A incompetência é a imagem de marca de Elísio Summavielle, o novo Director-Geral do Património


Informa o Público que Elísio Summavielle, Secretário de Estado do último Governo Sócrates, será o novo Director-Geral do Património.
Uma notícia que, «por acaso», o Aventar já deu em primeira mão no dia 5 de Janeiro, ou seja, há cerca de mês e meio.
É por isso que esta nomeação não me espanta. O facto de ser incompetente nunca foi obstáculo para que Elísio Summavielle ocupasse os mais altos cargos na área da Cultura. Foi técnico do IPPC, onde não se lhe conhece trabalho. Partiu então para a Câmara Municipal de Lisboa – Lisboa/1994, naquele que terá sido o primeiro cargo que ocupou graças a ligações políticas.
Chegou então rapidamente a Vice da DGEMN, uma prateleira dourada onde se passeou até ir para o Ministério da Cultura. Aqui, foi Assessor da Ministra Isabel Pires de Lima antes de se tornar Presidente do então IPPAR até 2007. Nesse período, desmantelou o que funcionava no Palácio da Ajuda (com a colaboração de Henrique Parente, recentemente reconduzido por Francisco José Viegas) e conduziu uma política errática que incluíu até a perda de fundos comunitários por inércia.
Como prémio, passou a ser Presidente do IGESPAR, entrando em rota de colisão com outros dirigentes do Ministério da Cultura. A chegada a Secretário de Estado da Cultura no segundo Governo Sócrates foi um outro prémio pelo extraordinário desempenho em todos os cargos por onde passou anteriormente.
Para caracterizar o trabalho de Elísio Summavielle, bastaria pegar num nome: Museu Nacional de Arqueologia. E todos nos lembramos da luta que Luis Raposo travou para impedir que o Museu fosse para a Cordoaria Nacional, um projecto que vinha do Estado Novo e que Summavielle acarinhou – Luis Raposo acaba de pagar pela afronta.
E quem não se lembra também do Museu dos Coches, das obras do novo museu e de todo o processo de casino que o rodeou? Ou do Plano Nacional de Barragens, cujo arranque teve a avaliação positiva prévia do IGESPAR comandado por Summavielle? Uma avaliação onde, pasme-se, não havia qualquer referência ao Douro Património Mundial?
Mas então, depois disto tudo, por que não me espanta que Francisco José Viegas nomeie tamanho incompetente? Poderia citar Henrique Neto a propósito dos Governos Sócrates – «isto é uma máfia que ganhou experiência na Maçonaria» – mas já nem vou por aí (embora corra há muito que é essa a verdadeira razão).
Afinal, quem nomeia como motorista pessoal, a ganhar 1600 euros por mês, um rapazinho de 21 anos que tirara a carta há 15 dias, até pode nomear um pau de vassoura. As suas decisões são inquestionáveis e pronto.

Comments

  1. marai celeste ramos says:

    A coerência fascina-me

  2. Silvério Coutinho says:

    Esta nomeação é o sancionar da política cultural dos 2 anteriores governos.
    O comunicado do Secretário de Estado da Cultura é uma ofensa muito grave.
    “Ofende os bons quem protege os maus”
    SC

  3. Silvério Coutinho says:

    Se fosse só isso. É ler o Correio da Manhã de ontem.
    Razão tinha você!
    Cumprimentos
    SC

  4. Francisca Lima says:

    não entendo esta nomeação!! como vai elisio dgpc conviver com elisio sec\

    Por exemplo era importane saber o que pensa do fim da gratuitidade dos museus ao domingo de manhã

  5. Fernando Fonseca says:

    E SEI EU DE UM ASSESSOR DE jOÃO SOARES NA C.M.L. QUE RESOLVIA A QUESTÃO DOS ATELIERS DOS ESCULTORES DO PAV. DA INDEPENDÊNCIA EM BELEM, MAS SÓ SE O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAQUELES ARTISTAS, SE FILIASSE NO… PS!
    É O ESQUEMA INSTALADO!

  6. Ernesto Sousa says:

    O “socialismo” no seu melhor! What´s new?

  7. O clientelismo partidário ou das fraternidades de agremiações excêntricas é o principal cancro deste país.

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