Brincadeirinhas Inocentes

Afinal parece que era só uma experiência. Assim sendo, esta frase de um polícia do Grupo de Intervenção de Segurança Prisional (GISP) era só a brincar:

P: Enquanto o sr. não tomar medidas para ser um ser arrumado o sr. vai ser altamente violentado. Há dúvidas?

Mas era só uma experiênciazinha para ver se o Taser funcionava. Funcionou, o preso tomou logo as medidas necessárias. Do outro lado estavam guardas prisionais, elementos do GISP e um elemento médico para o caso de dar para o torto e ser necessário tomar outras medidas, reanimatórias.

Estou a vê-los combinar a experiência: da próxima vez que o tipo se recusar a limpar a merda, o guarda telefona ao director, o director telefona ao GISP, alguém telefona ao médico e prontos, vemos se a tal arma eléctrica funciona. Se não funcionar experimentamos com uma cadeira. Eléctrica.

Comments

  1. Artur says:

    E qual é então o método “esquerdofilamente correcto” para obrigar um javardão a deixar de decorar as paredes dos seus aposentos com os seus próprios excrementos?
    E se vocês fossem os vizinhos do artista e que tivessem que suportar quase 24h/24h o seu cheiro merdeabundo, até onde estavam dispostos a ir para resolver o vosso problema?

  2. A. Pedro says:

    De esquerdofilamente correcto não percebo nada. Mas sei que o que para mim é incorrecto é correcto para certo tipo de gentinha que não sabe que nas prisões também existem leis, deveres e direitos. E também sei que essas não são só para os “javardões” que estão presos. São para os outros também.

    • Artur says:

      E qual seria então a sua proposta de solução para o problema?
      E se o javardão lhe tivesse violado a filha ou a mulher ou a si próprio, manteria o seu idealismo humanista?

      • A. Pedro says:

        Ah, falamos de um violador! Você tem informações que mais ninguém sabe.
        Se eu me pusesse a especular, como você faz, ainda achava que V. é que disparou a maquineta. O que pode a imaginação!!!
        E a falta dela – respondendo à sua pergunta – quando se trata de solucionar legalmente um problema.

        • Artur says:

          Desconheço se é violador ou não. Só apresentei o exemplo para saber até que ponto os valores (legais, humanitários, ideológicos,etc) se mantêm perante diferentes circunstâncias .
          Criticar a “frio” o método usado é fácil, fica bem e até dá votos a alguns.
          Apresentar soluções é que a porca torce o rabo.
          Vá ao Código Penal, à Constituição, ao CPP, ao Código Civil, ao Regulamento interno das Prisões, ou e veja se me encontra a forma legal de evitar que o Sr. preso cague fora da sanita.
          Porque é que não se oferece para ir limpar a cela do Sr. preso?

          • A. Pedro says:

            Pela mesmíssima razão que não me ofereci para ser guarda prisional.

            Mas não me apetece trocar piropos, nem no dia dos namorados o faço. O que eu vi, é que mandam o homem virar-se de costas e dispararam de imediato. O homem não chegou a dizer se “cooperava” ou não.
            Além disso, sabe tão bem como eu que o cumprimento estrito de todas as normas legais é uma obrigação exigível a quem as impõe, as autoridades.

  3. Artur says:

    Compreendo e aceito a necessidade do respeito pelas leis. No caso em concreto há todavia uma série de interesses em conlito. Por um lado parece que o preso já não acatava as ordens para limpar a cela à algumas semanas. Alguns dos seus vizinhos já se encontravam em greve de fome por causa da situação. Além do mau cheiro temos que ponderar a insalubridade e o risco de contágio de doenças. Os demais presos têm o direito a serem preservados dessas condições. Face a isto os SP tiveram que intervir. Na falta de instruções “legais” que prevejam uma solução para isto, e não tendo a alternativa de não se fazer nada, o procedimento quanto a mim parece-me justificado.
    Mas estou pronto a mudar a minha opinião se alguém me apresentar uma solução que não melindre os direitos do sr. preso.

    • Artur says:

      conflito e não conlito.

    • Há uma coisa clara em conflito: emprego de um instrumento de tortura, letal, contra um pobre tipo que devia estar na psiquiatria, versus direitos humanos.
      Qualquer cidadão se indignará com isto. Excepto os que por estatuto sabem que se forem detidos serão encaminhados para uma certa cadeia, reservada a polícias e guardas-prisionais. Será o caso do Artur, e de outros comentadores ao mesmo nível que ontem já pregavam o mesmo no Público? É que se for, desejo-vos duas coisas: que sejam detidos, e que alguém se esqueça do vosso estatuto.
      Para alguém ser detido basta uma sucessão de azares, para o tal lamentável esquecimento, chega outro azar (não seria a primeira vez).
      Paços de Ferreira serve perfeitamente para passar uns dias, do lado de lá, o da vítima.
      De acordo Artur?

  4. Artur says:

    Não, não estou de acordo.
    Não é um instrumento de tortura, mas pode ser empregue como tal, da mesma maneira que qualquer outro objecto o pode. Não é letal.À policias que usam aquilo nos treinos uns contra os outros sem problemas.
    Certamente o pobre maluco já foi analisado por psiquiatras e se está ali foi porque não foi considerado inimputável por anomalia psiquica. Houve certamente um Juiz que ponderou os relatórios médicos e que o considerou apto para estar ali. Quem é você para dizer que precisa de estar na psiquiatria?
    Uma coisa será ir para a cadeia por um azar (casos raros mas acontecem e que ninguém está livre de lhe acontecer) outra coisa é continuar a atrair o azar depois de já estar lá dentro.

    • Há um polícia em Portugal a pedir uma razoável indemnização pela invalidez com que ficou, por via de um desses treinos. Por ano nos states morrem un 300, vítimas da tal arma não letal.
      O seus certamentes estão ao nível da maneira como fala sem saber do que fala: apenas o velho ódio a quem está preso, ou seja, ou nem perceber porque se prendem e para que se prendem pessoas.
      Lamento. E fiquemos por aqui.

  5. É óbvio que o desgraçado do preso devia estar a ser tratado. É também óbvio que foi usada força excessiva (6 homens supostamente treinados, conseguiriam imobilizar o preso sem o torturar).

    O que já não é tão óbvio é o próprio equilíbrio destes supostos guardas. É normal exibirem este tipo de simbolos?

    Não parece que sejam coisas próprias de formadores de pessoas…

  6. jfernando says:

    leva-os pra casa.
    coitadinhos!

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