Mário Soares está com pele de galinha, garantindo a responsabilidade do governo que se dedica a vender as jóias da Coroa. Não se refere à colecção já parcialmente mutilada pela incompetência de quem a tem à sua guarda e por isso isso mesmo, salteada por presuntos piratas holandeses numa exposição de estalo. Não, Mário Soares refere-se às empresas públicas. Para ele, são as jóias da Coroa.
Pois agora passamos desde já a debitar mais uns tantos broches convenientemente babados e esquecidos: além do Ultramar apressadamente desfeito a pontapé, temos a agricultura, pescas, indústria, marinha mercante, alfândegas, as reservas de ouro do BdP, as finanças saudáveis, o Escudo, o controlo de fronteiras e uma infinidade de peças de inestimável valor, consideradas outrora como mera fancaria sem préstimo.
mas que falta de educação este seu trocadilho, Sr. visconde de não sei onde.
Eu diria que é marquês, mas os marqueses não falam de broches…
Pois eu falo. Aprecio o calão – e uso-o sempre que necessário – português de sobremaneira, mas neste caso, não se trata de calão, mas sim de alfinetes de peito. Já agora, o Tito fique a saber que eu sou tão visconde como o Tito Lívio é um historiador de Roma. Pelo que me parece, não nasceu em Patavium, pois não?
Mas quem é este caramelo?
E porque tenho eu de o ler aqui?
Falta-lhe educação… e não só.
Presuntos piratas, diz?
Presuntos?
Cum-caraças!