Souto de Moura Disfarçado de Ignorante

O prémio Pritkzer 2011, arquitecto Souto de Moura, está sem trabalho em Portugal, e decidiu agora enveredar pelo caminho da idiotia.
Em entrevista à Visão desta semana, afirma o distinto arquitecto que “gostava e perceber os movimentos ecologistas“. E continua: “faz-me impressão o maniquismo: a barragem é má , o betão é mau, o verde é bom. E a energia eólica custa seis vezes mais que a hídrica.”
Pretende assim justificar-se e justificar a excelsa beleza do projecto de maquillage de um escarro chamado Barragem do Tua; inteligente como é, Souto de Moura tem feito, não obstante, muito poucas leituras sobre os argumentos a favor e contra a barragem do Tua. Se não saberia que os “ambientalistas” não falam contra “o betão” ou contra as barragens. Falam claramente contra este mono de betão desnecessário, colocado na foz daquele rio que corre naquele vale único, e justificado pela Eléctrica chinesa como sendo necessária para produzir electricidade. Ora, já todas as pessoas de fé sabem há muito que uma modernização da barragens já existentes supera largamente o alegado acréscimo de potência a debitar pelas barragens do famigerado “Plano Nacional de Barragens“.
Como se vivesse num mundo só seu, o arquitecto finge ignorar o meio que o rodeia, a ele e à roupagem que desenhou para a barragem. Junta-se assim a uma ministra da CULTURA (Canavilhas), a vários ministros inábeis do Ambiente – e há que relembrar a indisfarçavel cumplicidade de Assunção Cristas (criminosamente ignorante ou apenas ignorante?). E junta-se também a um intelectual de craveira para quem as palavras vertidas preto no branco, em 1988, em homenagem ao avô, valem nada, são letra morta. Francisco José Viegas, “escritor“…

Senhor arquitecto Souto de Moura, quando a UNESCO despromover o Douro, vai dizer que não conhecia a região? Vamos rir…

Comments

  1. marai celeste ramos says:

    Vivi profissionalmente no mundo dos arquitectos desde 1974 a 1986 e tinha trabalho interdisciplinar com eles a nivel profissional e privado já que não sou arquitecta – Mas conheci grandes arquitectos – Teotónio Pereira + Bartolomeu Costa Cabral e Maurício de Vasconcelos com que fiz projectos privadose ainda com Victor de Figueiredo (em habitação social). Continuei a trabalhar com arqtºs na DGTurismo (ano e meio e que foi desastroso) e como membro do juri do INH/IHRU (12 anos-1999-2009) – Tenho saudades dos que desapareceram já e me solicitavam colaboração porque nem nunca andei a pedir trabalho em lado nenhum – depois de 1995 tive oportunidade de ver como as gerações eram infinitamente menos preparadas relativamente àqueles com quem tinha trabalhado até aí, e com quem aprendi (mas também eles comigo pois que eram bons profissionais mas humildes para me valorizarem senão não me solicitavam colaboração) passando por concurso de ideiás (1981) em que no júri estava arqtº Távora que apreciou o meu projecto de “concurso de ideias” (de entre 63 equipes concorrentes o meu projecto foi um de entre os 3 seleccionados e era meu “chefe” o actual Provedor de Arquitectura) que acabou por não ser o construído por várias razões que não cito mas sei quais foram, não propor entulhar aquele belo espaço de betão em excesso para o Martim Moniz, sendo que acabou por ser escolhido o mais insuportável e inútil (do arqtºLamas) e mesmo perigoso com os repuxos que retiram visualidade àquela bela praça (onde eu não queria nada mas apenas uma “Pavia” e a água do chão ao centro com lôdo é um quebra-canelas para toda a gente especialmente velhos, já que lisboa não cuida do mau nem do bom que tem – Actualmente conheço alguns bons arquitectos do Porto, e sempre Siza Vieira (com quem tive muito bom entendimento embora breve) que sabe muito bem o que faz e é belo o que sai de suas mãos, tem sentido de ordenamento do território e ordenamento urbano, e que é do mais difícel que ninguém sabe (nem quer pois nasceram agora a saber tudo arrogantemente) e que é clima urbano, e outras situações que nenhum arquitecto sabe nem quer – Assim, o prémio Pritzer, que Siza Vieira teve em 1º lugar e pela 1ª vez no país, creio – merece-o e conheço muitos dos projectos de Siza incluindo o de grande polémica de Évora fora de muralhas – o do SAAL de Cedofeita e o da Cidade Velha de Cabo Verde que conheço muito bem pois que lá vivi – e conheço outros bons como Hestnes Ferreira e somos amigos ainda, e do Porto com quem contactei de perto – mas pintar baragem “proibida” de amarelo açafrão para realçar o crime paisagistico e ecológico e social e económico – é de ganhar o Pritzer do pior projecto do mundo – é o anti-oscar – mas já vi tão mau como isto nas paisagens que percorri 12 anos como juri INH – está na LINHA moderna da maioria dos actuais arquitectos – pena – o país não merece ser destruído por arquitectos nem outros universitários – prefiro “arquitectura sem arquitecto” que andam, também a deixar ruir para meter mamarrachos – dei demasiado pormenores talvez mas vivi entre arqtºs e conheci os melhores e os piores – nem nunca trabalhei com os meus pares da minha profissão-base – assim calhou – e calhou bem – senão em vez de 3 teria de fazer outra licenciatura e já são demais e ter-me metido no “mundo da profissão que era o feudo exclusivo do homem”, por excelência, mas de facto não quiz fazer farmácia nem letras que era o que me era “permitido” quando quiz o saber universitário – que se lixem – que continuem a lixar-se porque embora dificilmente, acabei por fazer o que gostava e não o que era “permitido” ou o que convinha ou o que dava “mais dinheiro” – pois barragens amarelas – nem barragens, quanto mais de amerelo açafrão que nem na baixa pombalina está certo – ali só as cores de Raúl Lino e só conheço um arquitecto que tenha estudado ” a cor no espaço urbano” – tese de doutoramento nesta lisboa (e país) que só conhece a ROBIALAC e est´á desfeito em termos de COR que era um iten«m de identidade de cada região (e clima) e tipologia de arqutectura – não é liberdade mas libertinagem – verdadeira libertinagem – até só a COR pode desfazer o “belo”

  2. “Senhor arquitecto Souto de Moura, quando a UNESCO despromover o Douro, vai dizer que não conhecia a região?” E o que lhe interessa isso? O que lhe interessa é uns milhares valentes de euros na conta bancária o resto é treta! Por ele até se cobria todo o douro a betão e alcatrão… tudo com assinatura de arquitecto claro 😎 pois só assim a conta bancária cresce!

  3. Boa Noite. Não conheço o Art.Souto Moura, embora acredite na sua qualidade. Eu oponho-me vivamente à construção da Barragem na Foz do Tua, por várias razões:
    Destrói a paisagem
    acaba com a Linha do Vale do Tua.
    Destrói as vinhas em redor por aumento de úmidade.
    Finalmente segundo vi escrito a quantidade de energia electrica não é tanta que justifique o volumoso de dinheiro “investido”

  4. Cruz S says:

    O dinheiro fala alto. Mais alto que consciência deste “técnico do ambiente”, por conveniência. Que importa que a barragem vá alterar a paisagem? Que importa a desclassificação pela UNESCO? Que importa se a dita barragem não vai produzir energia?… realmente importante é que meia dúzia de técnicos estão a encher os bolsos com milhões de Euros.

  5. Silvério Coutinho says:

    Souto Moura sem trabalho em Portugal?
    Os seus amigos Elíso Sumavielle e Paula Silva logo trataram de lhe arranjar este.

  6. A inveja é uma doença terrível…com a presunção e a má-língua, todas em conjunto, corroem as almas com efeitos sociais muito mais abrangentes que todas as barragens juntas no mundo inteiro e provocam no ambiente um efeito ainda mais pernicioso que todos os maus projectos de arquitectura na totalidade, incluindo aqueles que ainda não foram realizados…e que se julgam e condenam antecipadamente insultando os seus autores e a inteligência das coisas em geral…mas é democracia e temos de admitir até aos burros e papagaios o direito á opinião

  7. Ouvir a realidade é sempre algo de penoso! Depois, vêm tal snobes, em defesa da respectiva chusma… Mas não nada realmente como a Bela Ilusão da Democracia… Adorei!

  8. Adão Cruz says:

    Achei o comentário da marai celeste muito fundamentado. Discordo, contudo, como simples cidadão, de que tudo o que o Siza faz é belo. Basta ver, entre outras coisas, o escarro que ele deixou no centro do Porto. E não me venham dizer que quem acha aquilo uma vergonha é um ignorante…porque já não pega.

  9. pedro says:

    sou jornalista e estou a preparar um artigo sobre o arquitecto Maurício Vasconcellos. Se em termos de obra estou “bem resolvido” de assunto, quanto a questões mais de personalidade não tanto. vejo que a marai celeste ramos conheceu-o e daí o meu interesse em falar consigo. pedroprostes@gmail.com

  10. jorge serpa says:

    O arquiteto tomou parte na decisão de se fazer a barragem?
    Se não houvesse intervenção do arquiteto não se fazia a barragem?
    O papel do arquiteto não será atenuar o impacto visual da barragem?

  11. O papel do arquitecto é ignorar todo o entorno e discursar em conformidade…

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