Com a troika e o Gaspar, o desemprego sempre a avançar

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Fonte de dados: EUROSTAT

A imprensa, aqui e aqui, está a divulgar que, depois das revisões feitas pelo Eurostat, o desemprego em Portugal, entre Agosto de 2011 e Janeiro de 2012, teve a evolução que o gráfico demonstra.

Portugal, ao atingir a taxa de 14,8% em Janeiro-2012, subiu ao 3.º lugar no pódio, ex-aequo com a Irlanda. O 1.º lugar é ocupado pela Espanha (23,3%), cabendo à Grécia a 2.ª posição (19,9%). Das estatísticas publicadas, pode ainda inferir-se que, entre nós, o desemprego jovem (cidadãos até aos 25 anos), continua a crescer e subiu para 35,1%.

Os números do desemprego, em conjunto com as quebras do PIB e aumentos de falências, constituem um conjunto de indicadores de que as políticas da troika, na Grécia, Irlanda e Portugal, e as medidas de austeridade em Espanha, cuja cópia em Portugal era reclamada por iluminada gente no tempo de Zapatero, não constituem a terapia correcta para a crise. Antes pelo contrário, geram maior recessão.

Na hora da despedida da troika, Gaspar mostrou-se agradado pela avaliação do tirano triunvirato, proclamando que, em 2012, a taxa média do desemprego se fixaria em 14,5%. Com o valor de Janeiro, agora divulgado, será mais uma previsão falhada pelo governo, criem as comissões interministeriais que criarem.

Uma coisa é certa: com a troika e o Gaspar, o desemprego está sempre a avançar. Vamos para o buraco ou alguém duvida?

Comments

  1. Uma coisa continua a fazer-me uma grande “confusão”…, como é que hei-de dizer…
    Bem, os nossos governantes, “todos” (centro, mais ao centro e centro direita) insistem em dizer que as empresas têm que se modernizar, acompanhar a tecnologia moderna e, na sua grande maioria, a industria tem inevitavelmente que se automatizar…, isto se quisermos ser competitivos. Por outro lado, insistem igualmente em dizer que, vamos criar processos e programas para ajudar na criação de mais emprego, mais postos de trabalho…, toda a gente conhece “o discurso”…
    Será que sou só eu que vejo uma contradição aqui, e que esta gente nos está a “enrolar” com quantos dentes tem na boca ?
    Em todas as empresas em que já trabalhei, principalmente na industria metalomecânica e energética, com um conhecimento razoável da construção…, como dizia, em todas elas, assim que se “moderniza”, “automatiza”, inevitavelmente isso quer dizer “menos” postos de trabalho, logo alguém tem que ser despedido…
    Atenção, eu não estou aqui a dizer que temos que continuar a trabalhar “manualmente” e que “as máquinas” são um bicho papão que vieram destruir isto tudo…, só estou a tentar dizer que já chega de demagogia e omissões, temos que exigir dos políticos em geral, e dos governantes em particular, que nos deixem de tratar como se “ninguém percebesse nada disto, além deles” e abram discussões publicas sérias e transparentes, para, todos em conjunto, podermos chegar às melhores soluções…
    Digo eu…

  2. O Carlos Fonseca desculpe-me a “ignorância”, e só responde se quiser, como é evidente… Eu, diga-se, também ainda não procurei a resposta em mais fonte nenhuma…
    Usam-se muito os pagamentos a 30, 60, 90 e até 120 dias…, procedimento esse que tem atirado com grande parte das nossas e micro, pequenas, e até medias empresas, para a falência. Tecido empresarial esse que significa, ou significava quando existia, uma fatia considerável do total…
    A minha questão é esta: de onde é que esse procedimento vem ? Quando começou e quem o criou ?
    Talvez seja tempo de o “revogar”, e voltarmos a exigir “obra feita, dinheiro na mão”…

  3. É a “grande” política dos “grandes” democratas do pê ésse dê. Como este, por exemplo:
    http://umjardimnodeserto.wordpress.com/2012/03/01/caah-o-grande-democrata-do-blasfemias/

  4. Carlos Fonseca says:

    Caro José Cruz,
    Relativamente ao 1.º comentário, e sobre a automatização das actividades económicas, é um tema que não tem merecido a reflexão e a resposta dos nossos políticos, empresários, gestores e dessa cambada imensa. Trata-se de um problema grave, ostentivamente descurado em nome da competitividade, cujas repercussões sociais, se despoletaram e adensaram desde há anos. A obra de Jeremy Rifkin, “The End of Work” de 1995, é cada vez mais actual, mas propositadamente excluída das análises dos nossos políticos, analistas e comentadores de ocasião.
    http://en.wikipedia.org/wiki/The_End_of_Work
    Quanto aos prazos de pagamentos, e em tempos de abundância, o alargamento foi também estimulado pela agiotagem de bancos. Uma vez obrigadas a conceder prazos dilatados, as micro, pequenas e médias empresas foram empurradas para o crédito bancário para se financiarem. O fenómeno obedeceu, desde o início, a um princípio determinante: privilegia-se o sistema financeiro, em detrimento do sistema económico. E este último é o sector gerador de riqueza e rendimentos. Portanto, a austeridade é adversa – não apenas incompatível – do crescimento.

    • Obrigado Carlos, fiquei realmente mais esclarecido em relação aos tais pagamentos…, e, na mesma proporção, mais convencido de que estamos entregues a “sistemas”, “grupos” e “pessoas” desonestas e sem um pingo de honra…!
      Deixo aqui um “triste”, mas infelizmente verdadeiro, poema / sátira politica…:

      Há um ministro que /mente…
      Mente de corpo e alma, completa/mente
      E mente tão pungente/mente
      Que nós achamos que ele mente sincera/mente
      E que mente, sobretudo, impune/mente
      Indecente/mente
      E mente tão habitual/mente
      Tão hábil/mente
      Que acha que, história afora, enquanto mente
      Nos vai enganar eterna/mente…

      Obrigado Carlos…

  5. J.Pinto says:

    Os números apresentados pelo Carlos Fonseca são preocupantes; mais preocupante é sabermos que vão continuar a subir. Será um problema conjuntural? Será?

    Vejam esta análise: http://economiaegestao.wordpress.com/2012/03/01/evolucao-da-taxa-de-desemprego-em-portugal-comparacoes-internacionais/

    Depois, se pretenderem saber o que nos espera, vejam esta análise: http://economiaegestao.wordpress.com/2012/03/01/taxa-de-desemprego-e-as-intervencoes-externas-em-portugal/

  6. Tito Lívio Santos Mota says:

    nunca duvidei, infelizmente.

  7. Carlos, já li em vários sitios que o desemprego que estamos a ter é em grande parte o resultado das taxas minimas de 4-5% que tivemos nos anos 90.
    Ou seja o ajustamente que deveriamos ter feito na altura estamos a faze-lo agora.
    Concorda?

  8. vitorsilva em 01/03/2012 ás 23:33 diss….olha um connaiseur….

    o desemprego deve-se a 200 mil trabalhadores da construção já não terem casas para con’s truir e 20 mil vendedores encontrarem compradores
    e 50 mil vendedores venderem os recheios e enxovais e os pópós para levarem a tralha toda

    só aqui no burgo fecharam duas fábricas de cerâmicas para vasilhame de cagadouros públicos e privados
    felizmente venderam 500 cagadouros e mijadouros ao parque escolar antes de fecharem
    infelizmente o parque escolar não pagou 1200 metros quadrados de ladrilho pra casa de banho…

    ou se pagaram não pagaram à massa falida das empresas

    os 70 trabalhadores com os salários de Setembro em atraso agradeciam…

  9. Tito Lívio Santos Mota em 01/03/2012 ás 22:19 disse:

    nunca estarei desempregado, infelizmente…estou no systema….

  10. 2/3 das empresas trabalham para o mercado interno…se já ninguém compra casa nem renova o parquet ou a soalheira flutuante a crédito essas empresas estão lixadas

    as que se ocupam do sumo de laranja…tão a meter os brasileiros e tailandeses no desemprego
    porque a matéria prima não tem água e importar não dá…

    as pequenas lojecas…de roupa e sapatos fecham às 200 por semana lançando 800 por mês no desemprego…geralmente empresários em nome próprio

    só um aqui tinha 14 lojas e 22 funcionárias que foram para a rua entre 29 de Dezembro e 28 de Fevereiro….é o fim da época de saldos seu fonseca…

    isto professor do século XXI tem de ter uns extras…e os gestores e economistas ou estão contratados a prazo nos bancos e estão a ir para a rua

    ou tinham firmas de contabilidade que faziam a escrita dos falidos

    isso e lojas de reparação de computadores já vão em 30 desde o ano passado

    de ALUGUER DE dvd’s só faliram as 3 existentes…quem diria questa cidade chegou a ter 14 video renting shop’s e 11 croissanteries…foi no tempo da outra vaga de desmprego

  11. Contrucao parada porque ninguem compra, ceramicas fechadas porque ninguem compra, pequena industria fechada porque ninguem compra, comercio fechado porque ninguem compra… Denominadores comuns: “fechado”, “ninguem compra”…!
    Desde a anos que os nossos “politicozitos da treta” nos andam a impingir outra ideia “fulminante”, que e a de que “a solucao para esta e para qualquer crise, ‘e ter empresas fortes… Vai dai, aumenta-se os precos e congelam-se salarios (ou da-se uma “migalha” de aumento, que tem levado ao mesmo…)… Os precos tem que estar “ao nivel” da media europeia, para sermos competitivos (os salarios nao, que a malta ja ganha bem…)…
    Alias, temos ainda por ai uma grande “maioria” de “centroes e centro-alas” que continuam a jurar a pes juntos que esta e a “unica saida” para a crise…
    Nao funcionou… Nao assumem, mas que nao funcionou nem nunca ira funcionar, e a grande verdade…
    Por oposicao: Se os ordenados forem iguais “a media europeia”, as pessoas tem mais dinheiro e compram, compram, compram…, ora se tirarmos o denominador “ninguem compra” da equacao, o outro (“fechado”) tambem cai…
    Pois, pois, mas agora estamos a falar de “distribuicao da riqueza”…, e isso e tabu neste Pais…, “comunismo”, asseguram muitos…
    Aos financeiros, eu compreendo a “omissao” deste assunto, afinal so estao a “puxar a brasa para a sua sardinha”, ja aos economistas…, tenho que dizer…, que cada vez confio mens neles, para nao dizer o que me apetece dizer…
    Uma coisa tenho a certeza, meus senhores, quando a “paparoca” faltar nas prateleiras dos supermercados, ai ‘e que eu quero ver quem ‘e que tem “unhas para tocar viola”…
    Vai haver muita “gentinha” que vai “comer do que amassou…”!

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