduzidas do árabe”. (TEIXEIRA, 2006, pág. 20-21)

A aljamia portuguesa debate-se com o mesmo problema técnico da aljamia mudéjar-mourisca, que é o da dificuldade de correspondência entre os alfabetos latino e árabe.

De uma forma muito simplista podemos apontar várias situações para resolução do problema, como a escrita das vogais abertas com consoantes árabes (no alfabeto árabe não há vogais) e omissão das vogais fechadas; Por outro lado, as consoantes inexistentes no alfabeto árabe, como o P ou o V, são substituídas por consoantes árabes de som similar, como o B ou o F; Outro aspecto relevante é o da procura de coincidência entre escrita e pronúncia, por exemplo, substituindo o S final das palavras no plural pelo CH ou X.

Baluarte Castelo do Alto

O Baluarte da Alcáçova no Castelo do Alto de Safim

Mas ao contrário da aljamia mudéjar-mourisca, a aljamia portuguesa escreve o português sem o alterar, constituindo uma forma de apenas procurar escrevê-lo com o alfabeto árabe do modo mais perceptível possível, pelo que não podemos falar de uma aljamia portuguesa enquanto forma dialectal do português.

Não cabendo aqui interpretar o conteúdo das cartas de Bentafuft, não podemos deixar de referir que reflectem o clima conturbado do período em que foram escritas, de disputas entre os próprios mouros de pazes e da desconfiança em relação aos militares portugueses, concretamente após a morte do “nunca está quedo” Nuno Fernandes Ataíde. Mas como refere David Lopes, o alcaide mouro era tido como um importante aliado da Coroa Portuguesa:

“É verdade que Bem Tafufa serviu a nossa política com lealdade, Ele queixa-se amargamente da malquerença do capitão, e da má vontade que lhe tinham os mouros, cristãos e judeus, mais por inveja das mercês que recebia, diz-nos Góis, do que por boa razão. D. Manuel sempre foi por ele, são disso prova os documentos que ora publicamos pela primeira vez, e a crónica de Damião de Góis. Este é francamente por ele, e não lhe poupa palavras de elogio, pela lealdade com que sempre serviu Portugal”. (LOPES, 1897, pág. XXXIV)

Morabito em Safim

Morabito de Sidi Bou Salih em Safim

As duas passagens que de seguida transcrevemos são de duas das suas cartas escritas a D. Manuel, reveladoras desse clima de desconfiança e amargura em que o alcaide vivia:

Na primeira, Yahya queixa-se que são os próprios portugueses a fomentar a guerra para tirar proveitos pessoais:

“O capitão e os cavaleiros que cá estão não querem paz, senão guerra, e isto fazem por não terem nenhum proveito da paz, nem do serviço que eu faço, por não terem que tomar, nem que repartir; e por este respeito todos me querem fazer mais mal do que podem.” (LOPES, 1897, pág. 59-61)

Na segunda o alcaide mostra o seu desânimo pelo isolamento em que se sente, desprezados por mouros e cristãos:

“Os mouros dizem que sou cristão e os cristãos dizem que sou mouro” (LOPES, 1897, pág. 63)

Bibliografia:

ALVES, Adalberto. “Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa”. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2013

BOURAS, Karima. “La literatura aljamiada: una aproximación general”. Actas del taller “Literatura Hispánica y ELE”. Instituto Cervantes de Orán, 29-31 de Março de 2009

CARMELO, Luís. “A Semiose Aljamiada e o Reverso do Século de Ouro Ibérico”. Universidade Autónoma de Lisboa, 1999

DEYERMOND, Alan. “Historia de la Literatura Española”. Editorial Ariel, Barcelona, 2001

GÓMEZ RENAU, Mar. “La lengua aljamiada y su literatura: una variante islámica del español”. castilla: Estudios de Literatura 25, pág. 71-83. 2000

LOPES, David. “Textos em Aljamía Portuguesa”. Documentos para a história do domínio português em Safim. Extrahidos dos originaes da Torre do Tombo. Lisboa, Imprensa Nacional, 1897

MENÉNDEZ PIDAL, Ramon. “Poema de Yuçuf: Materiales para su Estúdio”. Universidade de Granada, 1952

SOUZA, J.G. “Literatura da Comunidade Muçulmana na Espanha Medieval”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul

TEIXEIRA, Suely Ferreira Lima. “Apontamentos para uma Edição Semidiplomática em Aljamia Portuguesa”. Rio de Janeiro. 2006

WIKIPEDIA. “Literatura Aljamiada”. https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_aljamiada. Página modificada em 2016

ZUNIGA LOPEZ, Ramón. “Las Coplas del Alhichante de Puey Monçon (peregrinación a la Meca de un morisco aragonês a finales del siglo XVI”. Universidade de Granada, 1959

Comments

  1. Muito obrigado pela partilha, e pelo excelente artigo. Tenho acompanhado tudo que diz respeito à literatura aljamia ou aljamiado. O uso de escrita árabe prevaleceu noutras partes da Europa, tal como aconteceu nos Balcãs. Acho que toda a literatura e os documentos que sobreviveram devem ser estudados e preservados. Não se deve apagar a História dos povos.

    • Frederico Mendes Paula says:

      Caro Tayeb
      Obrigado pelo seu comentário. Deixo-lhe aqui o link do meu blog pessoal. Na coluna do lado direito encontra um “widget” com o título “Aljamia portuguesa”. Clicando na imagem do “Poema de Yussuf”, faz automaticamente o download do ficheiro pdf com a obra do David Lopes sobre os textos em português aljamiado dos mouros de pazes de Safi (se é que não os conhece já):
      https://historiasdeportugalemarrocos.wordpress.com/
      Um abraço

      • Não conhecia a obra. Muito obrigado pelo link. Já descarreguei e prometo ler. Gostei de conhecer o seu blogue, que prometo visitar mais vezes.

        Acompanhei, e tenho acompanhado, os trabalhos de estudiosos espanhóis. Não conhecia trabalhos de portugueses sobre aljemia.

        Tive o prazer de conhecer o falecido Prof. T. B. Irving, estudioso canadiano da língua árabe, quando era estudante na Inglaterra , e que me falou pela primeira vez de aljamia ou aljamiado.

        Prof. Irving traduziu o Alcorão para inglês, e era um estudioso de aljamia. Acabei por adquirir um livro de Prof. Irving sobre o Poema de Yussuf (ou José) que ainda tenho.

        Tive um sócio que era alentejano, que vangloriava-se de que quando era criança, ele e amigos destruíram túmulos antigos com escritos árabes, o que me escandalizou muito na altura. Perguntei se me podia mostrar tais sepulturas, o que ele nunca fez, porque alegava não se recordar da localização dos mesmos.

        Estudar o passado, e o assumir faz parte da memória colectiva da humanidade. O esforço que o Frederico, e outros fazem, ao divulgarem a herança aljamia é algo de grande mérito, e merecedor de louvor.

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