Será mais fácil a qualquer um de nós ganhar o próximo jackpot do euromilhões do que Portugal avançar para o processo de Regionalização.
A CP acabou com a linha Porto-Vigo. O motivo parece óbvio e simples: só tinha, em média, 12 passageiros. Como alguém escreveu, surpreendente é ter tantos passageiros dispostos a demorar mais de três horas para fazer pouco mais de uma centena de quilómetros. Num país decente, estes gestores de brincar da CP terminavam na cadeia pela forma como geriram a empresa ao longo destes anos.
Então, nos tempos que correm, demorava três horas de comboio uma viagem destas? Solução: em vez de criar condições para que a viagem decorra no tempo normal (uma hora), não. Toca a fechar a linha e desprezar o potencial da mesma. Talvez os senhores da CP não saibam que a Galiza (e Vigo em especial) é o principal emissor de turistas do Grande Porto e Norte de Portugal e um dos principais eixos de negócios. Talvez não saibam que uma linha ligando o Porto à Corunha teria um enorme potencial. Para isso seria necessário saberem e conhecerem a realidade desta Região e das suas principais “ligações” económicas.
Entretanto, pode ser que o Aeroporto Internacional do Porto seja, finalmente, privatizado. Espero que a Junta Metropolitana do Porto e os seus autarcas se organizem de modo a tomarem uma posição accionista minoritária e, dessa forma, serem tidos e achados na sua gestão. O AIPorto é fundamental para o desenvolvimento de toda a Região (os utentes galegos, por sinal, valem já 20%) e não pode continuar a depender apenas da Ryanair cujo investimento em novas rotas continua a ser fantástico e é um dos motivos para o crescimento do turismo na região (em contra-ciclo com o resto do pais). Porém, são necessárias novas ligações directas para os outros continentes e isso a Ryanair, para já, não pode oferecer e a TAP prefere a Portela.
Enquanto a Regionalização continuar a ser mais difícil de concretizar que ganhar o jackpot do euromilhões, valha-nos estas pequenas oportunidades. Assim saibam aproveitar os poderes políticos e económicos da região.
(Igualmente publicado AQUI)
Uma linha com traçado do século XIX e com veículos de 1965, não há milagres.
Ver esta foto elucidativa tirada em Vigo:
http://bragaporto40minutos.blogspot.com/2011/07/os-dois-comboios-que-servem-o-eixo.html
Podíamos ter um Alfa Vigo-Viana-Porto-Lisboa (juntamente com o serviço regional e mesmo urbano para Viana na mesma linha por uma fracção do custo do TGV via Braga para o mesmo trajecto.
Em vez disso fecha-se tudo. Curioso que estes problemas de défice da linha e desentendimento entre CP e REFER não aconteçam no Sud-Express Lisboa – Madrid, deve ser impressão minha.
Vamos lá a ver se eu entendo, Fenando. Privatiza-se porque é do estado. Depois chama-se o estado (Junta M. do Porto e seus autarcas) para comprar e tomar conta.
O liberalismo tem subtilezas que me escapam…
A solução para a má gestão da ferrovia é eliminar a má gestão para que prospere e seja pública, uncionando ao sabor de uma estratégia de mobilidade do Estado, como parece que acontece naqueles países do 1º mundo.
O dito “liberal” português crê piamente no milagre para os problemas de gestão que é simplesmente alterar o estatuto jurídico das empresas de público para privado.
É só bons resultados para a competitividade e qualidade de serviço não haja dúvida: GALP, PT, EDP, Fertagus, etc.
“estratégia de mobilidade do Estado”
There is no such thing… faz décadas…
A JMPorto, neste momento, está impedida de entrar na gestão do aeroporto. Só com a privatização o pode fazer. O que defendo é simples, privatizem 70 a 80% e entreguem o restante à JMP.
Fernando de acordo, entregamos tudo ao Belmiro, ou será a outro ?
Façam o “TGV” do Porto a Vigo.
A terceira cidade do “País” merece.