(Composição 2, 1922, de Piet Mondrian)
Como tem sido habitual aos domingos, Paulo Trigo Pereira (PTP), professor do ISEG/UTL, escreve no PÚBLICO. Hoje, o seu texto intitula-se «Que fazer desta democracia?». Não conseguindo dar a resposta à pergunta formulada, aponta soluções, sugere. Estou de acordo que “precisamos cada vez mais de melhores políticos” e que se verifica uma “decadência da democracia” que “resulta de um desfasamento crescente entre uma sociedade cada vez mais complexa e partidos políticos que não mudam as suas práticas, os seus processos , o seu pensamento, e a sua estratégia”. Eu acrescento: precisamos de políticos honestos, que é a forma mais fácil de nos entendermos.
O professor de gestão afirma que a melhoria da qualidade da democracia passa por “alterações estatuárias” e/ou do sistema eleitoral. E quanto a este, dá a conhecer dois tipos de voto. Refiro apenas um, já usado na Irlanda e em Malta: o chamado VUT ou voto único transferível “em que os cidadãos podem votar ordenando ao vários candidatos em cada círculo eleitoral”.
Mas o que pretendo questionar é a seguinte declaração de PTP: ” os cidadãos abstencionistas, votantes em branco, ou não, devem empenhar-se de diversas formas na reforma do sistema político, criando uma pressão contínua e persistente para que os partidos políticos alterem as regras do jogo e melhorem a qualidade da democracia”.
Eu pergunto: não é o voto em branco uma forma mais que democrática e legítima de pressionar no sentido de uma melhoria da qualidade da democracia?
Por que não foi ainda dada a devida importância às percentagens do voto em branco?
Eu voto em branco. Fiz dezenas de quilómetros para votar em branco. Importo-me. Interesso-me.
Não é o voto a forma mais democrática de pressionar os partidos políticos?
A reforma dos sistemas eleitoral e político é urgente para bem da democracia que está doente.
Já são dois. Não me revejo em nenhum partido político. A razão desta minha renúncia, é não ter confiança em qualquer partido existente em Portugal e qual o mais apto a nos governar com idoenidade. Não existe nenhum e como tal, vai dái um voto em branco que para mim, significa para todos os partidos, um cartâo “VERMELHO” e sobretudo, além da minha insatisfação face aos partidos pela sua metodologia e falta de rigor, pretendo ser para comigo, o mais honesto possível. Só vota quem precisa da política para ganhar gananciosamente o ” pão nosso” de cada dia, mas , apesar da minha pequena reforma motivada pales guerras no ultramar que me obrigaram reformar-me por incapacidade, serei. até morrer honesto e orgulhoso par comigo mesmo. EU , ALÉM DE FAZER ALGUNS KMLS., VOTO EM BRANCO.
Este artigo da Céu Mota vem mesmo a calhar e pondo o dedo na ferida, todos os políticos deveriam lê-lo e seguir estes preciosos conselhos.
Não em seu proveito, mas a bem da Nação.
Tenho discutido este problema com todos os quadrantes partidários, mas: cheguei a uma triste conclusão: NÃO VALER A PENA MALHAR EM FERRO FRIO POIS, TODOS – MOTIVADO PELA CRISE OU NÃO- DESEJAREM GANHAR A VIDA SEM LEVANTAR UM DEDO QUE SEJA.
Obrigada pelo seu comentário
Hoje acordou tudo para ai virado!
Ainda hoje andei a brincar com o photoshop sobre o mesmo tema para “revitalizar” o meu blog!
Não basta votar em branco, quando não nos revêmos nos partidos que nos propõe a “ementa” eleitoral, pois se for levado em conta o voto em branco, ao que se juntaria certamente a maioria dos abstencionistas, o que poderia acontecer?! Um governo transitório, enquanto se formam novos partidos?!
A verdade é que a sociedade civil, não se mobiliza politicamente para defender os seus direitos, cumprindo assim também o seu dever de cidadão. É o deixa andar habitual, que há-de haver alguém que se mobilize por eles…
Em meu entendimento, o VOTO EM BRANCO tem um significado que devia ser bem meditado por todos os partidos. Quem vota assim não está satisfeito com o sistema eleitoral e não confia nos candidatos que lhe são apresentados, em nenhum deles. Não se contenta com o «menos mau», e quando se trata de listas, não está disposto em dar o seu voto a uma lista de que não conheça um ou mais ou todos os elementos nela constantes. Temos visto aparecerem deputados que mereciam não o voto mas uma corrida a empurrá-los para o abismo.
Votar em branco é ser independente de qualquer partido e colocar acima de tudo os interesses nacionais, isto é, é ser verdadeiramente patriota, português.
Para eliminar estas causas do voto em branco, o sistema eleitoral deve ser estruturalmente modificado por forma a os eleitores deixarem de votar «porque sim», porque o tal partido tem sido sempre o destinatário do seu voto ou porque o cabeça de lista faz promessas encantadoras.
Moralizando o sistema e escolhendo apenas pessoas honestas, certamente, a política passaria a ter as pessoas mais válidas do país, as quais agora rejeitam liminarmente a hipóteses de irem meter-se nesses antros de perdição a que chamam partidos, parlamento, governo e instituições públicas.
Cumprimentos
João
aJoão Soares: Concordo plenamente com o seu comentário e, avalizo-o.
No entanto, já estou cansado tal como Diógenes a procura com uma candeia de polícos honestos e que cumprem na íntegra as suas promessas eleitorais. Mais: encomendei uma lupa do tamanho do Hubble – porque já estava marreco com a candeia – e, o resultado foi o mesmo. Tudo me saiu furado…. por isso e como ninguém que vai para o governo é sério e honesto, mas sim, alibabás, voto em branco. São sempre os mesmos que continuam à custa dos sacrifícios do povo, encherem as off-shores.
% de votos em branco = cadeiras vazias no parlamento
(O político acordava para os números e o cidadão passaria a levantar o rabo do sofá porque dessa forma o seu voto seria representado)
% de votos em branco = cadeiras vazias no parlamento
Subscrevo esta proposta.
Se não os votantes votam em branco é porque não se revêm nos candidatos e por isso deve ficar sem representação.
Bem haja
DF
O voto branco não tem qualquer efeito sobre os partidos e não serve como forma de pressão.
No nosso sistema eleitoral – altamente partidocrático – só os votos em partidos são válidos. Nada mais entra nas contagens, nem sequer os brancos.
Tudo o que este sistema eleitoral iníquo permite é calibrar – a fino – a distribuição relativa dos 230 deputados. Nada mais.
Só vejo uma atitude que, com este sistema eleitoral, pode pressionar os partidos: votar num dos micro-partidos, aqueles que nunca elegem deputados – porque ao contrário dos votos brancos, esses entram nas contagens.