Eu sei que esta opinião vai deixar os “saudosos” do “couraçado potemkin” a pedir a minha rápida deportação para um “gulag” (espécie de resort de férias que era muito apreciado e procurado). Mas mesmo assim, aqui vai:
Não acho que o denominado “direito” à greve faça sentido nos dias de hoje! No mínimo, seguramente que não faz sentido tal como está, presentemente, tipificado.
Em primeiro lugar, nunca achei que o reconhecimento do “direito” à greve fosse, tal como apregoaram, um avanço civilizacional (aliás, esta coisa dos avanços civilizacionais tem muito que se lhe diga e dava “pano para mangas”). Alguns destes “passos em frente” da civilização (obviamente que não todos) são facciosamente entendidos à luz de concepções transitórias e, normalmente, não subsistem à passagem das gerações.
Mais, e porque na sua grande maioria, as greves destinam-se a pedir aumentos de salários ou aumento de contrapartidas económicas, não tem qualquer lógica exigir-se mais dinheiro através de uma ferramenta que elimina, pelo menos momentaneamente, fontes de receitas.
Aliás, e principalmente nas greves em serviços prestados ao público, os maiores e mais directos prejudicados não são os interlocutores dos grevistas, mas o povo em geral, nomeadamente o mais carecido o que, além de tudo, demonstra um enorme desprezo pelas necessidades dos restantes, do género: “desculpa lá, Pá, mas estou-me a “marimbar” para o que tu precisas. O que interessa é o que eu preciso”.
Pior, e na minha perspectiva pessoal, toda a fundamentação filosófica do “direito” à greve assenta na protecção de um comportamento muito semelhante a outros que são, terminantemente, proibidos. A greve ou a ameaça de greve constituem comportamentos que, ligeira, mas definitivamente, têm afinidades com outras práticas, manifestamente, ilícitas. Não é difícil perceber-se que o juízo de valor que motiva a condenação de crimes como a Usura, a Infedilidade ou a Extorsão, teria, ainda que menos veementemente, plena aplicação na percepção que se devia fazer da greve. Mas para tal, seria preciso que a nossa sociedade não estivesse, como ainda está, dominada por um “mainstream” desajustado, vetusto e que parou em Maio de 1968.
Toda a razão caro amigo, isto com a escravatura é que ia lá. Ninguém reclamava, não havia cá aquela trampa dos salários, só para o pão e para a sopa e um cantinho para se estender nas 4 horas de descanso diárias. Os nossos patrões holandeses já podiam começar a ter lucro sem fazer nada, que é o que sempre fizeram…
Exactamente! Concordo consigo a cem por cento, caro Carlos! E a palavra que usou “marimbar” define fielmente o sentimento que predomina na sociedade actual: todos se marimbam uns para os outros (salvaguardada fica a excepção!)!
http://facedaletra.blogspot.com/2010/09/dialogo-da-treta.html
Até que enfim leio por aqui mais alguém a pensar mais ou menos como eu. Muito bem!
Se não houvesse o direito à IMBECILIDADE, também não poderia escrever o que escreveu, enfim, mais um rafeirinho a lamber os restos e contentinho
Temos muitos por aí
Vai à bruta para ver se entende !!!
“À cause” do comentário nº4 e de outrops do mesmo género, decidi, desta vez, não escrever seja o que for àcerca destas greves de hoje, e de outras de um modo geral.
De qualquer forma, hoje, em alguns sítios “menos evoluídos” a coisa até não está a correr muito bem. Na CP então … !
É, e também há o direito à ignorância, à estupidez, ao egoísmo, à ganância, à má-educação… enfim, todos esses direitos que definem mais propriamente o Cro-Magnon! Sim, que esse desconhecia a cooperação, a entreajuda, o altruismo, o bem-comum, a compreensão, etc.
É por estas e por outras que o Aventar é o que é: dificilmente teria uma opinião tão contrária como a que foi expressa neste post… Mas, ainda assim todos partilhamos a mesma casa da Democracia que é o Aventar. Já agora, o que sugerem como forma de luta dos trabalhadores? Só para perceber o que vai na vossa mente revolucionária….
Qual luta qual quê. Sem luta.
Acho extraordinário o início do seu post, como se não fossem os colaboracionistas que pretendem deportar os desempregados para esse modelo que é a Angola e transformar Portugal na nova China.
Se acha que o direito à greve não faz sentido é porque concorda com a guerra de classes que o 1% tem andado a ganhar aos 99%, acumulando mais dinheiro e mais poder à 40 anos (aqui e lá fora). Concorda com a desigualdade galopante que impede a mobilidade social, porque só com emprego e saúde estáveis é que é possível arriscar e criar empresas com novos produtos e novas maneiras de produzir.
Igual a greve à usura, mas nada diz quando os bancos fazem o mesmo, nem por terem “instrumentos financeiros” que lhes permitem criar dinheiro do nada por trabalho nulo. Fala em infidelidade, mas nada diz sobre promessas, leis e constituições violadas. Fala em extorsão, mas não fala que as greves nasceram por causa da extorsão do capital e nada diz sobre leis que permitem extorquir tempo de descanso e de família aos seus pares, já para não falar em subjetivas maneiras de poder procurar a estabilidade e daí a felicidade.
Diz-me que as ideologias de respeito pelas pessoas morreram em 1968, mas não entendo porque a morte as impede de renascer se por outro lado defende ideologias que morreram 1789.
Por tudo isso, não se preocupe que vai ter o que merece com este governo.
Já agora perguntava: nalgum ponto vai achar legítima a greve a luta contra o empobrecimento? Quando chegarmos ao nível da atual Grécia? Quando chegarmos ao nível de direitos da China? Será capaz de me esclarecer, que ainda não vi nenhum colaboracionista a responder-me?
Gostaria de ter uma tabela onde pudesse ler, com toda a fidedignidade, os resultados das greves desde que o povinho português adquiriu esse “direito”. Uma tabela talvez com três colunas: a primeira descrevendo o evento em si, a greve portanto, e o fim a atingir; a segunda descrevendo e quantificando todos os danos causados a terceiros; a terceira pondo preto no branco os resultados POSITIVOS obtidos com a greve e o NÚMERO DE BENEFICIADOS com esses resultados. É preciso fazer um desenho ou dá para comprrender?
Olhe Isabel resultados das greves e das lutas:
– Oito horas de trabalho por dia
– Direito a salário igual para trabalho igual
– Direito a férias e dias de descanso semanal
e podia dizer muito mais, ou acho que foi tudo dado de mão beijada
Até o direito à ignorância como o que revela
Para além do direito à Liberdade que quando aplicada aos outros a parece incomodar e muito
o preambulo “quem não concorda comigo é um soviético ensandecido” fez com que desistisse logo de ler o post..
Tem razão, caro amigo.
Isto das greves não leva a lado nenhum e a vida não está mais para isso.
Antigamente, ainda podia entender. Aquilo era muito mau.
Hoje em dia, todos temos o que nos é devido.Vivemos nas últimas décadas acima das nossas possibilidades e produtividade. Há que pagar a factura.
E quem assim não pensa, não é patriota nem está disposto a fazer algo pela pátria.
Para quê então as greves?
Mude-se a constituição e ilegalize-se o direito à greve e a contraditórios miniritários sob qualquer outra forma de expressão – social, política, cultural, etc.
Afinal, para que servem tantas pedras da calçada portuguesa?
A Bem da Nação.
Gostaria de acrescentar uma ideia para contornar o transtorno das greves, mesmo sem eliminar o direito à greve, que ainda me mandam consigo para o gulag e eu não gosto nada de frio:
“A greve é um direito de quem trabalha, desde que ocorra entre as 20 e as 6 da manhã. caso os colaboradores trabalhem em contra turno, o direito à greve será reconhecido para o período em que o colaborador não está a colaborar/trabalhar.”
(Chamo a atenção para a janela de oportunidades que tal medida trará, nomeadamente, para os colaboradores do sexo feminino. Hoje tens de largar o blog e ir para a cozinha. desculpa, mas estou em greve!)
Caro Pisca, se quer realmente responder às questões que levantei no comentário 11, responda com números, com exactidão, quantifique, seja objectivo! Respostas como as que deu são meros devaneios!
Você acha que cada greve é uma ilha, e quer culpar os funcionários públicos por fazerem greves só para ganhar benesses para si. Esses mesmos que pelo menos em 2009 já ganhavam bem menos, por isso antecipo-me já e digo que isso não serve para nada.
É a mesma coisa quer perguntar a quem serviu a revolução francesa.
Ou a russa.
Enviem as moradas e nºs de telefone, sff.
Pois é! Como lá no fundo sabem que as greves não resultam, entendem perfeitamente a crueldade que delas advém, e sabem que a taxa de sucesso é baixíssima; como, muito provavelmente, nunca fizeram uma greve, não sabem o que é ficar frustrados com as “falinhas mansas” e os “direitos prometidos” que afinal foram apenas uma meia-realidade; como, muito provavelmente, nunca se viram impedidos, na sua própria vida, de chegar ao trabalho e o dia que lhes descontaram era dinheiro que fazia falta, ou impedidos de mil uma maneiras em circunstâncias de doença, de socorro, de apoio, etc.; por todas as razões apontadas é que atacam ferozmente quem pensa de outra maneira! Enfim, fraquezas do ser humano…
Esta Isabel é um exemplo acabado das mentes por trás de ideias brilhantes como esta. A resposta que procura é relativamente simples, mas requer dois ou três neurónios que possa dispensa- a principal conquista das greves foi termos conseguido manter o que ainda não perdemos, naturalmente para além de todas as outras que já foram elencadas e que não lhe convém reconhecer.
E já não é muito – uma carga laboral adequada (no público e pouco mais), dias de descanso (também já foram outros tempos, em muitos sectores) entre outros que já se foram perdendo, como um salário mínimo digno..
Tivessem os desgraçados marinheiros do “Potemkin” tomado a mesma atitude depois de 1917 e teriam tido o mesmo tratamento que tiveram, porque as ditaduras são tão parecidas que não faz diferença serem de esquerda ou de direita. Aliás, para o “gulag” iam os que protestavam ou faziam greve. Parece que o Carlos, afinal, defende, isso sim, a criação de um “gulag” para os grevistas e, eventualmente, para quem quer que proteste ou manifeste opiniões incómodas, porque de suspensão de direito em suspensão de direito lá chegaremos. É impressão minha ou a direita anda a ficar previsivelmente soviética? 🙂
Um pouco de historia:
Nos anos 50 do século passado travou-se uma luta tremenda no Alentejo a que se chamou a Greve das Fumaças
Porquê o nome ? Para que os patrões autorizassem que o pessoal do campo pudesse para algumas vezes parar para fumar, já que o trabalho era de sol a sol, e o pessoal era escolhido nas praças de jorna (largo onde ia o patrão e o “manageiro”, escolher quem queria ou lhe convinha)
Já sei o tabaco faz mal à saude
Para os dedicados servidores da Pátria aqui plasmados, imaginem uma Greve das Mijinhas, para poderem ir fazer a dita cuja no horário de trabalho (há quem o queira isso há)
Dá para perceber ??????
Oh meu caro Não Interessa e demais senhores pró-greve, aqui a Isabel tendo apenas dois ou três neurónios, segundo a douta opinião do Sr. Não Interessa, pelo menos sabe usá-los e não precisa de se unir nem a partidos nem a ideologias para ver a sensatez das coisas! Pelos vistos são V. Exas. que se recusam a usar os mil e um neurónios de que pensam estar dotados. Se o fizessem, talvez, e digo talvez com muitas reticências, tivessem chegado a uma conclusão básica: resistência gera resistência, conflito gera conflito, oposição gera oposição, violência gera violência.
Mas, mais básica ainda do que essa, há uma outra conclusão, à qual parecem V. Exas. incapazes de chegar: se as nossas acções prejudicam terceiros, não são, por natureza, boas acções. Lesar outros para atingir fins próprios é de uma vileza inqualificável. E, para mim, actos ignóbeis e sacrifício de inocentes jamais podem gerar algo de positivo.
E depois, perdoem-me a franqueza, mas pessoas que pertencem a esta ou àquela organização, a este ou àquele partido, a esta ou àquela ideologia, têm forçosamente de ser limitadas pelas suas próprias escolhas. Fecha-se-lhes o leque de opções com a última cláusula dos regulamentos, com a última frase dos manifestos, com a utopia cristalizada das directrizes ideológicas auto-impostas que tolhem o pensamento e a reflexão verdadeiramente livres. Fala-se tanto de liberdade mas escolhe-se a prisão. Fala-se tanto de direitos humanos mas esquecem-se os mais básicos.
Por isso meus senhores, que sempre me assista o discernimento e a humanidades que os meus dois ou três neurónios me conferem, porque, ter mais e coagir o pensamento com interesses egoístas, seria uma opção que, a tê-la, categoricamente recusaria!
Parabéns pelo post, Salazar não sei se teria argumentado melhor!
eu também já prescindia do direito à greve e trocava-o pelo direito à destruição de propriedade. se me fodem o bolso enquanto querem que trabalhe mais por menos regalias, acho que tenho o direito de queimar umas repartições ou agências… percebe agora porque a greve foi um avanço civilazicional? pode ser que com a destruição de propriedade os accionistas sintam no bolso, tal como o trabalhador sente, e o tal momento que quebra a fonte de receitas seja suficientemente forte para que as reivindicações sejam levadas a sério. teremos de esperar pelos 18 dias de férias que estão no forno?
A Isabel ficou sem responder, bem ao estilo dos colaboracionistas. Pois bem, desejo que lhe aconteça a inevitabilidade que tanto anseia.
Este “pisca” não pisca nada – piscar jé nem é mau – pisca pouco ou é mesmo céguêta ?? escrito em brasilês – há cada porrtuguês que podia de facto emigrar e deixar o “ar” menos poluído
Pisca pisca