Pedagogia e futebolês: um divórcio litigioso

Ontem, Vítor Pereira, depois de o F.C. Porto ter perdido com o Gil Vicente, disse duas coisas originais: que a arbitragem foi vergonhosa e que o Benfica está a ser levado ao colo. Pelo meio, ainda reconheceu que a sua equipa jogou mal, mas não foi aí que colocou a tónica.

Se é verdade que este discurso me entristece, mais triste fico por ter a certeza de que a conversa seria a mesma se o entrevistado fosse Jorge Jesus, o Benfica o derrotado, com o primeiro lugar a cinco pontos. Se quiserem substituir os nomes, o efeito será sempre o mesmo.

Nada de novo: o campeão, seja ele qual for, alcançará o título sem outro mérito que não seja o de ter sido beneficiado pelos árbitros cujos erros serão sempre mais importantes do que os passes falhados, os remates para a bancada ou o mau posicionamento dos guarda-redes.

Face à absoluta previsibilidade das declarações de dirigentes, treinadores e outros maus actores, faria muito mais sentido ter declarações gravadas para comentar o resultado dos jogos e criar uma linha de apoio ao jornalista desportivo para onde este poderia ligar, passando a ouvir: “Se quer ouvir declarações sobre derrotas, escolha 1; se quer ouvir declarações sobre empates, escolha 2; se quer ouvir declarações sobre vitórias, escolha 3; se quer ser alvo de blackout e arriscar-se a ser agredido, escolha 1…”

Comments

  1. eyelash says:

    … e se os jornalistas deixassem de ocupar antena com estas declarações?
    Façam as contas ao tempo que têm as tardes e noites desportivas, mais os programas de hora a hora a repetir até à exaustão as tais declarações. Depois, temos o país que temos!

  2. marai celeste ramos says:

    ACRESCENDO O TEMPO, QUE AUMENTOU, DE PUBLICIDADE

  3. Cavaleiro says:

    Mas se o que se passou em Barcelos não foi um roubo…….eu nunca vi um roubo no futebol

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  1. […] soma três pontos no campeonato de queixas da arbitragem. Nada de novo. DivulgarFacebookGostar disto:GostoBe the first to like this. Esta entrada foi publicada em […]

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