Os amigos europeus

Vejam só quanto são nossos amigos os parceiros europeus.

Os 78 mil milhões da ajuda externa estão divididos em duas parcelas: uma assegurada pelo FMI (26 mil milhões) e outra garantida pelos países europeus (52 mil milhões). Acontece que os juros do empréstimo do FMI serão de 3.25% nos primeiros 3 anos e de 4.25% no quarto ano. Já a taxa de juro média dos empréstimos garantidos pelos países europeus será “claramente abaixo dos 6.0% e deverá ficar nos 5.5%” (afirmou Olli Rehn, citado pelo i).

Isto porque «as regras europeias prevêem que a taxa de juro aplicada aos programas de assistência financeira seguem a regra aplicada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) mais um “pequeno prémio” de risco (no Público.)»

Portanto, este “pequeno” prémio de 2.25% é quanto vale a ajuda dos nossos  parceiros. Ainda bem que não são nossos adversários…

Agora, vejam lá quem é o papão. Andou-se meses a falar que o FMI nos ia engolir vivos e, afinal, são aqueles que ficam para lá de Vilar Formoso que nos vão às canelas. Acresce ainda que o nosso iluminado engenheiro andou a tentar não pedir ajuda externa (leia-se FMI) à espera de uma eventual flexibilização do tal Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Se tal tivesse acontecido vê-se agora quão bom teria sido. Não valia mais ter pedido ajuda ao FMI (leia-se FMI e não FMI+BCE+CE) em vez de se ter colocado a estratégia eleitoral à frente de tudo o mais? Valer mais, valia. Mas não era a mesma coisa.

Comments

  1. “Não valia mais ter pedido ajuda ao FMI (leia-se FMI e não FMI+BCE+CE)…”

    Creio que no contexto em que estamos inseridos, isso já há anos que não seria possível.

Trackbacks

  1. […] luta continua, e fica comprovado: a Europa não gosta de nós. Quero uma jangada de pedra, a flutuar por aí. Até ao […]

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