A direita, a traição e as putas

Em 1383 o grosso da nobreza, principalmente a detentora do morgadio, tomou o partido de João de Castela. Em 1580 repetiu-se o filme, desta vez apoiando o rei Filipe. Em 1640 saem a correr 40 aristocratas, em desespero, porque a populaça andava a fazer alterações nas ruas, não apenas contra o rei Filipe III mas já contra todo o poder que a empurrava para a absoluta miséria.

Ainda podia acrescentar uns episódios oitocentistas. É sempre assim, a nossa direita anda sempre com a pátria na boca mas trai por tradição Portugal quando chega a hora da verdade.

Recordo isto na semana em que dois pré-ocupantes alemães começaram a verbalizar o que se vai seguir: humilhação internacional de Portugal através da sua máquina de propaganda, até ao estádio grego actual e o que se vai seguir.

O silêncio da nossa direita (nem toda, é verdade, mas da maioria) tem o ensurdecedor rufar da História. Sempre as putas do costume.

Comments

  1. Carlos II says:

    “Alterações nas ruas”? Na toponímia ou nos traçados?
    Será que não queria escrever altercações?

  2. marai celeste ramos says:

    ainda não tinham inventado od graffitti que também é uma arma

  3. Dou por mim a concordar com tudo menos com a exclusividade se ser puta pelo lado da Direita. Putas boas são sempre ambidextras.

  4. Não contando que este Martin Schulz é membro do SPD, partido alemão da Internacional Socialista. A direita pura e dura.
    Por cá, a pieguice do costume.

  5. Nuno says:

    Agr o SPD é de esquerda?, bem como a dita “Internacional Socialista”? Vocês sabem ao menos o que é o Socialismo?

  6. Pois, estando genericamente correcta a análise, a porca torce o rabo nesse ponto da esquerda e da direita.

    Bem sei que a origem dos termos esquerda e direita nascem da nobreza e o seu posicionamento face ao trono (sinceramente, nem sei exactamente a história, mas deve ser algo do género), mas é esse o problema de se dividir entre esquerda e direita.

    Aliás, acredito que se possa dividir genericamente politico-socilamente esquerda e direita, mas a divisão ideológica não é só muito pobre como o principal critério de divisão contemporâneo nada tem a ver com o que fala (economia de estado vs economia de mercado).

  7. Tito Lívio Santos Mota says:

    já que o conceito de direita e esquerda nasceu da Convenção Francesa após 1789.
    Aqui vão alguns exemplos nacionais posteriores a essa data :

    Reviralho e Pinamanique.
    D. Miguel (de quem descende aquele austríaco que deixou a corte transmontana para ir lamber cus à Síria)
    Costa Cabral (que esbanjou o dinheiro do caminho de ferro na Malaposta que durou 20 anos mal governados, tal como o Cavaco esbanjou o dinheiro do TGV em arranjos na Linha do Norte e Alfaspendrucalhos. Foi levado pela breca da Patuleia/Maria da Fonte)
    João Franco (que conseguiu dar cabo da monarquia para que caísse sem esforço nenhum, lol)
    Sidónio Pais (que deixou os nossos soldados morrerem sem serem revezados nem receberem mantimentos, porque era mais amigo dos alemães que de portugueses labregos e analfabetos)
    Salazar (de quem vários ministros e deputados da maioria disseram gostar, muito durante a campanha eleitoral, aquele gajo que nos ofereceu 15 anos de recessão e outros tantos de miséria coxa por via dos poupadismos)
    Cavaco (ver supra)
    Durão Barroso (que se pirou para a Europa fazer o mesmo que já tinha feito entre nós)
    Passos Coelho
    (continua)

    Tito Livio Santos Mota

  8. voçês têm cá um anti-putanismo primário que parece lapso freudiano

    em 1383 1637 1580 etc a populaça que saia à rua vinha prá pilhagem e era jovem

    revoluções com multidões de quarentões e sessentões só houve nos lares de 3ªidade
    e nas rotundas….olha queu parto-te os cornos…revoluções xéxés

  9. Não quero que vos falte nada. Alterações,sim:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_do_Manuelinho

    O conceito de direita/esquerda só nasce na Revolução Francesa, mas em ambos os casos citados refere-se à nobreza mais próxima do poder, ou seja, deve ser lida mais sociologicamente que ideologicamente. E obrigado ao Tito pelos exemplos mais recentes.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      de facto, na Convenção, a esquerda chamava-se “Montanha” e a direita “Planície” por se sentarem uns no alto da bancada e os outros em baixo junto a “quem manda”.
      Tradição de “agarra-te ao manto” que nunca abandonou nem abandonará a Direita.
      Também é certo que a coisa vem de “sentado à mão direita de deus pai, etc. e tal”. E de mais coisas no género.
      Mas nasceu da Revolução Francesa e até foi adotada pelos ingleses mesmo se se sentam frente a frente.

      quanto às revoluções de “jovens medievais”, isso deve ser lá para Santa Maria da Feira, ou será que foi repórter nessa altura?
      Não obstante há que dizer que, dada as esperança de vida na época e à ausência de lares para 3° idade, é fácil imaginar que a maioria dos revoltosos de 1383 tinham menos de 45 anos (esperança de vida na época).

      Tito Livio Santos Mota
      ps: fico à espera das reportagens sobre as revoltas d’antanho em que se baseou o anti-asiático que por aqui escrevinhou para me fazer uma ideia.

  10. Tito, trabalhei na recriação histórica portuguesa, posso orgulha-me de ser um dos responsáveis por ela não ser produzida por espanhóis, donde agradecia que não incluísse o meu nome em parágrafos onde a queima das fitas “medieval” de Vila da Feira é incluída.
    Jovens, sim, por serem filhos segundos e terceiros e quartos, que por via do morgadio não herdavam, e logo se tinham de fazer à vida. Na fundação de Portugal, em 1383 (e mais tarde no império do oriente). A teoria está amplamente desenvolvida pelo José Mattoso, apenas a subscrevo.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      referi-me a si na primeira parte

      na segunda dirigia-me ao anti-lojas dos 300 que também postou acima.

      Por isso estamos de acordo em tudo

      Tito Livio

  11. Se mandasse para lá outros não morriam à mesma?
    E retirá-los quando foi uma nação de burocratas em peso que para lá os mandou…

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      mas que tolice, francamente.
      Uma vez que lá estava o corpo expedicionário era indispensável pensar em render as tropas (nem que fosse para poderem descansar na retaguarda), e sobre tudo assegurar o rancho e as munições.

      Lembro que Portugal foi atacado pela Alemanha desde 1914 em Angola e Moçambique (frentes onde aliás ganhamos) e que havia um acordo desde 1907 de partilha das colónias portuguesas.
      Se não entrássemos na guerra perdíamos as colónias que teriam sido partilhadas entre os vencedores.

      No que respeita à frente flamenga, Portugal recusou quanto pode o envio de tropas. Mas a batalha de Verdum tendo enfraquecido consideravelmente as tropas aliadas estas impuseram o envio dum contingente.
      Portugal não estava preparado para tal tipo de guerra mas, mesmo assim conseguiu preparar tropas (o famoso milagre de Tancos) e assegurar o transporte pois os ingleses que se deveriam encarregar tiveram demasiadas baixas por causa dos Uboat.
      Quem decidiu confiar aos portugueses uma frente foram os aliados, erro estratégico que foi aproveitado pelos alemães, melhor equipados.
      Aliás, as tropas alemãs estavam equipadas com armas automáticas enquanto que as aliadas não.

      Portanto, seja qual fosse o regime teríamos tido que entrar na guerra, a menos que decidisse entregar Angola e Moçambique aos alemães, logo em 14, ou aos vencedores de pois da guerra.
      O preço a pagar foi o envio do contingente para a Flandres.

      Nada disto justifica o abandono das nossas tropas, sem reservistas, sem mantimentos, sem munições, sem nada.
      Pior, sem assistência médica.
      Ainda pior, deixando-os entregues às tropas inglesas que se serviram deles como escravos.
      Ora, tudo isto é culpa do Sidónio, germanófilo declarado e de mais ninguém.

      Tito Livio Santos Mota

  12. piet says:

    João José, eu fui ver e ouvir o vídeo em original, e realmente o Schulz não fala mal de Portugal nada. Exige que nós todos na Europa estejamos mais solidários na UE porque só juntos vamos conseguir de ficar relevantes e capaz de manter democracia e bem-estar. Lamenta o regresso as posições nacionalistas, e tem razão. Schulz sempre tomou posição contra um Austeridade rigorosa demais e apoiou p ex Euro bonds muito cedo. Ha muitos actores políticos Alemães com atitudes que concordava chamar FTP, eu não considerava o Martin Schulz um deles. Cumprimentos!

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