Sempre procurei não pensar apenas com a cabeça dos dedos. Sempre procurei não sentir apenas com o toque da pele. Sempre procurei não julgar apenas pela cor e pelo cheiro.
Em reacção ao atentado à comunidade judaica de Toulouse, a todos os títulos profundamente condenável, disseram:
Aníbal Cavaco Silva – Foi um ataque hediondo e cobarde (…), um acto que é uma ofensa aos valores em que assentam as nossas sociedades
François Hollande – Quando há um acto racista, anti-semita (…), devemos juntar-nos nestes momentos (…)
Nicolas Sarkozy – Aconteceu em Toulouse, numa escola confessional, com crianças judias, mas podia ter-se passado aqui no IV arrondissement de Paris
Eu pergunto: Onde se poderá ler a reacção destes senhores e da sociedade em geral, ao sanguinário atentado perpetrado, há dias, por soldados americanos no Afeganistão, matando à queima-roupa e desportivamente 17 civis, maioritariamente crianças, dentro das suas próprias casas?
Por que será que tudo e todos falam no atentado de Toulouse e tudo e todos deitam para trás das costas o atentado de Cabul e tantos outros?
Caterine Ashton, ao evocar as vítimas de Toulouse, falou “no que se passa na Síria, no que se passa em Gaza e em diferentes partes do mundo”. Caíram-lhe em cima, ao ponto de Ehud Barak declarar que as declarações da senhora Ashton eram escandalosas e sem fundamento, porque o exército israelita age em Gaza com grande cuidado e precisão para proteger a vida de incentes. Um porta-voz da senhora Ashton, movido pelo politicamente correcto, esclareceu que ela apenas se quis referir “às tragédias que provocam a morte de crianças”.
Tudo isto seria para rir se não fosse tão amargo.
Este mundo é um penico.
Tem toda a razão estimado Adão! O mundo é na verdade um penico e os homens que agem por interesses próprios são o conteúdo que o vem enchendo! O que importa nesta sociedade podre e cada vez mais descaracterizada do ponto de vista humano é o ganho, o lucro, a vantagem que se pode tirar de uma situação e nunca a crueldade, a brutalidade, a bestialidade que se emprega para a consecução desse objectivo. Sociedades como a americana sempre encontrarão uma justificação “louvável” para as atrocidades que cometem!
Caro Adão, a explicação é bem simples e tenho a certeza que só por cortesia a não referiu. Mas eu, que não sou cortês com a prepotência e com a hipocrisia, vou ser menos polido: um crime cometido por um qualquer militarista militante americano ou seu “fiel aliado” é um aceitável dano colateral, enquanto que os outros crimes igualmente repugnantes mas cometidos por outros têm logo a condenação subserviente deste nosso tão cristão “mundo livre”. Ainda não há muitos anos um piloto americano colocado numa base na Itália andou a exibir-se a uma altitude proibida e como resultado colidiu com o cabo de um teleférico matando todos os ocupantes. Foi repatriado e num simulacro de julgamento considerado não culpado. Mais do que num penico, a sociedade transformou-se numa verdadeira cloaca.
Caro Magriço, não há nada como sermos directos e irmos ao fulcro da questão! Não posso estar mais de acordo quanto ao comportamento-padrão da sociedade americana, como aliás deixei patente no meu comentário, mas não de forma tão explícita e bem fundmentada como o Magriço o fez.
acho k este mundo já não é penico nem arrastadeira, pois a merda em k tem mergulhado já não cabe aí, está a tornar-se num pantano, aonde um destes dias a raça humana já não aparece
este mundo já não é penico nem arrastadeira, pois ten-se tornado num pantano, aonde a raça humana se está a extinguir. infelizmente, e nesse dia só vingaram os abutres selvagens
Há sempre alguém que resiste – há sempre alguém que diz não –