Ao olhar para os resultados eleitorais fui constatando o baixo número de deputados eleitos por cada círculo eleitoral. Dois deputados por Portalegre; três por Bragança, Évora e Beja; quatro por Guarda e Castelo Branco.
Sendo o número de deputados proporcional à dimensão do círculo eleitoral, estes números, quando comparados com os quarenta e sete deputados eleitos por Lisboa ou com os trinta e nove eleitos pelo Porto, são a demonstração de um país que não aproveita o território que tem. Tanta autoestrada para servir o país e ninguém para as usar.
Diria que esta “fotografia” é o melhor instantâneo destes 37 anos de democracia. Falta saber se era o que se desejava.
É bem verdade… Mas acho que se deve referir que o distrito de Beja tem uma auto-estrada que não serve os interesses do distrito, pois as cidades mais importantes do mesmo não tem acesso directo à mesma, como é o caso de Sines (a 60 km), Beja (a 50 km), Serpa (75 km), Moura (75 km), Odemira (70 km). E estou a esquecer-me de Santiago do Cacém…
São cidades… com grande potencial turístico… e que foram sempre esquecidas.
De que nos vale ter 3 auto-estradas para ir de Lisboa ao Porto?
Mais ainda, Beja e Bragança são as capitais de distrito que não tem ligação directa a uma autoestrada para chegar à capital, o que é de lamentar…
Mas é apenas mais um pormaior que o nosso país tem e que os 35 anos de politiquice não querem explicar…
Pois é Mário, parece-me que esse tema daria assunto para uma tese.
A distribuição dos deputados não diz só isso – diz também que o método d’Hondt, que tão bem serve a democracia ao “sentar os deputados” na Assembleia, é um anacronismo na distribuição do número de mandatos por distrito.
Lisboa não “merece” os 47 deputados, quando comparado com outros distritos. Veja no meu blogue (que já conhece – lembra-se do chip?) uma série de posts que fiz sobre o número de deputados, acompanhado por um software que pode simular cenários eleitorais, jogando com as distribuições e círculos.