Sim betinhos, há pessoas que não têm carta, quanto mais carros

A direita está em polvorosa porque Ana Drago solicitou um carro e um motorista à Assembleia da República para se deslocar em serviço a um Parlamento dos Jovens.

Que horror, estão a ver? e chamam burgueses aos outros, os pindéricos!

Além de a própria AR confirmar ser isso perfeitamente legal e normal, o que os betinhos nem sequer conseguiram ler é que Ana Drago não tem carta. Sim, há portugueses que não têm carta, uns porque não podem e outros porque entenderam que não deviam ter, grupo em que orgulhosamente me incluo. Este horror faz parte do desprezo com que encaram os políticos de esquerda que usam diariamente transportes públicos. Ainda há dias, no Expresso, uma jornalista foi ter com Francisco Louçã para uma rubrica sobre poupanças porque o homem vai de autocarro para o parlamento.

– Não é uma questão de poupança, mas sim de conforto, não tenho de andar a procura de estacionamento, – explicou-lhe.

Pelos vistos na redacção não compreenderam. Na da Sábado também não lhes apeteceu.

Agora quando Assunção Esteves foi apanhada a fazer compras com motorista a transportar os sacos e segurança, não vimos a mesma indignação. Mas essa sim, é indigna.

Comments

  1. Almeida Alves says:

    Desculpe-me caro amigo, mas o seu tiro saiu totalmente ao lado. O problema é que a deputada deslocou-se a um evento às custas do contribuinte quando não existe orçamento para esse evento específico e todos os outros deputados se deslocaram a suas próprias expensas. Tudo o resto, ter carro, carta, etc. é cagativo. Que fosse de comboio.

  2. Ai sim? então uma deputada tem de ir a Guimarães de comboio (o que por acaso demora umas 8 horas de viagem), em serviço. Mas outra deputada (é a 3ª figura do estado, eu sei) tem direito a motorista para uso privado. Está certo.

  3. Almeida Alves says:

    de lisboa a guimarães de comboio são 4:27 h. sim nós sabemos que para as “elites” lisboetas guimarães fica lá para as bandas da bretanha. quanto à outra: a merda que os outros fazem não iliba a merda que eu faço.

  4. Como não tenho carta, nem quero, estou solidário com a Ana Drago e aqui com o João José Cardoso.

    Afinal que bode expiatório tão ignóbil…

    Digam lá então então qual o valor do prejuizo causado pela Ana Drago aos contribuintes?

    Phénix que mesquinhez este povo.

  5. Almeida Alves, obrigado pela correcção, não são 8, são 9, de ida e volta. Quanto às elites lisboetas, agradecia que como conimbricense que sou não me insultasse.
    E merda é ir às compras em viatura oficial, com motorista e segurança. Uma sessão do Parlamento Jovem não é merda, é trabalho.

  6. Pedro M says:

    A deputada e os seus colegas podiam ter ido de comboio, existe um IC directo para Guimarães de Lisboa. Eu também não utilizo carro e a questão não tem nada a ver com isso.

    As ajudas de custo relativas a transportes, para os cargos públicos, deviam consistir em passes de transporte colectivo público, excepto em eventos pontuais de representação oficial em cerimónias.

  7. Luís Teixeira Neves says:

    Avião incluído?! Táxi?! As 9 horas gastas em viagem podem não ser compagináveis com a agenda da deputada.
    Ah! Eu sou do Porto!

  8. Pedro M says:

    Não são 9 horas, são duas viagens- onde se pode ligar o computadorzinho e trabalhar mais um pouco. Mas tocou onde eu queria chegar: a aniquilação do nosso transporte ferroviário deve-se sobretudo porque para políticos um comboio é algo tão inconcebível como um unicórnio.
    A redução drástica deste tempo de viagem depende de decisões políticas, e nem sequer estou a falar de TGV, ficaria contente se acabassem as obras da Linha do Norte, 20 anos depois…

    E não devia sair nem um carro da garagem da Assembleia se não levasse pelo menos 4 rabos nos assentos.

  9. vejo com alegria que não sou o único a imitar o célebre comissário Maigret e a simpática Jessica Fletcher.
    Somos bastantes os que não têm carta.
    Mais, sendo português, ganhei aversão a carros topo de gama. Não porque não seja bons ou até agradáveis. Mas porque são o símbolo, por demais odiado, do que não quero ser. Um verdadeiro portuga amante do “armar ao pingarelho”.
    Agora o assunto :
    A Ana Drago tem todo o direito em pedir o tal carro e o tal motorista.
    Ir a um evento como esse faz parte das suas atribuições como deputada.
    Ou será que os “enervados” já não se lembram que um deputado é representante do povo e não apenas um simples votante e discursante de bancada?
    Antes de ser (ou melhor, não ser) de reprovar, seria até exemplo para muitos que são deputados de bancada.
    Se todos os deputados fizessem o trabalho para que foram eleitos e não apenas o de “yes men” dos partidos não se falaria de hegemonia lisboeta.

    Tito Livio Santos Mota

    PS: a outra que manda a criada às compras, que a tem com certeza.

  10. Pedo M
    as obras da linha do norte nunca acabarão porque nunca poderão acabar.
    O TGV é o complemento indispensável à rede ferroviária nacional pois os TGV circulam por qualquer via eletrificada.
    Mas em Portugal, é sempre assim, o poupadismo salazarento atrasa sempre o necessário e até o indispensável em nome dos “pobrezinhos” que não têm nada a ver com o assunto.
    No caso presente, os pobrezinhos são os regionais da CP.
    Como se o TGV impedisse de haver regionais ou fosse o que provoca o fecho das linhas.
    Quem fechou mais linhas foi até quem recusou o TGV, mesmo se o patego do Sócrates também fechou bastantes. O que prova, mais uma vez, que uma coisa não tem nada a ver com a outra e que amigo não empata amigo nem o gato irá por aí às filhoses.

    Costa Cabral atrasou os CF 20 anos (projeto inicial de 1834).
    O TGV já leva quase 30.

    Abraço a todos que eu não tenho carta mas tenho TGV e regionais a 500m de casa.

    Tito Livio Santos Mota

  11. O TGV tem um custo completamente diferente do Alfa pendular,sendo que com obras an Linha este facilmente seria bem mais rapido

  12. as obras na linha exigem investimentos, expropriações, construção de novos túneis capazes de aceitar altas velocidades (túnel de Fátima, por exemplo).
    Por isso nunca terão fim, porque o investimento não compensa.
    Por outro lado, o sistema Alfa já foi abandonado pela própria FIAT que preferiu investir na ALSTOM e no TGV, associando a sua tecnologia aos TGV para criar os TGVpendulares.
    Ou seja, mais valia ter começado, como em Espanha, por fazer uma linha Norte/Sul de TGV, que nem precisava ir até ao Algarve e uma ligação à Espanha complementar à de Valença.
    Tinha custado mais barato e já estava pronta pois, tal como na construção civil, é sempre mais barato fazer de raiz.
    E guardar os cobres para obras nas linhas regionais que preferiram fechar.

    Mas, é assim, eles sabem a quem falam, e, ao portuga, basta falar em “poupança” para ele dizer logo que sim.
    Somos um povo míope e temos os políticos em consequência.
    Quem votou neste governo, quem?

    Abraço

    Tito Lívio Santos Mota

  13. Pedro M says:

    Amadis,

    Votei no partido desta deputada e voltaria a fazê-lo, mas isso não eliminou a minha capacidade de auto-crítica. A Suécia é várias vezes maior do que nós e lá não se tem nojo de andar de comboio para deslocações oficiais (e até de bicicleta), apesar de nem TGV terem. Isto não é porque os deputados de lá têm menos dignidade, provavelmente é porque não a teriam se fossem cada um na sua lata.

    Acusar-me de poupadismo Salazarento numa discussão sobre ferrovia é bizarro, não só porque muitos me colocariam no quadrante político oposto mas também porque nunca me aconteceu invocar a Lei de Godwin numa discussão sobre AV e subsídios de deslocação.

    O TGV até pode ser bestial, mas quando temos uma Linha do Oeste ou do Minho do século XIX com veículos de 1965, quando a Linha do Norte totalmente optimizada e ampliada os Alfas ficariam muito mais rápidos e quando a ferrovia de proximidade é aniquilada por todos os que governam então sim- há investimento prioritários a realizar, bem longes da AV em custos e benefícios.

    E ponham os deputados a dar o exemplo.

  14. Só uma questão. Todos os portugueses podem ter direito a carro com motorista quando se deslocam em serviço? E quando se deslocam de casa para o emprego, também pode ser? Aguardo pela resposta, uma vez que trabalho a 200km de casa isso dava um jeito do caraças.

  15. Não, nem todos os portugueses, só a srª Presidente da AR é que tem direito a ir às compras com motorista.

  16. A parte das compras já sabia, mas obrigado pela resposta. Só perguntei relativamente às deslocações em serviço e deslocações para o local de trabalho

  17. Deslocações em serviço, até ver, são por conta da casa, que eu saiba para o local de trabalho não é hábito.
    Aqui, deixa-se passar os motoristas por conta, que servem para ir às compras e para o trabalho, um abuso, pregando contra uma deslocação em serviço, que é de uso em toda a parte do mundo não ser por conta do próprio.
    Se podia ir de comboio? duvido. É obrigada a ter carta, que foi sobre o que escrevi? para ser deputada não, nem faltava mais nada.
    Mas quem leva sovas destas, vinga-se
    [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=tYzQdsJtKOQ]

  18. Joana Teles (não tenho carta, nem carro) says:

    A lógica dos que defendem a Ana Drago é curiosa: não tem carta, nem carro, e isto porque até acham o carro burguês e, dizem, andam de transportes públicos. Mas, ir de motorista para Guimarães implica IR DE CARRO! Pelos vistos até prefere ir de carro, em vez de ir de comboio, meio aliás mais cómodo e mais que rápido -. é servido por um inter-cidades! De carro demora 3h30m sem trânsito. De comboio demora 4h30m, com ou sem trânsito. E nem que demorasse 5 horas seria razão para ir de carro!

    A questão é a seguinte: se tem ajudas de custos, se vai em missão oficial, e se não tem carta nem carro, então o óbvio é ir de comboio ou camioneta! E não alugar um carro com motorista! COMO É ÓBVIO! Chama-se a isto bom senso. E chama-se também não gozar com o dinheiro dos contribuintes, eu cá trabalho não é para pagar a motoristas para os outros andarem!!!!

    O que me impressiona na esquerda caviar que defende a Ana Drago é o mesmo que me impressiona naqueles que defendem Cavaco no caso das pensões: não tem o sentido do ridículo!!

  19. Joana Teles (não tenho carta, nem carro) says:

    Oh João José Cardoso, não ser por conta do próprio não tem nada a ver com ir de carro ou comboio! Se a menina tivesse carro iria certamente ser reembolsada, e igualmente acontece com o comboio e demais despesas de viagens. Isso sim, como “em toda a parte do mundo”! E o que não acontece de certeza em qualquer país da Europa, excepção feita a Portugal e quem sabe na Grécia ou Itália…., é um deputado ir de motorista porque não tem carro! Em qualquer país da europa central isto que aconteceu seria um escândalo!

  20. Almeida Alves says:

    alguém aqui me diz quantas horas são de carro de lisboa a guimarães ida e volta?

    o principal problema da tugolândia é mesmo este: os políticos, sejam eles de esquerda, de direita, ou da puta que os pariu, nunca admitem o erro e nunca pedem desculpa. a rapariga errou. foda-se! há algum problema em admiti-lo? cada desculpa sai sempre mais ridícula que a anterior.

  21. Lagartices says:

    A questão não se prende com carta de condução ou motorista. Como diz a Joana Teles, se fosse no seu carro “iria certamente ser reembolsada”. Os deputados podem apresentar despesas até x mil euros e, enquanto isso não for modificado, podem ter a certeza que os desperdícios continuarão.

    Portanto, é espantoso que, em época de crise e onde tanto se fala em contenção de despesas, não se resolvam este tipo de “problemas” com por ex. “Car-sharing”, para além da óbvia opção pelos transportes públicos. Isto vale para a Ana Drago como para qualquer outro deputado que não tenha carta/carro.

    Parece que, para além do Sr. Silva, a crise ainda não atingiu a gigantesta estrutura da Assembleia da República e seus dignos deputados.

  22. Carlos II says:

    O meu avô dizia que os políticos eram todos filhos da mesma mãe. E eu digo que neste post se vê como isso hoje é ainda verdade.
    No meio desta discussão, repare-se como a tal Drago nem precisa de mexer um dedo para se defender, porque aparece sempre quem, incompreensivelmente aos olhos da maior ia do nosso povo, defenda o indefensável. Esta gente não lê jornais, nem sabe o que se passa nos países civilizados, desde a Inglaterra à Dinamarca, em que os deputados se deslocam preferencialmente em transportes públicos, como, por regra, deveria ser obrigatório em Portugal.
    Apetece perguntar: por que é que o Louçã se anda a gabar que vai para a Assembleia de transporte público e depois deixa a sua gente fazer asneiras destas?
    É por estas e por outras que, cada vez mais, os portugueses desprezam a classe política.

  23. De vez em quando a esquerda caviar passa-se! Nas notícias que li sobre o assunto, dizia-se que os restantes deputados da Comissão de Educação se deslocam às suas custas porque não há cabimento orçamental para tal tipo de despesas.
    Assim sendo, ou a Ana Drago, como aliás outros dirigentes nacionais, já não ganha para as despesas, ou alguém meteu os pés na poça.
    Quem não tem carta, anda de transporte público ou de qualquer outro meio desde que o faça à sua custa, pois a opção de não ter carta não lhe foi imposta pelo patrão e, como tal, não é este que deve ser penalizado por tal decisão.
    Ana Drago errou, do mesmo modo que a senhora presidente da AR erra quando se desloca em viatura oficial para ir expressamente às compras, porque se o fizer no seu normal trajeto de casa para o local onde prestará serviço não vejo onde estará o problema (exceto se o tempo gasto o for em horário de trabalho).
    Agora vir para aqui tentar desculpar uma atiitude errada com outra atitude errada poarece-me um grande tiro nos pés.

    • é…
      viva o combate ao “despesismo” com deputados reclusos voluntariamente em Lisboa a votar cegamente tudo quanto lhes passa o partido para as mãos.
      E vivam as despesas patronais pagas pelos próprios empregados.

      E pensar que vão eliminar a disciplina de educação cívica…

  24. Pedro M says:

    O que mais invejo noutros países é que andar de transportes públicos quando se trabalha em cargos de Estado é um dado adquirido para toda a gente e para todos os partidos, não é um assunto político nem algo que exija grande debate- é assim e pronto.
    Eles não se perdem em palermices de andar a chamarem “esquerda caviar” uns aos outros nem em defender-se “porque o outro menino fez pior, sôtor”.
    Não sei se é do clima.

  25. “Sim, há portugueses que não têm carta, uns porque não podem e outros porque entenderam que não deviam ter, grupo em que orgulhosamente me incluo.”
    Que raio é isto? Então não ter carta é melhor do que ter?!
    Uma pessoa que nunca tirou carta é moralmente superior?!
    Eu não tenho carta de marinheiro ou brevet de aviador, mas não tenho orgulho nenhum nisso! Simplesmente nunca precisei e não conto que me venha fazer falta.
    Por outro lado, tenho carta de condução ( carro próprio), embora não seja um dos meus orgulhos, e já me fez muita falta e parece-me que actualmente não ter carta para conduzir veículos ligeiros é um absurdo e uma palermice! Dá azo a episódios “Ana Drago” em que a pessoa podia resolver o problema com simplicidade, mas assim precisa de um motorista, pois não tem carta por militância…Já o episódio de usar o carro de serviço nas compras é outra coisa, tomar para si o uso de coisas públicas…Se fosse levar esferográficas ou resmas de folhas do emprego para casa, embora em menor valor financeiro, tem a mesma natureza!
    E depois, os transportes públicos (de que tenho passe e que uso diariamente) nem sempre conseguem responder com eficácia às necessidades de cada um. Por exemplo, o referido IC Gumarães – Lisboa, embora cómodo e rápido, só se efectua duas vezes por dia, depois há os urbanos, etc etc. Bom senso, precisa-se!
    Ser “contra” ou “a favor” dos carros ou dos comboios é um bocado pateta, pois são simples utensílios que devem estar ao nosso serviço, e não o inverso!
    Este episódio é infelizmente uma “cortina de fumo” usada por uns e outros para distrair de assuntos mais sérios, pois esta viagem de carro, pouco representa no orçamento da AR, e não serve bem para exemplo de coisa nenhuma!

  26. Acho que vou mandar isto à Ana, vai-se rir ainda mais do que eu desta acusação de a defender.
    Haja pachorra: o que eu escrevi não foi contraditado: há deputados sem carro, e mesmo sem carro, andar nos transportes públicos é mais confortável do que imaginais, e não é nenhum franciscanismo de esquerda.
    O que talvez dificulte os vossos raciocínios é a diferença entre um deputado de esquerda, seja PC ou BE, e os restantes: não ganham nem mais um cêntimo do que ganhavam antes de serem deputados. Nem acumulam com outras profissões remuneradas. Logo não podem andar em serviço pagando do seu bolso. Essa a razão porque os que não fazem o mesmo os odeiam muito para lá das divergências ideológicas. Os que se servem da política aproveitam o mínimo descuido para apontar o dedo aos que servem a honra e dignidade da política
    E já agora, José Pinto, eu tenho orgulho em sobreviver no tempo do carro individual (que está para esta crise como o Ford T esteve para a dos anos 30). Tem inconvenientes, pois tem, mas a enorme vantagem de me deixar em coerência com o que defendo e já agora não correr o risco de assassinar seja quem for na estrada, ou muito simplesmente de ser apanhado a poluir sozinho.

  27. Carlos II says:

    Ó Cardoso, “tem pai que é cego”, já dizia o gordo.

  28. Ó Carlos o texto é dirigido a betinhos, não te tinha nessa conta, mas enfim.

  29. Lagartices says:

    Caro João,

    Quanto ganha um deputado, seja ele de que partido for, acumulando ou não outras remunerações?

    A resposta está no Aventar, escrita por Ricardo Santos Pinto e da qual transcrevo um bocadinho: (…) O seu vencimento-base é de 3815,17 euros (…) A juntar a este valor, mais 10% para despesas de representação, ou seja, 370,32 euros. Ou seja, um total de 4185,49 euros fixos. (…)
    Mas não é só isto, ainda podem ganhar mais: http://aventar.eu/2010/04/30/quanto-ganham-os-deputados-o-caso-ines-de-medeiros/

    E agora, como vai continuar a argumentação? Vai-me dizer que são valores brutos e que, coitadinhos, depois de pagarem os impostos ficam apenas com 485€/mês?

  30. Explicando-lhe, pacientemente, que tanto os deputados do PCP como os do BE, apenas ficam com o mesmo que recebiam na sua profissão antes de serem eleitos. O restante entregam ao seu partido. Sempre foi assim, é pouco conhecido o facto porque não dá jeito que o povo saiba desta diferença, ainda se punham a votar neles.
    Vá lá, eu sei, é estranho, é como haver pessoas que não querem ter carta, mas não somos extraterrestres, garanto-lhe.

  31. Lagartices says:

    Obrigada pela paciência, João. Realmente não sabia disso. E de facto passou-me ao lado quando li o outro comentário. Erro meu.

    Ainda assim, e se assim é, gostaria de saber quais são o sites onde eu possa ver a lista dos deputados do PCP e BE e respectivas (e reais) remunerações.

    A(s) biografia(s) da Ana Drago que se encontra(m) na net não referem os empregos anteriores, falam de umas coisitas, tudo muito por alto. Livro, Macau…

  32. Que eu saiba as declarações de rendimentos devem estar disponíveis no Tribunal Constitucional, como as de qualquer titular de cargo político. Provavelmente falamos de doações, uma vez que a AR não pode reter partes do vencimento de um deputado, nem faltava mais nada.
    Sugiro que se dirija aos respectivos grupos parlamentares, até porque o interesse em ser transparente nesta situação é todo deles.

  33. Caríssimo JJ Cardoso, perdoe a ousadia de me dirigir, mas não consigo compreender isto:
    “eu tenho orgulho em sobreviver no tempo do carro individual (que está para esta crise como o Ford T esteve para a dos anos 30). Tem inconvenientes, pois tem, mas a enorme vantagem de me deixar em coerência com o que defendo e já agora não correr o risco de assassinar seja quem for na estrada, ou muito simplesmente de ser apanhado a poluir sozinho.”
    Uma coisa é ter carro, assumir as despesas e inconvenientes, outra muito diferente é não ter carta e ser “contra” os carros! Conhece alguém contra os telefones? Contra os relógios de pulso? Contra os aviões? Asseguro-lhe que não tendo carro e necessitando de motorista para ir aqui e ali polui tanto ou MAIS do que eu, que uso os transportes públicos onde existem e são compatíveis com a minha deslocação (tenho passe mensal), ou o meu velho carro, quando é a opção mais racional (por exemplo, vamos 3 ou 4 pessoas para o mesmo destino).
    Acreditem se quiserem, em muitas regiões deste país não se pode aceder sem ser a pé ou veículo próprio. Não sou contra objectos (que devem estar ao nosso serviço), posso ser contra ou a favor do uso que se faz deles em cada ocasião!
    Na minha vida, não poderia ganhar o meu sustento se não tivesse carta de condução. É um facto, estamos num tempo em que não se pode virar a cara ao trabalho que aparece, onde aparece, não é um orgulho nem uma vergonha.
    Quanto a poluir sozinho ou acompanhado, não é uma opção, pois todas as nossas acções têm consequências ambientais, que podem ser maiores ou menores.
    As deslocações de pessoas e bens têm grande impacto ambiental.
    No caso da deputada ir a Guimarães, porque não juntaram os políticos todos em camionetas ou um comboio em vez de ir cada um no seu carro? Poluiu mais ou menos a Ana Draga do que os outros por não ter carta e levar motorista? Pois, mas isso são factos que estragariam uma boa história…

  34. Pedro M says:

    Isto não é uma questão de regalias dos deputados- é uma questão de eficiência no uso de recursos na administração pública, tanto por razões ambientais como económicas.

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