Se não é da tecnologia, é dos sismos, se não é dos sismos, é das pessoas, se não é das pessoas é a merda da realidade que insiste em não se domesticar.
Mas é seguro, seguríssimo, resistente a tudo, ataques armados ou acontecimentos naturais, e não poluidor, quem diz o contrário está apenas interessado em espalhar medos.
Ou, então, vamos inventar um mundo sem sismos nem fenómenos naturais, sem pessoas e, sobretudo, sem a chatice da merda da realidade.
Sem a merda da energia acabamos como civilização. É uma questão de se correr um risco calculado.
Se a nossa civilização está “condenada” à energia nuclear, então continuemos e quando “acabarmos”, acabamos! A Terra agradecerá…
A terra está-se a marimbar. De uma maneira ou de outra, continua a girar.
Falei apenas em energia.
Além disso, como o Nightwish diz, a Terra safa-se sempre…
Eu levo a questão energética a sério, Hélder, e há muito tempo.
Mas o risco calculado, em países de grandes movimentações tectónicas como o Japão, o Chile e talvez até o sul de Portugal, é sempre mal calculado. É como diz a Lei de Murphy -sim, eu sei que é um adágio- se alguma coisa pode correr mal, um dia correrá. E desta vez não correu bem, mas pode ainda ser pior.
Eu também levo estas questões da energia a sério.
Não vale a pena diminuir o que está a acontecer em Fukushima. É o que é. A situação é muito grave, resta-nos ver o que dá. (Apesar de parecer não haver nuvem radioactiva – o que seria de esperar tendo em conta o design da central.)
Apesar disto é a minha posição não devermos diabolizar a energia nuclear só porque sim. É óbvio que este tipo de reactores tem muitos defeitos. Por outro lado, como já vários comentadores referiram, há novos designs que nada têm a ver com este. Exactamente na véspera do sismo publiquei isto no Aventar.
Nunca na história da humanidade houve um standard de qualidade de vida tão elevado como o que usufruímos nos países ocidentais nos últimos 70 anos. Para mantermos esse nível de vida necessitamos de energia. Se conseguirmos obter essa energia de uma forma limpa e sem recorrer ao nuclear, óptimo! Se necessitarmos de recorrer ao nuclear, devemos pesar os prós e os contras e decidir.
… Quer queiram, quer não, a energia nuclear é de enorme risco. Por mais extraordinários que os cientistas sejam; por maiores que sejam os seus cérebros e poder de equilíbrio, a Vida é um arame que ninguém domina, que, como se pôde ver, mais uma vez, é ela quem decide sobre a estabilidade dos equilíbrios. Felizmente, digo eu!… Porque, se alguém a dominasse… lá se iria a contenção, a réstia de contenção —por medo medo—, que ainda existe.
Acho, inclusive, que as Civilização deve aproveitar o momento por que passa —não me refiro aos aconteciementos no Japão, mas à crise de identidade e de princípios que a Humanidade atravessa—, para reformular modos de estar e de ser; e perguntar-se se valerá a pena tanta ambição, tanta ganância, que obrigue à procura de formas perigosas de existência, sobrevivência e desenvolvimento.
Nelas incluo as experiências de material bélico que provocam os abalos telúricos; perguntando-se, já agora, se, situando-se o Japão numa área susceptível de terramostos e erupções sumarinas, alguns destes acidentes não terão, também, na sua base e como soma, a mão humana; se não serão resultado, também, da acumulação de agressões continuadas que exponenciam este tipo de fenómenos.
Quanto mais a Civilização se esquecer ou desrespeitar as traves-mestras do Universo, as suas fórmulas movimentos, mais a humanidade se aproximará do seu fim —com iPhones, iPades, plasmas, frigoríficos atómicos e pierings de última geração… porque, de facto, já não haverá muitas mais.
A energia compra-nos comida segura a preços baixos, bem como medicamentos, liberdade de informação, educação, meios de comunicação eficientes…
Pode ir para a montanha reduzir a sua pegada, mas eu gosto desses avanços e são sustentáveis se os políticos quiserem.
Quanto à teoria de causa humana em desastres naturais, não discuto teologia.
Ocorreu um acidente com a falha de bombas hidráulicas a diesel depois de um terramoto seguido de um tsunami, causando uma central que seria desactivada no próximo ano a, até ao momento, soltar uma certa quantidade de radiação.
Face a um cenário em que o número de pessoas com acesso a electricidade vai aumentar, em que os ganhos em eficiência não passarão de 300% e a necessidade de serviços aumentará, é necessário um milagre na produção energética. Um deles poderá passar pelo aumento em 10000% na capacidade de armazenamento do energia (baterias essas que poderão causar explosões grandes e em cadeia) ou pela investigação e desenvolvimento de nova tecnologia nuclear mais limpa que qualquer outra fonte.
Enquanto esperamos podemos desligar as notícias e ignorar os milhares de mortos anualmente no uso de carvão, os mortos anualmente em guerras por petróleo, os mortos e torturados anualmente em regimes por nós suportados e ignorar o aumento de CO2 no planeta.
São escolhas.
Já vimos que V. se mantém na sua e eu na minha, reparo apenas que a fé também funciona consigo “uma central que seria desactivada no próximo ano” se tudo corresse bem (ou os deuses deixassem).
Quanto a “uma certa quantidade de radiação”, talvez seja melhor ter calma e deixar de desvalorizar, coisa que faz desde ontem apesar das evidências. A situação está má, piora a cada momento,
http://www.publico.pt/Mundo/radiacao-muito-elevada-em-fukushima-1_1485237
e pode INFELIZMENTE ter de engolir essas palavras.
Está elevada em Fukushima mas não em Tóquio nem na Austrália, como muitos desejam.
Fico à espera da sua solução para o problema energético e para o os níveis de CO2.
Se eu (ou você, ou outro) tivesse soluções talvez não existisse o problema, não lhe parece?
http://aventar.eu/2011/03/17/nuclear-ha-que-debater-sim-mas-de-forma-seria/