Importam-se de explicar?

Anda TGV, não anda TGV. Vai a 350 Km/hora ou a uma “velocidade razoável”? Vem ou vai com passageiros ou mercadorias, é ou não é o tal comboio dos negócios de Sócrates, sim, esses mesmo que cheiram a comissões depositadas um pouco por todo o lado?

Gostava que alguém me explicasse o que se passa. É manigância? É aldrabice? É o confirmar daquilo que se sabe mas utilizando outras palavras? Pelo que hoje se diz, mais umas centenas de Km da “via férrea tradicional” serão liquidados. Seria bom imaginarmos a cara dos Fontistas, vendo mais uma das suas obras ser transformada em ferro velho, quiçá mais um pasto para certos sucateiros que se foram transformando paulatina, mas irreversivelmente, numa espécie de tutores do regime.

Já não bastava o papaguear de uma “história” de cem anos que afinal não passa de estória, talvez comparável às Aventuras da Anita. Já não bastava a ferrenha mastroncização das Avenidas Novas que um dia Ressano Garcia felizmente concebeu, hoje vítima de Zés que não fazem falta nem ao Menino Jesus, Salgados duplos – BES+CML – e Costas, apelido que em Lisboa parece sinistra sina. Não, não basta. O legado daquilo que de melhor a Monarquia Constitucional – a única e verdadeira precursora da actual democracia – nos deixou, será dentro de pouco tempo uma mera recordação patente em livros à venda em qualquer supermercado. Aqueles que têm estampado nas capas o sugestivo título “Lisboa Desaparecida.

É de facto Portugal que para sempre desaparecerá. Triste fim.

Comments

  1. Manuel Correia says:

    Exactamente, meu caro amigo. Como defensor acérrimo dos Caminhos de Ferro e de todas as suas ligações e património ferroviário, (embora nunca tenha tido emprego nos Caminhos de Ferro, nem sequer familiares), ouso “roubar” as suas palavras para dizer exactamente, que os transportes ferroviários serão, dentro em breve, uma grata recordação do que foi outrora a imaginação e o querer de um Vulto da História Nacional: Fontes Pereira de Melo!.
    Coitado, se hoje viesse a este Mundo, desejaria morrer de imediato ao constatar que de tudo aquilo que ele fez e se propunha fazer, e que depois acabou por ser feito, está a ser desmantelado, inexoravelmente, sem apelo nem agravo, por meia dúzia de “sucateiros” que mais não fazem nem fizeram do que vender ao desbarato este rincão de terra à beira-mar plantado, e que existe porque um dia um HOMEM se lembrou de bater na mãe…
    Não estarão nos escaparates do supermercados apenas os livros de Lisboa Desaparecida, mas sim, muito mais gravoso e aflitivo, os livros PORTUGAL DESAPARECIDO!

  2. Ao que parece, a UE cortará em 600 milhôes de Euros, referente aos fundos Comunitários, caso Portugal não avance com o projecto do TGV, entre as duas cidades Ibéricas, Madrid-Lisboa, segundo a publicação editada pela SIC e ao qual se lê… ler mais em : http://www.noenigma.com/2011/04/sem-tgv-sem-ajuda.html

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