A selecção portuguesa já garantiu o primeiro lugar como a mais gastadora em alojamento no Euro 2012. Num muito honroso último lugar, está a Espanha, campeã da Europa e do Mundo. Assim, Portugal, o país cujos cidadãos são castigados por terem vivido acima das suas possibilidades, vai desembolsar 33 mil euros por dia; a Espanha vai gastar 4700 euros.
Até já imagino Cristiano Ronaldo a mandar a Casillas uma fotografia do quarto e a perguntar se não tem inveja de um homem tão bonito e tão rico. Face aos congelamentos salariais e aos cortes dos subsídios de que sou alvo por ter cometido o crime de ter levado o país à ruína devido a ter ido jantar fora de vez em quando e por ter tido o descaramento de ir passar férias a casa de familiares, comprometo-me, desde já, a não assistir a nenhum jogo de uma selecção que pode representar muita coisa, mas não representa, de certeza, um país em que os cidadãos são obrigados a viver abaixo das suas possibilidades e muitos abaixo das suas necessidades.
Pois é, lá estamos nós no mesmo! Por que é que isto acontece? Porque a carneirada gosta de futebol! E portanto dá-se futebol à carneirada, que fica histérica, violenta e imbecilizada; mas isso também não interessa nada, porque fica a carneirada convenientemente calada!
Tirando os absurdos ganhos financeiros de clubes, ligas, associações, outros ladrões do meio e todos esses organismos predatórios e parasitários que lhes estão associados, não vejo que mais-valia traga o futebol àqueles que se crêem cultos e pensantes! A não ser que entre a carneirada, e tal como entre os seres humanos, haja carneiros de primeira e carneiros de segunda! Eu, pessoalmente, não lhes faço essa distinção, nem aos humanos, nem aos carneiros!
O seu comentário atinge-me, o que não é o mesmo que dizer que me ofende. A verdade é que gosto muito de futebol e, desde sempre, ver ou jogar proporcionaram-me momentos de grande prazer. É claro que tudo o que está à volta do jogo – dirigentes, comentadores, claques, uso indevido dos dinheiros públicos – é demasiado feio para que uma pessoa minimamente informada se sinta confortável com o facto de gostar de futebol. Carneiro me confesso, portanto, mas recusando-me a ser sócio do meu clube ou adepto incondicional da selecção. Tudo isto para lhe dizer que concordo com tudo o que disse, mesmo na parte em que me sinto atingido.
Desculpe se discordo de si! Mas uma pessoa que se confessa carneiro e faz essa análise lúcida quer do gosto próprio, quer dos meandros obscuros que rodeiam o futebol, poderá eventualmente, e com o devido respeito, ser muita coisa, mas carneiro, definitivamente não!
Adorei o seu comentário! 🙂
Serei, então, muita coisa. Já não é mau 🙂
Forretas esses espanhóis!
Pois, gastam tudo em tapas e cañas e, depois, não lhes sobra para o fundamental.
Gostaria, se puder, que me informasse da verba quanto é que vem do Estado. Obrigado.
Os novos ricos são quase sempre assim. Digo eu que só “encarneiro” pelo Benfica e que nutro um profundo desprezo por vacas histéricas. Sigam elas a manada da bola, da moda ou de outra qualquer pelintrice da época.
Desde sempre me lembro da imprensa de alguns países nórdicos tecerem comentários jocosos e pouco simpáticos sobre a nossa mania das grandezas. Quer sejam políticos que, quando viajam, não dispensam os hotéis de luxo enquanto representantes de países menos carenciados vão para hotéis mais modestos, quer sejam trabalhadores portugueses em países de acolhimento cuja primeira preocupação é adquirir um carro vistoso e caro, enquanto os naturais se contentam com modelos mais económicos. Pelos vistos estas características de novo rico saloio e megalómano chegou já ao futebol.
Hoje há por aqui muita gente virtuosa – que maravilha – pois eu sou CARNEIRO de signo (e muitas vezes de comportamento), não sei nada de futebol mas sei da sua importância para milhões de pessoas e quando vêm intelectuais e poliólogos para todas as Tv – retiro o som e vejo futebol e esqueço a embrulhada que haverá a suportálo, mas não consigo ESQUECER quem nos governa-nem são carneiros -são criminosos