DEUS existe? Tem que existir!

Há dias assim. E muitos dias assim, fazem muitas semanas assim! E com dias e semanas assim tudo fica assim assim. Ou antes pelo contrário.

A educação familiar trouxe-me a religião, a burocracia formal de um espaço social com muito pouco sentido. Uma coisa entre o chato e o bulorento. A igreja e não a família, claro.

Depois a idade trouxe leituras e conversas, reflexões, angústias e dúvidas. Viajei com a ciência até ao momento em que tudo começou, mas fica sempre a faltar o antes disso.

Sempre em cima do muro, entre o acreditar e o não acreditar, entre o querer acreditar e o querer desistir. A Céu pensou sobre isto há umas horas.

Pela razão ou pela emoção não cheguei lá. Mas quero chegar.

Mas está complicado – nos últimos dias tenho notado que ele anda particularmente distraído. Será que se eu falar com ele, ele me vai ouvir?

Comments

  1. nightwishpt says:

    Tem?
    E a existir, falta a prova de que se preocupa minimamente.

  2. maria celeste ramos says:

    Será mesmo que Deus anda de facto distraído ?? E não será que andamos a pedir-lhe e esperar a sua “mãozinha”, em vez de nos interrogarmos a nós mesmos os homens, feitos “à imagem e semelhança de Deus” e ao que não fazemos e pensamos e meditamos atirando para “ele” o que desistimos de interrogar-nos ??? Se Deus existe ou não não me parece que aja como e quando lhe apeteça em função das novas e nossas conveniências e inconsciências ??

  3. É dos temas que entretêm a humanidade, aquele que menos interessa, porque tem solução, as pessoas morrem e logo tiram as teimas.

  4. Caro táxi pluvioso, essa sua frase “as pessoas morrem e tiram logo as teimas” está exactamente ao mesmo nível dogmático da existência de deus: não se conhece uma e outro, no entanto afirma-se o contrário! Quem acredita em deus não consegue provar a sua existência, e quem acha que a morte é a aniquilação total não consegue dela regressar para o provar! E vice-versa, claro.

  5. Quando lá chegar verá que não é dogmática. Os sim, os não, ou os prudentes como Voltaire, obtêm a resposta a essa premente questão da humanidade (a questão: Deus existe? e não a outra: quando são as próximas promoções do Pingo Doce?) 🙂

  6. Pois claro! E até regresso do além para lhe dizer que afinal tem razão! ;

  7. Queria pôr uma “carinha” e apareceu o ponto e vírgula!
    Aqui vai uma “carinha” sorridente já que não sei como pôr uma a “piscar o olho”!

    🙂

  8. palavrossavrvs says:

    Não resta ao Semeador senão amar a Seara, que somos nós, João Paulo. A Arte sábia de viver consiste em Esperar, Amar e Acreditar, enquanto a Seara enlourece.

  9. adão cruz says:

    Pessoalmente estou certo de que não o vai ouvir, por mais que o meu amigo se esforce. Não é fácil libertarmo-nos de toda uma estruturação e das consequências de uma “educação” religiosa. Por vezes torna-se penoso e sangrento arrancar as grilhetas com que a igreja aprisionou a nossa liberdade mental e física desde a infância, mas quando as arrancamos, penso que não há maior felicidade na vida. O verdadeiro encontro com a nossa identidade, responsabilidade e liberdade é algo que não tem preço, porque constitui o mais poderoso detergente contra o obscurantismo e contra as agressões à nossa sanidade mental.

  10. E se “ele” ouvisse ao João Paulo? Porquê no exercício todo-poderoso da sua bondade havería de ser surdo a multidões desesperadas e propiciar beneficiários particulares a quem seja? Esta conversa leva-me a referências ligadas a milagres, santos, beatas….um dia, trouxe para casa um tríptico de Alexandrina da Costa pelo impacto que me causou. A dia de hoje, cresce-me no pensamento como a Igreja Católica tem sido mesmo capaz de explorar a tragédia, para os seus fins. Ainda a estas alturas da vida, pude perceber a carga ideológica que leva esse triptíco sobre Alexandrina da Costa, como se atira da janela para “preservar a sua pureza”, “defender a sua virgindade”, e longos etcs…não escapa da indefensa situação de 3 desalmados violadores, senão que se atira em defensa da sua pureza. Pode até dar lugar a maus entendidos, de que escapa duma tão só possível tentação (puaf) de perder a sua pureza, não do martírio em si de sofrer algo tão brutal como uma violação. E tudo isto com 14 anos………………

  11. João Paulo says:

    Bom… parece que estamos a entrar numa temática bem complicada, onde as certezas são poucas, as angústias e as interrogações muitas… Creio que é também uma daquelas coisas em que cada um tem que fazer o seu caminho, ouvindo, lendo, digerindo a informação que recebe, criando conhecimento, capacidade crítica… E quem sabe um dia tudo se torna mais claro. Mas, DEUS, a existir, não deveria ser algo de bom, de positivo ou pelo menos de justo? A pergunta clássica: porque sofrem os mais pequenos? Porque vivem os maus e partem os bons?
    JP

    • nightwishpt says:

      E porque deixa a entidade divina que tanto mal se faça em seu nome?

  12. insulas ocidentaes. says:

    “Da discussão nasce a luz”,mas é preciso manter o nível da energia estável.

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  1. […] Publicado a 08/05/2012 por João Paulo a pausa. Agora é tudo a rolar. Andava eu aqui preocupado com a existência de Deus. Está resolvido. Foi-se o Corpo. Também pensei que as respostas  às […]

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