Perguntar como o filósofo

 

(foto: postais.net)

O Público fez 22 anos no passado dia 5 e foi-nos oferecido! O diretor por um dia desta edição foi o filósofo José Gil. E, como filósofo que é, fez perguntas que nunca mais acabavam!
De repente lembrei-me de António Aleixo…o poeta alentejano, “semi-analfabeto” de “apurado sentido filosófico”. Vem ele a propósito de que todo o português, uns mais que outros, é um pouco filósofo e, ultimamente, tem esta faculdade mais afinadinha.
José Gil lançou cerca de 50 perguntas abordando nove àreas. Aquelas que também são as minhas, as nossas, as do comum dos mortais (eis algumas):

qual o índice de felicidade dos portugueses?

quantas pessoas encaram o desemprego como uma oportunidade?

quantos políticos se preocupam com a pobreza?

quantas horas os responsáveis estimam necessárias para os professores prepararem as lições?

Que consciência têm os responsáveis pelas políticas educativas da especificidade da profissão do docente?

que peso tem a relação aluno-professor na definição das políticas educativas?Quantas vezes se debateu a corrupção no plenário da AR? (8 vezes em 76 sessões, dizem os relatos do Diário da AR);

quantos portugueses se sentem representados pelos deputados?

Quantos portugueses não têm medo (…) de perder o emprego?

quantos portugueses morrem por não serem atendidos a tempo? 

Gosta mais de si por ser português? (esta tem que se lhe diga!…) ?

Para além das perguntas sobre Educação, José Gil ainda redigiu um texto sobre o assunto que eu subscrevo totalmente: porque não se sabe quantas horas leva um docente a preparar as aulas, criam-se cargas horárias esmagadoras e deprimentes; não se poderá assim obter uma docência de excelência; os professores não têm vida própria, têm cada vez menos férias, têm menos tempo para ser pessoas.

Como se podem preparar aulas desta forma?

Nas perguntas de todos nós deslizam palavras importantíssimas que os políticos desconhecem ou esqueceram depois de “conquistarem” o poder: «preocupação», «consciência», «representatividade», «transparência»…

Perguntar como o filósofo ou fazer perguntas como as crianças…Borá lá!

Comments

  1. marai celeste ramos says:

    Só faltam as respostas a estas perguntas e mais ainda – e, agora, pergunto eu, que têm feito estes governanantes tal que se escolha UMA, uma só atitude e decisão e resultado efectivo – ou a minha mem´ria deixou-me mesmo ou não recordo nada de nada de util, inteligente e executado excepto o record, em meses de uma série sem fim de desmandos de que se verão a prazo, os resultados sem falar já no ministro da economia que sai não sai não sabe se sai se não sai e se calhar nem é o pior de todos porque a medalha de ouro olimpica dou-a a relvas (mas nem sequer não há água para os pastos) ejá agora, quanto a água, no regolfo de mini-hídrica em Vinais apareceu um protozoário que matou os peixes tendo o presidente da CM dito às mais ou menos 7h na SIC que o país está INFESTADO de barragens ()e ele certamente que não conhece a barbaridade do Alqueva que eu tão bem conheço) – E ora até que enfim que há um autarca do “contra” e, hoje, parece ser o dia dos autarcas porque o de Sines (médico) apareceu hoje pois que tem graves problemas de poluição em Sines (como é pressuposto´desde 1974 pelo menos) e onde trabalhei 12 anos até extinguirem o Gabinete – GAS – os elefantes africanos vieram para cá e não conseguem embientar-se

  2. antonio oliveira says:

    Quando é que vai chover?

  3. Quantos são os que têm consciencia que aquilo que todos os dias lhes tentam tirar é mais um pouco da sua liberdade??

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