Banksy, Street Art e Vandalismo

O Aventar tem discutido o tema de forma pluralista, como sempre. Tem, igualmente, divulgado alguns dos melhores artistas nacionais e internacionais e dedicado espaço a iniciativas importantes nesta área. Como a polémica acompanha boa parte destas acções, tem contado em primeira mão algumas reacções.

Novas achas para a fogueira chegam agora de Bristol, onde, aparentemente, nasceu um novo paradoxo sobre a noção de vandalismo.

Depois disto tudo, o leitor do Aventar tem opinião formada ou acha que se trata apenas de lixo e perda de tempo?  Qual é a sua opinião?

Comments

  1. Se a arquitectura é arte, uma parede em branco é arte. Qualquer coisa que se lhe superimponha, contra a presumível intenção do autor e presumível vontade do proprietário, é vandalismo – mesmo que seja arte também.

  2. Oh João José, claro que é vandalismo destruir as obras do Bansky. Isto da arte, seja de rua ou não, não é socialista! Não é tudo igual e com o mesmo direito à existência. Nem todo o borrão é arte (quem decide? as entranhas!). A melhor forma é mesmo comparar as tuas ligações em «lixo» e «perda de tempo». Acho que falam por si. Vejam e depois perguntem quem decide o que é para preservar, como se fosse preciso.

  3. Toda esta discussão assume (erradamente, na minha opinião) que existe uma dicotomia entre arte e vandalismo.

    Alguns factos:

    – Praticamente toda a arte de rua é vandalismo/ilegal, porque objectivamente altera o aspecto visual de seja o que fôr contra a vontade do proprietário. Penso que isto é indiscutível: apenas uma ínfima minoria da “arte de rua” é considerada um mural, ou feita a pedido do proprietário.

    – A grande maioria da “arte de rua” não é vista pela população geral como arte (dominada por tags e outros rabiscos amadores). Isto tem como consequência que a esmagadora maioria dos edifícios com grafitis/stencil ou outra coisa qualquer perde valor (seja ele monetário, estético, simbólico, etc).

    Dito isto, nada impede que um acto de vandalismo possa ser considerado arte. Assim como nada impede que uma obra de arte seja legitimamente destruída porque o proprietário simplesmente não gosta de algo que foi feito contra a sua vontade.

    Cabe aos admiradores deste tipo de arte arranjarem forma de com os seus próprios meios tentarem preservar esta arte por via legítima (i. e., chegar a acordo com o proprietário).
    Admito também que uma Câmara Municipal / Estado possa comprar arte de rua e classificá-la como monumento (sem lesar o proprietário).

    Por outro lado, declarar intolerância zero a este tipo de actividade significa que se vai gastar muito dinheiro e obter poucos resultados. Numa democracia em que certos valores de liberdade estão assegurados, a polícia não pode usar meios eficazes para combater a arte de rua pela via da repressão (era preciso um polícia em cada esquina). É um fenómeno cultural que nunca acabará enquanto a sociedade não mudar completamente.

    • Exactamente. Ou é arte e vandalismo, ou é só vandalismo, mas vandalismo é sempre. E a tolerância ao vandalismo tem que ser mesmo zero, porque é o germe de crimes mais específicos. Se a arte é premonitória, como dizem, então a «street art» prenuncia a era do caos.

  4. Esta discussão é totalmente desnecessária, até porque ninguém anda iludido e convencido de que cada “bomb” é um obra de arte, nem pretendem que todo e qualquer tag seja guardado imaculadamente para toda a eternidade. Fiquei também com a impressão que nenhum de vocês possui a noção das razoes que levam (ou levaram, no meu caso) muitos de nós a fazer tags ou obras mais elaboradas, mas posso adiantar já que, a grande maioria, não se julga o próximo banksy, até porque, pelo menos metade das pessoas que pintam, estão convencidos que o banksy é um vendido. Portanto, é engraçado como nem sequer perguntaram a opinião a alguém que esteja dentro dessa subcultura. Preferindo discutir um tópico altamente subjectivo (é arte/não é arte= não é vandalismo/é vandalismo). Por ultimo, o banksy não é o be all and end all desta art form. Aconselho-vos a procurar pelo extraordinário caso de King Robbo, que infelizmente, depois de se ter envolvido numa guerra com banksy, acabou em coma no hospital, uns dizem que devido a uma queda, outros dizem que devido a um ataque. Procurem pelo vídeo, pode ser que fiquem a conhecer mais uns “vândalos”

    http://www.teamrobbo.org/

    http://en.wikipedia.org/wiki/King_Robbo

    Ragz S.A.x H.C.

    • A. Pedro says:

      1- Se a discussão fosse desnecessária não terias vindo participar nela.
      2- O post tem origem numa notícia de jornal. É a notícia que fala de Banksy, ou de um trabalho dele, como reparaste se te deste ao trabalho de seguir os links.
      3- “Especialistas” dessa subcultura conheço alguns mas dou-lhes pouco crédito. Artistas de street art conheço vários, alguns mundialmente conhecidos e somos amigos.
      4- As questões de “eternidade” começam agora a ser levantadas e discutidas, como acontece em Bristol se é que te deste ao trabalho de seguir os links. O artigo é sobre isso.

  5. @FV
    Espero que declarem já essa tal “intolerância zero”….Mas parece-me que querias dizer algo diferente.

Trackbacks

  1. […] discussões tidas aqui no Aventar sobre o tema, fica claro que o vandalismo pode ser arte, mas é sempre […]

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