Morrer da Austeridade e Morrer da Greve

Não acredito de todo nesta Greve ‘Geral’, embora acredite no Protesto, se for justo, focado, bem explicado e viral, para ter o máximo de sucesso transformador. Por exemplo, sem protesto e sem luta firme contra corruptos e processos criminosos de governação também não há grande moral para nos queixarmos do que temos e amargamos, consequência a jusante do Mal que consentimos.

Por que se não protesta contra a por enquanto notória fraqueza governamental diante de contratos assassinos do presente e do futuro nas PPP recentes, cuja face é a do Mal Cívico Absoluto? Quem os negociou ou tolerou comportou-se de modo Obsceno, Imoral, contrário à Ética e ao Zelo pela res publica. É também isto que apressa a morte dos nossos velhos, nos angustia a nós e deprime a nossa Pólis.

A somar aos males depositados no colo inocente dos cidadãos, o Arménio arma mais uma castrada e castrante Greve ‘Geral’ que só servirá para nos matar ainda mais, ainda mais agachados contra o beco sem saída do Nada, subordinados ao Nada sem Nada a contrapor aos que nos emprestam ou não dinheiro. O Protesto Impotente do Mendigo não resolverá jamais a sua mendicidade.

Nesta fase tardia de apodrecimento, e já mortos pelo braço da Austeridade, morreremos ainda mais depressa pela mão apertada do Protesto-Paralisação Estéril. Hoje, a prometida Paralisia Geral a que se chama Greve será o que sempre foi. Folclore Macabro. Nulidade Prática. Havia outros caminhos que esta gritante e sôfrega falta de criatividade.

Na comida, no sexo, em tudo, falta de criatividade sempre representou muito pouco amor.

Comments

  1. Ivo da Silva says:

    Vai-te agaichando, meu filho, vai-te agaichando … que os alemães já aí estão.

  2. Jonh says:

    Hoje terei de apanhar o «ónibus» em vez do «trem», pagar um bilhete mais caro e deslocar-me a PÉ da estação de destino (Campo Grande) até ao meu local de trabalho (Baixa). Sou jovem e saudável, é um incómodo relativo. Esta greve não muda nada não toca onde realmente deveria e é a meu ver totalmente contraproducente p/ as reivindicações dos trabalhadores. Solidariedade, cidadania, união é tudo aquilo que está ausente neste tipo de acções.

    Mas também me parece que a pior greve é a greve de inteligência de que o nosso país sofre ininterruptamente há já muito tempo. Aga(i)chando face aos que persistem em apresentar soluções velhas p/ problemas novos é confrangedor verificar a inutilidade das respostas apresentadas p/ a resolução de questões que deveriam ser abordadas com maturidade e acima de tudo inteligência.

    Fazer GREVE, assim mesmo em maiúsculas, deveria ser a resposta última e mais radical p/ reivindicar direitos e melhorar as condições de trabalho. Banalizaram-na e banalizaram-se, descredibilizaram-se. E fica o quê? O incómodo p/ as populações que nada podem fazer p/ resolver estas questões e cada vez mais olham com desdém a quem recorre a estas INÚTEIS formas de luta.

  3. Nightwish says:

    Em plena guerra de classes, com a própria classe a ser quase ferida de morte, há quem diga que não se deva ir à luta. Não consigo perceber.

  4. Jonh says:

    guerra de classes? fazer greve é ir à luta? quando a indigência é mental é natural que não se perceba..

  5. Zuruspa says:

    Prefiro morrer da greve. Pelo menos posso dizer que tentei fazer com que as coisas melhorassem!

  6. palavrossavrvs says:

    Não deveríamos aceitar morrer de todo.

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