O habitante 7 mil milhões nasce este mês

O habitante 7 mil milhões chegará lá para o final deste mês. Se atendermos a que apenas em 1800 (há cerca de duzentos anos) foi atingido o número de mil milhões de habitantes no planeta, estamos perante um crescimento assombroso e não sustentável.

Não imagino como se resolverá este problema, já que as hipóteses mais óbvias, como a diminuição da assistência médica ou das políticas de salubridade estão absolutamente fora de questão. Soluções administrativas à chinesa são incompatíveis com sociedades democráticas. Genocídios “purificadores” são inaceitáveis. Algumas teorias afirmam que apenas uma maior redistribuição da riqueza planetária, acompanhada de esclarecimento e informação, poderá diminuir esta tendência, uma vez que países mais ricos têm, regra geral, menores taxas de natalidade.

Basta, no entanto, olhar para a actual situação europeia (ou dos EUA) para perceber que essa redistribuição dificilmente se fará em tempos próximos.

Certezas, só uma: o bebé sete mil milhões vai nascer num planeta a rebentar pelas costuras, num momento em que milhões de pessoas ascendem à condição de consumidores em larga escala nos países ditos emergentes. Uma mistura perigosa, para não dizer explosiva.

Crescimento da população mundial
População Ano Tempo para o próximo bilhão (em anos)
1 bilhão 1802 126
2 bilhões 1928 33
3 bilhões 1961 13
4 bilhões 1974 13
5 bilhões 1987 12
6 bilhões 1999 11
7 bilhões* 2011 15
8 bilhões* 2026 24
9 bilhões* 2050 20
10 bilhões* 2070 26
11 bilhões* 2096 não calculado

Comments

  1. MAGRIÇO says:

    Sinto-me envergonhado! Ensino matemática mas não faço ideia do que é um “bilhão”. Mea culpa…

  2. A. Pedro says:

    Pois, não se pode saber tudo

    “A seguir são mostradas estimativas de quando a marca de cada mil milhões (português europeu) ou bilhão (português brasileiro) de pessoas foi atingida”

    Acontece quando há desacordo ortográfico e nos socorremos de tabelas produzidas no Brasil

  3. MAGRIÇO says:

    Peço mais uma vez desculpa, mas em PORTUGUÊS, aquele termo não existe. Tenho visto alguns órgãos da comunicação social usarem a terminologia de outros países que pode criar confusão nalguns espíritos. Por exemplo, referirem a população da China como sendo 1 bilião. Um bilião, em Português, é um milhão de milhões, ou seja, 10¹² ( 1000 000 000 000) enquanto mil milhões é 10⁹ (1000 000 000).

    • A. Pedro says:

      Já agora, que língua é que se fala no Brasil? Além disso, como lhe disse aquela tabela não foi feita por um PORTUGUÊS.

      Eu olho para a tabela e entendo-a, você, pelos vistos não.

    • Anfrízio Santana says:

      Creio que houve uma pequena confusão aqui. 10¹² é 1.000.000.000.000 (um trilhão) e não um bilhão como foi dito. Um bilhão se escreve assim: 1.000.000.000. Espero ter colaborado. Caso eu esteja errado, por favor, me corrijam. Ficarei muito grato se precisar ser corrigido e vocês o fizerem. Abraços a todos.

  4. Esta coisa do Acordo Ortográfico tem muito que se lhe diga. Desconfio quais foram as razões que a isto levaram e estou certa de que, definitivamente, não foram o conservar do purismo da língua de cada país de expressão portuguesa. O certo é que, se não tomarmos cuidado, aqui em Portugal, quando formos a um café ou a um bar , começaremos a pedir um “chope” em vez de uma cerveja, e quando dermos uma palmada no traseiro de alguém diremos que lhe demos uma palmada na “bunda”.
    O seu a seu dono. Não vejo qualquer vantagem em fazer uma salada russa com os termos próprios de cada país , assim como não vejo a necessidade de usarmos termos que não são utilizados na nossa região. Muito menos me parece próprio exigirmos que os nossos semelhantes usem os estrangeirismos que nós, por qualquer motivo, decidimos usar.
    É que nem se trata sequer de cultura. Trata-se de um vale tudo e em questões linguísticas talvez devessemos ser um pouco mais exigentes, a bem do nosso património literário.
    É só a minha opinião e longe de mim está a intenção de fomentar polémicas. Mas que não concordo com o Acordo Ortográfico, isso sim é um facto.

  5. MAGRIÇO says:

    Caro A Pedro: longe de mim pretender ter um espírito tão lúcido e arguto como o seu e entender tão bem o mundo que nos rodeia! Mas pelos seus argumentos, é-me legítimo inferir que devemos considerar expressões como “overflow”, “call center”, “feeling” e tantos outros anglicismos normalmente usados pretenciosamente por quem quer mostrar muita erudição, como fazendo parte da nosso vocabulário.
    Pois eu gosto demasiadamente da minha língua-pátria e acho-a de uma tal riqueza que me recuso a adulterá-la. Mas eu sou inculto e antiquado!

    • A. Pedro says:

      Caro Magriço:
      Não é preciso ser muito lúcido e arguto para perceber aquela tabela que, como já disse, utilizei por não ter encontrado uma portuguesa que contivesse os mesmos dados. O meu objectivo era discutir dados e não linguagem, conteúdo e não apenas forma.
      Não me parece que a discussão, nos termos em que actualmente se encontra, debata o que é essencial no poste, tanto que eu utilizo sempre a expressão milhares de milhões. A tabela, brasileira, utiliza a expressão que no Brasil é correcta. Não me custa, não me choca e não me diminui transcrever um trabalho de origem brasileira. Não entendo assim tão bem o mundo que me rodeia, mas não ignoro que existe. E não é preciso ser especialmente culto ou “moderno” para isso.

  6. MAGRIÇO says:

    Cara Isabel, tem toda a razão e estou perfeitamente de acordo consigo. E se a exposição das suas convicções geram polémica, ainda bem! Que isso não a iniba de defender os seus pontos de vista.

  7. Cláudia says:

    Caro Pedro, não leve a mal o reparo que lhe fizeram, mas por exemplo eu também fiquei na dúvida sobre o bilhão, mas lembrei-me que o “estilo” da palavra me lembrava o Português falado no Brasil. Julgo que devia ter ressalvado isso até porque bilhão não é bilião. (Bilhão corresponderá ao “billion” dos Ingleses que são mil milhões) Assim perde-se o impacto do seu post que não é de desdenhar obviamente. Também é pena que não exista nenhum estudo desses feito ou traduzido em Português de Portugal, não por causa de nenhum preciosismo, mas apenas por uma questão de compreensão de todos.

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