José Manuel Fernandes escreve, hoje, no Público (em papel), sobre o célebre vídeo da revista Sábado em que estudantes universitários são apanhados a demonstrar uma ignorância que, na sua opinião, se deverá estender a uma geração inteira. No Blasfémias, discorre sobre a greve geral de ontem com o mesmo simplismo, típico de quem descobriu as soluções ou de quem é pago para fingir que as tem. Nesse mesmo texto, JMF é apanhado a usar um particípio passado digno, provavelmente, das respostas dos estudantes que critica: “fazido”. São episódios como este que podem dar mau nome a uma geração inteira.
Fica aqui o excerto:
Felizmente há uma explicação: o povo que não fez greve afinal queria ter fazido greve, mas teve medo. Só um país aterrorizado, depreende-se, é que face a tantas malfeitorias, não começou ainda a protagonizar tumultos “à grega”.
Adenda: felizmente, alguém informou José Manuel Fernandes do erro e, agora, já aparece um “feito” escorreitíssimo no lugar do “fazido” universitário. Não teria ficado mal uma explicação. Para a história, ficam os comentários, se não forem apagados, e o printscreen que se segue.
Curiosamente na língua brasileira, perdão no português do brasil, perdão no português, “fazido” existe como sinónimo de pessoa “que se acha” muito, de fazer-se. Julgo que o erro de JMF não será, portanto, assim tão grave agora que em língua brasileira, perdão, portuguesa, vale tudo.
Pois, estas coisas dos acordos ortográficos andam a confundir muito as pessoas. Por causa disto, foi “abrido” um precedente.
Pois é! Os jornalistas por vezes também não resistem à tentação ensaiar algumas “malabarices”. O importante é o canudo, a sabedoria virá com o tempo…
Leia-se “à tentacão DE ensaiar…” Acontece nas melhores famílias,,,
Pois é – e o precedente foi des-abrido
Continuo a pensar que continua a não existir nenhuma língua brasileira, meus queridos. Ora vamos lá a ver.
Um exemplo de estrutura da língua que tenha sido alterada. Eu desconheço.
Vá lá um exemplo! Desafio! Fazido??? Não.
O que eu considero de facto espetacular, é ir ao Amazonas, ao Huambo a Macau ou a Maputo e ouvir falar português. Haver muitos portugueses nesses sítios todos que continua por lá, a dar pontapés em todas as gramáticas, mas a falar português. Isso é que eu acho fantástico.
Agora se tem “c” ou não tem”c”, se tem “p” ou não tem “p”… não vai mexer na estrutura da língua,,,, capicci??? penso eu de que…
“… que continuam por lá”
Qualquer bom português, de facto, sente algum orgulho por a sua língua ser falada por aquelas paragens e, como diz, independentemente de dominar ou não as regras gramaticais. Mas a polémica não reside aí: o que me parece patético é termos de ser nós a “desaprender” a língua para nos aproximar-mos desses povos! Quando se tem uma língua tão rica como a nossa é um verdadeiro crime lesa-pátria qualquer tentativa de a aligeirar, senão mesmo banalizar.
“Aproximarmos”.
E, já agora, clara, neste caso, estrutura da “língua”, é estrutura da Língua…
Porque a estrutura da “outra”, é…muscular !
Obrigada
na minha provecta idade estou sempre a aprender com os mais jovens
Será uma greve geral um acto de democracia?
http://umjardimnodeserto.wordpress.com/2011/11/25/breve-conto-da-democracia-portuguesa-e-o-seu-unico-futuro-possivel/
Como disse, está “dizido”. 😉
Enganarei-me se disser que toda a gente se enganarou pelo menos uma vez na vida ? Haja compaichão .
Uma vez na vida? Leia o relatório da comissão para a privatização da RTP. É que tem tudo haver…
Enganarousse, claro que enganarousse ! E o verbo aver, não tem agá ! Devia ter escrevido “aja com paichão”…
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É de estranhar erro tão grosseiro em homem tão sabedor! Ou se trata de um «lapsus (linguae)» ou de experimentação, pois JMF é um distinto e esclarecido intelectual da nossa praça e que, com certeza, não sobre(vive) com o salário mínimo nacional. «Ditosa Pátria que tais filhos tem!»