Merdina Carreira, a queda de um anjinho

Medina Carreira “Salazar foi um bom gestor. Era bom termos hoje um bom gestor”

I

O resto da entrevista tem outras revelações: não existe esquerda nem direita (esta já a direita a diz desde que há esquerda), o FMI já devia ter vindo, e a repetida mentira de que a crise é da responsabilidade do estado que gastou de mais (os bancos devem ter roubado de menos).

Mas é bom que o político, ex-ministro do PS, assuma o seu salazarismo. Assim ao menos perde aquela arzinho de independente, tipo anjinho pairando acima dos outros, e  sabemos com quem contamos. Este não enganou poucos.

Comments

  1. Medina Carreira fez uma comparação. Não defendeu Salazar nem a ditadura. Medina Carreira não é, obviamente, salazarista. A sua interpretação revela má-fé.

    • A má fé é minha, claro. Medina Carreira diz que Salazar foi um bom gestor: esqueceu-se de acrescentar que geriu a fome, a miséria, o analfabetismo, a doença e o país mais atrasado da Europa em todos os indicadores (ou quase, a Grécia da ditadura militar concorria connosco). Eu nem falei de ditaduras…

      • xico says:

        Ficámos sem saber se Salazar foi ou não um bom gestor. Para quem fez progredir (economicamente) um país com fome, miséria, analfabetismo, doença, no país mais atrasado da Europa, com uma guerra em três frentes, parece-me obra comparado com quem geriu um país enriquecido com dinheiros estrangeiros, sem fome e sem doenças, e acabou no pais mais atrasado da Europa em todos os indicadores (menos a Grécia, mas atrás da Eslováquia). Quem conhece Bratislava, fica impressionado como é possível aquele país estar hoje à frente de Portugal.

        • Foi um péssimo gestor. O facto de o cavaco-socretismo ser igualmente péssimo, não o beneficia. O forte de Peniche já não é uma cadeia, o que parecendo que não faz alguma diferença.

        • jojo333 says:

          Eu também consigo ser um bom gestor: proibindo greves; enviando os sindicalistas para o Tarrafal, torturando-os e, por vezes, assassinando-os; criando um partido único que votava todas as leis que a minha cabeça parisse; criando tribunais plenários para julgarem opositores; etc.; etc.; etc.
          A defesa de Salazar por Medina Carreira faz-me lembrar aquela opinião estúpida de que Hitler afinal até era um homem inteligente, pois construiu auto-estradas; acabou com a inflação; etc.; etc.; etc. Pois… se me dessem milhões de judeus e de prisioneiros de guerra como trabalhadores escravos eu construia uma auto-estrada até á lua.
          É, realmente, inacreditável como se podem proferir opiniões tão rascas e estúpidas!

  2. M.Martins says:

    Não me parece correcta esta análise que fez sobre os comentários de Medina Carreira pois ele não demonstrou ser salazarista. Apesar das más politicas aplicadas durante o estado novo, há que admitir que Salazar foi um bom gestor, se analisar-mos os factos históricos e o momento que se vivia em Portugal após o desastre da 1ª república.

    • Eu precisava de descobrir uma boa política aplicada durante o fascismo salazarista. Nunca consegui. Atraso, miséria, o país mais atrasado da Europa, é o que encontro.
      Quanto ao mito do “desastre” republicano convinha não esquecer que a recuperação da economia começou no último governo da República. A República serviu de desculpa a Salazar, como o PREC serviu de desculpa ao bloco central. A esquerda tem sempre as costas muito largas.

  3. Marco Lucas says:

    Falar em Salazar é por estes lados como falar do holocausto ou por outros lados, falar de Maomé.
    A memória é essencial, mas por favor, não sejam pequeninos.
    Já li posts de melhor nível por estas bandas, é o que posso dizer.

  4. Sérgio Passos. says:

    O seu comentário é sujo e mal-educado. Fica-lhe mal, muito mal, tenha é vergonha e respeite os outros.

  5. Rodrigo Costa says:

    … Salazar não deve ser evocado em vão. Não se o deve acusar do que terá feito de negativo e esquecer o ouro e o dinheiro que deixou, que os hipócritas que se lhe seguiram estouraram, tendo o desplante de sugerir e afirmar que tudo não era mais do que o fruto de todas as fomes.

    Se assim era, talvez não tivesse sido má ideia nem lhe terem tocado, como medida higiénica, e terem começado a partir do zero. Mas não, o que os “democratas” fizeram foi comer e beber à fartazana, derreter tudo quanto havia e dar a oportunidade de voto a tudo quanto era e é analfabeto; como se um País pudesse estar dependente da opinião de pessoas que, mesmo com um ou dois diplomas, estejam habilitadas a influenciar a formação de um governo. Aí está, o País na miséria, atrasado… e Salazar, nem vê-lo! Quarenta anos que são passados…

    A “esquerda” não tem as costas largas, tem toda a responsabilidade por tudo quanto se está a passar, porque promoveu a “revolução”, teve o País nas mãos e comportou-se como uma alcateia faminta, quando se esperava que fossem diferentes; que fossem mais comedidos nas vontades e nas ambições; que não se revelassem de “direita”, filosoficamente falando, porque, hoje, os factos jogam a meu favor e permitem-me dizer que nunca conheci nem conheço ninguém de “esquerda”, conheço melhores e piores pessoas —do centro, da esquerda e da direita, de todo e qualquer quadrante—, mas, entre elas, uma falange enorme de farsantes, de pessoas mascaradas, gente que não tem a coragem de dizer que gosta de viver bem.

    Deixem Salazar estar onde está. Sirvam-se dele, admito, como exemplo do que não deve deve ser feito, e tentem, se conseguirem, ser melhores do que ele, não sendo facciosos; não apresentando o seu clã como o único onde se concentram as pessoas impolutas, porque a “esquerda” está cheia de gente que mete nojo, a par de alguns inocentes com ideias que não perturbam.

    Confundir a apreciação de Salazar, enquanto bom gestor, com a apologia a um regime… convenhamos que não é razoável, Porque, do mesmo modo que as pessoas boas não têm só virtudes, também as pessoas más não têm só defeitos; e a inteligência manda que separemos as águas, sob pena de sermos piores do que a pessoa ou pessoas que renegamos —e, volto a realçar, o País chegou até aqui guiado por salafrários que se diziam e ainda ousam dizer que são de esquerda, coadjuvados por gente boa.

    “Holocausto” —peço desculpa pela alusão, por ser outro facto que não ser evocado levianamente— poderia eu chamar ao que se vive, actualmente, E sem que tenhamos um ditador que possa ser acusado; porque resulta de actos de “democratas”, de covardes sem rosto, porque se escondem uns atrás dos outros. Ai está a Democracia, a abertura ao diálogo e à infomação; a entrega do voto, como arma, a pessoas que não estão preparadas para fazer uso dela, como se as massas fossem iluminadas, quando não são.

    Em Democracia, como em qualquer regime, o poder do dinheiro acabaria por subverter as vantagens da inteligência. Está aí, repito, o resultado da deposição da ditadura. Quer dizer, quase 40 anos de ditaduras alternadas não resolveram os problemas criados por uma só ditadura. Que culpa tem Salazar disto?…

    • “dar a oportunidade de voto a tudo quanto era e é analfabeto”. Pois é Rodrigo Costa, eu que nem tinha evocado a ditadura, Salazar foi um péssimo governante por muito mais razões do que por ter sido um ditador, ou seja um canalha, encontro agora aqui a defesa da ditadura, na versão os analfabetos não devem ter direito a voto.
      Como as pessoas se revelam. Deve ser do calor.

  6. Concordo com os comentadores Carlos Pires e M. Martins nos dois primeiros comentários.
    (Talvez o Jocão José Cardoso queira aproveitar agora para me chamar também salazarista?)

  7. Daniela Major says:

    Caro José por uma vez também acho que o seu post é próprio de quem só leu o título da notícia e sei que não é assim. Dizer que Salazar foi um bom gestor não é a mesma coisa que o apoiar…nem é a mesma coisa que defender o antigo regime. É como dizer que Hitler tinha jeito para a oratória, ou que Churchill bebia e fumava que se fartava. Aliás, na entrevista Medina Carreira faz questão de sublinhar isso quando diz que:

    “O que é que o Estado Novo tinha de péssimo? A política, a perseguição, que há alguma hoje sem Estado Novo. O grande problema do Salazar é que foi um produto do seu tempo, que era o tempo das ditaduras. Em toda a Europa havia ditaduras. Era a solução da época, por causa da revolução russa. Era um homem do seu tempo”.

    Não me parece que do ponto de vista histórico e factual, haja algum de errado com esta declaração. Aliás como dizem vários comentários de uma entrevista, de tanta coisa que o homem disse foram escolher a frase que tirada do contexto iria causar mais polémica

    • Olha que li Daniela. Tanto mais que me refiro a Salazar enquanto péssimo gestor de um país, sem citar ditadura alguma. Péssimo porque deixou Portugal na cauda da Europa, um país destroçado pela miséria. O que ninguém me prova é o contrário, apenas agarrados ao tabu das finanças, omitindo os factos económicos e sociais da vida dos portugueses durante 40 e tal anos.
      Nem me referi à cegueira do político que acha ter sido Salazar um bom gestor, e cai na argolada de dizer que a TV em Portugal era melhor do que a de hoje, o que não lembra ao diabo, embora também lembre ao César das Neves. Dizer que a TV era educativa prque tinha o Nemésio é de analfabeto, e dos grandes.

      • Artur says:

        Desta vez concordo com o JJC: dizer que o Salazar era um bom gestor é uma ofensa para alguns milhões de portugueses que viveram nessa época praticamente como se estivessem na idade média.
        Podem-se retirar alguns pontos positivos do regime, tais como a segurança publica ou a constãncia das leis. Quanto ao resto, fora alguma “nobreza” e algum clero que prosperou, em termos económicos vivia-se num miserabilismo resignado. Diz-se que o povo era mais feliz então, não me custa acreditar pois o progresso e a prosperidade economica não são sempre factores determinantes para a felicidade.
        Agora boa gestão? Tretas.

        • Rodrigo Costa says:

          Artur,

          Não há nenhum gestor, mesmo bom, que faça feliz toda a gente, pela distribuição da riqueza. Quer se queira, quer não, não há nenhum exército que possa ser constituído apenas por generais; porque, se houvesse, quem é que faria os reforços e os piquetes?… A prioridade, na recuperação económica levada a cabo por Salazar, não foi a subida do nível de vida da população, mas a salvação do País, na ideia, que ainda vigora, de “a pátria acima de tudo” —a questão é se estaremos de acordo; outra discussão.

          Dentro deste espírito, Salazar foi a escolha acertada, porque só pessoas determinadas são capazes de tomar medidas drásticas, já quem nem sempre é possível salvar o corpo e os membros, e não se pode perder muito tempo em parlamentarismos.

          E há outro pormenor que, penso, estão a esquecer: as polícias políticas; que, em princípio, foram e são criadas para assegurar que os regimes que aguentam. Porém, com o tempo, são as próprias polícias a decidir os modos de intervenção, porque passa a estar em causa o seu sustento; os próprios governantes passam a ser reféns dessas corporações —não foi o que aconteceu, quando Marcelo queria extinguir a PIDE, e o máximo que lhe autorizaram foi a mudar-lhe o nome, passando para DGS? O próprio Salazar não foi afastado quando o regime decidiu?…

          Sem querer fazer disso exemplo a seguir, como é que a China se vem tornando potência económica? Quais são as condiçãoes dos trabalhadores?… Há ou não pessoas que têm uma gaiola por apartamento, com o vencimento em tijelas de arroz?… Qual é o império, a fortuna, qua as pessoas conhecem e que não tenha. nos alicerces, ossadas? Acham que alguém enriquece por cultivo da generosidade?… Assim são os paises; impérios criados sobre ossadas.

          Trazendo a discussão para o desporto, para comparação, o bom gestor é aquele cujo clube de que está ao serviço ganha, mesmo que aumente o passivo. Ora, não haverá aqui uma espécie de incongruência e de outras incongruências?… Pinto da Costa, por exemplo, considerado um gestor-modelo, não gere, ele, no mesmo Clube, gente que ganha milhões e gente que não pode ganhar mais do que tostões, porque,.senão, o Clube mão funciona nem sobrevive?… O que está em causa não é a sobrevivência do roupeiro ou do tratador da relva; o que está em causa é a vida do clube, que, num contexto de concorrência, só assim é que é viável —está bem, está mal?… Esta é a realidade.

          Portanto, em função das evidências e das prioridades, Salazar foi um bom gestor. Poderia ser melhor político?… Talvez não tivesse sido tão bom gestor, porque, quando a hora é de salvar o barco, ao lado humano falta o espaço, porque o pano não dá para a cama toda.

          O Xico já referiu a diferença de circunstâncias e de tempos; a escassez com que Salazar se confrontou, e a abundância desbaratada, desde Abril. Se, com Salazar, havia algumas famílias e o clero favorecidos, tem havido, depois de Abril, de acordo com cada ditadura reinante, famíias e figuras privilegiadas. Só não são os mesmos, porque, como agora, por exemplo, as ditaduras mudam, e. com elas, vai uma catreva de gestores públicos, muitos dos quais, apesar da incompetência, conseguem ter prémios de gestão.

          Estarei a fazer a defeza de Salazar, dos seus métodos. Não. Estou a fazer constatações. E, assim sendo, estou morto por saber como é que, com base no humanismo, scundarizada a competência, Portugal vai conseguir sair do espartilho. Estou curioso.

    • jojo333 says:

      “Em toda a Europa havia ditaduras” ???????????????????????????????
      Onde é que foi buscar esta?
      Inglaterra?!
      Bélgica?!
      Dinamarca?!
      Noruega?!
      Holanda?!
      França (antes de ser invadida)?!
      PAÍSES ASIÁTICOS????

  8. Pisca says:

    Se eu tiver como rendimento, uns biscates a receber 200 euros por mês, puser a familia a viver numa barraca feita com uns restos de tábuas achados por aí, comer uma lata de atum linha branca, para as duas refeições do dia, com um sucedâneo de café, for buscar água a um fontanário perto, tudo a dormir ao fim do dia que não há luz para ninguém, o puto não for à escola e quando alguém adoecer que se amanhe e melhore, já viram que ainda posso poupar e por dinheiro no banco ? Até posso comprar uma acções do BCP/BPI estão baratas e faço um pé de meia
    Isto é um bom exemplo de gestão, em escala maior foi o Pais que tivemos durante 48 anos de fascismo

    • Eu diria que até podes comprar umas arrecadas de ouro. Não servem para nada, mas a patroa gosta.

    • Rodrigo Costa says:

      Caro Pisca,

      Sem desdizer o seu raciocínio, que acho acertado, devo observar, também, a rapaziada que, hoje, não faz um chavo —não me refiro aos que não podem, mas aos que não querem— e que gozam de todos os privilégios que lhes permitem viver nas calmas. Se alguém vier que ponha fim a isto, está mal?…

      E, repito, se o ouro e o dinheiro que Salazar deixou eram malditos, por que se serviram dele; pior, ainda, por que os desbarataram?… Porque se passou a comer caviar e a querer viver à farta. Os extremos. Mas, como já disse, o Salazar já cá não está há 40 anos, e o País continua atrasado e na cauda da Europa, com gente a passar mal. Quem é o ditador, agora?

      • Pisca says:

        Por favor não me venham com o discurso de carroceiro

        – Eu é que trabalho o resto é uma cambada de bandidos
        – Cada desempregado é um chulo em potência

        Que nunca lhe toque pela porta

        Quanto ao famoso Ouro, sabe por acaso como apareceu ? Eu conto um bocadinho, era uma forma de pagamento das minas da Africa do Sul por cada moçambicano que fosse para lá (obrigatoriamente) enviado, procure que encontra

        Além disso existia para sustentar as reservas e a moeda quando a mesma tinha como padrão o ouro

        Ou pensa que o Botas andava a comprar arrecadas nas feiras aos vendedores porta a porta para pôr no fundo da arca, aliás ainda existem várias toneladas mas não adiantam nem atrasam nada, noticia que ouvi de Miguel Beleza há dias na tv

        Um outro pormenor sobre segurança, nada acontecia e era um sossego, recomendo um livro de Cesar Principe, Segredos da Censura (é antigo), onde podem ver as recomendações aos jornais, onde pontificavam proibições de mencionar, acidentes de trabalho, suicidios, roubos e multas praticados por filhos dos queridos do regime, sendo assim o sossego era total

        • Rodrigo Costa says:

          Caro Picas,

          Tal como eu, você também conhece a proveniência do ouro; mas não saberá dizer como é que o ouro desapareceu. Posso dizer-lhe que, quem o desbaratou, não teve que sujeitar moçambicanos ou outros; isso não lhes pesará na consciência. Aliás, nem me parece que eu tenha louvado a forma como o ouro foi adquirido; o que eu observei foi mo facto de ele ter desaparecido —mas concordo consigo: é mais no acumular, do que no gastar, que está o pecfado.

          Sobre o César Príncipe —que conheço pessoalmente—, devo dizer-lhe que, das primeiras medidas que tomou, após o 25 de Abril, foi comprar o Rolls Royce do Silva Reis, da Real Vinícola, por 500 contos. Acha que devemos continuar a ler o livro? Acha que vale a pena? Portanto, antes de você conhecer o livro, já eu conhecia o autor.

          Nota: não sei se percebeu o que eu escrevi: —não me refiro aos que não podem, mas aos que não querem—, estando incluidos, naturalmente, nos que não podem, os doentes e os desempregados.

  9. Rodrigo Costa says:

    Caro João José Cardoso,

    Como por, certo já reparou, através da forma como comento, a minha filosofia não está dependente das condições atmosféricas; procuro ir ao encontro das coisas objectivas, porque não estou dependente da ideia que as pessoas façam de mim. Não lhes prometo nada, a não ser ser como sou, com todos os defeitos e virtudes. E, repito, não pode ser dado a analfabetos, mesmo que, como salientei, tenham um ou dois ou mais diplomas; quer dizer, não tem a ver com o facto de serem ou não doutores. Nem sequer, como pode facilmente entender-se, tem a ver com questões de posição económica, porque também estou farto de conhecer gente pobre carregada de muito dinheiro.

    O que faço é a apologia do mérito, da capacidade de análise e de extrair ilações, que, como bem saberá, não está ao alcance de todos, tal como não está ao meu alcance decidir ou discutir, sequer, sobre física quântica. Como pode ver, também eu sou analfabeto, e devo impedir-me, antes que me impeçam, de discutir ou contribuir para decisões em áreas que não abranjo; tenho que me educar, enquanto espero, para ter direito a participar na discussão.

    Quanto às questões políticas, para ser definitivo, direi, apenas, não haver regime perfeito, porque não há pessoas perfeitas. E, quer queiramos, quer não, a Humanidade —não é só o Páis— está carecida de homens com personalidade e com conhecimento, embora conscientes de que qualquer dos seus actos terá, sempre, duas consequências: favorecer uns e desfavorecer outros. Por que acha que Deus não se mostra?…

    No nosso caso, é necessário o aparecimento de uma pessoa ou de um conjunto de pessoas que travem a marcha do cortejo, porque ele dirige-se para o precipício, é para lá que ele vai. Chamem-lhes ditadores, chamem-lhes o que quiserem; não podem é estar dependentes da vontade de pessoas que não pensam, seja qual for a razão por que não pensem; por falta de predisposição ou por falta de tempo.

    Por isso é que, nos “formulários”, pelo menos, são impressas as condições necessárias para que alguém possa exercer funções governativas, sobressaindo, à cabeça, a probidade, na medida em que vai ter de pensar e tomar decisões que influenciarão os destinos das populações, cuja principal ocupação é o trabalho de produzir riqueza, e sem tempo para se preparar para fiscalizar, em detalhe, as acções governativas. E, claro, a probidade não é suficiente; é necessário saber e ter o apoio de pessoas que saibam e que sejam probas. É esta a questão central de qualquer regime. A ditadura —como qualquer outro—, em, si, não é um mau regime; má é a forma como ela possa ser exercida.

    Tome-se, como exemplo, o que se passa no seio de muitas famílias, com os papéis invertidos; sem que se saiba quem são os pais nem quem são os filhos; com todas as tolerâncias permitidas, e a biporaridade a estabelecer o seu reino, porque não há freio, não há autoridade, não há fio de prumo; e sem que o problema seja a autoridade, mas a sua falta ou a qualidade da autoridade exercida, como suporte de criaturas em crescimento, que devem ser habituadas à ideia de que nem tudo o queremos é possível.

    É esta a minha visão das coisas. Por tudo o que já tinha referido e que refiro, agora, não acredito na democracia, senão quando praticada entre indivíduos com o mesmo nível de preparação e de entendimento.

    • Ricardo says:

      Algumas observações singelas:

      Primeiro tenho de esclarecer que não tenho a bagagem sobre a história recente portuguesa que muitos de vós evidenciam ter, pelo que tenho de agradecer pela ricas lições que aqui aprendo. Admito a minha preguiça em informar-me melhor nesta matéria. Por isso não estou habilitado em ter um debate equilibrado com os presentes.

      Agora pergunto: Medina Carreira, que fizeste tu pelo país? É que muitos deram o coiro e ainda dão, lutando pelas suas convicções, expondo-se, dando a cara, nunca desistindo, estando sempre ao lado dos mais fracos, num trabalho que, parecendo votado ao fracasso, não termina, é infinito. Só está ao alcance dos grandes seres humanos. E tu Medina Carreira, que fizeste tu pelo país? Não passas de um senhor doutor…

      Esta mania do respeitinho pelo “senhor doutor” em Portugal tem de acabar, bem como a subjugação do “plebeu” pelo “senhor doutor”. Porque isso é sintoma e causa da situação do país. Temos de ser mais unidos e perceber que vivemos uma guerra mundial. Uma guerra económica e financeira. Inteligência não é problema, temos para dar e vender, tem é que ser bem usada, ao serviço do país, mais do que o interesse pessoal. Ou nos unimos ou vamos ao fundo.

      • Rodrigo Costa says:

        Term razão, Ricardo,

        A questão não é de falta de inteligência; é de falta de gestão inteligente. Mas convirá que é insólito, ver bastante gente inteligente e o PaÍs a afundar-se. Por que será, se, repito, Salazar já se foi há mais de 40 anos? É estranho! Seria a mesma coisa que, aos 58 anos, eu queixar-me da educação que tivesse recebido do meu pai. Nâo acha que já houve tempo suficiente para que eu me reeducasse?… Será que é necessário ouvir o Medina Carreira ou outro qualquer filantropo, para que se consiga distinguir entre o bem e o mal? Para além dos copos e das pândegas, o que é que a suposta inteligência tem feito?… Procurar aconchego e a boleia certa. As “cunhas” continuam com a importância que tinham, e nada disto tem a ver com a História, mas com a natureza da espécie, porque a História é o registo da actividade de uma espécie que tem natureza específica. Que em Portugal é pior?… A História demonstra-o, mas não o fundamenta, porque o fundamento está na natureza, com a qual e pela qual se tem construido a História de Portugal.

        Possivelmente, acabará por se concluir que Salazar —e tantos outros—, é réu e vítima.

  10. Kapa says:

    A paisagem preservada, uma ideia de urbanismo (escala, harmonia), a arquitectura, a paisagem (genuinidade), a educação (para menos, mas os necessários), a seriedade do estado, a justiça, a racionalidade demográfica e defesa do interior, a possibilidade de derrube do regime.
    Poderá dizer-se que o salazarismo não teve nada de bom?

    • – A paisagem realmente estava preservada, sobretudo a humana, a maioria vivia em “casas” sem água, luz, esgotos, assim tipo Idade Moderna, para não lha chamar Média. O pormenor de, por exemplo, a minha cidade ter sido completamente arrasada para construir a nova Universidade de Coimbra não é para aqui chamado.
      – O urbanismo tinha uma escala humana, sobretudo nos bairros de lata. E a arquitectura era feita à medida das pessoas: depois de deitados nem o cão cabia em casa.
      – A educação era realmente só para os necessários. O facto de a investigação científica ser ridícula, até porque os melhores professores era tantas vezes afastados por razões política, também não é para aqui chamado.

  11. Afirmar que o Salazar foi um bom gestor é uma tontice… Alias, estamos rodeados de tontos e o mais periclitante é que temos que os gramar.

    Creio que o importante é saber onde andava o Medina durante estes anos. É preciso muito desplante para dizer o que diz agora sobre o estado deste pais… Parece que ele tem razão… Mas, agora é demasiado tarde.

    Seria um acto humano, de inteligência e nobreza se o M tivesse agido como agora o faz com tanta veemência. Segundo o M, diz que já afirmava este discurso pelo menos há um década. Que estranho!!! Será que ele ciciava? Ou estava com rouquidão?

    Pois! Pois! Continuam a brincar com as vidas que lhes deram o poder. Não sei quem será mais tonto, se esses que tem o poder ou, aqueles que lhes deram a voz.

    Por conseguinte, indivíduos como Medinas, Salazares e tantos outros, que infelizmente têm ou, tiveram voz, não me merecem qualquer respeito.
    Tenho pena deles, deste pais e do mundo. Continuamos a discutir e a falar de personagens que não interessam; falta-lhes inteligência. Contudo, se calhar, viajam em executiva…

  12. Kapa says:

    Pobre valentinzinho,

    Você milita no lado das personagens sem história. Reconheço-lhe algum veneno que cospe para o próprio corpo.
    A sua debilidade cerebral é um trunfo que não usarei.

    • Ó menino, aqui não se insulta o parceiro, entendidos? Nestas coisas de comentador a insultar comentador sou um bocado salazarista, confesso.

      • Kapa says:

        Caro Cardozaturovalentinizado. Na mesma altura, a Itália era uma miséria. A Espanha tresandava, a França uns degraus para cima… É uma questão de riqueza mundial, de desenvolvimento. Os índices não se comparam assim. Não respondam com bugalhos.

        • Qual altura? Falamos da década de 60, por exemplo. E não vai comparar, nessa década, a Espanha, a Itália ou a França com Portugal, pois não?
          De resto mesmo nas décadas anteriores só por total ignorância se pode dizer que Portugal não era uma extensão da África na Europa.

          Pesquise um bocadinho, para coisas tão elementares até a net serve.

          • Kapa says:

            Era melhor exactizar. O salazarismo teve quase cinco décadas.
            Claro que é comparável. Eramos bastante mais atrasados, claro. Mas essa maneira de comparar é que é penosa.
            Chegávamos a França, “a salto”, trabalhávamos doze horas na construcção, comíamos uns chouriços e aos quarenta e cinco estávamos arrumados, nessa França tão maravilhosa.
            Não vá por este caminho, que não é válido.

    • Kapa Kapa, o veneno e a minha debilidade mental é toda para você… Mas só se pagar! Todavia, duvido que tenha fluxo financeiro para o fazer.

  13. Artur says:

    É como dizem os Psicologos: a memória humana tende a guardar os factos mais positivos e a esquecer os negativos. Por causa disso saiem agora em defesa de um passado pretensamente melhor do que o presente.
    Qualquer ditadorzito consegue amealhar uns tostões se puser o país a passar fome. Se tivessem a hipótese de viajar no tempo e ir visitar uma vila ou aldeia Transmontana ou Beirã na Era Salazar, veriam nada mais do que uma povoação medieval em que a maioria das terras pertencia a uma meia duzia de familias onde o povo trabalhava de sol a sol por uns tostões. Se queriam mais alguma coisa tinham que sair do país. Se queriam alguma educação para os filhos e tirá-los da miséria, entregavam-nos aos Seminários para serem padres. Nas Igrejas, ensinava-se a obediência, a humildade e a resignação como virtudes, para melhor suportarem as cangas.

    • Kapa says:

      Artur.
      As escravaturas modernizam-se. Olhe para Massamá ou Sto Ant. dos Cavaleiros, encontra rídiculo maior, a não ser na Índia. Há hoje um milhão e meio de deprimidos, outro tanto de diabéticos, mais um milhão de obesos. Apenas três exemplos de fantasmas de humanos dignos.
      Se trabalhar numa cãmara municipal ou em qualquer organismo público, se tiver um laivo de personalidade ou de crítica é completamente cilindrado.

      • http://www.pordata.pt

        Veja por exemplo a mortalidade infantil, Para mim chega, até porque é um indicador do esatdo sanitário de qualquer país do mundo.

        • Kapa says:

          Ponha um pé num balde de água a ferver e outro num de água gelada. Estatísticamente está em água morna. na verdade está morto.
          Eis um uma entidade sem qualquer interesse. Os dados carecem de interpretação. Sabe qual era nos EUA a mortalidade infantil nessa altura? Nessa altura, nesse país,`os médicos publicitavam o tabaco como cura para grande parte das maleitas.
          Já lhe disse que isso não é caminho para discutir.

        • Kapa says:

          No meu entendimento, se quiser conversar, a história (esta, de café), analisa-se com um elevado grau de subjectividade. A guerra dos indicadores, para além de maçadora, é apenas uma oportunidade de tiro.

          • Eu digo-lhe para comparar os indicadores da época, com outros países, à época. Os números são muito objectivos, e a estatística não é um balde, é uma ciência. Não me deu em troca um exemplo de boa gestão do país, excepto argumentos que contra si falam, se soubesse do que fala quando fala do Portugal rural salazarista.

            De resto o caso dos emigrantes que cita é falso: em França trabalhavam que nem escravos, mas iam ao médico. Cá, muitos, nem sabiam que isso existia.

      • Artur says:

        O que é que as depressões, a obesidade e as diabetes têm a haver com a escravidão?
        Eu diria que, pelo contrário, estes males são consequência da liberdade e da falta de discernimento e de capacidade para saber viver de forma equiilbrada nessa liberdade.
        Eu não disse que o presente é perfeito; digo é que comparativamente ao passado, vivemos nos anos de ouro, visto que nunca como hoje, um numero tão grande de cidadãos teve tantas oportunidades.
        Hoje um filho de um agricultor ou de um trolha, se tiver capacidades, já consegue chegar a Juiz, a médico ou Administrador. Ainda há injustiças, cunhas e luvas? Claro que sim. Mas o bolo está mais dividido. Isso, apesar de tudo, é bom.
        Não são precisos grandes estudos para se constatar que a riqueza está hoje mais distribuida.
        As imperfeições do presente não nos devem fazer cair na armadilha de suspirar por um passado radioso que nunca existiu, ou de nos metermos em aventuras revolucionárias das quais são imprevisiveis as consequências.

        • Kapa says:

          Agora percebo o cientista. De facto não tenho mais nada a opor-lhe. Fique-se com os seus gráficos alinhados e ainda arranjará algum trabalho no estado.
          O senhor ultrapassou-me.

        • Kapa says:

          Mas qual liberdade? De comprar branco ou azul.
          A mobilidade social é hoje menor, di-lo António Barreto, figura insuspeita, por institucional. De quem era filho Salazar? Américo Tomás? Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Ruy Belo, Cesariny?

          • António Barreto é mais que suspeito, pese embora ter feitio um excelente documentário sobre estas questões, está possuído pelo mesmo fimdemundismo do Medina. Ele sabe melhor que ninguém que isso é mentira. E já agora, a correr e de cor, Salazar era filho de camponeses remediados (e não pobres como reza a lenda, esses não eram caseiros, trabalhavam as terras dos outros), o Velhinho Pateta, o Nemésio, o Cesariny e penso que o Ruy Belo eram todos de boas ou mesmo muito boas famílias.

          • Artur says:

            Depois de ter escrito o trabalho “Mudança Social em Portugal”, não sei onde é que o António Barreto se terá baseado para ter dito que agora a mobilidade social é menor.Tem a certeza que ele disse isso? Vai também contra outros estudos sociologicos realizados em Portugal sobre a matéria. Veja-se só a titulo de exemplo a quantidade de mulheres provenientes de classes baixas que subiram socialmente após o 25 de Abril. Ou essas não contam?
            Quanto à ascenção do Salazar, vem de encontro ao que eu disse anteriormente: tiveram que o meter num Seminário senão não se safava.E era filho de um feitor de uma familia poderosa que certamente o apadrinhou. A maioria infelizmente não tinha patronos dessa envergadura.
            Quanto à liberdade, se o conceito que o Kapa faz dela é baseado na vulgar liberdade consumista, está muito limitado intelectualmente. Muitos só conseguem dar-lhe valor quando a perderam. É como a saúde.

          • Rodrigo Costa says:

            Kapa,

            Cesariny, o Màrio, era filho do Partido Comunista. Outro que, sem o “papá”, continuaria no tamanho real, menos que S.

        • Rodrigo Costa says:

          Artur,

          Peço desculpa, mas, essa das oportunidades, é uma treta. E não é por acaso que muitos pais aconselham os filhos a filiarem-se nos partidos; a via mais segura para atingirem objectivos. Não há grande diferença entre as juventudes partidárias e a Mocidade Portuguesa. Os tempos mudam, mas a Humanidade permanece. E até os partidos têm disciplina de voto, negando a liberdade de pensar e de decidir a pessoas que, supostamente, depois de Abril, seriam livres.

          E o bolo só está mais dividido, porque há a alternância, sem que se altere o fundo da questão, o regime de clã. A partir desta altura, é ao PSD e ao CDS que cabe procurar a eternização, desmontando a estrutura anterior, constituída por pessoas afectas ao PS, cabendo a estes, agora, os lamentos e as angústias.

          Não vale a pena comparar os tempos, porque os tempos são diferentes, e nunca. como agora, foram vendidos tantos ansiolíticos —ao invés de se perguntar o que é que está errado, faz mais sentido perguntar-se o que é que está certo.

          Olhando para trás e vendo a América de há uns quantos anos, terá cabimento, em função do atraso, dizer-se que Obama é melhor do que o que foi, por exemplo Franklin Roosvelt?…

          Eu volto a dizer que não sou apologista de Salazar, mas que o considero mais do que a muitos meninos que apareceram como salvadores da pátria e lutadores incansáveis pelos desfavorecidos, e que, hoje, de papo cheio, governados, sairam de cena com regalias vitalícias.

          • Artur says:

            Rodrigo, o que disse está certo, contudo o que vou dizer a seguir também está.
            Sou oriundo de uma familia pobre (agricultores, todos, sem excepção). Antes do 25 de Abril, apenas 1 membro da familia conseguiu mais do que a 4ª classe. Foi recrutado para um Seminário em Macau. Nenhum deles tinha uma propriedade que fosse dele.
            Hoje, temos na familia, empresários, professores, engenheiros e até quadros superiores.Vários licenciados. Nenhum deles precisou de ajudas partidárias. A maioria deles têm filhos a estudar e com boas perspectivas de entrarem no ensino superior.Nenhum deles é um parasita do Estado. Além da minha familia, conheço dezenas de casos com o mesmo percurso.
            Neste país, havendo vontade e capacidade, felizmente ainda vão existindo oportunidades que se podem aproveitar sem se manchar a integridade.

          • Rodrigo Costa says:

            Artur,

            Como compreenderá, não conheço o seu caso nem de tantos outros, que, apesar de poderem ser muitos, são muito menos do que aqueles que prefiguram a situação a que aludi e se mantém.

            A mim próprio, há una anos, foi-me prometido que, enquanto artista, a minha situação seria mais facilmente desbloqueada, se me inscrevesse num determinado partido, porque a pessoa que mo propôs era figura influente e era assídua da sede do dito.

            Hoje, não me apresento como tendo sido bolseiro da Gulbenkian, porque, quando mo propuseram, fiz saber que só o aceitaria se me fosse possibilitado estudar sobre o que eu queria; melhorar os meus conhecimentos, mas mantendo o meu discurso, afastado de qualquer bloco, porque gosto de pensar pela minha cabeça. Esse é o drama; não gosto de integrar “manadas” nem de responder sem compreender. E não penso que seja o único. Não corro por títulos, prefiro os caminhos da competência.

            E, a este nível, devo dizer que o anterior regime era mais sensível, porque valorizava a inteligência; você escrevia ao primeiro-Ministro e, indepenentemene da sua condição, ele respondia-lhe —e olhe que eu sou filho de pai analfabeto e de mãe com apenas a 3ª classe; e não pertenço nem tenho, como nunca tinha tido, relacionamentos privilegiados. A minha casa foi de telha-vá, até à minha idade de 8 anos.

            Dir-se-á que existia a segregação por questões políticas; que muitos cérebros tinham que emigrar para evitar a perseguição. Mas o que é que há, hoje, que não havia antes? Muitos desses cérebros o que são, hoje?… Figuras que, politicamente segregam. Quem é Mário Soares, por exemplo? O que tem sido a vida deste senhor, senão a de um nababo que cultiva ódios de estimação; que desenhou trilhos de acodo com as suas afinidades?…

            Não é assim, com todos os regimes? É. Porque, independentemente dos regimes, a Humanidade permanece, e é o Instinto quea suporta —com mais ou menos eufemismos, não há senão tirania. Por que é que nem todos podem ser nossos amigos?

  14. Fernando says:

    Será que o autor do artigo associa o Salazar apenas e só a’ Pide, censura, fome, desemprego, emigração e atraso social? Seria aconselhável o autor ver o Salazar como patriota, rigoroso e honesto. São três atributos que hoje nem na Feira-da-Ladra se encontra. Quanto a’ fome, desemprego e emigração encontra-se hoje ao virar de cada esqueina.

    • Aconselhável ver o que não existe? curioso. Patriota é aquele que ama o seu país e o seu povo, não aquele que o desprezou e lançou numa guerra inútil; rigoroso com o povo, condescendente com os donos de Portugal, é defeito, não é virtude; e quanto à honestidade não se mede pela criação de galinhas em S. Bento (aliás os mentirosos são por natureza desonestas, e Salazar usou e abusou da mentira e da hipocrisia).
      Se hoje ainda temos fome, desemprego e emigração é incomparável com a que tínhamos no tempo do Esteves. Mas adoçar a realidade com mentiras e efabulações lá vai pegando. Inventais uma História à medida dos vossos desejos, lembrando-me um certo Estaline.

  15. Rodrigo Costa: seus problemas com a arte e artista, e uma fixação em que os talentosos com sucesso são forçosamente filho d’algo, é problema para o qual lhe recomendo um psico qualquer coisa. Com o Saramago, ainda tolerei. Com o Mestre Cesariny, entre outras coisas autor de um dos poemas do século passado pintados em português, serei curto e grosso: tinha mais talento no olho do cu do que alguma vez terás em algum olho, mesmo com óculos.

  16. Rodrigo Costa says:

    Meu caro,

    Cá estás tu ao teu melhor nível; nas águas em que melhor navegas… Viráste-te para o lado errado, meu querido! Não estou na disposição de te tratar como mereces … se é que mereces alguma coisa; se é que sabes o que é poesia ou se sabes o que é pintura, ou sequer, como é que tudo, na política e na Cultura se passa. Estás a falar com um rato de campo e não de gabinete; estás a flar com alguém que só fala quando tem conheciento e causa. Acho que deves limitar-te à tua insignificância; o que nunca te recomendei, porque, pelo menos comigo, ainda não tinhas sido tu. De resto, se não queres ser contradito; se não tens capacidade para mais do que postar a granel, recomendo-te a masturbação, vais ver que ninguém te incomoda e tens sempre razão. Os qua querem ter, de facto, tentam prová-la pela inteligência, com argumentação vbálida —pel que tenho visto, sei que estou a exigir-te demais..

    O que toleras ou não toleras é-me indifefrente; sou eu quem escolhe as minhas referências. Nunca te insultei, apesar da discordância de opiniões. Não andei, seguríssimamente, na tua universidade, e sei que o Cesariny tinha um olho do cu com talento, mas não quis ir por aí, fui pelo lado político.

    Continua que estás no bom caminho. Quando não tiveres pedalada, insulta, mas nã voltes a pdir aos outros educação, porque estarás a pedir que não tens.

    • Claro que não me insultaste: tu só tens coragem para acusar os mortos de só valerem a sua obra por compadrios. Razão pela qual ainda tens a cara virada para a frente e não para trás.

      A política é uma desculpa fantástica, não é? sobretudo quando és tu que a invocas, insultando os que já cá não estão para se defenderem, e dos quais tens aquela coisa simplória que até os pobres têm: inveja.

  17. Rodrigo Costa says:

    Avaliar a obra de alguém e concluir que não tem mérito não é insultar o autor; porque não me insurgi por achares que eu não tenha méritos, é o teu direito, não tinhas era o direito d o fazer como fizeste, porque não conheces nem conhecs a minha obra.

    A questão é: eu sei do que falo. E se, amanhã, fizeres qualquer refência ao Júlio Pomar, apesar de afecto ao Partido Comunisa, não me ouvirás a mesma referência, porque, para além de tudo, o Poimar é um arista capaz, cujo valor artístico sobreviveria, independentemente de ser ou não ser conhecido, porque o valor das pessoas não deve ser medido em função da fama, mas em função da sua competência, do valor intrínseco da sua obra. É isso que, a mim, me interessa.

    Quanto à inveja, meu caro, o problema era fácil de resolver, se fosse esse; bastaria tornar-me pau-mandado, e a passagem era desbloqueada. Tenho inveja, sim, no bom sentido, dos que sabem mais e fazem melhor do que eu. Mas essa desvantagem só posso combatê-la com trabalho, com exercício, e não com o exercício de influências —um manco não deixa de ser manco só porque é amigo de alguém que anda normalmente.

    É claro que eu tenho a noção do meu espaço; sei bem quanto pode valer a minha opinião: nada. Porque, para além do meu trabalho e da minha maneira de pensar, não sou nada. Possivelmente, seria diferente, se um dos candidatos à Presidência da República tivesse sido eleito, depois de fazer uso de um texto meu, no discurso de apresentação da candidatura, mesmo que, até hoje, nunca nunca tenha bido quem é o autor, porque quem lho deu, deu-lho como se lhe pertencesse, assindo por essa pessoa, membro, por algum tempo, do seu staff….

    Faz ideia o que não seria, por hipótese, eu contrariar-lhe uma ou outra opinião e o homem perguntar-me quem é que eu pensava que era, que teria maisalento num só dedo do que eu nas duas mãos!… E eu responder-lhe que era o autor do texto de que fizera uso na apresentação da sua candidatura… Quem sabe?… Ainda ambos estamos vivos, e o destino tem muitas armadilhas.

    Primeiro, fico satisfeito por regressares ao que reputo como uma certa normalidade. Depois, quero assegurar-te que não inibo, quem quer que seja, de comentar o meu trabalho e dele retirar ilações mais negativas, considerando-me, se, sinceramente o sentir, até medíocre. O que eu proponho é que, antes de se pronuncarem, façam o exercício de análise; tentem perceber o porquê das coisas, porque é o que eu faço, antes de me pronunciar. Um quadro não me chega; um poema não me chega; tenho necessdade de ver mais e de ouvir a voz do dono, porque a oratória é a consagração ou o desmoronamento de toda a obra.

    Nota: tenho tido a possibilidade de me pronunciar sobre algumas pessoas vivas, porque nao é o facto de estar vivo ou estar morto que me move. Muto antes de ele morrer, já eu tinha dito a pessoas de realcinamento comum, o que pensava de Cesariny… Por perseguição?… em converas que surgem e nas quais, quase sempre, peço a todos os santos que não me peçam opinião, porue não sou de fazer favores nem de procurarser simpático. As coisas sérias, trato-as com seriedade. Poderá, naturalmente, dicutir-se o meu ponto de vista, mas para isso que Deus —quem quer ou o que quer que seja, nos deu a fala.

  18. mau10 says:

    mas onde é que o Medina diz que gosta do salazar? dizer que foi um bom gestor não significa que concorde com tudo que ele fez. o nosso Sócrates é um excelente mobilizador de massas, é reconhecido, mas daí a a aclamá-lo como alguém que tenha feito alguma coisa certa vai uma eternidade. porque é que se discute o sexo dos anjos? deixem o Medina falar, porque tem colocado o dedinho na ferida.

  19. mau10 says:

    Rodrigo Costa,

    concordo com o que tem dito. neste blog, é uma pena que haja alguém que quando os argumentos faltam ou quando não haja concordância com as suas superficiais ideias, seja insultado ou banido dos comentários. onde é que falávamos de salazarsimo?

    • “Onde é que falávamos de salazarismo?” Por exemplo, aqui:

      “João José Cardoso diz:
      26/06/2011 às 20:47
      Ó menino, aqui não se insulta o parceiro, entendidos? Nestas coisas de comentador a insultar comentador sou um bocado salazarista, confesso.”

      Assumir que uma costela salazarista? Interessante…

    • Ó Maria, não sejas assim, a ver, Filipe Mateus, até, ó Octávio, nos poderíamos amar, não é João, ou a minha velha e querida Mãe Preocupada com Mentiras?
      Espero que expies estes pecados todos de joelhos, em confissão, como manda a tua santa madre igreja, João Antunes, e como te pode explicar o teu querido João Seabra.

      O ódio, ó besta, para ti é pecado. Para mim nem por isso: é falta de nível, tás a ver filha?

  20. TugaAtento says:

    Se tivessemos dado ouvidos ao Medina Carreira há 10 anos atrás não estávamos como estamos. Basta ver 5 ou 6 entrevistas do Senhor (com “S” maiúsculo) para se ficar com uma idéia. É pena que já não existam governantes deste calibre, seguramente que tínhamos alguma possibilidade de futuro próspero…

  21. Cambada de reaccionários, pá. Defendem o Salazar, mas hoje não iriam hoje para o Algarve a chatear meio mundo em Agosto. Hipócritas, talvez faça mais sentido. Independentemente de… defender-se as políticas dum tipo que se, tal como nos conta a História, baseara no atraso do país e das suas gentes, entristece-me profundamente.

    Também concordo que houve muitos tipos da direita e da esquerda que entretanto se aproveitaram à grande após a revolução. Não deixa, no entanto, de ser culpa do duradouro regime asfixiante…

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  1. […] ao mesmo tempo que privava o país de desenvolvimento. Por isso, não sei se se possa dizer que o João José exagere, especialmente quando se lê que Salazar era um ditador porque ser ditador era “solução da […]

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