Há progressos na família Bourbon mas a tradição continua

O actual rei do estado espanhol, Juan Carlos de Bourbon, matou o irmão numa brincadeira com uma arma de fogo, caso ocorrido no Estoril e muito convenientemente abafado por Salazar.

Seguindo a tradição familiar, mas sem consequências para terceiros, agora o neto deu um tiro no pé. Vamos ver se o acidente é comunicado ao Ministério Público e o pai leva a multa “entre 300 e 600 euros” que a lei por aqueles lados prevê para quem mete os rebentos a brincar com armas de fogo. Por muito menos do que isto já se viram pais perderem a tutela dos filhos.

Mas provavelmente uns serão mais iguais do que outros, é claro.

Comments

  1. palavrossavrvs says:

    Eu também espero.

  2. Tito Lívio Santos Mota says:

    são progressos lentos e que vêm de longe 🙂

    O tetravô do Juan Carlos, o Luis XIV, tentou matar o irmão enviando-o para uma batalha que julgava perdida : o Cerco de Arras.

    Mas teve tão pouca sorte que o irmão tomou Arras e voltou coberto de glória.

    Pior sabendo o irmão homossexual, casou-o com um mostrengo, a Princesa Palatina.
    Mas o tal irmão teve filharada a dar com um pau com a dita Princesa(ona) tendo o primogénito sucedido a Luis XIV como regente pois os filhos do “viril” soberano foram todos fazer tijolo por via duma epidemia de Varíola.

    Pelo caminho que leva a descendência do Juan Carlos, o Duarte Nuno ainda acaba por herdar da coroa, LOL.
    Nunca se sabe.

    Passem palavra por Trás-os-Montes !!!!

  3. Eu espero também.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      alguma constituição monárquica prevê a passagem à República?
      Esta é mesmo de rir a bandeiras despregadas, francamente é como comparar o Hino Nacional com o da Carta e dizer que é mais “bonito”.
      Todo e qualquer governante escolhido livremente é e será sempre preferível a qualquer outro imposto duma maneira ou de outra.
      Quem é escolhido pode ser deposto ou mudado.
      O Cavaco vai para o olho da rua no fim do mandato. O Juan Carlos vai poder continuar a fazer as patifarias todas que quer até ao dia do Juízo.

      Que diriam os portugueses se Cavaco, Mário Soares ou qualquer outro presidente possuísse 30 % da economia nacional, por herança duma ditadura sangrenta, tivesse isenção vitalícia de impostos, casa-se os filhos e mantivesse a família toda à conta do Estado?

      Esta mania pirosa de “ser monárquico” só porque o patego julga que dá “status” enjoa mesmo.
      Saiam de Portugal e vão-se com essa pela Europa fora (mesmo nas monarquias) e vão ver o que lhes acontece : serão pura e simplesmente ridículos.

      Quando é que vão crescer, poça, 37 anos de democracia e ainda andam com estas puerilidades, francamente, não há pachorra.

      Sabem que mais? o D. Manuel II mandou o Salazar e os monárquicos portugueses à fava.
      Façam como ele que era bom exemplo.

      Pelo menos tinha mais juízo.

      • Ricardo Santos Pinto says:

        Por acaso, Tito Santos, não consigo conceber um regime como o Monárquico, onde alguém manda no país só porque sim em vez de ser o povo a mandar.
        Mas como não não me julgo melhor do que os outros, nunca chamaria patego ou piroso a quem pensa diferente de mim. Mas isso sou eu, que não sou dono da verdade absoluta.

  4. xico says:

    Preocupado com a igualdade do rei espanhol em relação aos cidadãos espanhóis? Porque não se preocupa antes com a suposta igualdade republicana dos nossos governantes? O genro do rei foi a tribunal. E por cá? Recebem sinecuras. Não os filhos dos reis. Os políticos e seus filhos.

  5. xico says:

    Os actuais Bourbons espanhóis têm muitas lições de republicanismo a dar aos nossos republicanos presidentes. Actuais e anteriores.

  6. Os meus governantes são eleitos pelo povo. Os Bourbons reinam por mandato de Franco, o assassino, que mandava benzer o garrote. Quer mais diferenças, já agora quanto custa essa gente ao povo espanhol, contas que só agora se desvendaram? Ou quem é que pensa que pagou a arma com que o miúdo se aleijou?

  7. César Valença says:

    Se for pela despesa ,a soma do custo dos presidentes durante os mandatos e depois reformas,segurancas ,carros e secretários até morrer além das pensões das viuvas-presidentes ,é concerteza mais cara a nossa républica ,além do gasto das eleições .Juan Carlos é chefe de um estado quatro vezes maior que Portugal e 10 mais avançado Quanto à legitimidade ,já não a deve a Franco ,mas ao Golpe de Estado que enfrentou nas Côrtes.com o fillho ao lado.
    A sucessão dos Boubons evitou as prodigalidades do Prec e das dispendiosas selvajarias que nos ficaram bem caras ,entre outras coisas o ridiculo assalto e destruições feitas à embaixada de Espanha e que o Povo pagou
    Na monarquia espanhola ,o genro do rei está a ser julgado,na lusitana répbulica ,toda a gente sabe quem roubou e ninguém sofre consequências .!No BPI,nas auto-estradas nos .estádios desnecessários ,na corrupção transformada em esperteza e nada . Pagamos e não bufamos .
    Tanto se me dá viver em monarquia como em républica,gostava era de viver num país de que não tivesse vergonha e onde não tivesse de pagar com os impostos a ladroagem . A corrupção ,tornou-se para a maior parte dos portugueses ,uma forma de esperteza que se deve incuntir aos filhos como um valor ,Lembrem-se ,ao menos de de 3 autarcas públicamente ladrões e estimados pela população. que os continuou a eleger, Não esperava isto no dia 25 de Abril de 74. Tantas ilusões e tive de as perder.!
    César Valença

  8. Quanto a despesas, isto:
    http://aventar.eu/2011/12/26/quanto-custa-uma-monarquia/
    (essa do 10 vezes mais avançado parece uma piada do Cantiflas).

    Quanto à embaixada foi pena ter ficado o edifício de pé: falamos de uma manifestação de raiva contra a execução de José Humberto Baena, José Luis Sánchez Bravo, Ramón García Sanz, Juan Paredes Manot (Txiki) e Ángel Otaegu. Quer defender o estado assassino?

    Não discuto a corrupção, cá e lá. Vamos ver no que dá o julgamento, num estado onde Baltazar Garzon deixou de ter escolta policial. Sabe quantos traficantes de droga ele meteu na cadeia?

  9. maria celeste ramos says:

    o “curioso” é que os espanhóis que passam por Lisboa vão sempre em Romaria à casa onde viveu Juan carlos, no alto do Monte do Estoril – romaria impressionante

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      houve não sei quantos mil portugueses que foram em romaria ver o cadáver do Salazar.
      Pouco tempo depois andavam nas ruas a gritar “viva a liberdade” .
      Os mesmos que vêm telenovelas e acreditam na TVI 24, provavelmente.

  10. MAGRIÇO says:

    Cada um tem todo o direito às suas próprias simpatias e opções políticas, mas distorcer a verdade histórica com meias verdades não me parece próprio de um espírito muito nobre. É mais uma prova de que a nobreza não se herda, mas constrói-se com a formação do carácter.

  11. xico says:

    Correcção João Cardoso.
    Os Bourbons reinam por mandato do povo que assim o decidiu na sua constituição. E os governantes espanhóis governam por eleição do povo.
    Quanto a custos, nunca ouviu dizer que as democracias são caras? As ditaduras são mais baratas.

  12. Pois, pois, o facto de todo o processo da constituinte ter sido feito ainda em ditadura, por exemplo mantendo em funcionamento a DGS, é um detalhe sem importância. Não ter sequer sido possível discutir República ou monarquia, tendo esta sido imposta aos partidos tipo ou querem assim ou ficamos como estávamos, é outro.
    A História costuma fazer-se a partir de factos, mas há sempre outras possibilidades.

  13. Zuruspa says:

    Ainda ontem saiu um artigo num jornal (espanhol, pois claro) de que o PCE foi obrigado a aceitar a Monarquia, sob pena de os militares retomarem o poder (como tentaram na mesma com Tejero Molina), já que uns 80% ainda eram franquistas que a tinham combatido.

  14. xico says:

    Vê como me dá razão. Vê como a nossa democracia republicana é tão parecida com a democracia monárquica espanhola. A nossa constituição está muito mais próxima da constituição da carta constitucional do que com a da 1ª república. E também impede que agora e no futuro se discuta república versus monarquia. É como digo: a república tanto existe em monarquia como em representação republicana. É um pouco como as ditaduras. Se o governo é do povo e para o povo é república. Aqui como em Espanha, como é o caso. A representação devia ser o símbolo da nação e não do regime. Tal como a bandeira que não me lembro de alguma vez a ter votado. A história faz-se de factos, mas a sua interpretação depende sempre do fato, não é verdade?
    Um abraço democrático de alguém que gosta de reis e especialmente de princesas. O gosto aumenta na proporção directa do visionamento do Sr. Silva e Maria.

  15. Sem comparar, gosto mais do Hino da Maria da Fonte e da Bandeira Azul e Branca que dos símbolos republicanos (que por acaso até foram alvo de uma grande discussão nacional, mas democracia e bom gosto nem sempre são compatíveis). E estou de acordo com o xico numa coisas: gosto de princesas. Fetiches.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      aqui na terra da Mariana, não há monárquicos para me massarem 🙂

      João José Cardoso. Por acaso a bandeira da República é uma coisa muito curiosa, sobre tudo para quem gosta de simbólica.
      É obra de Columbano Bordalo Pinheiro que conseguiu resumir toda a história do nosso país num pedaço de pano. Não é que eu seja muito senssível à sua estética, mas não deixa de ser interessante.
      Já a azul e branca… O Guerra Junqueiro achava que se devia conservar tirando apenas a coroa. Bom, eu gosto mais com uma banda vermelha, se não fica muito desmaiada 🙂

      O Hino da Carta foi composta por Pedro IV em pessoa. Mas, infelizmente não é Domingos Bontempo que quer 😉

      • Nem monáqruicos, nem professores de português ao que parece.
        E já que gosta de simbologia, vou citar-lhe um autor francês: Michel Pastoreau. Procure por aí o “Dictionnaire des couleurs de notre temps” e veja o que diz o insígne professor sobre o que Pessoa chamou de “ignóbil trapo”.

  16. MAGRIÇO says:

    Nota máxima, Tito Livio! Subscrevo sem reservas o seu comentário, digno de “Ab urbe condita”…

  17. O Senhor Tito Lívido faz de todos nós patêgos provincianos. Sabe de História como ninguém e de Teoria Política, nem se fala. O que é triste não é passarem a vida a comparar repúblicas com monarquias, coisas distintas que não se podem comparar, porque um rei constitucional não tem o mesmo poder que um presidente de uma republica presidencialista. (Já para não falar nas repúblicas ditatoriais).
    Toda a gente esquece (talvez propositadamente) o parlamento que, supostamente, devia ser o órgão principal de um país. Entre ter um monarca e um presidente da república como Cavaco Silva, eu prefiro um monarca. A ideia de escolha, neste caso é absolutamente despropositada. Escolher ou mudar uma figuar absolutamente decorativa é RIDÍCULO. Essa coisa revolucionária do poder escolher é uma infantilidade marxista que alguns senhores julgam poder arvorar como qualidade maior da democracia. Democracia não é escolher quem aperta a mão por mim no estrangeiro ou diz disparates de quando a quando para entreteter papalvos. Democracia é escolher os orgãos que me dizem respeito directamente.
    A maioria das pessoas que é efectivamente e raivosamente contra a monarquia só o é por causa daquela ideia de nivelar por baixo, coisa primária e que a História nos diz que resulta. Pensam em absolutismo, carruagens e nobres, como se a república portuguesa não estivesse cheia de AUDI’s, mordomias, secretários de estado, senadores e comendadores “não eleitos”.
    E para cúmulo, quando não há argumentos (que cabem perfeitamente a favor da república, como a rotatividade do chefe de estado e governo no caso presidencialista) vêm com insultos ao “Duarte”, ao “Juan Carlos” e aos monárquicos.

  18. Enfim, Nuno, vamos lá ver. Se é decorativo, não faz falta, deita-se fora. Falando do Bourbon, se é decorativo deixem de referir o papel do homem na resistência ao 22F (e que por acaso até anda a ser posto em causa). Se o reizinho da Bélgica é decorativo escusava de ter feito aquele número patético de ter abdicado por um dia par não promulgar uma determinada lei. Se a rainha de Inglaterra é decorativa, ao menos arranjem uma mais bonita e simpática.
    Quanto a essa de meter o pobre Marx num assunto, a livre escolha pelos cidadãos dos seus representantes, vinda de ti tenho de a considerar uma gralha; que diacho, o homem nasceu já a Revolução Francesa tinha falecido e a Independência dos EUA se perdia na distância dos tempos. Por outro lado estás a atribuir ao Karl qualidades democráticas que meio mundo (em parte com razão) não vislumbra. Ainda te chamam comunista.

    • “Se é decorativo, não faz falta, deita-se fora.” Óptimo. É então preferível não se dispor, nem de um presidente, nem de um monarca. Apenas o parlamento. Mas palpita-me que não era bem isto que pretendias.

  19. Pois não, gosto de regimes com algum equilíbrio e contraponto ao parlamento. O parlamentarismo excessivo foi um erro estrutural da I República.

  20. Tito Lívio Santos Mota says:

    ter opiniões é uma coisa, apregoar patetices só porque se julga ser “fino”, “original” ou outras coisas do género, talvez não seja patego mas é parvo sem dúvida alguma.
    Ora esta moda de ser monárquico em Portugal deriva disso e não de qualquer reflexão profunda.
    Ser comunista, socialista, neo-liberal ou democrata-cristão corresponde a algo de palpável, a teorias e a programas políticos.
    Ser monárquico não repousa sobre seja o que for a não ser no “dizem que na Europa do Norte, coisa e tal”.
    Ou, o que vai dar ao mesmo, no “dizem que no tempo da Monarquia…”

    Para já não falar no aflitivo “os meus pergaminhos permitem-me pretender ao título tal, e por isso acho que a Monarquia seria muito bom para poder acrescentar o título no cartão de visita e nos cheques bancários”.

    Quase metade dos britânicos (e até mais de metade nos finais dos anos 90) são republicanos ou, pelo menos, não querem ser governados pelos Sax-Coburgo-Gotta travestidos em Windsor.
    Aí, a questão põe-se porque é questão de regime.
    Em Portugal é apenas questão de armar ao pingarelho e fazer de conta que se tem alguma coisa “original” para opor ao que temos.
    Eu não chamo a isso opinião, tenha paciência.

    • Se é assim tão boa, porque não vem para cá louvá-la?
      Ponha de lado o seio da Mariana e venha agarrar-se à centenária Pulga.

  21. Tito Lívio Santos Mota says:

    O erro estrutural da República foi o de não ter instituído o sufrágio universal.
    Muitos dos militares de 28 de Maio aderiram ao movimento unicamente porque queriam instituit esse direito, pensando, tal como os republicanos, que o povo analfabeto votaria em função do que ouviria na Missa do domingo de eleições.

    A democracia não se compadece com meias medidas. Ou é, ou não é.
    A República fez muitas coisas boas (direitos das mulheres, direitos do trabalho, escola, etc.), mas pecou por ter medo de não ser seguida pelo povo.
    Erro que cometeram outras revoluções, antes e depois dela.

    Mas é verdade que a única coisa verdadeiramente boa feita em Portugal depois do 25 de Abril, à parte o SNS, é a Constituição da República cuja, diga-se de passagem, foi votada por todos os partidos com representação parlamentar, caso único na Europa.
    Talvez por isso mesmo é ensinada na maioria dos cursos de direito constitucional como bom exemplo.
    E se, para variar, tivéssemos orgulho nas boas coisas que temos?

  22. Ponto de ordem à discussão: o seio da Mariana, a maminha da Liberdade Conduzindo o Povo, é dogma.
    Nuno, por muito menos, um certo arquitecto, por acaso monárquico quando lhe convém, já teria garantido que o teu caso denota uma revolta contra os pais, uma nova forma de contestação social, comparando-te aos barbudos de 68.
    Tu vê lá onde te metes.

  23. Tito Lívio Santos Mota says:

    aqui vai o Hino da Carta

    http://www.youtube.com/watch?v=6cyfPUAFHSI

    e o da Maria da Fonte (que deveria ser tocado na cerimónias em que entre o Primeiro-Ministro, sendo o Nacional reservado ao PR ou à abertura do Parlamento, mas enfim…)

  24. A Maria da Fonte é tocada protocolarmente à entrada de um ministro, aprendi essa numa oportunidade única de o ouvir em gaita de foles. Não digo é quem era a ministra, que até tenho vergonha.

  25. Tito Lívio Santos Mota says:

    eu que sou professor sei o que valem os professores, lol 🙂

    Eu gosto de simbólica, até porque rege muita coisa.
    Mas como referência uso o da Collection Bouquin ou o da Collection de Poche.

    O Pessoa gostava tanto da República como da Monarquia, por isso, se fosse a si, não enveredava por esse caminho 😉

    Escreveu um poema que pode pôr muita gente de acordo e que é bom recordar

    Fernando Pessoa

    ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

    António de Oliveira Salazar.

    Três nomes em sequência regular…

    António é António.

    Oliveira é uma árvore.

    Salazar é só apelido.

    Até aí está bem.

    O que não faz sentido

    É o sentido que tudo isto tem.

    ……

    Este senhor Salazar

    É feito de sal e azar.

    Se um dia chove,

    A água dissolve

    O sal,

    E sob o céu

    Pica só azar, é natural.

    Oh, c’os diabos!

    Parece que já choveu…

    ……

    Coitadinho

    do tiraninho!

    Não bebe vinho.

    Nem sequer sozinho…

    Bebe a verdade

    E a liberdade.

    E com tal agrado

    Que já começam

    A escassear no mercado.

    Coitadinho

    Do tiraninho!

    O meu vizinho

    Está na Guiné

    E o meu padrinho

    No Limoeiro

    Aqui ao pé.

    Mas ninguém sabe porquê.

    Mas enfim é

    Certo e certeiro

    Que isto consola

    E nos dá fé.

    Que o coitadinho

    Do tiraninho

    Não bebe vinho,

    Nem até

    Café.

    • Ora ainda bem que lembrou Salazar. Salazar é um produto da Primeira República, não é? Parece que o vejo a elogiar a nação, republicana, imperialista e una. Deixou muitos herdeiros políticos, da Esquerda à Direita. E parece que era mação. Tudo boa gente. Republicana, claro.

  26. Tito Lívio Santos Mota says:

    O nosso governo cujo não governa mas gere património para fins privados acha que a língua portuguesa não tem valor comercial.
    Anda mais preocupado em retirar o francês do ensino português que em impô-lo no francês.
    Ora, fazer uma coisa implica a outra.
    Por outro lado, já que começaram a privatizar o SNS, a próxima etapa é privatizar o ensino.
    Começam por nós que só temos 5 camelos a representar-nos no parlamento e é mais fácil.
    Como diria um patrão que tive em tempos : para ver se cola.
    De maneira que, para ver “se colam” as propinas no ensino primário, decidiu introduzi-las no ensino primário dos filhos dos emigrantes.

    Ora, é sabido que estas coisas são como os excrementos, mais dia, menos dia, vão vir ao de cima por essas bandas.

    Eu, felizmente, não dependo do MNE e até beneficio da importância que a nossa língua cada vez vais ganhando mais por mérito próprio.
    Sim, porque se esperamos pelos governos ou pela CPLP, qualquer dia falamos todos inglês e acabou-se a conversa.
    Inglês aprendido mediante pagamento de propinas, claro.

  27. Tito Lívio Santos Mota says:

    O Salazar começou por criar, ainda em Coimbra e com o seu amigo Cerejeira, o partido Social Cristão de inspiração monárquica e que pretendia aplicar à governação a encíclica Rerum Novarum que instituiu a “doutrina social da Igreja”.
    Foi nos idos de 1912.
    (doutrina que serviu de base ao seu regime após 1934 já com Cerejeira Cardeal).
    Foi nisso apoiado pelos Integralistas Lusitanos, movimento monárquico ultra que pretendia, não o regresso à Monarquia Constitucional (os partidos monárquicos tinham nessa altura adotado a República e sido integrados no regime vigente), mas à Monarquia Absoluta, seguindo os passos dos Carlistas espanhóis.

    Foram estes que fizeram entre outras lindas coisas a Monarquia trauliteira do Norte a que Manuel II mandou pentear macacos, quando leu o programa de regime.

    O Salazar filia-se portanto na tradição carlista Ibérica que em Portugal se chamou sempre “miguelista” e que foi posta à frente da Casa de Bragança pelo Salazar (ajudado pela francesa Amélia) como paga dos bons serviços prestados pelos Integralistas e como forma de os “entuber” à grande e à francesa. Isto é, lá à maneira dele 😉
    Tudo isto para acabarmos com o Duarte a fazer de pretendente.

    E ainda há quem pense que isto é que seria bom para Portugal.

    Enfim, como dizem cá na terra: “enquanto andam nessa, não vão para os copos” Tant qu’ils font ça ils ne vont pas au bistrot.

  28. O Salazar um produto da República? e maçon? valha-me Santa Comba Dão, Nuno.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      os maçons que foram parar à PIDE, só porque eram maçons e os Republicanos a quem aconteceu o mesmo, só porque eram republicanos, devem ter ficado muito surpreendidos com a novidade.

      Faz-me lembrar aquela do Mark Twain : “o anúncio da minha morte estava muito exagerado” 🙂

      eheh

      • Ah não, esperem! Enganei-me Salazar era monárquico e é por isso que ele reinstarou a monarquia. Desculpem o lapso.

  29. O sr. Tito Lívido mistura Integralismo com Carlismo, diz que foram os integralistas a fazer a Monarquia do Norte e chama miguelista a Salazar. Estamos perante um filósofo! Daqueles que Camilo Castelo Branco observava pelos campos do minho! O seu discurso é como a espinha de Salazar, dobra até ao infinito.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      O Salazar era mais muito espertalhaço e sabia que entre um rei Ubu e um Presidente descartável, mais valia o segundo, tanto mais que eleito pela sua câmara.
      Mesmo se o exemplo do Mossulini não lhe mostrasse ser a monarquia grande estorvo ao fascismo.

      A Monarquia do Norte foi portanto obra do Divino Espírito Santo e os Integralistas nunca, por nunca ser, tiveram seja o que for a ver com os Carlistas.

      Aprendemos muito por aqui.

      Por este andar o melhor mesmo é voltarmos ao monopólio universitário de Coimbra e deixarmo-nos de ler livros que o breviário e a sebenta chegam e sobram.

      • E ainda elogia Salazar? Pois eu não lhe chamaria espertalhaço. Simplesmente um dos oportunistas que fazem as nossas elites políticas, indivíduos que no dia 6 de Outubro são republicanos e no 26 de Abril, democratas de pais e avós. Tente a colagem que quiser, Salazar não era monárquico. E sim, a monarquia do norte não foi feita pelos integralistas. Leia a biografia de recentemente editada biografia Paiva Couceiro e sobretudo confronte as fontes da época: traulitânia foi epiteto criado por republicanos e a Junta Governativa do Porto durou mais que a intentona de 31 de Janeiro. A História não é como convém.

  30. Nem me vou entreter sobre o partido pelo qual Salazar foi eleito deputado, nem com a causa óbvia da tentativa de expulsão da UC, etc etc. Muito mais interessante é ver como votaram os monárquicos em 1933:
    http://esquerda-republicana.blogspot.pt/2012/03/quem-disse-que-os-monarquicos-nunca.html

    • Ainda bem que apareces com este panfleto para esclarecer que não foram os Integralistas os apoiantes nem os construtores do Estado Novo. Vem pelo caminho errado, é certo, que o blogue Esquerda Republicana é tudo menos um local fidedigno para se colher factualidade. O autor desta proeza reprodutora encontrou o documento, leu “monárquicos”, “Óscar Carmona” e olhou para a data e deve ter achado que descobriu o caminho marítimo para a verdade. Nem sabe sequer quem foi Satúrio Pires… Primeiro, a I República fraccionou os monárquicos. Pensar que todos os monárquicos apoiaram Sidónio Pais, ou todos os monárquicos apoiaram o Estado Novo é a mesma coisa que dizer que todos os republicanos apoiaram o sidonismo ou contribuiram para o golpe de Maio. É óbvio que a ti, como ao senhor Tito Lívido só interessa salientar um lado da História. Mas a realidade é bem mais complexa. E não, Salazar não era monárquico. Nem te remeto para a recente biografia da autoria do Filipe Ribeiro de Menezes. que resume bem a questão “A restauração da monarquia em Portugal durante o Estado Novo foi travada pela divisão dos monárquicos, pelas ‘muitas correntes ideológicas’ a que o regime tinha de atender mas também pelo próprio Salazar, que ‘não podia admitir tal coisa’. Mas basta percorreres as paginas das memórias de várias personalidades da época, como Ferro, Franco Nogueira e outros.

    • rjgalves2001 says:

      Caro Nuno Resende,
      o autor do post que refere acha que o momento mais importante para determinar as convicções políticas de Salazar é a polémica com Fernando Sousa (Nemo) em que ele deixa bem clara que a sua política é a da ICAR, e que a questão política fundamental é se esta tem ou não os seus «direitos» garantidos (a polémica é no seio do tal partido que o João José refere e que deveria ser muito bem estudado). Mas repare que Salazar nunca diz que não é monárquico. E também não diz que é republicano.
      Quanto ao integralismo, vai quase todo direitinho para os NS´s (primeiro) e para o Estado Novo (depois). E desempenha um papel importante no substrato ideológico do regime de Salazar. Como foram para o Estado Novo muitos mais monárquicos do que aqueles que alguma vez se opuseram ao regime (também encontra católicos na oposição ao Estado Novo, a partir de 1958, mas daí a dizer que «o Estado Novo dividiu os católicos» seria um exagero tão grande como dizer que «o Estado Novo dividiu os monárquicos», a menos que se refira a uma divisão de nove para um lado e um para o outro). Vá ver em quem apelava ao voto a Causa Monárquica. E o próprio «rei» (seja lá isso o que for depois de 1910) fez pronunciamentos de muita simpatia pelo regime.
      E estude o Congresso de 1951 da União Nacional: se não fosse o Caetano, ia-se dali para a restauração da monarquia…

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      li com muito interesse aquele cartaz monárquico.
      Depreende-se pois que os monárquicos foram votar com a Pita mais a Berta (como se dizia na altura).
      🙂

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      o Regime de Salazar sempre praticou a confusão dos géneros.
      Não era república. A sua designação oficial era ESTADO NOVO.
      Lá por não ter rei, não quer dizer que se considere República.
      Manteve a simbólica republicana, misturada com outra monárquica para “satisfazer gregos e troianos”, como era hábito do dito cujo.
      Se, por um lado aparecia a palavra República, a sua bandeira, o Hino, etc. por outro toda a simbólica das cerimónias oficiais (Legião Portuguesa, Mocidade, etc.) era monárquica, e não uma qualquer simbólica monárquica. Uma simbólica anterior a 1820/32. Uma simbólica cara aos integralistas, aos miguelistas, etc.
      Isto é, fazendo apelo à parte mais conservadora, católica/ultramontana dos monárquicos.
      Jogando sobre os dois pratos da balança, o Estado Novo, aparecia como uma espécie de síntese “ideal”.
      Por isso mesmo o Estado Novo não foi, nem nunca pretendeu ser República ou Monarquia mas apenas Estado Novo.

      Mas como não desculpar ignorâncias destas, quando há tanta gente e até um Presidente da República que teimam em chamar ao regime atual 3° República quando é apenas a segunda?
      Duvido é que todos estes “ignorantes” o sejam realmente. Sobre tudo certo Presidente.

      • O artigo 5.º da Constituição Política da República Portuguesa aprovada pelo Plebiscito nacional de 19 de Março de 1933, entrada em vigor em 11 de Abril do mesmo ano, diz que «o Estado Português é uma República unitária e corporativa, baseada na igualdade dos cidadãos perante a lei, no livre acesso de todas as classes aos benefícios da civilização e na interferência de todos os elementos estruturais da Nação na vida administrativa e na feitura». Se ao ler isto apetece rir (e apatece) é só porque ontem como hoje a democracia nem instituída por decreto por cá funciona. Mas deixe-se de rodriguinhos. O que aconteceu entre 1933 e 1974 não foi carne nem peixe, nem uma monarquia como tenta insidiosamente fazer crer. Foi uma república, de cariz pessoal e ditatorial.

        • Tito Lívio Santos Mota says:

          é um problema que encontro correntemente, até em alunos universitários.
          As pessoas agora já não sabem ler. Decifram, mas não lêem.
          Eu não disse que o Estado Novo era uma Monarquia.
          Ou diga-me lá onde é que eu escrevi isso…
          O Estado Novo não era nem a República nem a Monarquia Constitucional.
          Era o Estado Novo !
          Servia-se da ambiguidade de recorrer à denominação de República, para fazer de conta que era a sua continuidade, utilizava os seus símbolos, para o mesmo fim. Mas recorria à simbólica herdada da tradição monárquica “ultra” com que partilhava muito mais afinidades.
          Nem que seja o facto de ser um regime autoritário regido por um chefe.
          Não sendo esta a única razão porque a ela recorria.
          Necessidade de aparecer como uma “restauração” do “Portugal d’antanho” das “Descobertas” do D. João V, e até do Marquês de Pombal, coisa esta última, que desagradava bastante aos monárquicos integralistas.
          (Ler o que se escreveu por alturas do bicentenário do processo dos Távoras, é bastante elucidativo a esse respeito).

          • “Eu não disse que o Estado Novo era uma Monarquia.
            Ou diga-me lá onde é que eu escrevi isso…”
            Aqui:
            “Se, por um lado aparecia a palavra República, a sua bandeira, o Hino, etc. por outro toda a simbólica das cerimónias oficiais (Legião Portuguesa, Mocidade, etc.) era monárquica, e não uma qualquer simbólica monárquica. Uma simbólica anterior a 1820/32. Uma simbólica cara aos integralistas, aos miguelistas, etc.
            Isto é, fazendo apelo à parte mais conservadora, católica/ultramontana dos monárquicos.”
            Se calhar fiz confusão.

          • Tito Lívio Santos Mota says:

            pois fez.
            tem que ler tudo, compreender tudo e depois tirar conclusões.
            No meu tempo, fazia-se uma exercício cujo, nesse tempo, eu achava chato, mas que se mostrou útil para toda a minha vida:
            Dividir o texto em partes, ideia fundamental de cada parte, ideia fundamental do texto.

            Se já não se pratica, é pena, porque dava resultado.

          • Hoje não se faz nada disso. O sr. Tito deve estar há muito tempo fora de Portugal.
            Talvez mesmo desde 1925.
            Cá já não se lê Camilo, nem se estuda Eça.
            E já agora, a propósito de Eça, do Realismo e da I República, sugiro-lhe a leitura do Barão de Lavos, obra sintomática do pensamento sobre a moral que os republicanos Abel Botelho advogam para o Portugal fraterno. Verá que é leitura proveitosa.

  31. Que o Salazar nunca foi um monárquico assumido, e que estes não são uma corrente ideológica uniforme e sempre andaram ao estalo, é sabido. De resto a direita portuguesa anda sempre ao estalo na ausência de chefe, abençoadamente.
    Mas, e a conversa começou aqui, Salazar nunca foi republicano, combateu a República ao lado do seu Cerejeira (o homem que expulsou Sílvio Lima, um monárquico meio-marxista e dos nossos maiores ensaístas, coisa que a sra, que agora escreveu uma biografia do cardeal desconhece, e lhe custou ter vendido menos um livro, que o algodão não engana).
    Salazar fez com os monárquicos o mesmo que o Mussulini, usou, deitou fora, e no final vingou-se dos liberais abençoado os miguelistas, o que diz tudo sobre o assunto.
    Já agora, as memórias são fontes históricas, tudo bem, mas essa do Filipe Ribeiro de Menezes, por favor, pensava que estávamos a falar de História.

  32. Ricardo.
    Não preciso dos seus recados para estudar a época. Já o fiz. Tenho publicado e investigado o período em causa. O Ricardo é de Esquerda e Republicano – óbvio que nem que lhe apresentem documentos escritos a dizer o contrário, nunca acreditará. E, tanto quanto sei não é historiador. Sim, D. Manuel II esteve no final da vida do lado da Ditadura Nacional. De resto ele e grande parte das facções republicanas. Estude o Ricardo os discursos de Salazar e veja se o pensamento do senhor em causa evidencia vontade ou desejos realistas. E depois procure saber a opinião de Salazar sobre D. Duarte Nuno e o filho e se existe por parte dele o mínimo de vontade de lhes oferecer a coroa. E ainda por cima vem o Ricardo falar-me do Congresso num período em que a União Nacional nada representava…

  33. Talvez consultares a palavra “simbólica” num bom dicionário te permitisse entender uma frase onde é utilizada. Quanto ao resto, a partir do momento em que utilizas argumentação ad hominen do tipo “tanto quanto sei não é historiador” ou preconceituosa do género “O Ricardo é de Esquerda e Republicano – óbvio que nem que lhe apresentem documentos escritos a dizer o contrário, nunca acreditará.” perde todo o sentido discutir contigo.
    Se estudaste a época estudaste mal (essa da União Nacional nada representar é digna de uma qualquer História de Portugal em Disparates), e não cumpres os requisitos mínimos para o fazer: estudas para demonstrar as tuas próprias teses, ao nível do que outros de resto fazem no campo oposto. Ora a ciência e o facciosismo nunca se deram bem. Já nos basta o Rui Ramos.

  34. Experimenta ler o monárquico Alfredo Gallis. Talvez descubras que em coisas da moral e dos costumes a mentalidade de uma época está muito para lá de divisões políticas. Admitindo que consigas perceber que o facciosismo não acontece só aos outros.

    • Tito Lívio Santos Mota says:

      Não sei onde foi buscar essa do Camilo não ser lido.
      Eça continua a sê-lo, pelo menos que ainda agora me chegou cá um estudante que o aprendeu como no meu tempo, isto é, mal e porca mente.
      O Camilo anda em Portugal pelo purgatório em que meteram por cá o Maupassant.
      Manias de universitários que têm a trista prosápia de quererem ser os árbitros das modas literárias.
      Isso passa.
      Pior é o que têm feito ao Aquilino Ribeiro que é, sem dúvida alguma, um dos maiores estilistas da língua portuguesa desde há um século a esta parte.
      O mesmo farão um dia com o Saramago, é de apostar e ganhar.

      E não me venha com aquela do Aquilino regicida, pelas alminhas.
      Que eu tenho Maurras en grande estima como escritor (que não como homem, evidentemente) e era homem das suas ideias.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading