Fazido e mal pago

José Manuel Fernandes escreve, hoje, no Público (em papel), sobre o célebre vídeo da revista Sábado em que estudantes universitários são apanhados a demonstrar uma ignorância que, na sua opinião, se deverá estender a uma geração inteira. No Blasfémias,  discorre sobre a greve geral de ontem com o mesmo simplismo, típico de quem descobriu as soluções ou de quem é pago para fingir que as tem. Nesse mesmo texto, JMF é apanhado a usar um particípio passado digno, provavelmente, das respostas dos estudantes que critica: “fazido”. São episódios como este que podem dar mau nome a uma geração inteira.

Fica aqui o excerto:

Felizmente há uma explicação: o povo que não fez greve afinal queria ter fazido greve, mas teve medo. Só um país aterrorizado, depreende-se, é que face a tantas malfeitorias, não começou ainda a protagonizar tumultos “à grega”.

Adenda: felizmente, alguém informou José Manuel Fernandes do erro e, agora, já aparece um “feito” escorreitíssimo no lugar do “fazido” universitário. Não teria ficado mal uma explicação. Para a história, ficam os comentários, se não forem apagados, e o printscreen que se segue.

Comments

  1. Curiosamente na língua brasileira, perdão no português do brasil, perdão no português, “fazido” existe como sinónimo de pessoa “que se acha” muito, de fazer-se. Julgo que o erro de JMF não será, portanto, assim tão grave agora que em língua brasileira, perdão, portuguesa, vale tudo.

    • António Fernando Nabais says:

      Pois, estas coisas dos acordos ortográficos andam a confundir muito as pessoas. Por causa disto, foi “abrido” um precedente.

      • MAGRIÇO says:

        Pois é! Os jornalistas por vezes também não resistem à tentação ensaiar algumas “malabarices”. O importante é o canudo, a sabedoria virá com o tempo…

        • MAGRIÇO says:

          Leia-se “à tentacão DE ensaiar…” Acontece nas melhores famílias,,,

      • Pois é – e o precedente foi des-abrido

    • clara says:

      Continuo a pensar que continua a não existir nenhuma língua brasileira, meus queridos. Ora vamos lá a ver.
      Um exemplo de estrutura da língua que tenha sido alterada. Eu desconheço.
      Vá lá um exemplo! Desafio! Fazido??? Não.
      O que eu considero de facto espetacular, é ir ao Amazonas, ao Huambo a Macau ou a Maputo e ouvir falar português. Haver muitos portugueses nesses sítios todos que continua por lá, a dar pontapés em todas as gramáticas, mas a falar português. Isso é que eu acho fantástico.
      Agora se tem “c” ou não tem”c”, se tem “p” ou não tem “p”… não vai mexer na estrutura da língua,,,, capicci??? penso eu de que…

      • clara says:

        “… que continuam por lá”

        • MAGRIÇO says:

          Qualquer bom português, de facto, sente algum orgulho por a sua língua ser falada por aquelas paragens e, como diz, independentemente de dominar ou não as regras gramaticais. Mas a polémica não reside aí: o que me parece patético é termos de ser nós a “desaprender” a língua para nos aproximar-mos desses povos! Quando se tem uma língua tão rica como a nossa é um verdadeiro crime lesa-pátria qualquer tentativa de a aligeirar, senão mesmo banalizar.

        • José Peralta says:

          E, já agora, clara, neste caso, estrutura da “língua”, é estrutura da Língua…

          Porque a estrutura da “outra”, é…muscular !

    • Obrigada
      na minha provecta idade estou sempre a aprender com os mais jovens

  2. Será uma greve geral um acto de democracia?
    http://umjardimnodeserto.wordpress.com/2011/11/25/breve-conto-da-democracia-portuguesa-e-o-seu-unico-futuro-possivel/

    Como disse, está “dizido”. 😉

  3. manuel.m says:

    Enganarei-me se disser que toda a gente se enganarou pelo menos uma vez na vida ? Haja compaichão .

    • Uma vez na vida? Leia o relatório da comissão para a privatização da RTP. É que tem tudo haver…

    • José Peralta says:

      Enganarousse, claro que enganarousse ! E o verbo aver, não tem agá ! Devia ter escrevido “aja com paichão”…

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  5. martinhopm says:

    É de estranhar erro tão grosseiro em homem tão sabedor! Ou se trata de um «lapsus (linguae)» ou de experimentação, pois JMF é um distinto e esclarecido intelectual da nossa praça e que, com certeza, não sobre(vive) com o salário mínimo nacional. «Ditosa Pátria que tais filhos tem!»

Trackbacks

  1. […] Não quero transformar esta questão dos erros ortográficos da PACC numa espécie de “quem diz é quem é”, mas, ainda assim, apetece-me relembrar o texto em que José Manuel Fernandes utilizou o particípio “fazido”. […]

  2. […] embora seja repetitivo explicar ao mundo que o ex-director do Público é o Relvas dos jornais, fazido e bem pago. […]

  3. […] vou explorar o veio do mau português de JMF, porque não seria inédito e acabaria por se tornar repetitivo. Prefiro tentar adivinhar títulos de algumas das próximas […]

  4. […] seu nome, decidiu crismar o homem de “Noam Chomsky do Mondego“, e como não bastasse um analfabeto de Lisboa, conhecido por Zé Manel da Voz do Povo, desenvolveu para “evangelizador de […]

  5. […] fazem-se uns testes giros. No último incluía-se um texto de José Manuel Fernandes. Repito: o analfabeto José Manuel Fernandes, que enquanto escreveu à borla no Blasfémias provou várias vezes ter com […]

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