Um não-pedido de desculpas a Vítor Louçã Gaspar

Acreditei em Miguel Frasquilho e no «Povo Livre» e fiz mal. Afinal, Pedro Passos Coelho não utilizou a expressão «desvio colossal» e Vítor Louçã Gaspar não mentiu quando veio com aquela estória das palavrinhas entre desvio e colossal. Se fosse menos teatral nos seus discursos, talvez eu tivesse acreditado nele.
Errei e peço desculpa aos leitores. A Vítor Louçã Gaspar é que, obviamente, não posso pedir desculpa. As suas mentiras têm sido mais que muitas em tão pouco tempo e, para confirmar o epíteto de mentiroso, bastaria olhar para o último debate no Parlamento.
Como é possível não chamar mentiroso a quem diz que, em relação ao imposto extraordinário, os que podem mais vão pagar mais? Como é possível não chamar mentiroso a quem diz que estamos na presença de um imposto que revela grande equidade social? Como é possível não chamar mentiroso a quem diz que os juros e dividendos não podiam ser taxados por motivos técnicos? Como é possível não chamar mentiroso a quem fala de um imposto universal e esquece todas as grandes fortunas e os grupos económicos do costume.
Não, Vitor Louçã Gaspar não é sério e, como é óbvio, não posso pedir-lhe desculpa por lhe ter chamado mentiroso. Porque é o que ele é.

Comments

  1. Vê é se te deixas de aldrabices Ricardo.

  2. Depois da tristeza a palhaçada!

  3. joão says:

    ja no outro post tinha defendido vitor gaspar.hoje defendo o passos tambem.a imprensa esta a procura de escandalos e gaffes.agora espalhou-se ao comprido.

  4. Rodrigo Costa says:

    E o Ricardo, não mentiu?… Poderá —não sei— chamar mentiroso a Vítor Louçã, por tudo o resto, mas teria que pedir-lhe, “obviamente”, desculpa, pela razão por que, no post anterior, lhe chamou mentiroso, dado que a base da sua acusação era falsa —apenas uma questão de coerência.

    A mim, por exemplo, não tem que pedir desculpa, porque nunca lhes exigi que postassem verdades; leio-vos, porque quero, sem que isso seja parte fundamental do meu dia-a-dia nem, muito menos, base de orientação de vida. Agora, como digo, é sempre agradável, quando se encontra alguém coerente; até, porque, antes de mais, resulta em seu próprio benefício.

  5. E o burro sou eu... says:

    Ó Ricardo:

    Existe um pequeno pormenor que, penso eu, é de máxima importância:

    Quando o Ministro toma estas decisões, de certeza absoluta que pensa em todas as possibilidades e não pode agradar a todos.

    Por isso é que é Ministro e não queria estar na pele dele.

    Agora, não seria melhor dar o beneficio da dúvida, e deixar o Homem fazer o seu melhor, para ver se saímos deste pântano?

    Continuo a pensar que as razões que usa para o chamar mentiroso são erradas, mas enfim…

    Se o Ricardo fosse Ministro da Finanças, fazia melhor?

  6. mario tenreiro says:

    Claro que fazia!

    Deixava de dar ouvidos ao N Leite e…ao mr-choque-fiscal “M. Frasquilho”.

    Aumentava para 525 eur o S M Nacional.Só um patronato agarrado à gorda é que não percebe o básico. Também, convenhamos, com este patronato de gel e de 12 ano tirada à pouco…

    Retirava as isenções dos IMIs. Afinal sabem que vão pagar, não é? Então, comecem já…

    Repunha os cortes dos salários todos. Não é tempo para nacionalizações nem “sacrificios” dos “tansos fiscais” (os mesmos que suportam isto…)…

    Punha as donas de casa e os candongas que trabalham no “guichet” das “finanças” a fazerem as penhoras dos devedores, …tanta prescrição porquê? Porque não saem do lugar e …esperam que o infractor vá ter com eles…Conheço bem este meio.

    Subia o IVA dos restaurantes e hoteis para a taxa máxima: come-se em casa, não podendo, sandezinha no trabalho, e estojo do dentrifico, sem deixar migalhas e mastigar silentemente. Poupa-se no ginásio.País de tanga e esta gente nos restaurantes ou cafés…a dar à cavaca…e fritos. Hoteis: quem não pode, não pode…conduzir de noite também é bom. Deixar os hoteis para alemães ou suecos que têm miúdos menos ruidosos que os mal-educados dos vossos que nem sequer à mesa sabem comer…

    Extinguia todos os benefícios fiscais, com excepção da saúde. Estudar é um luxo…estudem mais tarde, os que não podem depois de amealharem o dinheiro que ganharam a servir à mesa…Pensões de alimentos só dedutíveis desde que superiores a 200 eur e sob transferência bancária (único meio de prova)

    Impunha propina na escola secundária a partir do 9º ano de escolaridade (vulgo taxa moderadora), estando isentos os alunos que tivessem nota média superior a 12 valores. A reprovação implicaria sempre o pagamento do dobro da propina.

    Redução para metade dos administradores hospitalares.
    Cada trabalhador pagaria 3.75% do seu rendimento líquido a dois concretos hospitais desde que auferisse valor superior ao dobro o salário mínimo nacional.

  7. O amor está no ar…

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