Esta avaliação dos Professores acabou. E agora?

“Mais do que celebrar o fim, temos de ousar um início. Antes que seja tarde demais.”

Com estas palavras, Matias Alves termina um artigo no Correio da Educação.

E são palavras que o Miguel subscreve (diz ele, erradamente, com menos competência).

Com ou sem publicação no Diário da República, com ou sem as frases sem sentido do PS, ESTA avaliação está morta! E está, com ela, morta a atitude ditatorial de Maria de Lurdes (por onde andas?) e de José Sócrates e dos seus boys. Perder a avaliação dos professores é para este gente uma derrota enorme. Triste sina esta de ser governado por quem é teimoso e incompetente para ao fim de seis anos de (des)governação conseguir implementar algo de significativo na educação. Recordo três coisas:

– gestão das escolas, divisão da carreira (titulares) e avaliação. De três, fica uma, talvez a mais importante, mas aquela a que os professores deram, de facto, menor atenção. Sócrates perdeu. Ponto final. Vamos mudar de página.

A Escola Pública exige uma avaliação. Sem dúvida. E tem que existir.

Ao olhar para os Censos ficamos com dúvidas no preenchimento – qual é o produto da minha actividade? O futuro!

E em nome desse futuro há coisas dos mercados e dos gestores que não fazem sentido aplicados a pessoas, nomeadamente a crianças.

O que devemos todos exigir é uma Escola avaliada e exigente. E, dentro dessa Escola, internamente é feita uma avaliação com consequências, claro, mas feita por quem conhece a realidade – ou será possível ter um modelo nacional, em que se avalia de igual modo um Professor numa escola de bairro ou numa aldeia do interior?

Vamos ao debate? Pela Escola Pública!

Comments

  1. Confesso que nunca acompanhei este assunto.

    Será que poderiam explicar o motivo de ser necessário avaliação? Que eu saiba as escolas funcionavam sem essa figura formal, julgo que sempre houve inspectores para verificar se as aulas obedeciam a um dado standard… Antes de haver discussão esta é a primeira pergunta a ser respondida.

  2. Deixei o meu comentário na quinta-feira. Parece que ninguém quer falar disto… É pena.

  3. É simples: a avaliação tem quotas. As quotas garantem que a progressão na carreira será apenas para uma minoria.
    A hipocrisia neste momento é que, estando a progressão congelada no mínimo por uns 4,5 anos, a avaliação só serve para chatear.
    E de resto sempre houve avaliação. Não tinha era quotas.

  4. Boas tardes,
    nem sempre é possível a gente aparecer por aqui com a regularidade necessária e por isso demorei a dizer alguma coisa… Desculpe.

    Quanto ao tema:
    – avaliação? Para quê?

    H1: Para avaliar (=classificar) o trabalhador; isto é, o “patrão” (ME) quer fazer depender a “despesa” com o empregado da avaliação que este tempo no desempenho da sua função;
    H2: Para melhorar a escola e a prática docente – aqui, não há relação directa entre a avaliação e o salário (carreira); trata-se de um processo integrante da prática escolar que se destina a analisar o que se faz, pensar, mudar, aplicar, avaliar, voltar a … Algo que NUNCA se fez de facto; As escolas iam funcionando, mas, muitas delas com grandes fragilidades, com enormes bolsas de insucesso, com problemas que se iam mantendo… A “auto-avaliação” permite olhar para dentro e mexer de forma positiva nestas questões.

    Vamos pensar: Mais H1? Ou mais H2? As duas? Como?
    JP

  5. P/ o JJC E JP.

    OK, começo a entender.

    Se o problema é progressão na carreira há inúmeras formas de se resolver o problema. Julgo que é triste que um assunto destes tenha tido tanta notoriedade. A minha sugestão: informem os professores da quantidade de dinheiro disponível para salários, depois eles que dividam essa quantia como acharem mais apropriado. Também facilmente se poderia organizar uma carreira em que todos chegassem ao topo, bastaria ajustar as quantias pagas de acordo com o dinheiro disponível. Enfim, há muitas formas de se fazer isto.

    Quanto à questão levantada pelo JP, penso que dificilmente a avaliação dos professores pode servir de meio de introspecção da escola – talvez indirectamente. Julgo que mais vale avaliar o “produto” acabado, ou seja, os alunos. Isso os professores já sabem como fazer. Naturalmente que esta avaliação de alunos não se poderá reflectir nos professores – seria tonto fazer isso.

    Parece-me que toda esta questão é um bocado perda de tempo e o esforço empregue em resolver esta questão é completamente desproporcionado em relação à importância que isto tem (esforço tanto dos professores como do ministério).

  6. Esta avaliação tinha um outro objectivo: fazer de cada professor um zeloso vigilante do trabalho dos seus colegas, e esse foi conseguido. O facto de nas escolas se trabalhar de uma forma cooperativa era um grande obstáculo ao projecto de municipalização / privatização da escola pública.
    Por isso se escolheu MLR para ministra, uma especialista em sociologia das profissões…

    • Isso é maquiavélico e de uma estupidez sem limites. Infelizmente conhecendo os nossos políticos é perfeitamente possível que seja verdade. Agora que a “avaliação foi morta” talvez fosse interessante um de vocês fazer uma crónica de tudo do que se passou.

      Pensando um bocadinho até faz algum sentido, dinheiro a sério só já se encontra na educação e na saúde…

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