Novas Oportunidades: O Rei vai nu…

Então vamos falar a sério.

Vamos falar sobre um sistema que criou a falsa ilusão de ser igual ao sistema normal de ensino mas não o é. Vamos falar sobre um programa que criou expectativas aos seus “alunos” mas que o mercado de trabalho ridicularizou (com piadas como: “pois, o teu certificado deve ser das Novas Oportunidades” ou “olha este deve ter vindo das novas oportunidades”, etc.). Os motivos? Simples:

Falta de credibilidade por via de um gritante deficit de exigência. Serviu para maquilhar dados estatísticos mas não foi uma mais-valia para a esmagadora maioria. Depois, causou situações gritantes como estas:

É mais uma história de sucesso do Programa Novas Oportunidades, o tal prograna tão elogiado pelo primeiro-ministro. Um programa que conduzirá Portugal ao primeiro lugar mundial nas estatísticas sobre Educação. Agora, ficamos a saber que Pedro Póvoa, atleta de Taekwondo, vai entrar em Medicina sem nunca ter posto os pés numa escola secundária

‘Melhor’ estudante do País chegou à universidade só fazendo um exame e teve 20

Dirão alguns que estes são exemplos limite. Não, não são. São exemplos reais como certamente existirão bons exemplos. Mas tanto num caso como noutro são situações minoritárias. A maioria alinhou, inocentemente, num logro. Algo parecido com o mesmo embuste que levou o país a esta situação limite de endividamento: o acreditar que tudo é fácil, sem esforço e sem dedicação. A verdadeira desgraça nacional do mundo de fantasia das facilidades.

Pedro Passos Coelho teve a coragem de colocar o dedo na ferida procurando explicar que a ideia pode ser boa e até deve ser continuada mas mudando, necessariamente, de paradigma e impondo regras claras de exigência e credibilidade. As vozes puritanas que se levantam agora, são as mesmas que ontem gozavam com o CV dos trabalhadores oriundos das Novas Oportunidades. É a velha história das aparências e da hipocrisia. Pedro Passos Coelho disse em voz alta aquilo que centenas e centenas de empregadores, professores e outros profissionais o afirmavam em voz baixa. Limitou-se a dizer que o Rei vai nu.

Sacrilégio!

Nota: Os considerandos da U. Católica que o PS faz de conta que não viu, assim uma espécie de “fazer de morto” no que não lhe interessa:

Publicado igualmente no Albergue Espanhol

Comments

  1. Ana Costa says:
  2. Ricardo says:

    O rei não só vai nu como ainda pavoneia-se: você já reparou na quantidade de alunos a entrar na Universidade pela via convencional e que não dá uma para a caixa em termos de lingua portuguesa? Quer diabolizar as Novas Oportunidades ou outra maneira de tentar deitar abaixo o Sócrates. As NO fazem parte deste Matrix que é Portugal, não são nenhuma ovelha negra. Queremos que as Novas Oportunidades sejam um ensino de qualidade, claro que sim. E a via académica não? Tudo isto é triste tudo isto é propaganda.

    Em relação ao debate Louçã-Passo Coelho, que curioso, ainda não ouvi um pio. Porquê? Como é que foi? Como é que foi? Ui, o Passos Coelho deve ter saído d lá com uma cachola…
    Então não é que o Louçã não virou as suas armas contra o Sócrates!!!! «XIIII, cum caraças!!!»
    E o Passos Coelho???? O Sócrates isto, o Sócrates aquilo Sócrates Sócrates Sócrates… “Mamã, o Xico não é meu amigo, quer brincar com o Sócrates”…

    Meus caros, o Louçã foi bem claro nas suas intenções: “Eu prefiro que votem na esquerda do que em mim”. Foi estratégico.

    • “É este Matrix que é Portugal”…é mesmo. Força, vamos continuar como até aqui que isto está: porreiro, pá!

      Sobre o debate: comentei na TVI24.PT e no Twitter.

      • Ricardo says:

        Tomei a liberdade de publicar aqui o seu comentário (perfeitamente aceitável, embora discútivel como tudo na vida) do twitter:

        “Passos ganha folgadamente o debate contra o Portas da esquerda”.

        Peço desculpa mas não é sério. Na realidade perderam os dois. E advinhe lá quem ganhou? O Louçã perdeu a pouca credibilidade que tinha – houve ali um quê de vender a alma, uma cambalhotazinha, etc.

        O Passos Coelho é um menino de coro, falta-lhe fibra, tem um discurso controlado ao milimetro, a mais pequena palavra é medida, falta-lhe sentimento – perde pontos aí. O Louçã foi bem claro: “ESQUERDA”. Não às privatizações da educação, da saude e da segurança social. O Passos Coelhos já abriu um niquinho de nada relativamente à privatização da educação, o malandreco…

  3. Maria says:

    Venham auditorias sim e muitas! Trabalhei durante anos no programa Novas Oportunidades por não ter conseguido trabalho noutra área. Por conhecer muito bem o programa e ter passado por várias entidades, não consigo defendê-lo. De facto, foi um programa para certificar ignorantes, sem qualquer dúvida. Este país precisa de cursos de alfabetização de adultos e de um ensino recorrente reestruturado. Os portugueses precisam de aprender, de ler, de ganhar cultura geral, de evoluir Não é com estes programas que o país avançará, podem estar seguros disso. Seria compreensível uma certificação de competências num país que, de facto, as possui. Muitos poucas são as pessoas que, de facto, merecem um diploma pelas competências que têm. Apenas servirá para atirar areia para os olhos para outros país que, perante os nossos dados estatísticos actuais, enganar-se-ão ao pensar que Portugal é, afinal um país letrado e em evolução! Pura ilusão!

  4. Caros amigos, em primeiro peço-vos desculpa se neste par de parágrafos der um ou mais erros é que eu frequentei as novas oportunidades. Amigos…conservadores meus parabéns se tiveram a velha oportunidade de poder frequentar o 3º ciclo. Pois eu não tive a mesma sorte, parece-vos que fiz mal? Não devia ter feito nada? Parece-me antes que o pais está como está por isso mesmo, pessoas que não queres sair das suas ideias conservadoras e viciadas. Por favor meus senhores…sentimento de injustiça!? Estamos a necessitar de sangue novo. Urgente.

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