Acordo Ortográfico: uma carta que é de Homem!

A carta que Madalena Homem Cardoso dirigiu ao Ministro da Educação arrisca-se a ficar para a história do combate ao Acordo Ortográfico como um documento fundamental. É uma exposição completíssima e rigorosíssima das várias deficiências do Acordo Ortográfico, incluindo referências a aspectos pedagógicos, jurídicos e linguísticos.

Mais uma vez, seria importante que todos os que se interessarem pelo assunto lessem com a devida atenção o texto de uma cidadã responsável e informada. Os interessados em secundar Madalena Homem Cardoso podem fazê-lo aqui.

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Ora os gangsters e o Padrino eram muito mauzotes, mas eram inteligentes – estes são gangsters mas são mesmo burros e ignorantes, cuéis e dementes – não só com os salários mas com algumas – poucas – decisões que tomam – Recordem as “rezas” da ministra e os pastos e vacas e carneiros a definhar – só por ignorância crassa de advogados que são e economistas – que nem legalistas são, senão metiam alguns nas grades – Nunca desde que me conheço foi assim esta prepotência e assalto à mão armada e estou entre aqueles que construíram o país e a sociedade, e agora para onde vai o que nos sacam ? para se amantizarem com merkel ?’ E porque é que ela nunca mais apareceu nos écrans da TV e amanda-nos pra cima com o senhor velho peter weiss ?’ Homem dá mais respeitinho e mêdo por ser (e ter) a idade do tempo em que esse país desgraçou a europa pelo menos ?? Agora as armas são outras e as consequências não sabemos quais seráo – união europeia ou bando europeu ??

  2. J.Silva says:

    Parece-me que se arrisca sobretudo a ficar no anedotário nacional da presunção e da ignorância atrevida, uma coisa muito à portuguesa.

  3. António Fernando Nabais says:

    #2
    E rebater o que está escrito? Argumentar? Pois, é mais fácil dizer que se trata de presunção ou de ignorância atrevida sem sequer o demonstrar.

  4. J.Silva says:

    #3
    isso é simples; no que respeita à legalidade; o AO está em vigou pq foi ratificado no Parlemanto português e aprovado pelo PR, nos termos do II protocolo modificativo de 1994 assinado por todos os interessados; o resto é conversa de advogado manhoso, do género daqueles que nos dizem que aquele benfiquista famoso que não paga renda de casa e vive em apartamento de luxo em Londres é um homem sério e honesto. Há advogados que podem bem desmonstrar-lhe juridicamente que a água é sempre sólida, por mais q todos vejamos o contrário. É preciso é que haja quem lhes pague. E há.(cont.)

  5. J.Silva says:

    (2/2)
    Quando à filologia, o #3 deveria saber q não se pode deixar ficar pela conversa dos VGM desta vida; tem de ler tb aqueles que o desautorizam ou, em alternativa, usar as suas próprias capacidades intelectuais.
    Se a escrita influenciasse a pronuncia, como faríamos para distinguir pregar de pregar? E acordo de acordo? Se ortografia influenciasse no modo descrito na carta a pronúncia, pq é que todos dizermos um ui nasal em muito, apesar de nunca a palavra ter sido escrita com qq sinal que assim determine? Se a ortografia influenciasse cegamente a pronúncia,, porque é que eu digo “sêi” e 50 km mais a sul dizerm “sê”, ou pq é q em Portugal há tantas pronúncias diferentes apesar de o país ter tido sempre uma ortografia em qq momento?
    E se as mudas influenciam as átonas abertas, porque pronunciamos actriz, exactidão, actual etc com aquela átona fechada? E pq pronuciamos padeiro, especulação, invasão, vadio, com aquela átona aberta, sem a ajuda de nenhuma muda?
    Não se deixe enganar por xenófobos nem livreios, muito menos por xenófobos livreiros.
    Caem as mudas e caem muito bem, apesar de caírem com 100 anos de atraso.

  6. António Fernando Nabais says:

    #4
    É tão simples que não me conseguiu demonstrar como é que uma resolução pode sobrepor-se a um decreto. É tão simples que não conseguiu explicar como é que é possível haver vários pareceres desfavoráveis (não sei se os leu, mas pode ir aqui: http://www2.fcsh.unl.pt/docentes/aemiliano/AOLP90/index.html) e apenas um favorável e, ainda assim, a maioria dos deputados votar favoravelmente.
    #5
    Não tenho por hábito deixar que os outros pensem por mim e o argumento xenófobo não me diz nada. Foi com espírito crítico e com trabalho que escrevi uma série de textos que pode ler: http://aventar.eu/tag/contra-ao-90/. Se procurar aqui no Aventar a categoria “acordo ortográfico” encontrará muitos textos meus, em que tentei usar as minhas capacidades intelectuais, mesmo quando faço a súmula de opiniões alheias.
    Ninguém afirma que a pronúncia se aprende apenas a partir da escrita, mas é igualmente errado que não aprenda também a partir da escrita. Se assim não fosse, não existiriam sinais diacríticos (que não indicam, apenas, a sílaba tónica, mas também o timbre vocálico).
    É verdade que nem sempre as consoantes mudas garantem a abertura da vogal pretónica. É verdade, no entanto, que, na maioria dos casos, isso acontece. Os seus exemplos são, portanto, excepções localizadas – com o AO90 aumentam as excepções e, portanto, aumenta a confusão (leia-se, a propósito, o artigo de Francisco Miguel Valada: http://ceh.ilch.uminho.pt/publicacoes/Diacritica24-1.pdf).
    O facto de já existirem homografias não é razão para se criarem mais, uma vez que, na realidade, aumenta a confusão.
    A supressão das consoantes mudas contribui para a criação de diferenças que não existiam, como é o caso de receção, em Portugal, e recepção, no Brasil, entre outros exemplos. É evidente que, a partir do momento em que a pronúncia passa a ser critério, não pode haver acordo, a não ser que se invente um acordo fonético.
    Da próxima vez que quiser comentar algum dos meus textos, concentre-se nos argumentos- Não me conhece de lado nenhum, para concluir que sou influenciável ou xenófobo ou outra coisa qualquer.

  7. J.Silva says:

    #6
    Sobre os argumentos legalistas, parece-me que conclui que o DR e um tratado internacional assinado por 7 (sete) países é ilegal. A partir daqui, penso que a nossa troca de pareceres não trás proveito a ninguém.

    Sobre a tal “regra” de consoantes mudas (que supostamente, servem para abrir átonas), chegamos os dois à conclusão que tem inúmeros furos. Só divergimos na designação que lhe havemos de dar. Chama-lhe “regra”, e eu chamo-lhe invencionice.
    Mas isso não o deve incomodar, há 100 anos a reforma ortogr. unilateral portuguesa supôs a mesma falsa interpretação da “regra”.

    Já agora, um brinde extra (tipo ovo de Páscoa) para evidenciar o disparate da “regra” que ainda hoje move a crença dos fanáticos anti-AO: caiu a dupla consoante em “occidente”, “occaso”, “opposição”, mas não caiu um ‘c’ mudo de “actuar”. 100 anos depois continuamos a ler as átonas abertas nas primeiras (sem “ajuda” de mudas para indicar a “pronúncia correta”) , e uma átona fechada na última (apesar da “ajuda” da muda para indicar a “pronúncia correta”).
    A fé é uma coisa poderosa, desde logo porque é capaz de inibir o uso da razoabilidade, da inteligência.

  8. António Fernando Nabais says:

    #7
    Ainda não me explicou como é que uma resolução se sobrepõe a um decreto. Entretanto, aproveite e lembre-se de que “trás” não é uma forma do verbo “trazer”, a não ser que seja mais uma grafia facultativa.
    Vou fazer-lhe um resumo do artigo do Francisco Miguel Valada, já que não deve ter tempo para o ler. Antes do AO90, havia cerca de 3500 palavras terminadas em -ação, em que o “a” da penúltima sílaba é fechado. Desse grupo, havia nove excepções (nove, leu bem?), como, por exemplo, “inflação”. Até aqui, parece-lhe que estamos perante uma regra ou uma “invencionice”?
    Continuando: antes do AO90, havia 45 palavras terminadas em -acção, em que o “c” não é pronunciado e o “a” pretónico é SEMPRE aberto. É uma regra sem excepções. Deve ser outra “invencionice”.
    Com o AO90, onde havia nove excepções passa a haver 54. Devia dar que pensar, mas talvez tenhamos diferentes conceitos de “regra”.
    Na reforma ortográfica de 1911, foram suprimidas todas as consoantes geminadas, à excepção das que se considerava terem influência na pronúncia. Como não tinham influência na pronúncia, continuamos a pronunciar a vogal pretónica da mesma maneira.
    O “c” mudo em “actuar” não tem, efectivamente, valor diacrítico e é uma excepção à regra (ou à “invencionice”, conforme a perspectiva). No entanto, a manutenção da consoante muda deve-se às relações etimológicas com palavras como “acto” ou “acção”.
    Em 1911, em 1945 e actualmente, vários linguistas defendem que há consoantes mudas que têm valor diacrítico. Não estamos a falar de astrólogos, estamos a falar de especialistas.
    Vou fazer de conta que não escreveu o último parágrafo.

  9. Silva says:

    #8
    Confunde uma resolução de CM com a ratificação do AO em Portugal nos termos fixados num tratado internacional assinado por todos os países lusófonos. A RCM serviu apenas para colocar a administração direta e indireta do Estado a aplicar o AO, nos termos dos compromissos internacionais assumidos, e dentro do período de adaptação legalmente fixado.
    Sobre as mudas, tb não lhe vou querer demover a sua fé. Em todo o caso, faça como aquelas pessoas que consultam dois médicos perante um problema de saúde; um diz-lhe que p ser operada para ficarem boas, outro diz-se p n ser operado, se quer ficar bom, Quem tem razão? Se vc for inteligente, a melhor opção é aquela que vc tomar mediante duas opiniões diferentes, a sua experiência com a doença, as informações adicionais que colher.
    De resto, e quanto às pronúncias em Portugal nas gerações futuras, nós temos tanto a ver com isso como a língua que eles falarão ou os penteados que estarão na moda, isto é: não nos diz respeito, eles que façam o que acharem melhor para eles.
    Sobre o último parágrafo, aquele diz que fez de conta que não leu, só lhe posso dizer que “A fé é uma coisa poderosa, desde logo porque é capaz de inibir o uso da razoabilidade, da inteligência,”

  10. António Fernando Nabais says:

    #9
    Não tenho o costume de concluir que conheço as pessoas com base naquilo que escrevem, como é o seu caso. Não sei se a sua defesa do Acordo é uma questão de fé, mas é, com certeza, uma questão de recusa em ler o que outros argumentam e de, posteriormente, desmontar esses argumentos. Não vou cair na falta de educação de o acusar de prescindir de razoabilidade ou de inteligência só porque defende uma opinião oposta à minha. Sei que, em todas as suas respostas, escreveu mais sobre mim, sem me conhecer, do que sobre Linguística, tema que não faz parte, ao que tudo indica, das suas leituras.

  11. Madalena Homem Cardoso says:

    Eheheh… Não, não sou hermafrodita…! ;o)
    Muito grata ao blog “AVENTAR”, de que sou frequentadora assídua, e ao António Fernando Nabais, cujos escritos venho acompanhando com o maior interesse desde há muito tempo, pelas palavras introdutórias… Até fico “encabulada”… Grande abraço!

  12. António Fernando Nabais says:

    Cara Madalena
    Fico muito agradecido pelo comentário.
    Peço desculpa pelo trocadilho “machista” do título, mas o seu apelido estava mesmo a pedi-las 🙂

  13. Illusive Man says:

    Mais uma vez se prova, que por mais provas, exemplos, a seita acordista está tão cega nas suas convicções e continuam com os seus tiros nos pés, nos vários “fatos” e “contatos” que encontro nos sites que já utilizam, como li noutro site o “português grande” (lol) e como de costume á falta de argumentos (o que é natural, já que não existe nenhum convincente a favor deste AO e os que podiam haver já foram totalmente rebatidos (a suposta uniformização, simplificação, a projecção (ou filtrando em acordês, a proj’ção) do português no mundo, como se num momento para o outro, milhares de pessoas em todo o mundo vinham a correr para o portugal e brasil aprender a língua. enfim, ilusões de pessoal sem qualquer racionalidade e conhecimento de como o mundo funciona

  14. Illusive Man says:

    (continuando) á falta de argumentos, usa-se a divagação de tentar inferiorizar os problemas do AO como já li N vezes e são sempre argumentos vazios ou entra-se no campo pessoal, e aí, não há pessoal mais xenófobo, narrow-minded, que os acordistas. Entra-se na clubite tão tipicamente usado pelas pessoas para defenderem as suas posições

  15. Madalena Homem Cardoso says:

    Caro Fernando António Nabais, não tem nada que penitenciar-se, achei bastante graça ao título… (A masculinidade que me é imputada não me atinge… LOL)
    Se o jornal “Público” me omitiu o “Homem”, que faz parte do meu nome clínico lá na minha (des)Ordem e é como assino tudo o que vou escrevendo, “Homem” que teria sido importante incluir para mais gente ter encontrado esta mulher no Facebook, que o “Homem” seja destacado por alguém… Honra lhe seja…! LOL
    Uma vez mais, muito obrigada.

  16. Monica Almeida Casqueira says:

    “O facto de já existirem homografias não é razão para se criarem mais, uma vez que, na realidade, aumenta a confusão.”

    Lembro-me, assim de repente, de Humberto Eco acerca do papel do leitor na atribuição de sentido a um texto, porque o lê através do filtro da sua experiência pessoal, das suas referências e capacidade de associação. Com as homografias acrescentadas pelo AO o leitor fica com mais trabalho de interpretação porque se terá de remeter muitas mais vezes ao contexto para escolher o sentido de uma palavra. O texto em acordês terá de lhe fornecer mais pistas do que um texto anterior ao AO90.

  17. Monica Almeida Casqueira says:

    Ooops, Umberto Eco me perdoe o H no nome. É pecar por excesso, já meto Hs onde não os há.

  18. Uma vez que foi através do António Fernando Nabais (dos seus textos esclarecedores e sérios aqui publicados) que me decidi a dar crédito à ILC, e a divulgá-la, atrevo-me a incomodá-lo para lhe pedir um novo esclarecimento, no caso de o poder fazer: do ponto de vista jurídico, a proposta de lei da ILC é válida? O prof. A. Emiliano disputa-o num “post” da sua página do FB. Muito agradeço.

  19. Ramiro Vieira says:

    Como espetador de todos os vossos comentários, devo dizer-vos que de fato mas sem espeto…tudo isto para mim não passa de mais um grande espetaculo…que bonito!
    Entretanto sairá um novo acordo ortográfico, a linguagem que os jovens começaram por abreviar e a presunção será exatamente a mesma do presente. Ou outrora? Em vez de se tentar disseminar a Lingua Oficial Portuguesa por esse mundo fora, tenta-se reduzir a mesma a meros protagonismos.

  20. Não li comentários pelo que é possível que repita o que alguém já tenha dito: o título deste post é de um mau gosto assoberbado. Mesmo que tenha o H maiusculo …

  21. António Fernando Nabais says:

    #20
    Aconselho-lhe a leitura dos comentários 11, 12 e 15. Entretanto, não se esqueça de banir do seu vocabulário o “menino rabino”, as “judiarias” ou o “trabalhar que nem um mouro”.

  22. #21 Só pode estar a confundir-me … mas se por aqui não se pode dizer o que se pensa, acredite que não me fará diferença ir e não voltar. Pelo menos aos seus posts. Peço desculpa por não ir ler o que recomenda já que o vejo tão desfazado.

  23. #21 Afinal li. Já percebi. De qquer modo, não tenho que retirar do meu vocabulário expressões que não uso.

  24. António Fernando Nabais says:

    #23
    Quem estava desfasado, então? De resto, escreva o que lhe apetecer, volte ou não, se quiser. Se critica – e está no seu direito -, sujeita-se a ler alguma resposta de que não gosta.

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