Em setembro de 2009 tropecei no espantoso currículo do deputado Ricardo Rodrigues:
As declarações nos autos do ex-gerente da CGD são esclarecedores: «Foi referido pelo arguido detido, Duarte Borges, na acareação (…), que tem consciência que enviou vários milhares de contos (da CGD, provenientes de empréstimos agrícolas) à Débora Raposo / colaboradores, tendo indicado, entre outros, o arguido Ricardo Rodrigues. Mais, referiu que a Débora e os colaboradores, onde se encontra o arguido Ricardo Rodrigues, negociavam Cartas de Crédito, com dinheiros dos empréstimos fraudulentos em vários países».
Pode ler o resto, e este bónus. Dois anos e um gravador depois é nomeado para o Conselho Geral do Centro de Estudos Judiciários.
Cheira a 1973, 1909, vésperas do fim de um regime. Esta república estrebucha, está em agonia, ou já no velório; falta enterrá-la. Venha outra, que os necrófagos salvadores da pátria já espreitam.
A Débora Raposo viveu em Toronto uns anos, casada com o presidente local do Conselho das Comunidades, César Morais, ao tempo funcionário de um banco,de quem teve dois filhos. Eram ambos membros do Partido Conservador, e abrigados debaixo do guarda-chuva do PSD,ela deu aulas de Português, protegidíssima pelo então cônsul de Portugal, Bettencourt Viana, afecto ao CDS. Mais tarde Débora teve uma agência de viagens e essa foi a sua primeira fraude: vendeu uma boa quantidade de bilhetes mas não houve viagem… Divorciou-se e foi para São Miguel, onde aconteceu essa nova fraude. Descoberta, regressou ao Canadá e esteve escondida. Acabou por ser localizada e esteve cerca de três aos numa priisão do Ontário, após o que foi extraditada para Potugal.
Obrigado Fernanda. Num certo sentido, estas personagens davam um filme, policial, dos bons.
http://aventar.eu/2010/05/14/eufesmismos/
Roubar é pecado.