Quando os portugueses, em geral, e os políticos, em particular, perceberem que somos um país subdesenvolvido também em termos de Educação, talvez os problemas possam começar a ser resolvidos. Enquanto isso não acontecer, tudo o que anda a ser feito nem sequer pode ser comparado a cirurgia plástica: é só maquilhagem, sob a forma de diplomas e estatísticas.
Quando isso acontecer, será possível saber com rigor as necessidades das escolas em termos de recursos humanos. Sempre sem querer saber o que se passa no mundo real, o Ministério da Educação prepara-se para prescindir de milhares de professores, inventando pretextos pedagógicos ou constitucionais, quando, na realidade, o faz usando critérios exclusivamente economicistas.
Com o cinismo habitual desta gente que se tem dedicado a destruir o país, usam meias verdades, fugindo das verdadeiras questões com sorrisos de circunstância. É verdade que, legalmente, não haverá despedimentos, porque se trata de professores contratados. O outro lado da verdade é que estamos diante de uma multidão de profissionais qualificados que não poderão continuar a leccionar.
Nas declarações de Isabel Alçada, surge outra meia verdade, a de que são as escolas a indicar as necessidades. A parte que fica sempre escondida é que a indicação de necessidades está condicionada por critérios que não depende das escolas
É evidente que o sistema de ensino não deve ter mais professores que os necessários, como não faria sentido uma empresa contratar trabalhadores de que não precisasse (embora haja muitas instituições do Estado – autarquias incluídas – cheias de boys absolutamente dispensáveis). O problema é que, num país que mantém um atraso elevadíssimo, ao contrário do que dizem as estatísticas, não é possível dispensar recursos, muito menos se forem humanos e altamente qualificados.
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