No admirável mundo moderno do João Miranda:
produzir uma alface é mais fácil do que colocar uma alface onde eu a quero comprar, com o aspecto que eu quero, no dia e na hora a que eu quero e a um preço que eu esteja disposto a pagar.
A ideia de que o valor acrescentado pelo distribuidor é mais importante do que a mercadoria produzida é fascinante. Deixem-me incluir nesse valor acrescentado o da publicidade, que me garante ser aquela alface a verdura que eu desejo. E ter em conta que dada a mísera margem de lucro do produtor da alface numa economia com 1,2% de peso da agricultura essa percentagem se pode aproximar do zero.
Em breve atingiremos o nirvana do absolutismo do mercado: um empresário bem sucedido será aquele que coloque à venda um pacote de merda onde ele quer, com o aspecto de uma alface que ele gostaria de comer, e no dia e na hora em que lhe dê o apetite estará então disposto a pagar por uma salada de merda. Regue com óleo de urina e bom apetite João Miranda.
A arte inspira a vida
http://en.wikipedia.org/wiki/Artist%27s_shit
Claro, é tão mais importante distribuir que produzir que os Alemães e os Franceses (estupidos como são) organizaram a coisa de modo a que fossem eles a produzir as “alfaces”, pagando para nós não produzirmos e dinamizarmos os canais de distribuição.
Um “artista” também produziu latas de conserva com a sua própria “shit” lá dentro e conseguiu vendê-las. Como vês, há mercado para tudo.
É a invasão da indústria quíca no sector alimentar que sem isso estava falida além da indústria farmacêutica que sem doenças provocadas (cancro) não produziria mais do que aspirinas – é importante ver desta semana na SIC o programa sobre o tema dos medicamentos e da progressão exponencial do cancro até em crianças e que anda aí metido – e as monsanto e syngenta + as que já não sei o nome que tem a patente dos genes de pessoas que contrairam a doença pelo quem nem podem – nos usa – claro consultar médicos em alternativa – esta reportagem é assustadora – vi duas vezes na SIC
O amigo acredita em tudo que lhe dizem, desde que isso sirva os seus propósitos e lhe pareça adequado para escrever uns quantos palavrões.
No caso, leu 1% quando, de facto, o peso do sector agrícola no PIB deve ser cerca de 10 vezes mais, e nem percebeu que o autor do dito estava a ser irónico.
Assim, nem admira o fraco nível dos comentaristas que lhe dão treta…
Ó Tiro ao Alvo, lamento informá-lo mas anda aí um pulha qualquer a escrever comentários em seu nome. No artigo citado botou isto:
assinando com o seu pseudónimo. Lamentável. É isso e a ironia quando nasce não ser para todos.
Tenho que me render: o amigo é uma pessoa atenta e procura informação por todo o lado, o que é louvável.
Mas fique a saber que quando escrevi, o que escrevi, estava a pensar no “peso” da agricultura na “mão-de-obra” e não no “peso da agricultura na economia”, como estava escrito e como o sr. bem leu.
Dito isto, aceitar como bom o valor de 1,2%, como peso da agricultura na economia, é um enorme disparate, acredite.
Nem na mão-de-obra, pelo menos antes que seja toda robotizada…
E fique claro que o pulha é imaginário e não pessoal. Tenho por hábito ler os comentários feitos àquilo que comento. Aprende-se sempre alguma coisa.