Concurso de Professores: Efectivos e contratados, resultados diferentes

O tempo vai passando e a troca de argumentos continua, mas a questão central é a mesma: o acordo assinado entre alguns sindicatos, pouco representativos e o MEC é um bom acordo?

Depois de ter feito uma análise ponto a ponto, é hora de ver o documento de forma mais ampla.

Para os docentes do quadro, o acordo é quase inócuo. Clarifica a questão dos horários zero e isso é muito positivo. Tudo o resto é pouco ou nada importante.

Para os professores contratados o documento é muito mau!

Tal como se pode ler no educar A educação, este é um acordo mau no sentido que torna piores quase todas as dimensões do concurso dos docentes contratados, abrindo inclusive as portas das escolas públicas aos docentes do privado, em clara vantagem perante os professores do público.

O MEC pretendia estruturar uma lei que facilite a gestão de substituições, o que é conseguido. Queria facilitar a saída de professores dos privados o que também consegue e do lado dos sindicatos que assinaram parece haver apenas dois argumentos:

– entre a primeira proposta e o que foi acordado há claras melhorias. É verdade. Mas, como escrevi antes, a comparação tem que ser feita com a lei que temos e a que vamos ter: qual era melhor? Faz sentido um sindicato assinar algo que prejudica os seus sócios? Se calhar, como não têm sócios, alguns sindicatos de professores podem SEMPRE assinar qualquer coisa.

há a promessa de abrir vagas para os docentes com 10 anos de serviço. Desculpem a frontalidade: no quadro financeiro da TROIKA alguém pode acreditar que vai haver uma abertura de vagas generalizada para entrada nos quadros, isto é, acham que o MEC vai meter nos quadros todos os professores contratados com 10 anos de serviço? Podem também acreditar no Pai Natal, no Coelhinho da Páscoa ou nos Pastéis de Nata. E, já agora, porque é que essa “promessa” não ficou escrita na proposta de lei?

Em síntese, fica clara a visão de todo o processo – desde o primeiro momento havia intenção de alguns sindicatos assinarem. O MEC fez algumas propostas  sem sentido, que todos percebemos, seriam para “melhorar” e no fim ficamos assim: a Escola Pública e os problemas dos alunos por resolver. Os professores dos quadros, ao nível dos concursos na mesma e os professores contratados piores.

Comments

  1. “Os professores dos quadros, ao nível dos concursos na mesma …” Não digas isso. Olha para os (talvez) professores do quadro que poderão concorrer para mobilidade interna depois de 3 anos a centenas de quilómetros de casa. Isto e a alteração da 1ª prioridade do concurso interno…
    Nos contratados só vejo mesmo melhorias na contratação de escola (muito importante!), nas permutas e na ponderação da avaliação… Tudo o resto acho que piorou!

  2. depois de 3 anos a centenas de quilómetros de casa…..foram parar aos azores?

    nesse caso porque não milhares?

    professores do quadro a mais de 60 kilometros qué deles

    Daniel Sampaio Escola -Professora de História com 26 anos no quadro de escola mora a 5 minutos do largo do rato

    Porto …professor da FENPROF com 6 horas de aulas (é dos poucos) há quase 30 anos no quadro 9.391 dias em 2009 ou 2010
    mora em vila nova de gaia há 25 anos…

    tamém posso arranjar o João Mineiro no quadro na covilhã desde 1989 ou 1990?
    e com morada na covilhã
    excepto se o cargo de director lhe deu pra comprar uma vivenda no fundão

  3. havia um da Frei Heitor Pinto que morava num 3ºandar da 25 de Abril desde que nasceu (chamava-se Antóino qqwer coisa quando ele nasceu em 1950 e uma merda dessas)
    a Frei heitor pinto fica mesmo na curva 1 minuto a pé…

    e agora tem uma bruta casa no fundão a 30 minutos da escola se ela tivesse lugar para tanta gente estacionar há uns anos chegava atrasado devido »à distança

    agora deve ter pedido a reforma

  4. nã foi da Fenprof mas era da juventude comunista depois da sucialista e se não fez a estátua do pêro da covilhã que o papá de sokras instalou na nobre cidade

    só em negóiços da parque escolar e dos terrenos dos anos 80 já se adevia ter arreformado antes dos 58 59?…se viver tanto como o papá…chefe de fila na nova penteadora…tem mais 35 anos de reforma

    queira deus…

  5. #2: Números não sei dizer, mas que existem e não são assim tão poucos, isso sem dúvida! No meu caso, é meio milhar de quilómetros, no continente…

  6. Eu não estou a ver vagas para quem tenha 20 anos de serviço, quanto mais para quem tem dez!…

    (Estarei a cometer um erro com esta última afirmação?!)

    Hmmm

    Parece-me que há cinco anos atrás, eu via uma luz ao fundo do túnel. Neste momento, nem com os óculos…

    “Deixem-me trabalhar!”

    Pena o país ser pequenote (geograficamente), porque senão ainda concorria para mais longe.

    (Isto por causa dos milhares de kilómetros – ou milhas – no caso dos Açores!)

    Hehe

    João, obrigada eu por teres respondido aos meus comentários. É que assim fico com outra sensação (alguém que me ouve/lê)!

    🙂

  7. Eli em 07/03/2012 ás 20:48 disse:

    Eu não estou a ver vagas para quem tenha 20 anos de serviço, quanto mais para quem tem dez!…com quantos dias de serviço em 10 se forem 3650 e tudo depois da profissionalização tás garantida/tido pá/paz…paza…
    excepto se tiveres 10 de média…só dá 20 assis…
    a geração que entrou em 74-77 está a ir toda prá reforma antecipada

    logo é ter fé…ou cá fé…tante faiz…500 kilómetradas em linha recta?

  8. com tanta auto-estrada comé que se fazem 500 quilómetros bolas aqui a mais de 60 nã conheço nenhum…há os que foram para os azores mas esses casaram lá ou arranjaram casa
    os da suissa também arranjaram uns chalets…nã sei o qué que vão fazer às casas

    se calhar vão ficar lá no privado…metade deles fala já alemón e italiane

  9. Há quem tenha ido para os Açores e não tenha casado lá. Há quem tenha ido sempre para a primeira (porc…) coisa que apareceu só porque tem contas para pagar! Não acho mal, desde que haja!

  10. João Paulo says:

    #1 – Obrigado pelo teu comentário. Não percebi ao que te referes. Escreves “Olha para os (talvez) professores do quadro que poderão concorrer para mobilidade interna depois de 3 anos a centenas de quilómetros de casa. Isto e a alteração da 1ª prioridade do concurso interno”. Mas com colocações plurianuais e com reconduções, onde é que vai haver lugar para esse concurso? Vai ser uma ficção!!!! Que alteração na 1ª prioridade do concurso interno?

  11. João Paulo says:

    #2 Mais uma vez, obrigado pelo comentário. Se me permites, acho que deves estar confundido. em alguma informação, porque com TODA a certeza não há qualquer Professor da FENPROF com 30 anos e com 6 horas na escola… Creio que ainda não vale tudo, apesar disto ser um blog. Sobre o resto, como não percebi o alcance do comentário, não ia comentar…

  12. João Paulo says:

    #ELI, sempre. Leio sempre tudo e sempre que posso comento, porque isto só faz sentido assim. E da troca de opiniões poderá sair algo de positivo. Obrigado por escreveres.

  13. Dizem que vão para a reforma antecipada, mas não estou a ver maneira… Está tudo muito lento… Antes fossem… para bem de todos. 🙂

  14. #10 – Vou tentar explicar a alteração, que podes ver colocada aqui: http://www.arlindovsky.net/2012/03/prioridades-no-concurso-interno/
    Na legislação ainda em vigor, a 1ª prioridade do concurso interno, era aplicada aos docentes de carreira dos agrupamentos de escolas ou de escolas não agrupadas que tenham sido objeto de extinção, fusão, suspensão ou reestruturação. Não havia a ressalva da não existência da componente letiva, que apenas existiu no documento final!!
    Volto a repetir: não existem reconduções de contratados se existirem docentes do quadro que concorrerem para essa escola por mobilidade interna! Sendo o concurso de mobilidade anual…

  15. João Paulo says:

    #14. Sim, estou de acordo. Tens razão. É uma clarificação que melhora. Quanto à mobilidade vamos lá ver se me explico ou então estamos a ver o filme de modo diferente. O João é contratado e trabalha na EB23 de Lisboa. Tem horário completo. É reconduzido. O Miguel, do quadro de outra escola, quer ir a mobilidade para a EB23 de Lisboa. Na tua opinião pode ir? Mas, se o director “mantiver” o outro, algo que é prévio à declaração da vaga, o Miguel nunca vai ter acesso à vaga do contratado reconduzido… Ou estou a ver mal?

  16. Os diretores nunca “mantiveram” os lugares… As reconduções nunca foram asseguradas pelo diretor! O diretor apenas indicava que tinha horário completo para o docente e que a possível renovação tinha a concordância dele. Tinha na mesma de declarar a vaga a concurso (mas não de contratação!). Bastava haver um DACL a concorrer para esse lugar, e já não havia renovação para ninguém… Agora vai continuar a acontecer o mesmo, com a diferença que a mobilidade interna engloba docentes de quadro que pretendam exercer transitoriamente funções noutra escola. Como disse no outro post, bem explicito no art. 33º…
    No exemplo dado, adeus João!

    Já agora refiro que a mobilidade interna tem mais beneficio que o antigo DAR, visto já permitir a docentes concorrerem para o mesmo concelho donde são efetivos e já não existir o limite de apenas concorrerem a 50 agrupamentos/escolas…

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