Cavaco Silva, presidente do PSD

Cavaco Silva não é o presidente de todos os portugueses, porque não é meu, mas, pelo menos, poderia ter feito um esforço por me contrariar, tentando ser melhor. Não por mim, entenda-se, mas pelo país.

Mesmo admitindo que não sinta especial afeição por Passos Coelho, declarações como “não sei que Governo terá sido mais escrutinado do que este” ou que é “bom que os portugueses estejam conscientes de que os membros do Governo são pessoas e não super-homens, a que não se podem pedir milagres.” parecem revelar a absoluta parcialidade de alguém que deveria funcionar como um árbitro.

Se tivéssemos em Belém um Presidente de todos os portugueses, Passos Coelho teria sido chamado depois de ter aconselhado os desempregados a emigrar e o Orçamento de Estado teria merecido um pedido de fiscalização. Se Cavaco Silva não está ao lado de todos os cidadãos, o PSD pode, pelo menos, contar com o seu apoio. É, sem dúvida, um homem com sentido de família. Sentido de Estado é outra coisa.

Comments

  1. Tiro ao Alvo says:

    O Cavaco não é seu presidente? Você não é de cá, ou está a pôr o rabinho de fora? Ou tem vergonha de ser português?
    Amigo, não exagere nas suas críticas: quer queira, quer não, o Cavaco foi eleito por maioria e é o presidente de todos os portugueses. Mesmo dos ressabiados.

    • António Fernando Nabais says:

      Tenho, frequentemente, vergonha de ser português e uma das razões reside no Presidente da República. Alguém que, efectivamente, não se preocupa com os cidadãos portugueses não é o presidente de todos os portugueses e não é, com certeza, o meu. Nunca teria reparado que o homem foi eleito por maioria e que existe se o digníssimo comentador não mo tivesse dito. Agradeço-lhe penhorado.

    • Paladino says:

      Há de facto que afirmar com toda a clareza: Cavaco Silva não é o Presidente de todos os portugueses; é apenas o presidente de uns direitolas ressabiados, que querem voltar muitos anos para trás. Só assim se compreende, por exemplo, que por ocasião das exéquias fúnebres do único Prémio Nobel da Literatura português, o homem que ocupa a cadeira de Presidente da República não tenha estado em representação da República Portuguesa e dos seus cidadãos. Esta atitude chocou-me pessoalmente, enquanto cidadão… e eu nem sou particularmente apreciador da escrita de José Saramago, já para não falar de várias das suas posições públicas. Mas um P.R. a sério deve saber guiar-se por princípios, e não por gostos. É esta a noção de coerência dos seus apoiantes, que são também os do fraco governo que temos.

      Passar bem; e atenção, porque há mais gente com o tiro certeiro!

  2. J.Pinto says:

    Bom dia António Fernando Nabais,

    Que se acuse o presidente de muita coisa, ainda posso concordar (eu também não o considero um bom presidente), mas acusá-lo de parcialidade, precisamente numa altura em que muitos elementos do PSD estão contra ele por o presidente andar a falar de mais, acusando-o, inclusive, de não ter feito a mesma coisa quando o Governo era de outra cor política, parece-me completamente despropositado.

    Como disse, acho que Cavaco Silva tem sido um mau presidente, mas parcialidade é palavra que nunca me ouvirão alvitrá-lo.

    • António Fernando Nabais says:

      O Presidente da República tem deixado escapar algumas afirmações acerca do esforço que se exige aos portugueses, tendo, até, causado algum incómodo entre as hostes do PSD, é certo. No entanto, nos últimos tempos, tem defendido as medidas do governo e o próprio governo, inclusivamente em entrevistas a jornais estrangeiros. O teste definitivo chegará quando se confirmar que nem lhe passa pela cabeça pedir a fiscalização da constitucionalidade dos cortes nos subsídios dos funcionários públicos, para além de nunca ter manifestado preocupação acerca do modo como a dívida pública tem sido construída ao longo dos anos. Não tenho nenhuma simpatia por José Sócrates (tenho, até, muita antipatia), mas basta lembrar que Cavaco Silva fez duas comunicações ao país sobre assuntos tão importantes como uma alteração no Estatuto dos Açores e uma possibilidade de escutas em Belém. Quando temos um governo que suga até ao tutano os cidadãos, limita-se a dizer umas vulgaridades, fazendo de conta que se preocupa. É parcial, na minha opinião.

      • MAGRIÇO says:

        Caro Fernando Nabais, estou de acordo consigo! Cavaco Silva, ele próprio, teve a preocupação de mostrar logo de início que não era presidente de todos os Portugueses ao descriminar o Partido Comunista da sua lista de Conselheiros. Nunca outro presidente o fizera! Quer se goste ou não do PC, a História não se pode apagar, e é bom recordar que este Partido foi o principal opositor do Estado Novo e só por isso merece o respeito de todos aqueles que não se identificam com o Salazarismo. Ao contrário dos partidos que hoje fazem tudo para entregar o País aos interesses do capitalismo internacional, formou-se quando era arriscado fazê-lo, e muitos dos seus militantes pagaram caro pela sua luta pela Liberdade. Tenho muito mais respeito pelo PC do que pelos partidos oportunistas pós 25 de Abril. Por isto e pelo que recordou no seu comentário e por muito mais, Cavaco Silva não é, não será nunca, o meu Presidente.

        • Pentesileia says:

          Também não é o meu presidente, e estou convencida que muitos outros portugueses comungam deste sentimento. Não me espanta que tenha alguns seguidores: a História está cheia de iluminados que estão sempre prontos a seguir “O Líder”, desde admiradores de Hitler a Salazar, passando por Mussolini, Franco ou Pinohet. Não que ache Cavaco um ditador – até porque não tem coragem para isso – mas porque, malgrado os títulos académicos, é o protótipo do provinciano que nunca se libertou da província. Há alguns artigos de opinião de Joana Amaral Dias, de Sónia Cerdeira, de Clara Ferreira Alves e tantos outros que definem melhor o carácter deste político por acidente.

      • J.Pinto says:

        Caro António Fernando Nabais,

        Eu considero que as tais comunicações que Cavaco fez ao país foram despropositadas. Cavaco tem pautado, mal, na minha opinião, a sua intervenção por palavras em vez de ações.

        Relativamente à defesa que Cavaco Silva tem feito de Portugal no estrangeiro, de outra forma não poderia ser. Neste aspeto não tenho visto Cavaco a maltratar Portugal. Ainda bem. Não percebo como é que o Fernando pode querer que sejam os portugueses (neste caso Cavaco) a mostrar nos meios de comunicação social estrangeiros a falta de coesão entre os órgãos executivos nacionais.

        Sobre a dívida era importante perceber de onde é que ela vem. Eu já sei, mas parece haver muita gente que não sabe (ou não quer saber).

        Como lhe venho dizendo, considero que Cavaco tem sido um mau presidente, mas culpá-lo ou julgá-lo por parcialidade parece-me despropositadíssimo. Alias, em toda a sua história política do Cavaco é possível encontrar animosidades entre Cavaco e vários membros do PSD.

  3. Tiro ao Alvo says:

    Ó Nabais, então tem vergonha de ser Português e diz que “uma das razões reside no Presidente da República”? Diga, afinal, o que gostaria de ser: Norte-coreano? Ou alemão? Chinês ou inglês? Ou cubano? Amigo, quando a gente tem vergonha da família onde nasceu, está tudo estragado.
    Neste caso, não se trata de ser ou não apoiante do Cavaco, de estar de acordo ou não com as decisões e a sua prática, aqui o que está em causa é o respeito que devemos ter pela opinião dos outros: Cavaco foi eleito pela maioria dos votantes e é, com toda a legitimidade, presidente da República portuguesa.
    A gente que anda por aqui, irmanada no mesmo propósito, a tentar vender o seu “peixe”, não passa de uma minoria, um número insignificante de ressabiados, que nunca deixarão de sê-lo, uma vez que não querem respeitar a vontade da maioria dos seus compatriotas.
    E não há pior cego do que aquele que não quer ver. Como aqui se comprova.
    Boas-festas!

    • Qual é a sua sugestão?
      Quer dizer que se vocês descobrisse que o seu pai é um assassino violador (qualquer semelhança com a realidade é uma triste coincidência) o apoiaria totalmente por respeito à família??

      Tenho algumas dificuldades em entender a lógica desse argumento.

      Não penso que ninguém esteja a por em causa a legitimidade de Cavaco Silva Presidente da República Portuguesa porque, como refere, foi eleito por sufrágio universal.

      Está-se simplesmente a criticar e a formular comentários políticas (sem que detecte a falta de respeito pelos outros que acusa). Por enquanto parece-me que esse é um direito que ainda assiste aos Portugueses, mesmo que tal possa não lhe agradar.

      P.S. Se não estou em engano o actual Presidente da República não foi eleito pela maioria dos cidadãos eleitores e sim, diferença importante, pela maioria dos que exerceram o direito de voto.

      • Tiro ao Alvo says:

        Primeiro eu sei, e escrevi isso: Cavaco foi eleito pela maioria dos votantes.
        Depois, se o meu pai fosse um assassino, não deixaria de ser meu Pai e eu seu filho, percebeu? Ou quer que meta explicador?
        Por fim, criticar o presidente, tudo bem; dizer que ele não é o seu presidente, tudo mal: isso é cuspir na cara de quem votou nele, que foi a maioria. Dos votantes, claro – os outros não contam para isto.

    • António Fernando Nabais says:

      Boas festas! Peça a alguém que lhe ofereça a “Cartilha Maternal”.

  4. vieira says:

    Para mium este presidio da republica desculpem cavaco no c´desculpem palha´ç desculpem trror ó desculpem Pbre do noxo Portuga dexulpem ma sou Analfabéto

  5. vieira says:

    vaoi todos comer no a desculpem sou analfabeto

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