Os lobbies de Maria de Lurdes Rodrigues, essa minúscula personagem a que a História dedicará menos do que um rodapé

À medida que o tempo passa, fica cada vez mais claro que a antiga Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, dedicou todo o seu mandato à destruição da Escola Pública e que todas as medidas que tomou tiveram como único objectivo a imolação do prestígio dos professores junto da opinião pública. Há que saber ganhar a vida e Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu parcialmente atingir os seus objectivos: apesar de os professores continuarem hoje em dia a estar entre os profissionais mais confiáveis junto da opinião pública, Maria de Lurdes Rodrigues garantiu o ordenado milionário, na FLAD, para o qual trabalhou ao longo de quatro longos anos.
Moralmente corrupta, Maria de Lurdes Rodrigues nunca «conseguiu» ver que a generalidade dos contratos de associação já não se justificava perante a oferta pública existente e que os mesmos não passavam de uma descarada defesa do ensino privado à custa da Escola Pública. Foi fácil bramir junto dos portugueses o fantasma dos sindicatos de professores, mas perante os lobbies dos Colégios Privados, já não teve pejo em acolher todos seus interesses e preocupações. Ao longo dos anos, Colégio de S. João de Brito e quejandos continuaram a receber milhões de euros da mama do Estado sem que Maria de Lurdes Rodrigues sentisse o mínimo impulso interior que a levasse a alterar a situação.
Pelo meio, quem não se lembra que o Ministério da Educação, a meio do mandato de Maria de Lurdes Rodrigues, ia decidir-se pela proibição de venda de Coca-Cola e outros refrigerantes nos bufetes das escolas. Pois bem, de repente, sem mais nem menos, a pequena ministra voltou atrás e considerou que essa medida iria interferir com a autonomia das escolas.
Autonomia das escolas? Seria de rir, com efeito, se Maria de Lurdes Rodrigues não tivesse passado quatro anos a destruir tudo o que fosse réstea de autonomia da Escola Pública. Se não tivesse passado quatro anos a destruir tudo o que fosse réstea de Escola Pública…

Comments

  1. Ora bem:

    Pela Escola Publica contra a Coca Cola a luta continua.

    Pensava eu que o importante seria o ensino e as condições de aprendizagem dos alunos e de trabalho dos professores mas afinal o que importa é mesmo a entidade patronal, se não for o Estado tutelado pelas marias de lurdes rodrigues que este ou outro partido queiram nomear já é uma coisa má e se pelo meio se encontrar um daqueles alunos que pouco ou nada preparados para a vida profissional a beber Coca Cola (mais conhecida entre os ‘da Escola Publica’ como Agua suja do Capitalismo’) o caso torna-se grave.

    De um professor se esperaria que se defendesse a ESCOLA. ponto. Seja ela publica seja ele privada é ESCOLA.

    Depois desta campanha pela Escola Publica, segue-se a campanha pela Escola de um só piso, e depois pela Escola Vermelha ou Amarela seguida da Escola com jantes de liga leve e tecto de abrir? O preconceito é terrível.

  2. martinhopm says:

    Sou totalmente a favor da escola pública. A privada, que só é privada de nome, pois vive de chular o dinheiro público, preocupa-se em encher os bolsos de uns quantos senhores do PSD e PS e em regressar a um ensino elitista, só para as habituais minorias. Para isso bastou no tempo de Salazar, quando o filho do médico tinha que ser obrigatoriamente médico, e os filhos dos trabalhadores, ou iam para o campo ou para os ofícios. Tinham direito quando tinham à antiga 4ª. classe.

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