IVA na cultura

Não tenho nada contra a cultura, até acho que a cultura, como a restauração, os artigos de vestuário e os refrigerantes (ou a Coca-Cola) deveriam estar sujeitos à taxa mínima, se possível isentos de IVA. Também sei que as receitas da cultura não devem representar muito em termos de receitas fiscais, talvez seja esta a principal razão de o Governo ter cedido, mas não percebo por que é que se criam exceções quando sabemos que há aumentos que serão bastante mais injustos e destrutivos para algumas famílias portuguesas.

Sei perfeitamente que estamos a atravessar um período em que a racionalidade e/ou a justiça das medidas não são os pontos de discussão mais importantes, mas impõe-se o mínimo de coerência.

A publicidade das atividades culturais já é patrocinada com o nosso dinheiro na televisão pública; os atores, realizadores e afins já têm tempo de antena mais do que suficiente para promoverem os seus espetáculos (o que não acontece com as outras áreas), por que motivo continua a haver tamanha descriminação positiva em relação a estas atividades?

Texto de João Pinto / Cortesia de Criticamente Falando

Comments

  1. Bruma says:

    Misturar alhos com bugalhos dá numa salganhada como esta… Quem escreveu isto não faz a mais pálida ideia de como são financiadas as companhias de teatro, as produtoras de cinema, orquestras e afins. Quem escreveu isto também deve achar que Educação e Cultura são luxos e não bens essenciais ao bom funcionamento de uma sociedade democrática. Tal como pensam aqueles que nos têm desgovernado…

    • Bruma – assino o que escreve-mcor
      izia o filósoso Agny Yoga – o homem só se salva pelas artes e delas derivam todas as formas de viver – até podemosir à ptoto-história

  2. Mais um que deve teve ter andado a ler os canhenhos do PSD.
    Tristeza!!!!

  3. xico says:

    Ainda bem que nada tem contra a cultura! A cultura deve ser discriminada positivamente para que possa chegar a todos. É que o valor da cultura é muito superior ao seu custo. Como dizia Oscar Wilde e vi escrito na blogosfera, os cínicos sabem o preço de tudo mas desconhecem o valor de tudo.
    Já que nada tem contra a cultura, seria bom para si que procurasse saber o seu valor. Pode começar por comparar os países que o sabem daqueles que o não sabem.
    Quando a Rússia enfrentava a fome e o frio, após a revolução, nunca deixou cair o Bolshoi, evitando cair na crítica fácil de que aquilo era para os ricos e um luxo. Hoje ele é ainda uma referência mundial.

  4. J.Pinto says:

    Muito obrigado a todos os intervenientes,
    Quem me acompanha, neste e noutros blogues, sabe que sou contra impostos elevados, seja na cultura, no vestuário, no calçado, nos medicamentos ou na comida. No entanto, quando comparo o teatro com uma sande, uma tigela de sopa ou uma refeição, não vejo por que razão há de o teatro beneficiar de uma taxa mais baixa de IVA.
    Associarem-me a PSD, CDS, PS, BE ou PCP é pura ignorância. Tenho uma linha de raciocínio coerente, a maior parte das vezes distante de qualquer partido mencionado.

    • MAGRIÇO says:

      Tem razão quando compara as taxas da cultura e as da alimentação, mas o alimento do espírito é, pelo menos, tão importante como o do corpo. Correndo o risco de ser conotado com uma certa ideologia política (aliás, tão boa como qualquer outra) lembro que já alguém disse que “nem só de pão vive o homem”.

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