Uma difícil arte

 

(Paul Cézanne, Retrato do Pai do Artista, c. 1866)

Às vezes, espreito o que escreve Frei Bento Domingues no PÚBLICO e gosto. Nem sempre concordo, nem sempre compreendo a sua «dureza». Este domingo, talvez pelo uso de palavras mais simples, li a crónica até ao fim.
Julgo que procuramos num texto as palavras que precisamos. Muitas vezes as que alimentam a alma…

Talvez influenciada pelas últimas notícias de idosos que foram encontrados mortos em casa, sós, ao fim de vários dias ou mesmo semanas, as palavras que Bento Domingues escolheu para este domingo 12/2, remeteram-me para essas histórias de vida tristes que não encontraram nos vizinhos e na sociedade a família que não tinham ou que já não os queriam por perto ou que deles se foram afastando por esta ou aquela razão.
Agrada-me e identifico-me com a ideia de “ver o mundo como uma família” e de que a “Igreja deve ser o sinal e o instrumento de um mundo de mãos dadas, de um mundo que tende a entender-se como sendo uma família, na multiplicidade de todos os povos e culturas”.
E sim, é deveras difícil essa “arte de sermos família com pessoas que não escolhemos, mas acolhemos.”

Comments

  1. kalidas says:

    “Deixei um Cézanne lá fora”, disse o sr Maynard Keynes, para o seu amigo Duncan, mais ou menos em 1918. O sr Keynes fora aos saldos, porque os Aliados venceram a guerra, mas como sempre acontece, os vencedores ficaram tesos. Consequentemente a França vendia os anéis, o que o sr Keynes uma pessoa de fino gosto, de uma esmerada educação e um economista com uma visão prà-frentex, tratou de meter a mão no pote do lote das obras de arte francesas, mas como era inglês ficou tudo em família, e outros quadros foram parar à National Gallery de Londres.

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