Fátimas e Holocaustos II

        (adão cruz)

 Nestes lamentáveis dias de encenação da tragicomédia de Fátima, torna-se imperiosa a leitura do capítulo 20 do impressionante livro de Avro Manhattan, o Holocausto do Vaticano, onde se expõe de maneira admirável, ainda que a tradução seja má, a fabricação do maior embuste do século XX. Não deixem de ler, se têm respeito pela transparência do vosso pensamento e se acreditam que vale a pena a gente saber as linhas com que se cose… ou melhor, as linhas com que nos cosem.

Pessoalmente, eu não tenho direito a desrespeitar quem quer que seja que acredite no que quiser, e não o faço. A minha vida prova-o. Pelo contrário, tenho todo o direito de combater as crenças, sejam elas quais forem, como homem de pensamento livre e cidadão de razão e consciência, quando tais crenças se apresentam, através de irrefutáveis provas, como falsas e geradoras de profundo obscurantismo, nefasto ao desenvolvimento saudável do homem.

Num mundo extremamente desenvolvido do ponto de vista científico, num mundo de inimagináveis infinidades, num mundo cujas minúsculas descobertas científicas recentes, nos dizem que há, numa galáxia que não é a nossa, de entre triliões de galáxias, biliões de planetas aparentemente com condições semelhantes às da Terra, arranjem e acreditem no Deus que quiserem, mas, “por amor de Deus”, não caiam no ridículo de acreditarem num deus do Universo que tem, como ministros e seus representantes, Ratzinger e o Bispo de Leiria.

 

 Capítulo 20

A VIRGEM MARIA E O SECRETÁRIO DA MARINHA DOS ESTADOS UNIDOS CONVOCAM A III GUERRA MUNDIAL
Quarenta anos antes do julgamento do idoso  Ministro   do Interior da Croácia, de 86 anos, na Corte de Zagreb, onde ele foi considerado culpado de crimes de guerra e condenado à morte,  a provável eclosão da III Guerra Mundial fora visualizada e quase se tornava em certeza. De fato ela fora considerada uma bênção por Artukovic, Ante Pavelic e seus batalhões da Ustashi, pelo Arcebispo Stepinac, pelo Cardeal Mindszenty e por outros experts. Ela  fora esperada com não menos ansiedade em certos quadrantes dos Estados Unidos, pelas mais altas autoridades do Vaticano e pelo próprio papa.
O Papa Pio XII arqui intrigante diplomático e político, era um firme crente na inevitabilidade dessa guerra. Mais que isso, ele condicionou milhões de católicos a aceitá-la sem problema. Em verdade, até a dar-lhe boas vindas, como um instrumento de propagação do poder da Igreja Católica. Ele justificava isso na suposição de que a Virgem Maria era sua aliada. Desde 1917, ano da Revolução Russa, ela havia aparecido a três crianças analfabetas em Fátima, uma desolada localidade em Portugal.
Sua aparição fora acompanhada por um milagre um tanto estranho:
O sol empalideceu, girou três vezes ao redor de si mesmo, como se tivesse rodas… E no final dessas convulsivas evoluções, ele pareceu saltar fora de sua órbita e se adiantou na direção das pessoas num curso em zig-zag, parou e regressou à sua posição normal.
Isso foi visto por uma grande multidão junto às crianças e “durou doze minutos” (1).

O fato de dois milhões de pessoas no mundo inteiro jamais terem notado esse sol se agitando, rodando e pulando fora de sua órbita não preocupava a Igreja Católica de modo algum. Pelo contrário, às massas católicas foi dito que acreditassem que o sol, na aparição da Virgem Maria, realmente tinha se movido em zig-zag, como prova de autenticidade de sua presença. E, é claro de suas mensagens.
As mensagens da Virgem foram para induzir o papa a fazer  “a consagração do seu Imaculado Coração” e a seguir, “a consagração da Rússia”. Ela predisse: “A Rússia se converterá”; “O Santo Padre me consagrará a Rússia”. Mas ela também advertiu que, se isso não fosse atingido, “os erros dela (Rússia) se espalhariam pelo mundo inteiro, causando guerras e perseguições… e várias nações seriam destruídas”… No final, contudo, a Virgem Maria prometeu, como meio deconsolação, que a Igreja Católica triunfaria, após o que “o Santo padre me consagrará a Rússia”. “A partir daí ela (Rússia) se converterá e um período de paz será concedido ao mundo”.

Essas citações são das mensagens autenticadas da própria Virgem Maria, conforme relatado a uma das crianças e completamente aceitas pela Igreja Católica como uma genuína revelação da Mãe de Deus (2).
Dentro de poucos anos o Culto de Fátima havia crescido a grandes proporções. O número de peregrinos multiplicou-se de 60 em 13.06.1917, para 60.000 em outubro do mesmo ano. De 144.000, em 1923, foi para 588.000, em 1928. O total de seis anos foi de 2 milhões de pessoas (3). O Vaticano levou a sério as promessas. O Monsenhor Pacelli, o futuro Pio XII, que era a eminência parda por trás de Pio XI, patrocinou uma política de apoio ao Fascismo na Itália e ao Nazismo, na Alemanha, no sentido de ajudar a cumprir a profecia da Virgem. Isso foi a tal ponto, que ele se tornou o instrumento principal de auxílio para levar Hitler ao poder. Ele o fez, forçando o Partido Católico Alemão a votar em Hitler nas últimas eleições gerais da Alemanha em 1933 (4). A idéia básica era muito simples. O Fascismo e o  Nazismo, além de esmagar os Comunistas na Europa, por último esmagaria a Rússia Comunista. Em 1929 Pio XI assinou uma Concordata e o Tratado Laterano com Mussolini, chamado por ele de “o homem enviado pela Providência”. Em 1933 Hitler se tornou o Chanceler da Alemanha. Em 1936 Franco começou a Guerra Civil. Em 1938 dois terços da Europa já eram fascistas e rumores da II Guerra Mundial eram ouvidos mais e mais ameaçadoramente em toda parte.
Ao mesmo tempo, contudo, a Europa também se tornara fatimizada. O Culto de Fátima, com ênfase sobre a promessa de conversão da Rússia feita pela Virgem, foi dada a maior promoção pelo Vaticano. Em 1938 o Núncio papal foi enviado a Fátima e a quase um milhão de peregrinos foi dito que a Virgem havia confiado três grandes segredos às crianças. Depois disso, em junho daquele mesmo ano, a única sobrevivente das três crianças, aconselhada pelo seu confessor, sempre em contato com a hierarquia católica, e daí com o Vaticano, revelou o conteúdo de dois dos três grandes segredos.
O primeiro segredo foi uma visão do inferno (algo bem conhecido no mundo moderno). O segundo ia mais direto ao ponto; era uma reiteração de que a Rússia Soviética iria se converter à Igreja Católica. O terceiro foi entregue num envelope selado e posto sob a custódia das autoridades eclesiásticas, não podendo ser revelado antes de 1960.
A dramática reiteração da revelação do segundo segredo sobre a Rússia Soviética assumiu imediatamente uma tremenda significação religiosa e política. O tempo da “revelação” não poderia ter sido melhor escolhido. As ditaduras fascistas estavam falando a mesma língua: a aniquilação da Rússia Soviética. No ano seguinte estourou a II Guerra Mundial. Em 1940 a França foi derrotada. Toda a Europa havia se tornado fascista. Em 1941 Hitler invadiu a Rússia. A profecia da Virgem finalmente estava para se cumprir. No Vaticano havia regozijo. Já por esse tempo Pacelli se tornara papa com o nome de Pio XII (1939).
Pio XII encorajava os católicos a se apresentarem como voluntários no front russo. Os católicos – a maioria deles sendo devotos da Virgem de Fátima – logo se juntaram aos exércitos nazistas da Itália, França, Irlanda, Bélgica, Holanda, América Latina, Estados Unidos e Portugal. A Espanha enviou sua Divisão Azul Católica. Em outubro de 1941, enquanto os exércitos nazistas se colocavam ao redor de Moscou, Pio XII, dirigindo-se a Portugal, apressou os católicos a orar pela rápida realização da promessa da Senhora de Fátima. No ano seguinte, 1942, após Hitler ter declarado que a Rússia Comunista tinha sido “definitivamente” derrotada, Pio XII numa mensagem de Jubileu, cumpriu a primeira das exigências da Virgem, “consagrando o mundo inteiro ao seu Imaculado Coração”. O Cardeal Cerejeira (Portugal) escreveu no mesmo ano: “as aparições de Fátima abrem uma nova era… é o delinear do que o Imaculado Coração de Maria está preparando para o mundo inteiro”. A nova era, em 1942, era um continente europeu completamente nazificado, com a Rússia sendo aparentemente varrida do mapa mundial, o Japão conquistando metade da Ásia, e o Fascismo Mundial atingindo o seu ápice. O Império Fascista se evaporou após o colapso de Hitler. Em 1945, a II Guerra Mundial terminou. E a Rússia Soviética para vexatória surpresa de Pio XII emergiu como segundo maior poder mundial.

O Culto de Fátima que havia sofrido um recesso devocional com a derrota dos exércitos nazistas, agora com o suicídio de Hitler foi repentinamente reavivado. Em outubro de 1945 o Vaticano ordenou que fossem organizadas grandiosas peregrinações até o Santuário de Fátima. Em 1946 a Senhora de Fátima foi solenemente coroada diante de meio milhão de peregrinos. A coroa, pesando 1.200 gramas é de ouro maciço. Ela tinha 3l3 pérolas, 1250 pedras preciosas e 1400 diamantes. Pio XII se dirigiu do Vaticano aos peregrinos, afirmando que as promessas da Senhora de Fátima seriam cumpridas. “Estai prontos”, ele admoestou. “Não pode haver neutros, nem um passo atrás. Organizai-vos como cruzados”(5).
Em 1947 começou a Guerra Fria. O ódio contra a Rússia Soviética foi promovido sob os auspícios do Vaticano o qual enviou uma estátua da Senhora de Fátima com a “mensagem” dela, em peregrinação ao redor do mundo. A estátua foi enviada de país em país, a fim de desencadear o ódio contra a Rússia. Todos os governos a saudavam. Dentro de poucos anos, à medida em que crescia a Guerra Fria, a estátua já tinha ido à Europa, Ásia, África, Américas e Austrália, tendo visitado 53 nações. A ruptura entre o leste e o oeste continuou a aumentar.
Em 1948 começou  a ameaçadora corrida atômica americana-russa. Em 1949, Pio XII, no intuito de fortalecer o front anti russo, excomungou qualquer pessoa que votasse ou apoiasse os Comunistas. E logo em seguida, os teólogos católicos americanos disseram aos Estados Unidos que era o seu dever usar a bomba atômica (6). No ano seguinte 1950 a “estátua peregrina” que havia começado a viajar em 1947, no ano exato do início da Guerra Fria, foi enviada por avião, acompanhada pelo Padre Arthur Brassardi, sob as ordens expressas de Pio XII… para Moscou. Ali, com a calorosa aprovação do Almirante Kirk, Embaixador Americano, ela foi solenemente entronizada na igreja dos diplomatas estrangeiros. Para qual razão específica? “Aguardar a iminente liberação da Rússia soviética” (Nota da Tradutora: essa “iminente liberação” esperou por quarenta longos anos! Contudo se mil anos para Deus são como um dia, quem sabe para a Virgem esses 14.600 dias não corresponderiam a  apenas algumas horas? Afinal, ela é ou não é uma deusa?)
Não contente com isso a Senhora de Fátima apareceu quinze vezes em pessoa a uma freira nas Filipinas. Ela repetiu sua admoestação contra o Comunismo. Depois disso, uma chuva de rosas caiu aos pés da freirinha. Um jesuíta americano levou as miraculosas pétalas para os Estados Unidos, a fim de reativar a energia dos católicos fanáticos, liderados pelo criminoso americano Senador McCarty e muito dos seus apoiadores (7). Entrementes os promotores americanos da guerra, liderados por proeminentes católicos estavam se preparando fervorosamente para uma guerra atômica contra a Rússia. Católicos influentes, nas posições mais responsáveis não falavam de outra coisa. No dia 06.08.49, o advogado católico, General Mac Grath, dirigindo-se às “tropas de choque” católicas dos Estados Unidos – Os Cavaleiros de Colombo – em sua convenção em Portland Oregon apressou os católicos a “levantarem-se e colocarem-se como armadura da Igreja Católica militante em batalha para salvar o Cristianismo” (Cristianismo significando, é claro, a Igreja Católica). Ele ainda apressava o país a uma “audaciosa ofensiva”.
Naquele mesmo ano, outro católico, uma das personalidades mais altas do governo americano, James Forestal, o principal cruzado contra o Comunismo nacional e estrangeiro, ajudou o Papa Pio XII a vencer as eleições na Itália enviando dinheiro americano além de dinheiro de seu próprio bolso. James Forestal, que estava em constante contato com o Vaticano e com o Cardeal Spellman, sabia melhor do que ninguém o que estava acontecendo em certos quadrantes americanos católicos. Por uma simples razão: ele era o Secretário Americano da Defesa. Um dia, quando escutou o barulho de uma aeronave de guerra, ele saiu correndo por uma rua de Washington, com a mais fatídica das mensagens: “os russos nos invadiram” gritava ele. Mais tarde sem levar em conta a garantia de Pio XII de que os russos seriam derrotados com o auxílio da Senhora de Fátima, o católico James Forestal, Secretário Americano da Defesa, pulou de uma janela do 16º andar de um prédio, no Capitólio Americano, temendo que fosse tarde demais para os russos serem derrotados (8).

No ano seguinte outro católico fanático foi nomeado para outro posto importante. Francis Mathews foi nomeado Secretário da Marinha Americana. Na manhã em que fez o pacto de compromisso (junho de 1949), Mathews, sua esposa e seis filhos assistiram contritamente a missa e receberam a Santa Comunhão na capela naval em Washington.
Alguns meses depois (outubro de 1949) o Cardeal Spellman foi convocado a Roma por Pio XII, com quem manteve repetidas e prolongadas reuniões particulares. Embora dando margem  a agudas especulações essas reuniões ficaram no mais absoluto segredo. O novo Secretário da Marinha dos Estados Unidos, de modo muito estranho, logo em seguida, começou a ter contatos ativos  não usuais com católicos proeminentes. Dentre estes, o Jesuíta Padre Walsh, Vice Presidente da Universidade de  Georgetown; o Cardeal Spellman; o Chefe da Legião Americana; e os líderes dos Veteranos Católicos de Guerra. E com o Senador McCarty, o arqui criminoso Senador que sob conselho de um padre católico estava exatamente iniciando uma campanha difamatória que quase iria paralisar os Estados Unidos por alguns anos. A imprensa católica começou uma campanha de guerra psicológica, através de toda a nação. Menções abertas de uma rápida guerra atômica, mais uma vez, eram feitas. A culminância dessas atividades veio num discurso entregue em Boston, em 25.08.50, por Mr. F. Mathews. O arqui católico Secretário da Marinha Americana, porta voz de certas forças do Senador do Vaticano, convocou os Estados Unidos a desencadearem um ataque contra a Rússia soviética a fim de tornar o povo americano “os primeiros agressores pela paz, como iniciadores de uma guerra de agressão”, acrescentou ele, “e isso nos daria um título orgulhoso e popular: seríamos os primeiros agressores pela paz”.
O discurso causou sensação, tanto nos Estados Unidos como na Europa. A França declarou que “não tomaria parte em qualquer guerra de agressão… visto como uma guerra preventiva… liberaria nada menos que ruínas e túmulos de nossa civilização” (9). A Grã-Bretanha enviou uma resposta de protesto ainda mais ferina.
Enquanto o povo do mundo inteiro repelia a monstruosa proposta, George Craig, da Legião Americana, declarava (agosto de 1950): “sim, os Estados Unidos iniciariam a III Guerra Mundial sobre nossos termos e ficariam prontos, quando o sinal pudesse ser dado, para os nossos bombardeiros voarem sobre Moscou”.
O fato de advogar uma “guerra atômica preventiva” ter sido feito primeiro por um católico não foi mera coincidência. Mr. Mathews, o chefe do segmento mais importante das Forças Armadas Americanas – a  Marinha, o maior instrumento de guerra do mundo, havia se tornado a obra verbal do seu mestre espiritual – Pio XII. Pois o arqui católico Mathews não era apenas um constante beijoqueiro do anel dos membros da hierarquia católica americana, ele era um dos mais ativos promotores do Catolicismo em ação nos Estados Unidos. Além disso, este super católico Secretário da Marinha Americana era o Gerente do Serviço Nacional Católico da Comunidade e  ainda mais sinistro, o supremo cavaleiro dos Cavaleiros de Colombo (10), a tropa de choque do poder católico nos Estados Unidos, e, o que é melhor, o camareiro secreto particular do Papa Pio XII.
A hierarquia católica, a imprensa católica e os Cavaleiros de Colombo, todos apoiavam a advocacia de Mr. Mathews de uma guerra atômica preventiva. O padre jesuíta Walsh a mais destacada autoridade católica nos Estados Unidos, ex agente secreto do Vaticano na Rússia (1925) disse ao povo americano que “o Presidente Truman seria moralmente justificado ao tomar medidas defensivas proporcionais ao perigo”. Isto significava sem dúvida o uso da bomba atômica (11).
Quando os Estados Unidos prosseguiram com a fabricação da bomba de hidrogênio até mesmo o gerente da Comissão de energia Atômica, Senador Brian MacMahon, estremeceu de horror ante a perspectiva do massacre certo de 50 milhões de pessoas com uma arma tão letal (12). Contudo os católicos aprovaram o uso da mesma. O Padre Connell declarou que o uso da Bomba de Hidrogênio  pelos Estados Unidos era justificado, porque “os Comunistas poderiam utilizar sua grande força armada… para enfraquecer os defensores dos direitos humanos”.
A advocacia de uma guerra atômica preventiva pelo supremo cavaleiro dos Cavaleiros de Colombo – Mr. Mathews – assumia tremenda significação quando se recorda que o discurso do Secretário da Marinha dos Estados Unidos não causou surpresa a certos líderes seletos do catolicismo, muito menos ao Vaticano. Como assim? Simplesmente porque Mr. Mathews havia revelado o conteúdo do seu discurso em Boston aos católicos de elite, antes de entregá-lo. De fato, dias antes de ser pronunciado. O principal em tudo isso é que entre esses católicos havia pessoas influentes e entre elas, o líder da hierarquia católica dos Estados Unidos, o Cardeal Spellman.
Agora, deve se lembrar que o Cardeal Spellman estava em permanente contato pessoal com o Papa Pio XII de quem ele fora amigo íntimo e conselheiro particular para assuntos políticos desde a II Guerra Mundial. O Cardeal Spellman, além de tudo, era o conselheiro e amigo pessoal do mais influente líder militar da América. Desse modo, qualquer coisa importante que fosse conhecida no “pequeno Vaticano” em Nova Iorque como era chamada a residência do Cardeal Spellman, era imediatamente conhecida no Vaticano em Roma e vice-versa. O Papa Pio XII fora bem informado sobre todo o processo, muito antes do discurso de Mathews em Boston. De fato, a evidência é de que ele tenha sido um dos seus mais tácitos instigadores. As visitas contínuas nesse tempo de líderes militares influentes do Estados Unidos ao papa, (cinco num só dia), as freqüentes  audiências secretas com o Cardeal Spellman, os contatos extra oficiais com os cavaleiros de Colombo, tudo isso indicava que Pio XII sabia muito bem o que de fato  estava para  acontecer (13).
Alguns anos mais tarde, numa cruzada de ódio, num discurso falado simultaneamente nas 27 línguas principais, nas principais estações de rádio do mundo, Pio XII reiterou “a moralidade… de uma guerra defensiva” (isto é, uma guerra atômica e de hidrogênio), exigindo, conforme descrito sombriamente no London Times: “o que quase se iguala a uma cruzada da Cristandade” e que o Manchester Guardian ostensivamente denominou “a bênção do papa para uma guerra preventiva” (14).
Ante Pavelic, o Arcebispo Stepinac (que o papa havia promovido a cardeal) e todos os batalhões da Ustashi, diante de tal grito de guerra papal, ficaram em alerta. Dessa vez não iriam perder, visto como seu protetor, o próprio Pio XII, agora se aliara, em vez de a Hitler, a um novo apoiador e parceiro – a mais poderosa nação da terra, os vitoriosos Estados Unidos da América.

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    A Igreja e Religião não tem culpa dos seus “ministros” – até alguns são pedófilos mas não retira senão a qualidade dos “homens” que não merecem estar na Igreja como os governantes não merecem estar onde estão – os homens são cada vez mais venais – mas não mydam as estrelas nem galáxias nem essências – e essência não se vê só a vê o coração (saint éxupéry) – as palavras só servem para exprimir ideias bonitas ou estúpidas mas as ideias não são as palavras – as palavras são apenas o veiículo (das ideias)

  2. maria celeste ramos says:

    Porque não se insurge contra as seitas pseudo-religiosas brasileiras que invadiram portugal ??? – leia Bíbli o Velho e Novo testamento – e pode gostar ou não – um bom professor pode (ou não) fazer bons alunos – um mau aluno pode fazer um bom professor que tem de puxar mais por ele mesmo se não queizer desprezar o “aluno” e nada tem se ser “empinado” mas sim mastigado – e há coisas (e alimentos) duros de roer

  3. Caro Adão, muito obrigada por ter transcrito um capítulo do livro de Avro Manhattan. Será para mim fundamental lê-lo inteiro para consolidar as minhas opiniões com o relato histórico do livro.

    A tradução é realmente má. Encontrei na net a versão inglesa. Vou traduzi-la.

  4. E se temos respeito pela transparência do nosso pensamento, vendemos o Das Kapital por ser alemão ou reciclamo-lo por respeito à transparência?

  5. Também é desses do inglês técnico?

  6. Fátima foi avant la lettre. Naquele tempo o que não faltava era putos a ver Nossas Senhoras, por opção política, escolheram só a Lúcia. Se as noções de marketing religioso estivessem mais avançadas, hoje poderíamos ter 10 ou 20 Fátimas e era só dinheiro a entrar (o turismo religioso é o que mais rende. Mais até do que o desportivo).

  7. MAGRIÇO says:

    Mais uma vez o Adão Cruz mostrou a sua independência face à formatação religiosa oficial. Este texto é uma verdadeira pedrada no charco e um óptimo pretexto para uma reflexão séria sobre a manipulação a que a sacra aliança política/religião nos sujeita. Bem haja!

  8. Mais uma vez obrigada, que na medida de tempo que a vida permite, vou fazendo-me uma composição de lugar das tais “linhas com que nos cosem”. Após uma visita a um amigo ontem, vim bem servida de livros da sua abundante e usada biblioteca, entre eles “História criminal do cristianismo” de Karlheinz Deschner e “A fabricação de santos” de Kenneth L. Woodward. Estão em castelhano, os títulos podem ter alguma variação respeito a possíveis edições portuguesas.
    Voltando a Avro Manhattan, descarreguei o livro “O vaticano na política mundial”, aqui:

    http://api.ning.com/files/CBRhWyXCwY4YeVGp4RFFxwzgAdajMOluQXaZtWA8tJoaHRcZsbZTIgOussVXwNRo-NOn7c04V-pz-GneSxlseYK5bEoKI-FA/ELVATICANOENLAPOLTICAMUNDIALAvro.pdf

    Está em castelhano, pode que interesse a alguém. ainda assim.

  9. Pois é, ali para aqueles lados é tudo “boa gente”:

    http://www.rt.com/news/vatican-bank-chief-corruption-185/

  10. E cada espécimen melhor que o outro!

    http://www.redicecreations.com/article.php?id=19948

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