Nuclear, sim, muito obrigado

Onde anda o Mira Amaral? Alô, Mira Amaral? Chama-se Mira Amaral à cabine de som.

Ó engenheiro Mira Amaral, deixe lá as calças do Patrick Monteiro de Barros, o dr. Passos Coelho quer debater o nuclear consigo.

Comments

  1. Resta saber onde diabo vamos encontrar a energia que necessitamos para sobreviver como civilização. Nota tb que, por exemplo, a produção de energia com combustíveis fósseis é tão perniciosa para o meio ambiente e para a saúde, como as centrais nucleares são.

    Podemos sempre ir todos viver em comunas, vamos é ter a qualidade de vida que tínhamos na idade média.

  2. Nightwish says:

    Vamos a factos. Já chega de espalhar medos.

    1) O reactor não vai explodir, não é por acidente que acontecem explosões nucleares, nem sequer o Irão as consegue fazer de hoje para amanhã de propósito;
    2) Não há qualquer grafite junto do reactor, pelo que nunca haverá o fumo tóxico de Chernobyl; pelo contrário, o contentor de um dos reactores tem apenas uma falha que não parece causar um aumento de radiação muito sigificativo (pode ser, literalmente, medido em consumo de um certo número de bananas até ao momento);
    3) O risco maior parece ser o de o núcleo ficar demasiado quente, derreter e consumir a parte de baixo do contentor, entrando em contacto com os aquiferos. Muito longe do impacto de Chernobyl e muito longe do impacto do próprio terramoto. Provavelmente menos poluente do que uma central a carvão na mesma zona.
    4) A central nuclear tem 50 anos e o desenho 60. Se não fosse todo o fear-mongering, poderiamos ter centrais modernas que não precisam de energia para se arrefecerem e que protegem automaticamente o combustível após o corte de energia, deixando de haver hipótese de qualquer reacção posterior;
    5) As alternativas às centrais nucleares são: carvão, produtor de CO2, poluidor por excelência, mata mais gente por cancro que a energia nuclear e não falta muito para atingir o pico, passando depois a ser cada vez mais poluente a sua extração; a importação de energia estrangeira a preços maiores.
    As energias renováveis não produzem nem que chegue, nem a níveis controláveis às necessidades da rede.

    Não se espera um debate sério enquanto os “peritos” que vão à televisão confudem petróleo com energia elétrica e dizem que a solução são transportes públicos.
    Se se põe moinhos, é porque ficam feitos, se se põe paineis solares em todos os prédios, é porque se quer alimentar a subsidio-depêndencia, o petróleo é para alimentar os Khadafis, o nuclear não porque ninguém percebe de física, as barragens não porque destroem as gravuras/paisagem/linhas de comboio/…
    Mas toda a gente quer levar o seu carrinho para o emprego e chegar a casa e ligar a TV e o AC. Provavelmente estão à espera que sejam alimentados por fadas.

    • 1 – ninguém confundiu acidentes com centrais com bombas nucleares.
      2 – pois, conversa. Vamos ver em como fica a habitabilidade da região. Dentro de umas semanas já se saberá.
      3 – gosto de humor negro, mas essa nem piada teve. Compre um pacote de férias na região, e aí já me começo a rir um bocado.
      4 ,ou 5 – As renováveis (solar e eólica) estão no início, nem a 0,001% do que podem vir a ser. E porquê? pela pressão das petrolíferas e lobby nuclear para que não se desenvolvessem. O problema é mesmo o excesso de consumo, provocado pelo lobby automóvel, e não só.

      E nisso estamos de acordo: o problema é toda a gente querer levar o carrinho para todo o lado. O problema tem sido a pressão dos que lucram com este status quo. A solução são mesmo transportes públicos, partilha de transportes, poupança de energia. Se a “greve” dos camionistas se prolonga, o que duvido, no fim desta semana vamos sentir um bocadinho do futuro.

      • Nightwish says:

        1) desculpe, esse era para responder ao seu colega também e achei que merecia meter aqui o mesmo texto. Devia ter adaptado ligeiramente.
        2,3) Não é uma piada. Morrem mais mineiros com cancro do que engenheiros nucleares…
        5)As renováveis não respondem nem nunca vão responder às alterações constantes da rede à medida que esta é usada no dia a dia. Produzem se houver vento/sol/maré/etc, mas se não houver não há corrente para ninguém. Armazenar é completamente probitivo.

        • – Claro que morrem. Vamos comparar as regras de segurança duma central com as de uma mina?
          – o problema do nuclear está no risco de acidentes, e o que aconteceu no Japão poderia ocorrer em Portugal. E nos resíduos, é claro. Não se pode medir o problema dos resíduos, porque podem matar daqui a 100, 500 anos.
          – Não sou contra todas as barragens. A fusão nuclear pode ser uma opção, invista-se mais na investigação nessa área.
          – volto ao essencial: poupança de energia. E dou o exemplo mortal: imaginemos os chineses e os indianos com poder de compra para cada um ter o seu carrinho. Já faltou mais.

      • 4 ,ou 5 – As renováveis (solar e eólica) estão no início, nem a 0,001% do que podem vir a ser. E porquê? pela pressão das petrolíferas e lobby nuclear para que não se desenvolvessem. O problema é mesmo o excesso de consumo, provocado pelo lobby automóvel, e não só.

        O problema é que as renováveis nunca conseguirão o output de energia necessário a mantermos o nosso nível de vida actual. Além disso para generalizarmos o uso destas renováveis são necessárias matérias primas que custam energia e dinheiro para obter (não possuímos nem uma coisa nem outra).

        Estas fontes de energia renováreis podem isso sim ser utilizadas para atenuar o impacto da escassez de combustíveis fósseis e apoiar a transição para outras tecnologias que ainda não conhecemos.

        Na situação energética actual não devemos de forma cega ignorar nenhuma fonte de energia.

        • Respondi-te antecipadamente sem querer, Helder.
          Mas recomendo-te que sigas esse link, e há mais textos sobre o assunto do Rui Curado Silva, com as continhas muito bem feitas.

    • 1- A probabilidade de uma explosão nuclear numa central nunca é zero, mas é muito próxima de zero. Se por algum acaso de um acidente externo as barras de combustível forem dispostas numa configuração em que se atinja uma densidade crítica a explosão dá-se mesmo, embora seja certamente mais fraquinha do que uma verdadeira bomba. Quando jogamos ao mikado, no lance inicial, os pauzinhos em princípio não ficam todos alinhadinhos por cores, a probabilidade é muito baixa, mas não é zero. Aqui é o mesmo conceito. A chafarica que se produzir com as barras de combustível dentro do reactor dificilmente irá produzir uma densidade crítica. O Irão anda próximo, mas ainda não tem capacidade de construir reactores nucleares. Israel e França criaram programas nucleares civis com o intuito escondido de produzir armas (está na literatura especializada);

      2- A explosão (provocada pela pressão do vapor de água) que vaporizou o edifício do reactor 4 de Chernobyl lançou uma grande parte do combustível altamente radioactivo para a alta atmosfera. O incêndio (onde entra a grafite) ajudou a espalhar ainda mais o combustível na atmosfera. Mas não sabes, nem eu sei (nem é para saber) se há materiais combustíveis perto dos reactores japoneses que possam produzir um incêndio semelhante ou pior. A explosão de vapor de água ou de hidrogénio nos reactores japoneses é sempre possível, embora neste caso haja uma cúpula com uma grande capacidade de resistência.
      O reactor 2 de Fukushima tem várias brechas e 4 tem duas rachas de 8 metros. E os níveis de radiação no exterior (digamos a 100 metros) são muito próximos dos mortais (isto é o que se sabe, a realidade é sempre pior);

      3- A contaminação do solo por combustível nuclear é trabalho para pelo menos 50 anos, e a criação de uma área de quarentena de algumas centenas de km2 na melhor das hipóteses, como o demonstra o acidente de Palomares (muito mais inócuo). Eu nem comento a comparação com as centrais a carvão;

      4- Ficção científica;

      5- Estás a arrombar portas abertas. Todos sabemos isso. O problema dos acidentes nucleares é que são SEMPRE potencialmente muito mais perigosos do que o pior acidente industrial (o de Bopal na Índia) e muito mais caros de remediar. Dos grandes países que têm programas nucleares muito desenvolvidos apenas a França nunca teve um acidente grave. Chernobyl (URSS), Three Mille Island (EUA), Sellafield (Reino Unido) e Tokaimura e Fukushila (Japão) produziram e produzirão projuízos elevadíssimos aos respectivos países.

      • Nightwish says:

        Pelo que eu sei, a densidade crítica não acontece espontâneamente, tem que ser provocada por uma explosão tão precisa que mesmo com todos os cálculos são precisos muitos testes para lá chegar.
        O facto de a cópula resistir a um terramoto, a um tsunami e a sucessivas explosões de hidrogénio indicam que, apesar de tudo, é mais seguro do que se vende.
        Não conhecia palomares, mas a wikipedia indica que não foi nada demais. Não sei de onde vêm as centanas de kms.

  3. E além do resto, a energia nuclear não é barata, muito pelo contrário:

    http://klepsydra.blogspot.com/2006_11_01_klepsydra_archive.html

    • Nightwish says:

      Importá-la, já é?

      • É só fazer as contas. A central Patrick Monteiro de Barros seria um buraco, onde apenas ele e restantes “empreendedores” se encheriam de dinheiro.

        • Nightwish says:

          Sem conhecer os detalhes, que também não sou físico, essa não me pareceu nem vinda de boa gente nem completamente modernizada.
          Quem escreveu esse link não está a falar dos IFR, com certeza.
          link
          Por exemplo: The waste products of IFR reactors either have a short halflife, which means that it quickly “burns out” and ends up relatively safe, or a long halflife, which means that they are unlikely to emit a significant amount of protons except from very large quantities. The volume of highly-radioactive waste is 1/20th the volume as compared to a light water plant of the same size. The high level waste from reprocessing is highly radioactive for only 400 years instead of 10,000 years.

        • Não misturemos as coisas, uma coisa é seguir o que estes empresários dizem, outra coisa é o que uma pessoa séria diz..

          Reforço que não se deve diabolizar a energia nuclear, muito menos por razões políticas.

  4. A. Pedro says:

    Only 400 years? Uff, sendo assim fico muito mais descansado.

    • Nightwish says:

      O link dele é que afirma que são 600mil.

      • Nightwish says:

        Além de que, esqueci-me de dizer, os resíduos são muito poucos num breeder.
        Parece que toda a gente acha que os engenheiros nucleares não inventaram nada nos últimos 50 anos.

  5. Artur says:

    Até que enfim que aconteceu uma desgraça para os anti-nuclear ficarem inchados de vaidade por terem tido finalmente razão no que andavam a apregoar. Diria até que esta desgraça já era ansiada à muito, muito tempo. Quantos mais morrerem ou ficarem contaminados mais inchados ficarão. São tão inteligentes e tão infalivéis visionários que até me dão arrepios…

    • A. Pedro says:

      A única resposta que uma afirmação dessas merece é vir aqui vincar que verborreia dessa não merece resposta.

      • Artur says:

        Não me diga que não sentiu um certo regozijo mórbido interior por as coisas terem corrido mal desta vez. É uma coisa humana.É triste mas é normal. Humanamente normal.

    • Nightwish says:

      Seja honesto, num projecto desta gentinha também não confiava… tem que ser 100% público.

      • Xokapic says:

        E sendo público é de confiar ? Não estamos como estamos por o País ser todo público ?!

  6. Xokapic says:

    Os meus impostos (do meu rendimento privado) servem (e não chegam) para pagar
    os salários e gastos do estado “público”. Era bom que não fosse necessário esta “réZ” pública.

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