Pessoas a quem desejo que precisem de hemodiálise e não tenham dinheiro para a pagar

Manuela Ferreira Leite, Helena MatosElisabete Joaquim e A.A.A. (estes últimos com uma vaga atenuante pelo pudor demonstrado, que fiquem só falidos quando chegarem aos 70 anos).

Esta praga que aqui rogo é um nojo? é. Mas, além de as pragas não surtirem efeito, repelente é haver gente que ataca o princípio de todos termos direito à saúde independentemente da conta bancária. Porque quem o faz, do alto do seu seguro e imaginando que nunca ficará sem ele, vendo o mundo da mesma forma como sempre o encarou a aristocracia (a bem dizer nem a burguesia clássica desce tão baixo) e achando que por alguém ser pobre tem menos direito à vida porque ninguém o mandou ser pobre, não tem um mínimo de humanidade, não passa de um crápula abjecto, uma imitação grotesca de um ser humano. Para mais fazem-no em nome da mentira, aceitando a fuga aos impostos e a acumulação de capital à pala do estado, que é o país onde vivemos e que desta forma efectivamente será incapaz de sustentar o SNS.

Além disso de boas maneiras e tratos de cavalheirismo estaria o inferno cheio se existisse. Para esse peditório, enquanto não acabarmos de vez com os pobres, nunca darei.

imagem da gui

Errata: parece que me tinha enganado num nome. Que horror. Fica a abreviatura. Desconfio que trará boas memórias ao destinatário.

Comments

  1. O à-vontade, a frieza com que desprezam o interesse público e os direitos inalienáveis do ser Humano, é muito preocupante.

  2. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Para além de os médicos (RTP-infomação) não serem pagos como habialmente pelas horas extraordinárias (parece que pagavam 300 euros/hora) e não terem direito a descanso depois de 24 horas de banco – mesmo cirurgiões – e a juiza mª josé morgado continua a dizer que a justiça não tem meios para ser mais célere pelo que a ministra diz que irá ver isso-nunca têm meios sem especificar quaise o demente do sr Relvas fala na privatização da RTP e a história obtusa da Ongoing e os deputados estão aos gritos-se calhar farão como a deputada israelita que ontem atirou copo de água em cima de colega cuja ideia não lhe agradou-ainda os hei-de ver à porrada – sempre seria mais interessante

  3. Mais uma vez subscrevo, e para castigo dessa gente acrescento mais uma praga bem rogada: a praga do cigano!

  4. Vi o programa em que a Manela disse aquela enormidade e fiquei chocado.
    Note-se que o Barreto (o de “A luta continua, Barreto para a rua”) achou que o problema merece ser discutido. Ahh! E frisou que tinha setenta anos.
    António Vitorino de que geralmente discordo foi impecável e meteu-os na ordem.
    Segundo li a idade média dos doentes em hemodiálise é de 68 anos e um mês de hemodiálise (geralmente subcontratada a privados) custa €1.900.
    Isto é, nem a classe média tinha dinheiro para a pagar.
    E como um doente em hemodiálise, se deixar de a fazer morre rapidamente as poupanças seriam brutais pois não só se poupava nos tais mil e novecentos mensais como também se poupava nas reformas…

    Já estou a imaginar:

    -Sr. Silva, amanhã faz setenta anos, aproveito para lhe dar os parabéns adiantados e recordar-lhe que esta é a sua última sessão de hemodiálise. Que descanse em paz.

  5. Nuno Melo says:

    Esta gente devia morrer com um pinheiro enfiado no cu.

  6. O nível do post e de alguns comentários diz mais sobre os mesmos do que sobre os visados…

  7. É isso mesmo. A saúde é um direito natural. Todos nós quando nascemos deviamos ter um médico designado para toda a vida. E alguém que o pague. E quando não houver ninguém disposto a pagar (porque podem dizer que se têm direito à sua saúde de borla também devem ter a saúde dos outros de borla) devemos pôr umas algemas aos tinhósos dos médicos para que estes nos tratem da saúde de borla. E se os gajos gritarem que estão a ser escravizados devemos amordaça-los e por-lhe uma tatuagem na testa a dizer “propriedade da sociedade” porque a sociedade tem direito à saude à borla.

  8. # 9 O nível? qual é o nível de um morto Ricardo Campelo de Magalhães?

  9. Dessa lista há duas que também estão na minha, as restantes desconheço pois não tenho como profissão ser inspetor da ASAE, por isso não visito chiqueiros, e também não morro de amores por gente que julga que solidariedade é apenas uma tradução dum nome dum sindicato polaco.

  10. Por acaso acho que MFL não disse exactamente isso…

    Independentemente de a questão dos cuidados de saúde serem ou não gratuitos no momento da utilização ser algo que tem de ser discutido face à evolução demográfica, estagnação/recessão económica e introdução crescente de tecnologias e fármacos ainda sem estudos suficientes para atestar a sua custo.efectividade.

    A questão deveria ser colocada de outra forma: que prioridade deve ser dada à prevenção versus cuidados mais diferenciados? Que nível de cuidados poderemos exigir face à situação económica do país e de que forma poderemos reduzir custos sem diminuir a qualidade? Estaremos demasiado dependentes dos profissionais de saúde?

    Acho que muitos dos custos actuais seriam evitáveis se as pessoas não recorressem tanto aos serviços de saúde, particularmente casos de menor gravidade e que elas próprias resolveriam e/ou a própria evolução natural da doença não justifique atendimento por médico.

    Outra questão é perceber se um modelo de saúde centrado na doença e não na capacidade inata da pessoa ser saudável é promotor de bem estar social e melhor/mais barato desempenho do sistema de saúde.

    Veja-se, por exemplo, o caso paradigmático de ser mais fácil o acesso a uma ressonância magnética do que uma hora de educação para a saúde a um familiar que cuide de um doente por parte dum enfermeiro. Quantas idas desnecessárias a um serviço de saúde se poupariam (por exemplo uma pneumonia resultante de má alimentação num doente com dificuldade em engulir) se esse familiar o soubesse fazer correctamente?

    É mais cómodo para o sistema, actualmente, financiar esta ida à urgência por esta complicação, do que poder dispensar uma hora dum enfermeiro para ajudar um familiar nesta actividade…

    Deixo para leitura também este gráfico sobre a percepção do próprio estado de saúde dos portugueses… a forma negativa como vêem a sua saúde é o resultado duma hipocondria alimentada por todos…

    http://saudeeportugal.blogspot.com/2011/12/os-portugueses-estao-doentes.html
    Cumprimentos

  11. Joaquim Amado Lopes says:

    “Os ricos que paguem a crise” passou a “mais impostos e cada vez mais altos para todos” e, agora, “mesmo com o SNS em risco de fechar para todos, ricos e pobres, os bilionários devem continuar a ter serviços de saúde de graça”. O que, no caso dos ricos, significa consultas no privado e tratamentos no público, normalmente passando à frente dos outros doentes porque o médico particular também faz uma perninha no público e recebe quem quer e quando quer, independentemente das consultas que estejam marcadas, e marca as cirurgias como muito bem entende, sem dar cavaco a ninguém.

    Realmente, que nojo de post.

  12. Socialdemocrat says:

    Gostava de responder a um sujeito(zinho) que aqui comenta, um tal de Batista.

    1º – A Saúde (o SNS) não é (repito, pois parece ser preciso para certos acéfalos:NÃO É) de borla.
    É paga através dos impostos.

    2º – Imagino que se o Sr.Batista um dia se veja sem dinheiro (nunca se sabe, pode acontecer a todos) talvez queira provar um pouco do “veneno” pestilento (da patética) “escola austríaca” que aqui prescreve. E que fique sem tratamento, caso o necessite e que sofra então.
    Espero que não se incomode, mas não há nada p’ra…..”borlistas”

    Uma questão a que estes sujeitos nunca respondem:
    – Quem não tem capacidade económica deve ou não ter acesso a cuidados de saúde?

    Já agora, pode enfiar o “Partido do Cházinho” sabe muito bem onde.
    Nem nos EUA conseguem, quanto mais na Europa.
    Tristes mitómanos…..

  13. A minha alma está parva: o JALopes, que saudades. Um bom ano para si também.

  14. Joaquim Amado Lopes says:

    João José Cardoso,
    Pelo seu post, não é bem a sua alma que está parva, para escrever “achando que por alguém ser pobre tem menos direito à vida porque ninguém o mandou ser pobre”, quando o que Manuela Ferreira Leite (MFL) disse foi precisamente o contrário. Que (parafraseando), continuando OS RICOS a terem acesso gratuito ao SNS, este acabará por falir para ricos e para pobres, ficando precisamente os pobres sem acesso a cuidados de saúde, já que os ricos se safam sempre.

    Só para não ficarem dúvidas, não concordo com a sugestão de MFL (que, em resposta a uma pergunta muito concreta, indicou como inevitável que os idosos ricos pagassem cuidados médicos como hemodiálise para tentar evitar que o SNS feche por falta de dinheiro).
    Na minha opinião, o acesso aos serviços públicos devia ser gratuito (com fortes penalizações em caso de abuso) uma vez que quem tem mais rendimentos já paga impostos com taxas progressivas, contribuindo de forma desproporcional para o Estado.

    E retribuo os votos de um bom ano, com muita saúde e muito mais senso do que o que demonstra com este post.

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