A fuga do primeiro-ministro

José Sócrates ouviu o ministro das finanças e fugiu ao debate. Será, certamente, mais uma abordagem ao diálogo e à abertura de negociação por parte do governo. Em contrapartida, Sócrates falará aos jornalistas às 20h, local de excelência, como se sabe, para confronto político entre as diferentes forças parlamentares e com possibilidade de contraditório face ao que for apresentado.

Olhando para os actos que passo a passo vão sendo tomados e para o discurso oficial, é notório que o governo anseia cair. Se não, porque havia de ter hoje apresentado de forma apressada o que poderia apresentar daqui a um mês? A resposta prende-se, naturalmente, com o facto de não haver boa execução orçamental alguma, como tem a propaganda governamental apregoado. Basta notar que o «superavit de mais de 800 milhões nas contas públicas anunciado pelo Governo há seis dias vai ser completamente anulado em Março, mês em que o défice vai ser de quase três mil milhões» (TSF).

O governo deseja eleições porque daqui a semanas a realidade cairá em cima dos portugueses. O que está em causa é apenas a velha máxima de não se poder enganar todos durante muito tempo.

Comments

  1. kapitão kaus says:

    Bem assinalado!
    Da parte deste cavalheiro, já não há comentário possível

  2. jorge fliscorno says:

    Toda esta discussão é estéril e nem sequer teria lugar caso o governo não tivesse tomado a iniciativa de mentir aos parceiros europeus e aos portugueses.

  3. Só descortino um superavit de mentiras e disfarces, que nos conduziram até aqui.
    PS e PSD já mostraram do que são (in) capazes.
    Cumps

Trackbacks

  1. […] tão impado de si mesmo, ouvisse o julgamento final sobre a sua governação. Fugiu. Desta vez fugiu mesmo, fisicamente, porque à realidade furtou-se sempre. O retrato de um homem pequenino e sem respeito […]

  2. […] do fogo de artifício sobre o “bom” desempenho dos primeiros dois meses, afinal no fim de Março nem um tostão […]

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