Movimento Zero Desperdício

É, obviamente, positiva, a intenção deste movimento “nacional de combate ao desperdício de alimentos”, cuja criação ficou conhecida no início desta semana.
Mas é uma pena, lamentável, que seja necessário criar movimentos como este.
A política do Zero Desperdício ou a cultura do mínimo desperdício em todos os domínios,  devia comandar e orientar os sucessivos governos e instituições portugueses.
Parece, assim, que tem que ser a sociedade civil, o povo, a tomar conta do país.
Quantos movimentos foram criados até ao momento? Já perdi a conta.
Há tempos, o governo propôs aos cidadãos que criassem o seu movimento. O Governo pensa que é a «oportunidade do cidadão participar no debate sobre o futuro do nosso país”. O movimento mais apoiado (um em mais de mil !) será recebido pelo Primeiro-Ministro. E os restantes? Serão tidas em conta tantas propostas e sugestões?
Fui consultar o dito portal com o intuito de conhecer as causas dos movimentos. Apresento alguns: “14% de desemprego” (percentagem já desatualizada); “Portugal transparente”; “Erguer Portugal”; “Justiça Autárquica”; “Combate à corrupção para um país melhor”; “Pró-Mulher”; Cuidar das Crianças e Jovens”; “Stop ao aumento do preço dos combustíveis”; “«Pão» para a classe média”; etc., etc.
São, neste momento, 1008 movimentos inscritos no portal do governo.
Este número revela o descontentamento dos cidadãos perante a incapacidade dos nossos políticos. A preocupação da população perante o futuro.

Comments

  1. Nesta altura do campeonato ainda acha que é incompetência?

  2. Se o governo aceita receber inscrição de movimentos que por sua vez a alternativa seguinte é a aglutinação e ou correção das inscrições, porque raz-ao a Céu diz que é uma demonstração de incompetencia!
    A crítica é facil mas o AVENTAR devia deixar acessível os CV destes creques que comparticipam no mal dizer que é para saber com quem estamos a “tratar”!
    Este texto é uma evidencia…

  3. Konigvs says:

    Assim à primeira vista, e em pleno capitalismo selvagem baseado na regra do vender mais e mais coisas que as pessoas não precisam e ouvir falar em “desperdício zero” parece-me um autêntico contra censo!

    Também é interessante observar que depois de ter visto durante de anos a fio terem sido exterminadas algumas iguarias da cultura gastronómica portuguesa a bem da dita higiene nacional, ouvir agora falar em dar as sobras de comida aos pobres dá-me vontade de rir!!! A higiene é um conceito muito volátil, depende de quando dá jeito.

    Pobres “aí vão as sobras de Portugal”. Isto faz-me lembrar qualquer coisa…

  4. Maquiavel says:

    Ah você diz “ter visto durante de anos a fio terem sido exterminadas algumas iguarias da cultura gastronómica portuguesa a bem da dita higiene nacional”?
    Pois o que eu vi foi os sucessivos (des)governos portugueses a näo conseguirem fazer uma folha A4 com os ingredientes e modo de preparaçäo dessas iguarias e entregarem-na à UE.
    Cada regiäo de Itália tem mais “DOP” e “IGP e “ETG” que todo o Portugal.
    Até os finlandeses sacaram a IGP para coisas sem gosto nem graça nenhuma, os portugueses deixam tudo acabar. Vejam em
    http://en.wikipedia.org/wiki/Protected_Geographical_Status
    http://ec.europa.eu/agriculture/quality/door/list.html;jsessionid=pL0hLqqLXhNmFQyFl1b24mY3t9dJQPflg3xbL2YphGT4k6zdWn34!-370879141

    “Ah, mas a UE näo deixa!!, “AH, mas a UE isto.”, “AH, mas a UE aquilo.”
    Mas diga-me lá entäo que iguarias da cultura gastronómica portuguesa foram exterminadas a bem da dita “higiene nacional”. Que eu saiba, lixo e imundice näo fazem parte dos ingredientes de nenhuma… que eu saiba!

  5. Maquiavel says:

    A “tal” iguaria finlandesa, sem gosto (os finlandeses metem-lhe em cima queijo ou manteiga de ovos, ou algo para dar gosto) mas com ETG, a Tarte da Carélia:
    http://ec.europa.eu/agriculture/quality/door/registeredName.html?denominationId=370
    Vejam a composiçäo em “Official Journal C102 27.04.2002 ” (em português).

    Realmente é muito difícil fazer isto para os produtos locais portugueses, näo é?
    Pois, a culpa é sempre da UE!

  6. maria celeste ramos says:

    Creio que hoje e cada vez mais na medida em que os cidadãos se agrupam para resolver tantos probelas até se ajuda os governantes a fazer cada vez menos do que lhe pertence fazer, e para o que ganham tirando do que eu devia ganhar
    Que descanso para quem se governa, descansar no esforço dos “anónimos” e de boa vontade – que triste – não precisamos deles para nada – demitam-nos todos – reduzam-nos a 10% só como “representação” e retirem a TODOS o cartão de crédito
    Hoje morreu Miguel Portas que era a única voz que valia a pena ouvir no Parlamento europeu – era um “desbovado” que não copnseguiu nada e a sua voz não era ouvida – claro – mas disse e não parou e não desistiu até ao fim – morreu com honra

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